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O EIXO CÉREBRO-INTESTINO E O USO DE PROBIÓTICOS NO TRATAMENTO

DA DEPRESSÃO

Deborah De Lucchi Ferramenta da Silva


Jane Cristina Nascimento Soares
Marina Raquel Itkis Schechter Barros Cobra
Paula Maradei de Mendonça
Orientadora: Raquel Senna Telhado
Centro Universitário IBMR

Resumo

A Ansiedade e a depressão são doenças neuropsiquiátricas responsáveis por,


aproximadamente, 800 mil mortes/ano decorrentes de suicídio. Elas podem sofrer a
influência de diversos fatores (ambientais, psicológicos, genéticos, biológicos e
medicamentosos) que são capazes de induzir quadros inflamatórios, como
permeabilidade intestinal, a redução de neurotransmissores. Em consequência ocorre
a redução da disponibilidade de serotonina, dopamina e noradrenalina, e o aumento
da expressão e da função de transportadores de recaptação. A diminuição da síntese
e/ou dos precursores de monoaminas estão envolvidos no quadro depressivo,
expondo assim a relação entre a depressão e o sistema psico-neuroendócrino-
imunológico e a complexidade inerente a fisiopatologia desse tipo de transtorno. O
conhecimento da complexa relação entre o eixo intestino-cérebro abre inúmeras
possibilidades para intervenções preventivas ou terapêuticas, dentre elas o uso de
prebióticos e probióticos, que demonstraram ter um efeito positivo no sistema
imunológico do corpo, com influência direta no controle do quadro depressivo. Tal
afirmativa decorre da confrontação de quase 30 artigos, acerca das pesquisas que
estão sendo realizadas para comprovar os benefícios dos psicobióticos, da
identificação das cepas específicas para cada transtorno, suas propriedades e seus
efeitos. Os estudos revelaram um promissor resultado com a combinação de uma
alimentação saudável e utilização de psicobióticos para a modulação e equilíbrio da
microbiota intestinal. Assim, atuando positivamente na prevenção, redução ou
atenuação das patologias das doenças neuropsiquiátricas, com a melhora da saúde
do hospedeiro.

Palavras-chave: Psicobióticos. Depressão. Microbiota. Eixo – Intestino – Cérebro.


Probioticos e Prebioticos.
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Introdução

A Ansiedade e a depressão são doenças neuropsiquiátricas por estarem


associadas a quadros como variações de humor, insônia, excesso ou perda de apetite
e baixa autoestima, sendo responsáveis por aproximadamente 800 mil mortes/ano
decorrentes de suicídio (RATTO RS, et al., 2020; CHEUNG SG, et al., 2019).
O relatório do World Health Organization (WHO), decorrente de estudos feitos
entre os anos de 2005 e 2015, demonstrou que a depressão atinge mais de 322
milhões de pessoas em âmbito mundial. No Brasil, a depressão atinge a mais de 11
milhões de pessoas, o que corresponde a 5,8% da população (SALOMÃO JO, et al.,
2021). Esse quadro acarreta um prejuízo relevante pela redução na qualidade de vida
do indivíduo portador da doença, provocando um prejuízo ainda maior na economia.
Estudos apontam que, no período entre 2005 e 2010, o impacto subiu de US$ 173,2
para US$ 210,5 bilhões, através de gastos com medicamentos, serviços médicos, e
comorbidades associadas. (CAPUCO, et al., 2020; ZALAR B, et al.,2018).
Nesse sentido, para diminuir os encargos gerais trazidos por esses transtornos,
a adoção de medidas preventivas se faz útil e necessária, e estas devem ser
implementadas para o cuidado do indivíduo e da população como um todo. Uma das
formas de prevenção/intervenção, é o cuidado com a microbiota intestinal, cuja
estrutura é composta por cerca de trilhões de bactérias, que participam ativamente de
todo processo que envolve a saúde humana. O seu desequilíbrio pode gerar o
desenvolvimento de inúmeras doenças, dentre elas os distúrbios de comportamento
e os neuropsiquiátricos, como a ansiedade e a depressão. (CAPUCO, et al., 2020;
ZALAR B, et al.,2018).
Pode-se indicar vários fatores de risco para esse sensível equilíbrio, como o
uso de antibióticos, dietas ricas em açúcares e gorduras, tipo de parto, exposição a
aditivos químicos e ambientes sociais estressantes. A presença de qualquer um, ou
vários deles, pode desencadear uma modificação na comunicação bidirecional entre
o intestino e o SNC, realizada através do nervo vago, acarretando distúrbios no
chamado eixo microbiota-intestino-cérebro. Neste eixo se modulam diversos
processos centrais, a produção de metabólitos microbianos e de mediadores da
imunidade, responsáveis pelas mudanças nos neurotransmissores, no
comportamento, e pela inflamação neural (CAPUCO A, et al., 2020; BUTLER MI, et
al., 2019).

Assim, de acordo com a compreensão moderna da psicologia e da biologia, a


depressão não é apenas um transtorno mental, mas também uma doença fisiológica.
Têm fundamentos biológicos evidentes, como modificações cerebrais, incluindo
neurotransmissores desequilibrados, neurogênese prejudicada, neuroplasticidade
diminuída e circuitos neurais anormais, acarretando disfunções no cérebro, no eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), no sistema imunológico e no eixo intestino-
cérebro (Liu et al., 2018).

Portanto, o conhecimento da complexa relação entre o eixo intestino-cérebro,


que envolve as vias endócrinas, imunológicas e de neurotransmissores, abre
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inúmeras possibilidades para intervenções preventivas ou terapêuticas, dentre elas o


uso de prebióticos e probióticos, que demonstraram ter um efeito positivo no sistema
imunológico do corpo, com influência direta no controle do quadro depressivo
(Mohammadi et al., 2016).

Baseado nessas evidências, o objetivo desse estudo foi realizar uma revisão
bibliográfica narrativa sobre a relação entre a microbiota intestinal, ansiedade,
depressão e a ação dos prebióticos e probióticos para o controle do quadro.

Resultados e Discussão

Depressão

A depressão é diagnosticada pela presença, durante o período de pelo menos


duas semanas, dos seguintes sintomas: variação do peso corporal, ausência ou
excesso de apetite, dificuldade em se concentrar, pensamentos negativos e algumas
vezes suicidas, alteração no ritmo circadiano, sentimento de culpa e de tristeza
profunda. (SILVA BMF, et al., 2021; ZALAR B, et al., 2018). A OMS - Organização
Mundial de Saúde calcula que cerca de 350 milhões de pessoas sofram com a
ansiedade e/ou depressão no mundo, ocasionando um grave problema de saúde
pública. Estudos mostram que, em 2030, essas doenças serão as doenças mais
prevalentes e incapacitantes do planeta (JORGETTO GV e MARCOLAN JF, 2021).
Alguns estudos já as classificam como as principais causas de incapacidade em todo
o mundo (CAPUCO A, et al., 2020).
ZALAR et al. (2018) destacam que, adicionalmente, elas estão relacionadas ao
risco de surgimento de declínio cognitivo, demência, hipertensão, aterosclerose,
acidente vascular cerebral, distúrbios metabólicos e deficiências imunológicas.
Estudos demonstram que um em cada cinco indivíduos nos países
desenvolvidos já foi diagnosticado, em algum momento da vida, com depressão ou
ansiedade, sendo uma incidência maior nos países classificados como terceiro
mundo. Em termos de anos de vida com deficiência, esses dois distúrbios ocupam o
segundo e quinto lugares, respectivamente, de todas as condições de saúde mental
e física. Doenças psicossomáticas como a depressão estão classificadas como as
mais comuns dentre as patologias que atingem o SNC, o que leva à medicamentos
como os antidepressivos a serem uns dos mais prescritos pelos profissionais da
saúde. (AVERINA OV, et al., 2020).
JORGETTO GV e MARCOLAN JF (2021) apontam que cerca de 50% dos
indivíduos portadores de quadros depressivos não recebem de forma adequada o
tratamento, causando desistência, baixo desempenho no trabalho e nas relações
sociais, levando muitos a pensamentos suicidas. E GUNGOR BB et al. (2020) que ter
um diagnóstico no início do quadro favorece a um tratamento precoce e reduz a
necessidade de consultas, bem como encurta o prazo com mecanismos
medicamentosos, atenuando assim seus efeitos deletérios.
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Por possuir uma característica multifatorial, ainda em estudo, são diversos os


fatores que podem desencadear o quadro depressivo, como: fatores ambientais
(dieta, álcool e ritmos biológicos), psicológicos (personalidade e relacionamentos
interpessoais), genéticos, biológicos (resposta ao estresse e à fatores neurotróficos)
e medicamentosos (que podem motivar respostas inflamatórias periféricas, se no
cérebro). Assim, evidencia-se a relação entre a depressão e o sistema psico-
neuroendócrino-imunológico e a complexidade inerente a fisiopatologia desse tipo de
transtorno (RATTO RS, et al., 2020; ZALAR B et. 2018)
Uma vez aceito o paradigma de que o sistema imunológico e os processos
inflamatórios podem ser requeridos em reação à fatores de estresse psicossocial, a
resposta de glicocorticoides e de receptores β-adrenérgicos sobre a micróglia –
células do SNC – acarreta comportamentos depressivos e ansiosos, pois aumentam
“a expressão gênica e dos níveis de mensageiro do ácido ribonucleico (m-RNA) das
citocinas pró-inflamatórias, incluindo as interleucinas IL-1β, IL-6 e TNF-α, o que,
consequentemente, reduz a disponibilidade de serotonina, dopamina e noradrenalina,
e aumenta a expressão e a função de transportadores de recaptação, reduzindo a
síntese e/ou os precursores de monoaminas.” A perpetuação dessa estimulação
crônica a micróglia pode acarretara “a apoptose neural, a inibição de neurogênese, a
redução do volume hipocampal, a menor síntese de neurotransmissores e a
citotoxidade, ocasionando o comportamento depressivo (DUALIBI et al., 2019).”
RATTO RS, et al (2020) e ZALAR B, et al (2018) fazem uma associação da
disfunção da serotonina – um neurotransmissor - ao agravo do quadro de depressão.
Neurotransmissores como serotonina, noradrenalina, acetil colina e dopamina
desempenham um papel fundamental no cérebro e no comportamento, havendo
deficiência de algum neurotransmissor ligado às emoções, alguns sentimentos
positivos como a felicidade, ficam comprometidos levando o indivíduo ao quadro de
tristeza e apatia. (LIANG S, et al., 2018).
Ressaltando-se que a grande parte dos medicamentos inibidores seletivos
voltados a recaptação do neurotransmissor serotonina, tem ação lenta, trazendo um
alívio no quadro apenas para alguns pacientes, o que demostra a possível ação de
outros neurotransmissores na depressão. Como ponto alto dos estudos analisados,
temos a microbiota intestinal e sua ligação através do nervo vago, interagindo com
cérebro e vice-versa, o que vem provocando cada vez mais curiosidade e estudos
sobre o impacto de uma microbiota doente no desenvolvimento de quadros de
ansiedade e depressão. (AVERINA OV, et al., 2020).
Importante salientar que o desenvolvimento de novas modalidades
terapêuticas é fundamental para redução da carga dessas condições. Das inúmeras
possibilidades que têm levantado interesse nos últimos anos, o estudo com
prebióticos (compostos que trazem benefícios a saúde por sua atuação no microbioma
intestinal do indivíduo) e probióticos (microrganismos que auxiliam na saúde da flora
intestinal, produzindo efeitos benéficos) tem um apelo especial, por serem livres de
efeitos colaterais cognitivos, e das propriedades que causam vício (SUDO N et al,
2004)
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Apesar dos primeiros estudos sobre a eficácia terapêutica da ação dos


prebióticos e dos probióticos na depressão e ansiedade só terem ocorrido há
praticamente 18 anos (Marcos et al, 2004), mais da metade só foi publicado nos
últimos anos, justificando então o atual interesse nesta área.

Assim, as últimas revisões foram fundamentais para fornecer informações


importantes, mas são caracterizadas por várias limitações, em particular, que os
estudos apresentados em algumas revisões incluíram um número muito pequeno de
pesquisas, impossibilitando qualquer análise de viés de publicação e efeitos ineficazes
para explicar a heterogeneidade entre estudos (Quigley EM et al, 2018).

Microbiota intestinal

A microbiota intestinal consiste em trilhões de microrganismos, contando com


mais de 100 diferentes espécies bacterianas, estabelecendo uma relação simbiótica
no trato gastrointestinal (TGI). Uma parte pequena dessas bactérias é comum a todos
os seres humanos, enquanto outra parte forma uma espécie de “identidade pessoal”
(LUCA M, et al., 2019). Muitos fatores podem influenciar a composição da microbiota
intestinal como o tipo de parto, tipo de alimentação, uso de fármacos, estresse e
processos infecciosos. Esses fatores vão determinar a composição da flora bacteriana
de cada indivíduo (CHENG SG, et al., 2019; ZALAR B, et al., 2018). A quantidade
dessas bactérias chega a superar o número de células do corpo humano e são
necessárias para muitos processos fisiológicos como: modulação imunológica,
equilíbrio energético e a ativação do sistema nervoso entérico (MORKL S, et al., 2020).
A microbiota intestinal é responsável pela biossíntese de ácidos graxos de
cadeia curta, vitaminas B e K, folato, aminoácidos, polifenóis e pela quebra de
carboidratos complexos. Adicionalmente, controla a motilidade intestinal, aciona o
sistema imune, protege de patógenos, drogas e carcinógenos (JANDHYALA e al.,
2015, SALOMÃO et al., 2020)
Assim, diversos são os sistemas afetados pela microbiota intestinal, pela sua
capacidade em produzir substâncias que interferem, positiva ou negativamente, em
órgãos como o próprio epitélio intestinal, o cérebro e o sistema nervoso entérico. Essa
interação demostra a importância em se manter a homeostase para melhorar a saúde
tanto corporal quanto mental. Interações negativas na microbiota durante estágios
importantes de desenvolvimento infantil, podem afetar profundamente as vias de
sinalização do intestino e do encéfalo e colocar uma pessoa em risco de transtornos
psiquiátricos na fase adulta, incluindo a depressão (LACH G, et al., 2018).
Certo é que a sua composição pode ser modificada pelos fatores dieta, doenças
metabólicas, doenças inflamatórias, alergias, obesidade e antibióticos. Em geral, o
consumo de vegetais, frutas e fibras garante uma microbiota saudável e,
inversamente, o consumo de industrializados – ricos em açúcares e gorduras –
aumenta a possibilidade do acometimento de doenças crônicas inflamatórias (ZALAR
B, et al. 2018)
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A disbiose é um distúrbio da microbiota intestinal que resulta de uma


incompatibilidade da comunidade bacteriana, com mais bactérias prejudiciais do que
bactérias benéficas. Ela pode promover o crescimento de bactérias patogênicas e
toxinas metabólicas. Assim, é importante manter o equilíbrio da microbiota, evitando
o crescimento de bactérias, fungos e outros patógenos que, ao serem absorvidos pela
corrente sanguínea, produzem toxinas, causando processos inflamatórios. Dentre as
suas causas, destacam-se a ingestão incomum de medicamentos, principalmente o
uso de antibióticos de amplo espectro, como ampicilina, amoxilina, cegalosporina e
clindamicina, que eliminam as bactérias benéficas e promovem o crescimento de
fungos irritantes da mucosa intestinal (ANTUNES et al., 2007). Estresse crônico e uma
dieta pobre em fibras, também afetam negativamente a microbiota, transformando-a
em um fenótipo de depressão e aumentando sua incidência (LIANG S, et al.,2018).
Sabe-se que a microbiota intestinal pode influir o comportamento e a mente
através do eixo intestino-cérebro, e a disfunção deste eixo é uma das fisiopatologias
da depressão. Hipoteticamente, a regulação do microbioma e a melhoria do núcleo
microbiota-intestino-cérebro, pode ajudar a aliviar e tratar a depressão. Uma
variedade de métodos de regeneração microbiana foi estabelecida, incluindo
suplementos probioticos e/ou prebióticos e dieta (Samuelsson A et al, 2011).

Por muito tempo, o tratamento com antidepressivos foi frequentemente


direcionado a distúrbios cerebrais, enquanto a disfunção de outros órgãos era
ignorada. A regulação do microbioma intestinal e a melhoria da função do eixo
intestino-microbiota-cérebro provavelmente têm efeitos de longo alcance no
tratamento e prevenção da depressão (Ng et al., 2018). Pesquisadores da saúde
relatam que a terapia com prebióticos e probióticos tem maior flexibilidade e
funcionalidade do que as terapias convencionais, e é mais fácil para os pacientes com
o quadro diagnosticado aceitarem e, para àqueles de alto risco, prevenirem a
depressão (Reis et al., 2018).

Eixo intestino-cérebro: relação da microbiota intestinal com a depressão

Fisiologicamente, o eixo intestino-cérebro é composto por um sistema de vias


de sinalização neuro-hormonais (bidirecionais) ligado ao Sistema Nervoso Central,
através do sistema nervoso entérico, ligado ao sistema nervoso autônomo, pelos
ramos simpáticos e parassimpáticos, pelas vias neuro-imunes e eixo hipotálamo-
pituitária-adrenal .É uma rede complexa, que transmite sinais pelas fibras aferentes
(entrada) para o Sistema Nervoso Central, e fibras eferentes (saída), ligadas ao
musculo liso, estabelecendo uma comunicação entre o cérebro e as partes
secretoras, sensoriais e motoras do intestino e, inversamente, destas para o cérebro
e, em especial, para o hipotálamo, que regula o estresse.(LUCA M, etsal.,2019).

Os sinais para o cérebro podem variar, a saber: liberação de ácidos graxos de


cadeia curta, controlando os metabólitos da via do triptofano/quinurenina; fabricação
de neurotransmissores capazes de atravessar a barreira hematoencefálica da
circulação sanguínea e interferir na atividade neuroimune; soltura de citocinas pro-
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inflamatórias provocando uma resposta imunológica; e provocar o eixo HPA para


gerar hormônios adrenocorticotróficos (ACTH) e estimuladores de corticotrofina
(CRH), e cortisol (MORKKLS, etal.2020). NAVEED et al ressaltam que os neurônios
sensoriais espinhais e as rotas de sinalização aferente do nervo vago são vias
significativas para o controle do efeito da microbiota na função e comportamentos
cerebrais.

A comunicação entre os microrganismos que habitam o tratogastrointestinal e


os sistemas nervoso e central, é conhecida como eixo microbiota-intestino-cérebro e
transmite e interpreta informações. O termo eixo cérebro-intestino refere-se à
conversa cruzada entre estes, envolvendo múltiplas vias sobrepostas. Isso inclui os
sistemas autônomo, endócrino e imunológico, bem como metabólitos bacterianos e
moléculas neuromoduladoras (LUCA M,etal.,2019;MORKLS, etal.,2020). LIANG S, et
al frisam que testes feitos em camundongos livres de germes e expostos a uma
situação estressante, que tiveram comportamentos depressivos após exposição a
escherichia coli, obtiveram melhora após tratamento com probióticos.

Em estudos, verificou-se que as fezes do bebê que é amamentado com leite


materno apresenta cerca de 99% de bifidobactérias na sua microbiota. Por ser rico
em oligossacarídeos, que funcionam como probióticos, o leite humano tem uma maior
atividade e biodisponibilidade das bifidobactérias. Em ratos, foram submetidos o
afastamente de 3 horas diarias de suas mães e ficou determinado que Bifidobacterium
infantis diminuiu comportamentos do tipo depressivo, além de aliviar citocinas pró-
infamatorias e regular o metabolismo do triptofano e outros neurotransmissores do
sistema nervoso central. (DESBONNET et al., 2010).

Isto porque a microbiota intestinal media os mecanismos que causam efeitos


no cérebro, pela ativação do nervo vago e do sistema imunológico, pela produção de
metabólitos e compostos com propriedades neuroativas. Esses metabólitos estão
envolvidos na ativação de receptores centrais, estimulação periférica de mediadores
nervosos, endócrinos e imunológicos (MORKLS, et al.,2020;CHENG LH,et
al.,2019;BEAR TLK,et al.,2020;AVERINA OV,et al.,2020).

A desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), vias imuno-


inflamatórias, alterações do tônus do nervo vago, alterações nas concentrações de
fatores neutróficos do cérebro e um desequilíbrio entre a excitação neural e a
sinalização inibitória também estão relacionados aos mecanismos que desencadeiam
a depressão (MORKLS,et al.,2020)

O desajusteda do eixo microbiota-intestino-cérebro está associado a distúrbios


neurológicos e digestivos. A presença de disbiose que causa um colapso no intestino
permeável pode resultar em uma condição inflamatória que não está restrita somente
ao intestino, pois as citocinas pró-inflamatórias podem entrar na corrente sanguínea e
atingiro cérebro. Esse quadro inflamatório está presente em várias doenças crônicas
e associada também à depressão (LUCA M,et al.,2019).
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O ácido aminobutírico (GABA) é um neurotransmissor inibitório do sistema


nervoso (SN) que desempenha um papel importante na fisiopatologia da ansiedade e
dos transtornos do humor. Pacientes com sintomas depressivos têm uma queda
substancial desse neurotransmissor. As bactérias Lactobacillus sp. e Bifidobacterium
spp são capazes de metabolizar glutamato para produzir GABA. Vale observar que a
oferta, em laboratório, de L. Rhamnosus em camundongos, melhorou a captação dos
receptores de GABA no SNC (Wallace e Milev, 2017)

Outros exemplos de bactérias produtoras de neurotransmissores são:


Escherichia sp, Bacillus sp ou Saccaromyces spp. que sintetiza norepinefrina;
streptococcus sp., escherichia sp. e enterococcus spp. podem produzir serotonina;
bacilo sp. dopamina e lactobacillus sp., produz acetilcolina. Tais substâncias estão
intimamente interligadas às sensações de prazer e felicidade em pacientes com
quadros de depressão e apresentam uma baixa significativa dessas substâncias
(FRANÇA TB,et al.,2021;KIM CS,et al.,2021).

Dessa forma, a microbiota intestinal, através do nervo vago, pode liberar


neurotransmissores via sinalização dos receptores toll-like presentes em células
epiteliais, imunes e neurais. Os neuromoduladores podem ser sintetizados por
bactérias que secretam moléculas responsáveis pela transmissão de sinais através
do sintema nervoso entérico. Sendo assim, as bactérias presentes no intestino
produzem os neurotransmissores gaba, serotonina, dopamina e acetilcolina, que
podem influenciar no estado emocional ao se conectarem a receptores específicos
nas células nervosas e imunes do sistema nervoso central e periférico. Essa influência
se dá pelo fato dessas bactérias atuarem diretamente nas redução de
citocinasinflamatórias. (AVERINA OV, etal., 2020;CHEUNG SG,et al.,2019).

Por outro lado,o aumento da permeabilidade intestinal, que pode ser causada
pelo estresse ou alimentação, por exemplo, desencadeia uma cascata inflamatória
que faz com que as células do sistema imunológico interajam com bactérias
patogênicas liberando citocinas pró-inflamatórias como Il-1, TNF-α e IL-6. A IL-6 tem
grande impacto na patogênese da depressão, uma vez que o aumento desta
interleucina reduz os neurotransmissores, o fator Neurotrófico derivado do cérebro e
provocaum aumento na disfunção do HPA (TING EY-C, et all, 2021). O fator
Neurotrófico derivado do cérebro é importante para a função de memória,
aprendizado, estresse e redução de bactérias inflamatórias(KIM CS, at all.,2020).

O triptofano é um precursor da serotonina (5-TH), um neurotransmissor que


regula os distúrbios do humor, com 90 % de sua produção ocorrendo no intestino. A
síntese de serotonina é diminuída pela ação da IL-6 na via das quinureninas, como
resultado do aumento da indoleamina-2, 3-dioxigenase (IDO) atuando no triptófano,
consequentemente há um aumentona produção de ácido quinolínico que aumenta o
estresse oxidativo e influi na neurodegeneração presente no Transtorno de Depressão
Maior (TING EY-C, at all, 2021).
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Neste contexto, o que caracteriza a microbiota de pacientes com depressão é


uma diminuição da diversidade bacteriana, onde se observa um maior crescimento de
bactérias potencialmente prejudiciais e inflamatórias, actinobacteria e
enterobacteriaceae, em detrimento das faecalibacterium e firmicutes que são
bactérias benéficas, entre outras (AVERINA OV, et al.,2020).

Portanto, a depressão não é apenas um simples transtorno mental ou doença


cerebral, mas também uma doença sistêmica. Os pacientes muitas vezes
experimentam várias doenças ao mesmo tempo, como distúrbios cerebrais e
distúrbios periféricos, como disfunção do eixo HPA, distúrbios do sistema imunológico,
e doença cerebral. Esses distúrbios interagem entre si. Por exemplo, o estresse
crônico reduz o conteúdo de 5-HT do cérebro. A síntese e a secreção de 5-HT também
são influenciadas por vários fatores, incluindo o eixo HPA, o sistema imunológico e o
intestino, e o conteúdo de 5-HT, por sua vez, afeta a função desses órgãos.

Para restaurar uma microbiota desequilibrada ou em disbiose, existem quatro


principais métodos considerados eficazes: probióticos, prebióticos, uma dieta
saudável e transplante de microbiota fecal (FMT). Os dois primeiros separadamente,
ou a sua combinação, são chamados de psicobióticos por pesquisadores, para
enfatizar sua capacitância de melhorar o comportamento e a mente.

Efeito dos psicobióticos

O termo 'psicobióticos' é destinado todas as intervenções direcionadas à


microbiota que influenciam diretamente as relações com o cérebro, englobando
probióticos, prebióticos e simbióticos. São considerados atualmente capazes de
promover benefícios a saúde mental em doenças como a depressão e a ansiedade,
através da liberação de moléculas sinalizadoras que exercem efeitos antidepressivos.
Hoje, há uma alta incidência de indústrias farmacêuticas testando psicobióticos em
pacientes com doenças relacionadas ao sistema nervoso. (AVERINA OV, et AL.,2020)

Os prebióticos são componentes dietéticos responsáveis por melhorar o


trânsito intestinal, fibras não digeríveis, com a principal finalidade de estimular a
proliferação e atividades de bactérias necessárias para o intestino grosso. São as
fibras que estão presentes nos alimentos e servem de substrato para bactérias. como
exemplo tem-se os frutooligossacarídeos, inulina (presente em frutas, vegetais e
trigo), mananooligossacarídeos, galactoligossacarídeos, xiloogossacarídeos, e os
oligossacarídeos do leite humano. Os probióticos são organismos vivos, que quando
administrados em quantidades adequadas, proporcionam benefícios a saúde. Os
simbióticos são a combinação de prebióticos com probióticos. Uma dieta rica dessas
substâncias está altamente ligada ao equilíbrio da microbiota intestinal. (MORKL S, et
al., 2020; LACH G, et al., 2018).
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Vários estudos, com base em evidências cientificas, têm como o foco o uso de
psicobióticos no tratamento de patologias voltadas para regiões cerebrais. Neles, fica
claro que o desenvolvimento e a função do encéfalo dependem da diversidade e
composição dos microrganismos presentes no corpo. O uso dessas bactérias
apresenta vantagens que não causam efeitos colaterais e não deixam nenhum tipo de
vicio no usuário que as ingere (LIU RT, et al., 2019; KIM CS, et al., 2021; CENIT MC,
et al., 2017).

FURTADO CC, et al. (2018) e AVERINA OV, et al. (2020) informam que o ácido
gama-aminobutírico (GABA) e a serotonina são substâncias neuroativas capazes de
serem produzidas pelos psicobióticos, atuando diretamente no eixo intestino-cérebro,
resultando em efeitos mediados através do nervo vago, da medula espinhal ou dos
sistemas neuroendócrinos. Algumas evidências deixam claro que os psicobióticos
aliviam os sintomas da depressão e da síndrome da fadiga crônica - doença
relacionada ao cansaço extremo, alterações no sono - atuando diretamente na
redução da atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, além de efeitos anti-
inflamatórios de algumas cepas.

CAPUCO A, et al. (2020) promoveram um estudo onde dois grupos foram


testados no tratamento da depressão. Um deles utilizou probióticos e outro não. No
grupo dos probióticos, houve uma melhora significativa para a reatividade cognitiva
geral, além também da redução para os subtipos ruminação e agressão. A ruminação,
que nada mais é do que apresentar pensamentos negativos com uma grande
recorrência, está bastante ligada à pacientes com episódios depressivos, uma
redução desses sentimentos pode acarretar a minimização do desenvolvimento da
depressão.

Já CAPUCO A, et al. (2020) e BUTLER MI, et al. (2019) destacam que os


pensamentos agressivos estão associados ao encadeamento de ideias suicidas. A
redução desses dois pensamentos, a ruminação e a agressão, pode ter efeitos
benéficos para o paciente que está desenvolvendo alguma doença, como depressão.
O estudo concluiu como positivo o uso dos psicobióticos.

Mesmo com todos os estudos procurando tratamentos alternativos capazes de


reduzir os efeitos prejudiciais dos antidepressivos, alguns dos fatores como a
participação genética, o meio em que a pessoa vive e a grande variabilidade individual
na sua composição, dificultam o entendimento do verdadeiro papel da microbiota na
explicação e no desenvolvimento da depressão. Temos o DNA e a microbiota partes
fundamentais para a manutenção da saúde, assim como no desenvolvimento e
funcionamento cerebral. (FURTADO CC,et al.,2018; AVERINA OV,et al.,2020).

Com todas essas descobertas, abre-se um novo olhar nos tratamentos dos
distúrbios neuropsiquiátricos, que são uma grande causa de morte no mundo,
podendo haver uma maior possibilidade de intervenção médica na microbiota para a
prevenção dessas doenças e salvar mais vidas com a ciência, pois o uso de
psicobióticos é capaz de manipular a microbiota intestinal e apresentar efeitos
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benéficos, inclusive quanto a depressão (LIU, et al. 2015, JANDHYALA et al., 2015,
NAVEED et al., 2020).

FRANÇA, TB (2019) evidencia, com base em estudos realizados sobre uso de


psicobióticos, os seus benefícios para os pacientes que sofrem com a mudança de
humor, sendo possivel verificar as cepas utilizadas e os efeitos obtidos para a saude
dos mesmos, atraves do seguinte quadro demonstrativo:

1. Quadro Demonstrativo dos Probióticos e seus efeitos:

n/sexo/espécie Grupos/intervençã Duração/Ferrame


Autor Microorganismo Resultados
o nta
Escores de
ansiedade
reduzidos em
pacientes com
N:39 doença crônica
Rao et. Lactobacillus
Sexo:Masculino/Femn 24 X 109 ufc / dia 2 meses / BDI síndrome de
All.,2099 caseiShirota (LcS)
ino ( fadiga Causou
aumento
significativo de
Bifidobacterias
pp fecal
Bebida láctea 65 ml Humor
dia – contendo 6.5 melhorado em
X 109 ufc indivíduos com
humor baixo
N: 124 Membros Durante um período antes de tomar
Benton et Lactobacillus
saudáveis Sexo: de três semanas / o probiótico.
al., 2009 caseiShirota (LcS)
Masculino/ Feminino POMPS Causou
aumento
significativo
Bifidobacterias
pp fecal
Melhora nos
Probióticos efeitos
frutooligossacarídeo s relacionados
Savignac et Ratos – Não
(FOS) e N/A 5 semanas/ STAI ao estresse,
al., 2015 identificou quantidade
galactooligossacarídeos como
(GOS). ansiedade e
depressão
doubleblind,
PintoSanch Bifidobacteriumlong Depressão
Bifidobacteriumlongum( placebocontrolled 6 semanas / HADS,
ez MI, et um NCC3001 (1 × reduzida, mas
BL) N=44; CON=22 STAI
al.,2017 1010ufc / dia não ansiedade
TRT=22
Pós-parto
Mulheres grávidas inferior
através de partum 15 semanas depressão e
Slykerman Lactobacillus
Lactobacillus Randomizado, duplo gestação + 6 ansiedade
RF et al., rhamnosus HN001
rhamnosus HN001 cego, controlado por meses após partum pontuações em
2017. (1 × 109 ufc / dia
placebo N = 380 CON / EPDS, STAI comparação
= 187 TRT = 193 com ao
controle
Fonte: FRANÇA, Taiza Barros de, apud BARROS, T. F., 2019

Portanto, a redução da diversidade da microbiota intestinal e o seu desequilibrio


estão diretamente relacionados a depressão, sendo a dieta a sua principal
responsável. Uma vez adotada uma dieta mais adequada, o uso de psicobióticos pode
ser um grande aliado no restabelecimentoda qualidade da microbiota e alivio dos
sintomas dessa patologia.
12

Conclusão

Os estudos e pesquisas já realizados evidenciam que a rede de sinalização


neuroimune, neuroendócrina e do sistema nervoso central ocorre através do eixo
bidirecional microbiota-intestino-cérebro, sendo demonstrado que a composição da
microbiota intestinal e a sua modulação têm um impacto direto no quadro das
patologias ligadas aos distúrbios neuropsiquiátricos, dentre eles a depressão e a
ansiedade. As intervenções preventivas e/ou terapêuticas por meio de dieta adequada
e moduladores psicobióticos podem ser uma excelente estratégia para evitá-los,
retardar e/ou minimizar os seus impactos. Contudo, novas pesquisas e estudos ainda
devem ser feitos para identificar o alcance dos moduladores e as melhores formas de
intervenção.
13

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