Você está na página 1de 5

Curso de Psicologia

DISCIPLINA: Práticas Psicológicas – Plantão Psicológico


TURMA: PS8/9P28 - PS8/9A28 TURNO: Noturno/Diurno SEMESTRE: 8º / 9º
PERÍODO: Diurno/noturno
PROFª ORIENTADORA DO ESTÁGIO:  Profª Drª Luciana T B Rosa e Profª Ms. Thamires Monteiro Gonçalves.
ATIVIDADES DE SUPERVISÃO
INSTRUÇÕES

As atividades supervisionadas são parte das nossas atividades iniciais de estágio. Neste documento você
encontrará 4 casos que serão objeto de discussão, como descrito em nosso cronograma. Os casos deverão ser
analisados com base nos textos propostos e entregues a cada supervisão (digitado ou a mão) e para tanto você
deverá responder as questões apontadas em cada um deles.

CASOS
CASO 1

karen Davis, 39 anos, repórter de televisão, consultou um psiquiatra do programa de assistência aos empregados da
rede em que trabalha, algumas semanas após testemunhar a execução de um criminoso. Por vários anos, ela
acompanhara a história do presidiário, enquanto aproximava-se a data da execução. A execução, em si, foi
extraordinariamente prolongada e terrível; junto com seus colegas, ela manteve uma vigília por várias horas, enquanto
diversas prorrogações de última hora eram obtidas e, á seguir, anuladas por órgãos judiciais. Em determinado
momento, o detento chegou a ser atado à cadeira, quando um telefonema de um juiz federal, literalmente no último
minuto, suspendeu a execução e o presidiário foi retirado vivo da câmara de gás. Quando a execução finalmente
ocorreu, Karen e seus colegas ficaram observando de uma distância de cerca de 3 metros, através das janelas da
câmara de gás. Os olhos do detento rolaram para cima escondendo-se sob as pálpebras, seu corpo se contorcia em
movimentos convulsivos involuntários, terminando sufocado, babando, sacudido por convulsões. Após uns 5 minutos,
o corpo imobilizou-se e foi declarado morto pelas autoridades carcerárias.
Karen disse ao psiquiatra: “Quando se vê alguém morrer, é impossível esquecer”. Em seu entender, o papel
profissional de fazer um registro objetivo dos fatos, de início, foi útil, no sentido de dissociá-la de sua resposta
emocional. Ele recordava, por exemplo, a sensação de secura em sua boca no momento da execução, mas isso não
foi acompanhado de resposta emocional. Uma sensação de distanciamento, que ela descreveu como “surrealista e
macabra”, persistiu alguns dias após o evento. Por uma semana após a execução, continuou distanciada de seus
sentimentos, “em um estado de torpor, diferente de meu “eu” habitual”.
Nas últimas semanas desde a execução, ela perdeu a empolgação com seu trabalho. Sentiu-se surpresa, por
exemplo, com sua relutância em cobrir um conflito de rua ocorrido logo após a execução, uma matéria que
normalmente lhe causaria grande entusiasmo. Além disso, afirma que tornou-se irritável, com ataques irados contra
seu marido, que o levaram a sugerir uma consulta de ambos com um conselheiro matrimonial. Karen vem tendo
dificuldades para manter o sono e tem pesadelos freqüentes. Ela afirma que pensa no evento pelo menos uma por dia,
com vívidas imagens “fotográficas” do momento da execução.

Questões
1. Descreva os aspectos principais da crise e a proposta de intervenção associada.
2. No caso anterior o que podemos entender como crise ?
3. O que podemos propor como intervenção baseados na teoria da intervenção em crise?
CASO 2

Flávio é um estudante de pós graduação em economia, de 45 anos. Ele voltou a estudar após trabalhar como gerente
executivo por vários anos desde que saiu da faculdade. Apresenta sintomas de disforia, pouca energia e baixa
autoestima. O fator que o levou a procurar ajuda psicológica foi o rompimento de um namoro de 9 meses. Esse
relacionamento foi o segundo relacionamento de longa duração com uma mulher. Flávio já havia sido noivo na
faculdade, e sua noiva rompeu o noivado pouco antes da formatura. Desde esse rompimento, que Flávio nunca
compreendeu, ele teve poucas namoradas, preferindo atividades em grupo a namoros. Ele conheceu a última
namorada quando estava no centro de informática da faculdade. Ela era aluna do quarto ano do curso de artes.
Tiveram um breve namoro, e ela foi fazer um curso de verão no exterior. Quando ela retornou, eles tiveram um
relacionamento intenso e exclusivo. Ao final do ano letivo, a namorada disse que sentia que o relacionamento não
tinha futuro e não queria mais vê-lo. Flávio ficou perplexo e perturbado com isso. Eles nunca haviam brigado e ele diz
ter se comportado de forma carinhosa e ter sempre atendido às necessidades dela no relacionamento. O único fator
que ele acreditava que poderia significar algum conflito é que ela o acusava de “manter distância emocional”.
Desde o rompimento, há cinco meses, Flávio está disfórico, não teve contato com mulheres e tem evitado alguns dos
velhos amigos. Tem-se envolvido com seus estudos e assistido TV durante o seu tempo livre. Rotineiramente, rejeita
convites para estar com amigos ou para participar de reuniões sociais. Ele aumentou seu consumo regular de
maconha nos finais de semana e está fumando três ou quatro noites por semana. Ele sente que a maconha “suaviza
as coisas”.
Ele se descreve como um “fracassado crônico” nos estudos, perdendo o interesse nas coisas que começava, mas
após a faculdade, conseguiu um ótimo emprego como administrador de uma empresa de software. Normalmente
perdia oportunidades de promoção porque se negava, conforme suas palavras, a “entrar no jogo”, e recusava convites
para reuniões, festas e eventos da firma. Ele tomou a decisão de fazer pós graduação há dois anos, e tem se saído
razoavelmente bem, embora não saiba o que fará com o diploma.
Flávio tomou a decisão de buscar terapia pela primeira vez após o rompimento, porque se sente incapaz de procurar
outro relacionamento. Sua irmã mais próxima, cinco anos mais velha, também sugeriu que ele buscasse ajuda. Ele
sente que “falta algo”, e que as outras pessoas geralmente parecem mais capazes do que ele em ambientes sociais.

Questões
1. Considerando o caso acima aponte como podemos entender o problema de Flávio a luz do embasamento
teórico do plantão psicológico (tome o cuidado realmente usar dados da teoria discutida nos textos).
2. Considerando o atendimento em crise proposto pelo plantão psicológico, e baseado na intervenção na crise,
quais devem ser os passos neste atendimento?
3. Considerando o caso você encaminharia o paciente ou o manteria em plantão, justifique sua resposta.
CASO 3

Caio buscou atendimento em plantão psicológico referindo problemas no relacionamento com João, seu
parceiro, Revelou que vinham experimentando conflitos crescentes envolvendo a questão de morarem juntos. Caio
descreveu uma busca por apartamento que durou vários meses e que considerou “angustiante” devido ao rígido
horário de trabalho de João e à sua lista “interminável” de requisitos para o apartamento. Eles não conseguiam tomar
uma decisão e, por fim, resolveram simplesmente dividir o apartamento de João. Na conclusão de Caio, “João
venceu”.
João se recusou a contratar uma empresa de mudanças para levar os pertences do namorado e insistiu em
embalar pessoalmente e fazer um inventário de todos os itens que o namorado estava levando. O que deveria ter
durado dois dias levou uma semana. Assim que os objetos foram transportados para o apartamento de João, Caio
começou a reclamar das “regras malucas” de João sobre onde os objetos poderiam ser colocados na prateleira, para
qual direção os cabides do armário deveriam ficar voltados, e se suas roupas podiam se misturar. Além disso, Caio
queixou-se que mal havia espaço para seus pertences porque João nunca jogava nada fora. “Tenho pavor de perder
alguma coisa importante”, acrescentou João.
Ao longo das semanas seguintes, discussões começavam todas as noites quando abriam as caixas no
apartamento. Para piorar a situação, João, com frequência, voltava para casa depois das 21 ou 22h, porque seguia
uma regra pessoal de sempre “zerar” suas listas de tarefas no final do dia. Caio frequentemente acordava de manhã e
encontrava João organizando prateleiras e armários e dispondo livros em ordem alfabética por autor com uma
expressão severa. Durante todo o processo, João parecia se esforçar para fazer tudo enquanto se divertia cada vez
menos e obtinha menos resultados. Caio via-se cada vez mais distante de seu namorado quanto mais viviam juntos.
O Terapeuta para compreender melhor a situação solicitou para Caio realizar uma sessão com João para
investigar de forma mais clara os acontecimentos relatados por ele.
Na entrevista João negou sintomas de depressão e de ansiedade flutuante. Afirmou que nunca havia
experimentado cigarros ou álcool e acrescentou: “Não gostaria de sentir que perdi o controle”. Negou história familiar
de doença mental. Foi criado em um ambiente familiar com ambos os pais e havia sido um aluno de ensino médio e
estudante universitário acima da média. Ele era filho único e dividiu um quarto pela primeira vez quando entrou na
faculdade. Descreveu a experiência como difícil, devido a “estilos conflitantes – ele era bagunceiro e eu sabia que as
coisas devem se manter organizadas”. Na metade daquele ano mudou-se para um quarto só seu na residência
estudantil e não morou com mais ninguém até a mudança de Caio. João tinha o apreço de seu chefe, ganhando
reconhecimento como “empregado do mês” três vezes em dois anos. As opiniões obtidas junto a colegas e
subordinados não eram tão entusiásticas, indicando que ele era rígido, perfeccionista e crítico demais.
Durante o exame, a aparência de João era a de um homem magro com óculos e gel no cabelo, sentado no sofá.
Estava vestido de forma meticulosa. Esteve cooperativo durante a entrevista. Seu discurso tinha velocidade e tons
normais. O afeto era irritável. Não havia evidências de depressão. Negou fobias específicas e achava que nunca havia
vivenciado um ataque de pânico. No final da consulta, João comentou: “sei que sou uma pessoa difícil, mas realmente
quero que nosso relacionamento dê certo”.

Questões
1. Considerando o caso acima aponte como podemos entender o problema de Caio a luz do embasamento
teórico do plantão psicológico (tome o cuidado realmente usar dados da teoria discutida nos textos).
2. Analise o caso de Caio a partir do modelo ABCX discutido no texto base.
3. O terapeuta solicitou que João viesse para o atendimento para coletar mais informações sobre a situação.
Aponte se esta conduta está correta ou não e justifique sua resposta. Aponte ainda com base na sua
compreensão quais encaminhamentos devem ser feitos neste caso.
CASO 4

Connie, uma dona-de-casa de 33 anos e mãe de Robert, de 4 anos, é encaminhada por seu clínico geral
para um programa psiquiátrico ambulatorial em razão de sua queixa de que tem estado deprimida e incapaz de se
concentrar desde a separação de seu marido, há 3 meses.
Connie deixou o marido, Donald, após um casamento de 5 anos. Violentas discussões entre os dois, durante
as quais Connie era espancada, haviam ocorrido durante os últimos 4 anos de seu casamento, começando quando
ela ficou grávida de Robert. Todos os dias ocorriam discussões, durante as quais Donald batia na esposa com força
suficiente para deixar-lhe hematomas na face e nos braços. Durante a última discussão, acerca de um caro triciclo
que Connie havia comprado para o filho, o marido apontou um revólver carregado contra a cabeça de Robert e
ameaçou matá-lo se ela não concordasse em devolver o triciclo à loja. Connie obteve um mandado judicial proibindo
Donald de manter qualquer contato com ela e seu filho. Ela levou Robert para o apartamento de seus pais, onde
ainda estão vivendo.
Connie é filha única e formou-se em um curso de secretariado. Ela trabalhou como secretária executiva por 6
anos, antes do casamento e durante os dois primeiros anos desse, até o nascimento de Robert. Antes de casar-se,
Connie tinha seu próprio apartamento. Ela era chegada aos pais, visitando-os semanalmente e falando com eles
várias vezes por semana ao telefone. Ela ainda tem algumas amigas do tempo de estudante. No segundo grau, ela
fora uma chefe de torcida muito popular e uma boa estudante. No escritório onde trabalhou como secretária era
encarregada de organizar festas em ocasiões especiais e coletas de dinheiro para presentes aos empregados. Ela
não tinha uma história pessoal de depressão, nem havia uma história familiar de violência, doença mental ou abuso
de substâncias. Seus pais estiveram casados e felizes por 25 anos.
Connie conheceu Donald no trabalho, onde ele era contador. Eles casaram-se após um namoro de 3 meses,
durante os quais Connie viu Donald usar cocaína duas vezes em festas. Quando ela expressou preocupação, ele
confortou-a dizendo que estava apenas “tentando ser sociável” e negou qualquer uso regular.
Donald, formado em contabilidade, é o mais velho dos três irmãos. Seu pai bebia meio litro de bourbon todas
as noites e, freqüentemente, batia na mãe de Donald. Os dois irmãos mais jovens de Donald têm histórias de abuso
de substâncias.
Durante seu primeiro ano de casamento, Donald tornou-se gradualmente irritável crítico. Ele começou a pedir
que Connie parasse de telefonar e ver suas amigas após o trabalho, e proibiu os sogros de visitarem seu
apartamento. Connie convenceu-o a tentar a terapia conjugal, mas ele recusou-se a continuar, após as duas sessões
iniciais.
Apesar da apreensão quanto ao comportamento do marido, Connie decidiu engravidar. Durante a sétimo
mês de gravidez, ela desenvolveu tromboflebite e precisou permanecer em casa acamada. Donald começou a
queixar-se de que a apartamento não estava suficientemente limpo e que Connie não era capaz de fazer a feira. Ele
jamais ajudou-a com as tarefas domésticas. Ele recusou-se a permitir que a sogra viesse ao apartamento para ajudar.
Certa manhã, quando não consegui encontrar uma camisa limpa, irritou-se e gritou com Connie. Quando ela sugeriu
que ele recolhesse uma camisa da roupa para lavar, ele começou a agredi-la a socos. Ela deixou-o e foi viver com os
pais por uma semana. Ele expressou remorso pela agressão e concordou em retomar a terapia conjugal.
Por insistência de seus próprios pais e do marido, Connie voltou ao apartamento. Não acorreram outros
episódios de violência até algum tempo depois do nascimento de Robert. Na época, Donald começou a usar cocaína
todos os finais de semana e, freqüentemente, tornava-se violento, quando intoxicado.
Nos 3 meses desde que deixou Donald, Connie tem-se sentido cada vez mais deprimida. Ela tem pouco
apetite e perdeu 4 quilos. Ela chora muito e, freqüentemente, desperta às 5h, sem conseguir dormir novamente.
Desde que ela o deixou, Donald telefona para a casa dos pais da ex-esposa pedindo-lhe que volte para casa. Uma
semana antes da avaliação psiquiátrica, os pais de Connie levaram-na ao médico. O exame físico foi normal, e ela foi
encaminhada para tratamento psiquiátrico.
Quando atendida no ambulatório de psiquiatria, Connie está pálida e magra, veste jeans velhos e um suéter
azul escuro. Seu cabelo está em desalinho e ela parece ser mais velha do que é. Falando lentamente, ela descreve
seu humor deprimido e falta de energia, e diz que seu único prazer é estar com o filho. Ela é capaz de cuidar dele
fisicamente, mas sente-se culpada, porque a preocupação com seus próprios sentimentos ruins não deixa brincar
com ele. Ela, atualmente, tem contatos sociais, à exceção de seus pais e seu filho. Ela sente-se inútil e culpa a si
mesma por seus problemas conjugais, dizendo que se fosse uma esposa melhor, talvez Donald tivesse conseguido
abandonar a cocaína. Quando perguntada por que permanecera tanto tempo com ele, ele explica que sua família era
contra o divórcio e dizia-lhe sempre que devia tentar com mais empenho transformar seu casamento em sucesso. Ela
também pensava em como seria sua vida, tentando cuidar do filho e trabalhando em turno integral, o que não
conseguia imaginar.
Questões (Texto parceiros violentos)
1. Considerando o caso acima aponte como podemos entender o caso da Connie a luz do embasamento
teórico do plantão psicológico (tome o cuidado realmente usar dados da teoria discutida nos textos).
2. Considerando que você é o terapeuta de plantão de Connie que chega contando a da última briga com
Donald, quais podem ser suas orientações e intervenções.
3. Você acredita que você deveria orientar Connie que sai de casa e vá para casa do seus pais?

Questões (Texto divórico)


1. Considerando o caso acima aponte como podemos entender o caso da Connie a luz do embasamento
teórico do plantão psicológico (tome o cuidado realmente usar dados da teoria discutida nos textos).
2. Considerando que você é o terapeuta de plantão de Connie que chega nesse momento vivenciando a
finalização desse relacionamento, quais poderiam ser suas intervenções?
3. Quais são significados da paciente sobre sua relação que podem estar na base de suas dificuldades em lidar
com esse momento?

Você também pode gostar