Você está na página 1de 18

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Curso de graduação em Medicina

Ana Clara Guerra Damasceno


Helena Ferreira Bonomo

TERAPIAS INOVADORAS PARA DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS

Betim
2023
Ana Clara Guerra Damasceno
Helena Ferreira Bonomo

TERAPIAS INOVADORAS PARA DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS

Atividade avaliativa apresentada à disciplina


Terapêutica Médica II, do Curso de Medicina
da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais, Núcleo de Betim, como requisito parcial
para aprovação na disciplina.
Professor: Lucas Alves.

Betim
2023
TERAPIAS INOVADORAS PARA DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS

1. INTRODUÇÃO

As doenças neurodegenerativas, como por exemplo a Doença de Alzheimer,


Doença de Parkinson, Doenças de Huntington, Esclerose Lateral Amiotrófica,
Glaucoma, Demência Frontotemporal e Ataxias Espinocerebelares, manifestam
características parecidas que causam impactos na funcionalidade de diversos sistemas
do corpo (Nussbaum, Mcinnes, Willard; 2008). Estão inclusas função mitocondrial
prejudicada, aumento dos danos oxidativos, defeitos no sistema
ubiquitina-proteassoma, presença anormal de proteínas agregadas e alterações no
metabolismo do ferro. Esses fatores formam um ciclo repetitivo no qual a ação de
qualquer um deles pode ser o início da lesão neuronal, gerando uma resposta em
cadeia para destruir a célula (Flores e Zamin; 2017).

A neurodegeneração corresponde à uma condição debilitante e incurável, com


uma prevalência em aumento, principalmente conforme a expectativa de vida sobe,
com suas consequências fisiológicas repercutindo sobre as atividades de vida diária e
funções vitais, com destaque para tarefas que necessitam de complexidade motora,
cognitiva, de deglutição e fala. Embora pessoas de todas as idades possam ser
diagnosticadas, a ocorrência é significativamente mais prevalente em idosos (Rech et
al.; 2022).

Estima-se que, em 2015, cerca de 46,8 milhões de pessoas apresentam alguma


doença desse grupo, e se a frequência atual persistir, a cada 20 anos é esperado que o
número de afetados dobre, chegando a 131,5 milhões em 2050 (The Global; 2015).

Essas enfermidades representam, para além do impacto social, também um


problema de saúde pública significativo, configurando como a quarta principal causa de
morte no mundo, logo após doenças cardíacas, câncer e acidente vascular cerebral
(AVC) (Joseph et al.; 2009). Seu custo financeiro para o tratamento dessas doenças
alcançou a casa dos 118 bilhões de dólares em 2015 em todo o mundo(The Global;
2015).

Diante desse cenário, a cada dia surgem estudos experimentais e clínicos os


quais têm se dedicado a propor modalidades terapêuticas a fim de evitar, recuperar ou
impedir as alterações celulares que levam à morte neuronal (Rech et al.; 2022). Essas
pesquisas investigam alternativas viáveis e seguras para desenvolver tratamentos com
objetivo em retardar ou minimizar a evolução dessas doenças, auxiliando para um
conhecimento mais esclarecido e oferecendo esperança para o futuro (Flores e Zamin;
2017).

2. DOENÇA DE ALZHEIMER (DA)

A Doença de Alzheimer (DA) é caracteriza-se por uma condição


neurodegenerativa prevalente associada ao envelhecimento, cursa com perda
progressiva de memória e manifestações cognitivo-comportamentais. Configura-se
como uma das principais causas de demência, sendo assim, um desafio significativo
tanto do ponto de vista econômico quanto social. (Sociedade Brasileira de Geriatria e
Geriontologia; 2011) No decorrer da evolução da patologia, sintomas neuropsiquiátricos
e não-cognitivos, como perda de memória, agitação psicomotora, depressão,
isolamento social, falha no reconhecimento facial, entre outros, são observados (Chung
e Cummings; 2000).
Foram revelados em exames anatomopatológicos post-mortem a presença de
depósitos extracelulares de proteínas beta-amiloides e entrelaçados de neurofibrilas de
proteína tau hiperfosforilada no córtex temporal, colaborando para a neuroinflamação e
aumento do estresse oxidativo nos tecidos neurais. A ativação da micróglia, que vai
liberar citocinas pró-inflamatórias e outras substâncias, tem como consequência
neurotoxicidade e dano cerebral (Ferrer; 2012).
A redução da síntese de colesterol é outro ponto apontado como um fator
desencadeante, ligado à neurodegeneração e à etiologia da DA. As terapias
medicamentosas já existentes, como os inibidores da acetilcolinesterase, como o
Donepezil, apresentam com uma eficácia questionável, oferecendo somente alívio
sintomático e limitado na função cognitiva, além de estarem relacionadas a variados
efeitos adversos, à exemplo de sintomas gastrointestinais (náusea, diarreia), do
sistema nervoso (insônia) e cardiovascular (bradicardia) (Selkoe; 2012).
A DA, tem uma evolução que vai comprometendo as atividades de vida diária,
causando alterações comportamentais e psicológicas. A piora da memória, dificuldade
na aquisição de novas informações e perda das habilidades visuais e espaciais
apresentam-se como características marcantes. Além das mudanças cognitivas,
aproximadamente 75% dos casos desenvolvem sintomas psíquicos e
comportamentais, como quadros depressivos e psicóticos, agressividade, apatia e
perturbações no ciclo de sono-vigília (Medeiros; 2007).
Macroscopicamente, é possível observar uma atrofia cortical difusa nos cérebros
dos afetados, enquanto microscopicamente, as placas senis e entrelaçados
neurofibrilares contribuem para perdas neuronais e sinápticas, estresse oxidativo e
processo inflamatório. A incidência global da DA apresenta-se em crescimento,
atingindo cerca de 35,6 milhões de pessoas ao redor do globo, com projeções
alarmantes para o futuro (Serink e Vital; 2008).
O atual tratamento multidisciplinar da DA tem como objetivo estabilizar o
comprometimento cognitivo e comportamental, minimizando efeitos colaterais (Filho, et
al; 2019). Os inibidores da colinesterase, como donepezila, galantamina e rivastigmina,
são amplamente utilizados para aumentar a disponibilidade de acetilcolina na fenda
sináptica, enquanto a memantina, da classe de antagonista do receptor glutamatérgico
NMDA, também pode ser usada por conta das alterações na neurotransmissão
glutamatérgica. No entanto, as opções de tratamento já em uso são
predominantemente sintomáticas e não interferem na progressão da doença,
fazendo-se necessárias estratégias mais promissoras, como a terapêutica antiamiloide
(Sant’Ana et al; 2018).

CANNABIDIOL
Os canabinoides naturais derivam da planta Cannabis sativa, que tem como
seus principais compostos ativos o delta-9-tetrahidrocanabinol (Δ⁹-THC), o canabinol
(CBD) e o tetrahidrocanabivarin (Gaoni e Mechoulam; 1964). O mecanismo de ação
dos canabinoides vai se basear através da ativação do sistema endocanabinoide, por
meio de receptores canabinoides, resultando na liberação de neurotransmissores,
destacando aqui o glutamato (Peterwee; 1997).
No sistema nervoso é possível encontrar dois tipos de receptores canabinoides,
o CB1, presente em sua maioria no sistema nervoso central, e o CB2, constituindo
como o principal receptor nos tecidos periféricos (Peterwee; 2008). Os receptores CB1
e CB2 estão agrupados na grande família dos receptores acoplados à proteína G e
possuem um agonista endógeno, de qual sua estrutura química é derivada do
di-benzopiran: o próprio Δ⁹-THC (Filho et al; 2019).
Há três outros grupos de agonistas sintéticos, que vão se diferenciar em sua
estrutura química. O segundo grupo tem como representante o composto CP 55, 940,
semelhante ao Δ⁹-THC, mas sem anel piran. O terceiro grupo é composto por
aminoalquil-indol, representado pelo WIN 55,212-2. O quarto grupo sintético é
proveniente do ácido araquidônico (Peterwee; 2008).
Estudos feitos por Esposito (2006, 2011) demonstraram que o CBD preveniu a
neurotoxicidade e a hiperfosforilação da proteína tau, além de promover neurogênese
no hipocampo dos ratos que utilizados para se fazer a inoculação de peptídeo humano
αβ no líquido cerebroespinhal. Esses achados favorecem o uso de CBD na terapia de
DA. Foi possível perceber ainda que, o Δ⁹-THC reduziu a agitação e a atividade motora
involuntária em pacientes com DA.
No Brasil, o uso medicinal da Cannabis ou de seus derivados ainda
apresenta-se com consideráveis barreiras. Em 2015, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) autorizou o uso medicinal de CBD após avaliação de diversos
estudos clínicos, os quais evidenciaram a possibilidade do uso terapêutico da
substância.

HIPÓTESE AMILOIDE
A hipótese amilóide, tem uma proposta em que a deposição de beta-amiloide é o
fator de início da AD, apresenta-se como assunto importante para ensaios de
tratamento. Os fármacos que possuem propriedades antiamilóides distribuem-se em
três categorias: inibidores da fibrilogênese, inibidores da formação e promotores da
depuração (Forlenza; 2005).
Dentre os inibidores da fibrilogênese, podemos citar o quelante de metais
cioquinol e o tramiprosate (NC-53). Estas substâncias apresentam como ponto comum
a propriedade de diminuir a transformação do peptídeo beta-amilóide solúvel nos
polímeros insolúveis (Forlenza; 2005).
O clioquinol (iodocloro hidroxiquina) configura-se como um quelante de cobre,
ferro e zinco. Sendo utilizado, até a década de 1960, por via oral como antibacteriano e
antifúngico. A partir de 1970, seu uso oral foi proscrito em decorrência da associação
com a neuropatia subaguda mielo-óptica, provavelmente causada por deficiência de
vitamina B12 (Ritchie et al; 2004). O clioquinol consegue transpor a barreira
hematoencefálica, sem perder sua propriedade quelante aos íons cobre e zinco. Estes
metais apresentam relação com a formação, manutenção e neurotoxicidade das placas
senis (Sant’Ana et al; 2018).
O tramiprosate (NC-531) vai se ligar ao beta-amiloide solúvel, barrando sua
interação com as glicosaminoglicanas, aparentemente necessária para a agregação e
deposição subsequente. Estudos clínicos evidenciam que o medicamento é seguro e
tolerável por indivíduos com DA de leve à moderada, com uma redução dos níveis de
beta-amiloide 42 (Ap42) à nível do líquido cefalorraquidiano (Aisen et al; 2011)
Os inibidores da formação dos beta-amiloides têm como função o bloqueio da
ação de enzimas proteolíticas, principalmente a betassecretase e a gamassecretase,
inseridas na clivagem amiloidogênica da PPA em peptídeos menores (Ap1-40 e
Ap1-42). Sendo assim, elas iram reduzir a formação do beta-amiloide (Aisen et al;
2011) Estudos iniciais com avagacestat e semagacestat, inibidores da gemassecretase,
revelaram diminuição tanto na produção, quanto no acúmulo dos beta-amiloides
(Sant’Ana et al; 2018).

IMUNOTERAPIA PARA DA
A imunoterapia na doença de Alzheimer (DA) apresenta-se como alternativa
terapêutica à necessidade de induzir uma resposta imunitária contra autoantígenos
sem provocar reações autoimunes adversas. Os principais alvos dessa nova
abordagem são a inibição do acúmulo de depósitos de Aβ42, o qual é o principal
peptídeo nas placas senis, e a tau hiperfosforilada, associada com a formação de
entrelaçados neurofibrilares no interior das células nervosas, ambos relacionados à
progressão da patologia (Aprahamian e Forlenza; 2013)
A estratégia de segmentar Aβ e tau simultaneamente ao longo do processo da
imunoterapia tem apresentado efeitos sinérgicos terapêuticos. Isso tem como
consequência a redução dos níveis totais de amiloide no cérebro e na remoção das
placas senis, tendo uma contribuição significante para a melhoria da memória e do
desempenho comportamental em estudos feitos com ratos (Sant’Ana et al; 2018).
Apesar dos avanços, ensaios clínicos, como o AN1792, fazendo o uso de
injeções de peptídeo Aβ1-42, foram interrompidos por conta do surgimento de
complicações, como o desenvolvimento de meningoencefalite. A imunoterapia com
Aβ42, ainda que tenha uma redução na proteína e na contagem de placas, não impediu
a evolução da demência. A imunização passiva com anticorpos anti-Aβ humanos, por
via intravenosa, aparece como uma abordagem mais promissora, embora tenha
complicações como edema vasogênico e micro-hemorragias cerebrais (Lannfelt et al;
2014).
Estudos, como por exemplo o ensaio clínico com Gammagard da Baxter
Internacional, demonstram resultados favoráveis, porém questionam a desaceleração
esperada do declínio cognitivo. A imunização de DNA, uma outra alternativa, indicou
uma redução dos níveis de Aβ42 e das placas em ratos, oferecendo uma perspectiva
única na imunoterapia (Lambracht-Washington e Rosenberg; 2013).
Para além, imunizações ativas e passivas contra tau demonstraram eficácia em
ratos, destacando a diversidade de abordagens terapêuticas em desenvolvimento. O
desafio está em encontrar intervenções que abordem simultaneamente múltiplos alvos,
como Aβ e tau, potencializando os benefícios terapêuticos na DA (Sant’Ana et al;
2018).

3. GLAUCOMA
O glaucoma, que atualmente ocupa a segunda colocação dentre as causas de
cegueira no mundo, com a projeção de atingir mais de 100 milhões de pessoas até o
ano de 2040, caracteriza-se por uma condição de aumento da pressão intraocular
(PIO), que apresenta como consequências danos às células ganglionares da retina,
bem como à camada de fibras nervosas e nervo óptico (Tham et al.; 2014). A PIO é
considerada o único fator de risco passível de modificação no tratamento do glaucoma,
por tanto são necessários medicamentos oftálmicos que desempenham um papel
fundamental na diminuição do risco de deterioração do campo visual. Para o atual
cenário, tem-se uma expectativa de que aproximadamente 80 milhões de pessoas
globalmente são afetadas pela enfermidade, em que até 74% dos casos
apresentam-se em sua forma primária de ângulo aberto (GPAA). A prevalência global
de GPAA em indivíduos na faixa dos de 40 anos é de 2,4%, e o custo anual dos
medicamentos que atuam na redução da PIO nos Estados Unidos é estimado em
aproximadamente mil milhões de dólares (Abdi; 2023).
Embora exista uma considerável disponibilidade de tratamentos tópicos
eficazes, à exemplo dos análogos de prostaglandina (como o latanoprosta/xalatan) de
primeira linha, entre 25% e 50% dos pacientes não conseguem obter sucesso em
atingir as metas de pressão intraocular. A combinação de mais de um colírio apresenta
desafios de adesão, dificultando sua eficácia (Newman-Casey et. al; 2015). Cirurgias
oculares invasivas, como cirurgia minimamente invasiva de glaucoma, são alternativas
para casos resistentes, porém estão associadas a complicações, por exemplo edema
de córnea e hemorragia. Em consideração à essa realidade, têm-se uma necessidade
de novas de ferramentas e abordagens clínicas mais eficazes a fim de prevenir a perda
irreversível da visão em pacientes com glaucoma (O’Callaghan et al.; 2023).
As abordagens de terapia genética baseadas em vírus adeno-associados (AAV)
apresentam um significativo sucesso em indicações oftalmológicas, como a amaurose
congênita de Leber. Mas, a entrega eficiente dos medicamentos aos tecidos oculares
alvo ainda é configurada como uma das barreiras a serem ultrapassadas (Baghban et
al.; 2023).
O desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, como lentes de contato
(CLs), tem surgido como objeto de extensas pesquisas com o objetivo de superar as
limitações dos sistemas convencionais de administração de medicamentos oculares no
tratamento da patologia (Baghban et al.; 2023).

LENTES DE CONTATO CARREGADAS DE LIPÍDIO


Dentre os diversos sistemas de distribuição de medicamentos, os nanomateriais
feitos à base de lipídios são os que apresentam o potencial mais promissor. Isto é
atribuído principalmente por fatores como a sua excepcional biocompatibilidade,
biodegradabilidade, capacidade substancial de carga de medicamentos e baixa
imunogenicidade (Lu et al.; 2023). O principal benefício das CLs carregadas de
materiais lipídicos está em sua capacidade de elevar a estabilidade do filme lacrimal.
Os lipídios que já estão naturalmente presentes na lágrima auxiliam na diminuição da
evaporação, bem como a manter um filme lacrimal estável, indispensável para a saúde
e o conforto ocular. Ao incorporar os componentes lipídicos no material da lente, as
CLs carregadas de materiais lipídicos têm a capacidade de imitar o filme lacrimal
natural, ocasionando um maior conforto, menor secura e maior tempo de uso. Para
além disso, esses dispositivos demonstraram possuir um potencial para a liberação
controlada de agentes terapêuticos (Xu et al.; 2019).
Em estudo liderado por Li et al. as CLs foram preparadas inserindo
microemulsões óleo em água (tamanhos médios de partícula: 20 a 35 nm) de butirato
de etila, as quais foram estabilizadas com uso do surfactante pluronic F127. O
propósito do estudo era avaliar a capacidade de retenção e o tempo de liberação do
timolol com o uso desta abordagem. O esperado era que o uso do surfactante teria um
poder de elevar a resistência à liberação do medicamento pelas vesículas lipídicas. Os
resultados obtidos evidenciaram que o timolol possuía uma alta capacidade de
retenção na sua forma básica. Mas, percebeu-se que a libertação de timolol era muito
rápida, indicando que o uso do pluronic F127 pode não ter cumprido com seu papel na
libertação prolongada de timolol. Esse fato pode ser atribuído ao baixo peso molecular
do timolol, uma vez que isso pode ter dificultado a liberação sustentada ainda que na
presença do surfactante (Li et al.; 2007).
Xu et al. fizeram relatos em estudos com CLs liberadoras de nanomicelas
(CLs-M) planejadas para administração sustentada de timolol e latanoprost
simultaneamente, a fim de aumentar a adesão do paciente e atingir as metas
desejadas de redução da PIO. A liberação de latanoprost e timolol das CLs-M ocorreu
progressivamente no decorrer de 120-144 horas. Pressupunha-se que os fármacos se
disseminavam por meio das micelas, alcançavam a matriz das CLs e posteriormente se
difundiam através da matriz para o meio de libertação (Xu et al.; 2019). Estudos
farmacocinéticos (PK) in vivo realizados em olhos de coelhos apresentaram liberação
sustentada de timolol por um período de até 120 horas e de latanoprost por até 96
horas no filme lacrimal. Em um estudo farmacodinâmico (PD) in vivo utilizando coelho
apresentando a PIO elevada, foi possível perceber uma redução sustentada da PIO por
mais de 168 horas (Baghban et al.; 2023).

4. DOENÇA DE PARKINSON (DP)

A Doença de Parkinson (DP), a segunda doença neurodegenerativa mais


comum, afeta principalmente pessoas acima dos 65 anos, com maior incidência em
homens (Nussbaum e Ellis, 2003; Toulouse e Sullivan, 2008). Cerca de 95% dos casos
são idiopáticos, não apresentando uma causa genética clara (Lill, 2016). A DP é
caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios dopaminérgicos, levando à
deposição de agregados da proteína α-sinucleína e resultando em sintomas motores
como bradicinesia, rigidez muscular, tremores e comprometimento postural (Kalia, Lang
e Shulman, 2015). Além dos sintomas motores, os pacientes apresentam sintomas não
motores, que podem surgir anos antes dos sintomas motores (Postuma et al., 2012).
As terapias farmacológicas atuais buscam atenuar os sintomas, mas não impedem a
progressão da doença. Essas opções incluem a combinação de levodopa-carbidopa
(Dutta et al., 2019), inibidores da monoamina oxidase tipo B, inibidores da
catecol-o-metiltransferase e agonistas dos receptores de dopamina (Kalia, Lang e
Shulman, 2015).

O papel do eixo microbiota-intestino-cérebro na Doença de Parkinson (DP),


destacando a comunicação bidirecional entre o cérebro e o intestino, modulada pelo
microbiota. Evidências indicam que a disfunção nesse eixo pode desempenhar um
papel crucial na patogênese da DP, com sintomas gastrointestinais frequentes. A
disbiose, observada em pacientes com DP, envolve alterações específicas no
microbiota, como a diminuição de Prevotellaceae e o aumento de Enterobacteriaceae
(Scheperjans et al., 2015). Essa disbiose está associada a uma propensão à infecção
por Helicobacter pylori (Felice et al., 2016) , cuja erradicação melhora os sintomas. A
diminuição de Prevotellaceae está relacionada a reduções nos níveis de grelina, uma
hormona intestinal envolvida na regulação da dopamina (Andrews et al., 2009). Além
disso, a disbiose resulta em menores níveis de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC),
afetando a síntese de mucina e aumentando a permeabilidade intestinal, associada à
acumulação de α-sinucleína nos pacientes com DP (Forsyth et al., 2011). A
compreensão desse papel do microbiota pode abrir novas possibilidades terapêuticas,
focando a modulação da microbiota como uma estratégia para abordar sintomas e a
progressão da DP.

Os probióticos, como Bifidobacterium infantis, demonstraram eficácia na redução


de citocinas inflamatórias em modelos animais, enquanto Lactobacillus reuteri
melhorou a frequência das evacuações em adultos com obstipação. Em pacientes com
DP, estudos são limitados, mas o uso de Lactobacillus casei Shirota melhorou a
consistência das fezes e reduziu dor abdominal.

Os prebióticos, como galacto-oligossacarídeos (GOS) e fruto-oligossacarídeos


(FOS), podem promover a neuroproteção cerebral ao aumentar os níveis de fator
neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). Outros prebióticos, como arabinoxilano e
inulina, estimulam bactérias produtoras de butirato, melhorando a função imunológica,
motilidade intestinal e obstipação.

Os polifenóis, metabolitos de plantas, têm o potencial de modular vias de


sinalização celular, prevenindo a ativação exacerbada da microglia, disfunção
mitocondrial e estresse oxidativo associados à DP. Além disso, alguns polifenóis agem
como prebióticos, influenciando positivamente a microbiota intestinal. O consumo de
vinho tinto demonstrou aumentar a proporção de filos bacterianos no intestino.

Em resumo, essas intervenções visam melhorar a composição da microbiota,


reduzir a inflamação, promover a neuroproteção cerebral e aliviar sintomas
gastrointestinais, oferecendo perspectivas interessantes para o tratamento
complementar da DP.

5. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA)

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma desordem neurodegenerativa


progressiva que afeta os neurônios motores. A revisão de literatura destaca a rareza da
doença, com prevalência maior em homens, e explora sua etiopatogênese, que
envolve alterações genéticas e fatores como exotoxicidade e estresse oxidativo. Os
sintomas incluem perda de movimentos refinados, dificuldades na deglutição e fala,
miastenia e efeitos pseudobulbares. O tratamento, limitado ao riluzol, é discutido, assim
como outras drogas e intervenções cirúrgicas em estudo. O suporte abrange cuidados
com vários aspectos, como sialorréia e insuficiência respiratória. Apesar dos avanços
na compreensão da patologia, a terapêutica específica ainda é restrita, e a visibilidade
midiática desempenha um papel na promoção de novos estudos(NOGUEIRA
BERTAZZI, 2017).
Pesquisas recentes no campo da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e terapias
potenciais envolvendo células-tronco. Destacam-se estudos que demonstram a
capacidade de células-tronco neuronais, derivadas de neurônios motores humanos, em
promover a recuperação funcional quando transplantadas na medula espinhal de
macacos lesionados. No entanto, também são mencionados estudos que questionam a
eficácia clínica de certos procedimentos, como a administração de células CD34+ em
pacientes com ELA.

O texto destaca a importância do transporte eficiente das células-tronco até


áreas danificadas, mencionando modificações na superfície das células CD44 para
melhor interação adesiva. Pesquisas recentes exploram a administração intravenosa
de células-tronco neuronais, observando sua capacidade de colonizar áreas
específicas no sistema nervoso central.

Além disso, o texto discute estudos sobre os efeitos das células-tronco no


ambiente da ELA, como a regulação do transporte de glutamato em astrócitos
cultivados e a produção de fatores neuroprotetores. Resultados indicam que o
transplante de células-tronco pode prolongar a sobrevida de animais, promover a
sobrevivência dos neurônios motores e melhorar a função neuromuscular. Essas
descobertas sugerem que o transplante de células-tronco pode ser uma terapia eficaz
para a ELA e outras doenças neurodegenerativas.

6. ESCLEROSE MÚLTIPLA

A esclerose múltipla (EM) é uma condição que afeta o sistema nervoso central,
composto pelo cérebro, medula espinhal e nervo óptico. Essa doença crônica e
autoimune tem causas genéticas e ambientais, sendo bastante heterogênea, variando
em manifestações e gravidade entre os pacientes. Embora seja conhecida por afetar
pessoas em todo o mundo há séculos, a falta de documentação detalhada antes do
século XIX limita o entendimento preciso sobre a EM nesse período.

Células-tronco hematopoéticas multipotentes, retiradas da medula óssea, cordão


umbilical ou sangue periférico, são transplantadas para tratar diversas doenças,
inicialmente focando em malignidades hematológicas, mas agora abrangendo também
doenças autoimunes. Estudos revelaram que esse transplante reduz a progressão da
esclerose múltipla em cerca de 70% dos pacientes com a forma ativa, diminuindo as
recaídas e controlando a inflamação observada em exames. Essa abordagem é
considerada eficaz, especialmente para pacientes com formas agressivas não
responsivas a terapias convencionais. O mecanismo envolve a eliminação de células
autoimunes, a reprogramação da resposta imunológica e, possivelmente, a promoção
de processos regenerativos no sistema nervoso central, agindo como um "reboot"
imunológico para prevenir a inflamação associada à doença. No entanto, a aplicação
dessa terapia requer estudos clínicos mais detalhados para avaliar sua relação de risco
e benefício em comparação com as terapias convencionais.

Abordagens terapêuticas seletivas do sistema imunológico têm como alvo a


restauração da tolerância a autoantígenos associados à esclerose múltipla (EM). Uma
vacina de DNA foi desenvolvida, visando induzir tolerância à proteína básica de mielina
(MBP) humana em pacientes com EM. Em um estudo, pacientes com formas
recorrentes e progressivas da doença receberam quatro injeções da vacina em doses
crescentes, resultando em melhorias na ressonância magnética cerebral e na redução
do número de células T CD4+. Essa abordagem mostra-se promissora na busca por
terapias mais eficazes para a EM.(CATARINA; SANTANA, 2020)
A MIS416, uma micropartícula derivada da Propionibacterium acnes inicialmente
concebida como adjuvante de vacinas, tem sido estudada por sua capacidade de
modular a resposta imunológica mieloide (CATARINA; SANTANA, 2020). No entanto,
mesmo após um ensaio clínico de fase II para avaliar seu potencial na esclerose
múltipla progressiva secundária, os resultados não indicaram benefícios substanciais.
Os pesquisadores estão agora analisando profundamente os dados antes de decidir os
próximos passos para este medicamento.

As estatinas, originalmente utilizadas para controlar a hipercolesterolemia, estão


sendo exploradas por suas propriedades que afetam o sistema imunológico e oferecem
proteção ao sistema nervoso. Em um ensaio clínico de fase II com pacientes que têm
esclerose múltipla progressiva secundária (EMPS), a sinvastatina, uma estatina
específica, mostrou uma redução significativa na taxa anual de atrofia cerebral, além de
retardar a progressão da doença. Atualmente, está em andamento um estudo de fase
III para investigar os efeitos da sinvastatina na EMPS, buscando esclarecer se a
redução da progressão da doença está associada à diminuição dos níveis de colesterol
nos pacientes.(CATARINA; SANTANA, 2020)

REFERÊNCIAS

1. Flores, Leandro Ebling; Zamin, Lauren Lúcia. Potencial neuroprotetor,


antioxidante e anti-inflamatório do Canabidiol: relevância e perspectivas para o
tratamento de doenças neurodegenerativas. Rev. Ciênc. Méd. Biol., Salvador, v.
16, n. 2, p. 224-229, mai./ago. 2017
2. JOSEPH, J. et al. Nutrition, brain aging, and neurodegeneration. J. Neu-rosci.,
Baltimore,v. 29, n. 41, p.12795-12801, 2009.
3. NUSSBAUM, R. L; MCINNES, R. R; WILLARD, H. F. Genética Médica. 7 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2008
4. Rech, R. S., Padovani, M. M. P., Oliveira, N. F., Souza Alós, B. G., Ayres, A., &
Olchik, M. R.. (2022). Fatores associados a fragilidade em pacientes com
doenças neurodegenerativas. Codas, 34(5), e20200214.
https://doi.org/10.1590/2317-1782/20212020214
5. THE GLOBAL impact of dementia: an analysis of prevalence, incidence, cost and
trends. London: Alzheimer’s Disease International, 2015
6. Aisen PS, Gauthier S, Ferris SH, Saumier D, Haine D, Garceau D, et al.
Tramiprosate in mild-to-moderate Alzheimer’s disease – a randomized,
double-blind, placebo-controlled, multi-centre study (the Alphase Study). Arch
Med Sci. 2011;7(1):102-11.
7. Aprahamian I, Stella F, Forlenza OV. New treatment strategies for Alzheimer’s
disease: is there a hope? Indian J Med Res. 2013; 138(4):449-60.
8. Brasil (ANVISA). Canabidiol [Internet]. ANVISA-AGENCIA NACIONAL DE
VIGILANCIA SANITARIA. 2018. Disponível em: http:// portal.anvisa.gov.br
9. Chung J, Cummings J. Neurobehavioral and Neuropsychiatric symptoms in
Alzheimer’s Disease. Neurol Clin. 2000 novembro; 18(4):829-846
10. Esposito G, De Filippis D, Carnuccio R, Izzo AA, Iuvone T. The marijuana
component cannabidiol inhibits β-amyloid-induced tau protein
hyperphosphorylation through Wnt/β-catenin pathway rescue in PC12 cells. J
Mol Med. 2006 março; 84(3):253-258.
11. Esposito G, Scuderi C, Valenza M, et al. Cannabidiol Reduces Aβ-Induced
Neuroinflammation and Promotes Hippocampal Neurogenesis through PPARγ
Involvement. PLoS One. 2011 dezembro 05; 6(12): 2866-2868.
12. Ferrer I. Defining Alzheimer as a common age-related neurodegenerative
process not inevitably leading to dementia. Progr Neurobiol. 2012 abril;
97(1):38-51
13. Filho, Marcelo Ferrari de Almeida Camargo; Romanini, Aline Puzzi; Pyrich,
Beatriz Cavalheiro; Pedri, Erica; Fontoura, Giovanna Correa; Zorrer, Luís
Augusto; Gonçalves, Vitoria Diana Mateus de Almeida; Gianini, Viktor Cleto
Morais; Müller, Juliane Centeno. Canabinoides como uma nova opção
terapêutica nas doenças de Parkinson e de Alzheimer: uma revisão de literatura.
Revista Brasileira de Neurologia » Volume 55 » Nº 2 » ABR/MAI/JUN 2019.
14. Forlenza OV. Tratamento farmacológico da doença de Alzheimer. Rev Psiquiatr
Clín [Internet]. 2005;32(3): 137-48. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v32n3/ a06v32n3.pdf
15. Gaoni Y, Mechoulam R. Isolation, Structure, and Partial Synthesis of an Active
Constituent of Hashish. J. Am. Chem. Soc. 1964 abril; 86(8):1646-1647.
16. Lambracht-Washington D, Rosenberg RN. Anti-amyloid beta to tau - based
immunization: developments in immunotherapy for Alzheimer disease.
Immunotargets Ther. 2013;2013(2):105-14.
17. Lannfelt L, Möller C, Basun H, Osswald G, Sehlin D, Satlin A, et al. Perspectives
on future Alzheimer therapies: amyloid-β protofibrils - a new target for
immunotherapy with BAN2401 in Alzheimer’s disease. Alzheimers Res Ther.
2014;6(2):16.
18. Medeiros R. A doença de Alzheimer como um processo neuroinflamatório [tese].
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2007. 139 p
19. Pertwee RG. Pharmacology of cannabinoid CB1 and CB2 receptors. Pharmacol
Ther. 1997; 74(2):129-180.
20. Pertwee RG. Ligands that target cannabinoid receptors in the brain: from THC to
anandamide and beyond. Addict Biol. 2008 junho; 13(2):147-159.
21. Ritchie CW, Arbusto AI, Mackinnon A, Macfariane S, Mastwyk M, MacGregor L,
et al. Metal-protein attenuation with iodochlorhydroxyquin (clioquinol) targeting
Abeta amyloid deposition and toxicity in Alzheimer disease: a pilot phase 2
clinical trial. Arch Neurol. 2003;60(12):1685-91. Erratum in: Arch Neurol.
2004;61(5):776.
22. Sant’Ana, Natalia Jordy; Filho, Paulo Henrique Garcia; Mendonça, Roberta Rios;
Kamada, Márcio. Terapia antiamiloide: uma nova estratégia para tratamento da
doença de Alzheimer. Rev Soc Bras Clin Med. 2018 abr-jun;16(2):127-31
23. Selkoe D. Preventing Alzheimer’s Disease. Science. 2012 setembro;
337(6101):1488-1492.
24. Serenki A, Vital MB. A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos e
farmacológicos. Rev Psiquiatr. Rio Gd. Sul [Internet]. 2008;30(1): Disponível em:
http://www.scielo.br/ pdf/rprs/v30n1s0/v30n1a02s0.pdf
25. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia; Academia Brasileira de
Neurologia; Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Doença
de Alzheimer: prevenção e tratamento [Internet]. São Paulo: Associação Médica
Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar; 2011. Disponível em:
http://diretrizes.amb.org.br/ans/doenca_de_
alzheimer-prevencao_e_tratamento.pdf
26. Sun J, Roy S. Gene-based therapies for neurodegenerative diseases. Nat
Neurosci. 2021 Mar;24(3):297-311. doi: 10.1038/s41593-020-00778-1. Epub
2021 Feb 1. PMID: 33526943; PMCID: PMC8394447.
27. Abdi B, Mofidfar M, Hassanpour F, Cilingir EK, Kalajahi SK, Milani PH et al.
Therapeutic contact lenses for the treatment of corneal and ocular surface
Diseases: advances in extended and targeted drug delivery. Int J Pharm.
2023:122740.
28. Baghban, R., Talebnejad, M.R., Meshksar, A. et al. Recent advancements in
nanomaterial-laden contact lenses for diagnosis and treatment of glaucoma,
review and update. J Nanobiotechnol 21, 402 (2023).
https://doi.org/10.1186/s12951-023-02166-w
29. Jeffrey O’Callaghan et al. ,Matrix metalloproteinase-3 (MMP-3)–mediated gene
therapy for glaucoma.Sci. Adv.9,eadf6537(2023).DOI:10.1126/sciadv.adf6537
30. Li C-C, Abrahamson M, Kapoor Y, Chauhan A. Timolol transport from
microemulsions trapped in HEMA gels. J Colloid Interface Sci.
2007;315(1):297–306.
31. Lu Y, Pan X, Nie Q, Zhou Z, Dai X, Liu O. Administration methods of lipid-based
nanoparticle delivery systems for cancer treatment. Biomaterials Sci.
2023;11(11):3800–12.
32. P. A. Newman-Casey, A. L. Robin, T. Blachley, K. Farris, M. Heisler, K. Resnicow,
P. P. Lee, The most common barriers to glaucoma medication adherence: A
cross-sectional survey. Ophthalmology 122, 1308–1316 (2015)
33. Xu W, Jiao W, Li S, Tao X, Mu G. Bimatoprost loaded microemulsion laden
contact lens to treat glaucoma. J Drug Deliv Sci Technol. 2019;54:101330
34. Y. C. Tham, X. Li, T. Y. Wong, H. A. Quigley, T. Aung, C. Y. Cheng, Global
prevalence of glaucoma and projections of glaucoma burden through 2040: A
systematic review and meta-analysis. Ophthalmology 121, 2081–2090 (2014)
35. CATARINA, A.; SANTANA, S. A Imunoterapia na Esclerose Múltipla. [s.l: s.n.].
Disponível em:
<https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/52380/1/MICF_Ana_Catarina_Santana.
pdf>.
36. ‌RODRIGUES LIMA, S.; BRAGA GOMES, K. Esclerose lateral amiotrófica e o
tratamento com células-tronco. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica
Médica, v. 8, n. 6, p. 531–537, set. 8DC.
37. NOGUEIRA BERTAZZI, R. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA. Revista de
Patologia do Tocantins, v. 4, n. 3, p. 54–65, [s.d.].
38. NUSSBAUM, R.; ELLIS, C. - Alzheimer’s Disease and Parkinson’s Disease.
New England Journal of Medicine. ISSN 0028-4793. 348:14 (2003) 1356–1364.
39. TOULOUSE, A.; SULLIVAN, A. - Progress in Parkinson’s disease-Where do we
stand? Progress in Neurobiology. ISSN 03010082. 85:4 (2008) 376–392.
40. LILL, C. - Genetics of Parkinson’s disease. Molecular and Cellular Probes. ISSN
10961194. 30:6 (2016) 386–396
41. KALIA, L.; LANG, A.; SHULMAN, G. - Parkinson ’ s disease. The Lancet. . ISSN
0140-6736. 386 (2015) 896–912
42. POSTUMA, R.; AARSLAND, D.; BARONE, P.; BURN, D.; HAWKES, C.;
OERTEL, W.; ZIEMSSEN, T. - Identifying prodromal Parkinson’s disease:
Pre-Motor disorders in Parkinson’s disease. Movement Disorders. ISSN
08853185. 27:5 (2012) 617–626
43. DUTTA, S.; VERMA, S.; JAIN, V.; SURAPANENI, B.; VINAYEK, R.; PHILLIPS, L.;
NAIR, P. - Parkinson’s Disease: The Emerging Role of Gut Dysbiosis, Antibiotics,
Probiotics, and Fecal Microbiota Transplantation. Journal of
Neurogastroenterology and Motility. ISSN 2093-0879. 25:3 (2019) 363–376.
44. SCHEPERJANS, F.; AHO, V.; PEREIRA, P.; KOSKINEN, K.; PAULIN, L.;
PEKKONEN, E.; HAAPANIEMI, E.; KAAKKOLA, S.; EEROLA-RAUTIO, J.;
POHJA, M.; KINNUNEN, E.; MURROS, K.; AUVINEN, P. - Gut microbiota are
related to Parkinson’s disease and clinical phenotype. Movement Disorders.
ISSN 0885-3185. 30:3 (2015) 350–358.
45. FELICE, V.; QUIGLEY, E.; SULLIVAN, A.; O'KEEFE, G.; O'MAHONY, S. -
Microbiota-gut-brain signalling in Parkinson’s disease: Implications for non-motor
symptoms. Parkinsonism and Related Disorders. 27 (2016) 1–8. ANDREWS, Z.;
ERION, D.; BEILER, R.; LIU, Z.; ABIZAID, A.; ZIGMAN, J.; ELSWORTH, J.;
SAVITT, J.; DIMARCHI, R.; TSCHOEP, M.; ROTH, R.; GAO, X.; HORVATH, T. -
Ghrelin promotes and protects nigrostriatal dopamine function via a
UCP2-dependent mitochondrial mechanism. Journal of Neuroscience. ISSN
02706474. 29:45 (2009) 14057–14065.
46. FORSYTH, C.; SHANNON, K.; KORDOWER, J.; VOIGT, R.; SHAIKH, M.;
JAGLIN, J.; ESTES, J.; DODIYA, H.; KESHAVARZIAN, A. - Increased intestinal
permeability correlates with sigmoid mucosa alpha-synuclein staining and
endotoxin exposure markers in early Parkinson’s disease. PLoS ONE. ISSN
19326203. 6:12 (2011) e28032.
47. CADIMA, J. C. P. “O eixo microbiota-intestino-cérebro na Doença de Parkinson”.
Disponível em: <https://hdl.handle.net/10316/93079>. Acesso em: 27 nov. 2023.

Você também pode gostar