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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

DISCIPLINA: PSICODIAGNÓSTICO

TRABALHO COMPONENTE DA NOTA FINAL

PROFESSORA: NOELI

Aline Silva da Solidade (201801165424)

Érica Roberta Silva de Paula (202002634731)

Nathalia Fernandes Cristiano (202008070627)

Ricardo Luiz da Costa Felix (202010005292)

Rosangela Ferreira Ramos (202007367103)

Wania Luiza Flor de Sá (201807136281)

RIO DE JANEIRO

2023
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APRESENTAÇÃO

Esse trabalho tem como objetivo realizar o psicodiagnóstico de um caso concreto que
segundo Cunha, utiliza o processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e
testes psicológicos, a nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de
pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos ou para classificar o caso
e prever seu curso possível, comunicando os resultados.

Esta experiência de psicodiagnóstico, elaborado em um caso clínico foi realizada por


uma equipe de estudantes de psicologia que avaliou o caso concreto e suas
possibilidades de unir os conceitos e a prática com a aplicação de abordagens utilizadas
na psicologia.

Tendo em sua composição o caso concreto a ser analisado, em sequência, o resumo das
informações a serem avaliadas e a apresentação das etapas da avaliação do caso. Por
fim, a forma de investigação escolhida durante o processo de elaboração do
psicodiagnóstico, encerrando com as considerações finais.

Caso Vera – Parte 1

Vera procurou os serviços do NUSPA pela primeira vez aos 19 anos incompletos. Não
há indicações claras da renda socioeconômica de sua família, mas tudo leva a crer que
pertencesse às classes sociais menos favorecidas.

Momento 1 (março a agosto de 1989)

As primeiras notícias que tive de Vera dizem respeito ao período em que se submeteu a
psicodiagnóstico, realizado por uma estagiária orientada por outra profissional, tendo
sido encaminhada a psicoterapia com urgência, mas foi desligada por faltas sem
justificativa. Sua história de vida descreve um pai alcoólatra e uma mãe desinteressada
dela, o que lhe provocava raiva. Culpava o pai por sua "depressão", usando o passado
para justificar seu presente. Tomava medicação para ansiedade e consultava
periodicamente um psiquiatra quando "deprimida". Viera de uma cidade do sertão
central do Ceará, morando naquele período com os pais em Fortaleza, e dizia sentir-se
mal quando voltava à cidade natal. Afirmava querer trabalhar e sair de casa, mas

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concluíra o 2º grau e não fazia nada a respeito. Os instrumentos utilizados no
psicodiagnóstico foram testes de personalidade (MMPI, TAT e Machover), história de
vida e entrevistas, revelando o seguinte como síntese diagnóstica: problemas de
identidade, forte tendência a se preocupar com doenças e com o que pensam dela; alto
isolamento com sentimento básico de fracasso permanente, impedindo-a de construir
sua vida e gerando constante lamentação. Apresentava ideias confusas, mas, quando em
contato, seu pensamento e linguagem eram organizados. Freqüentemente, seu
comportamento era ausente e evasivo, desligando-se da realidade, com apego às
próprias ideias.

Momento 2 (agosto a novembro de 1989)

Vera foi atendida por estagiária sob minha supervisão, comparecendo a 13 sessões, mas
com quatro faltas. (Minhas observações sobre a cliente, sobre as/os psicoterapeutas e
sobre os processos e as respectivas relações psicoterápicas encontram-se em itálicos e
entre parênteses).

1ª sessão: Vera apresentou-se desconfiada e agitada, comparando a psicoterapeuta com


a estagiária anterior.

2ª sessão: Vera mostrou-se mais calma, mas manifestou sentimento de ódio por si
mesma, além de sentir-se improdutiva, ignorante e inferior. (Retroflexão?). Afirma ter
ódio do pai devido a seu alcoolismo e suas atitudes grosseiras. Odeia a mãe por sua
acomodação. Queixa-se de sua pobreza e do conseqüente impedimento de fazer muitas
coisas. Fala muito e “corta” as interferências da psicoterapeuta.

3ª sessão: Vera diz estar mais tranqüila porque pôde estar na casa da avó, já que, na sua
casa, tem que cuidar dos afazeres domésticos. Volta a se queixar de ser pobre,
acreditando que não teria problemas se tivesse dinheiro. Lamenta-se, também, sobre o
pai, que poderia ser mais do que é, se soubesse economizar. Ressente-se da ausência de
carinho da parte dele. Demonstra desagrado, “cortando”, novamente, as falas da
estagiária e dizendo não querer ouvir para não ser "mexida". Afirma desejar que
conheçam apenas suas manifestações externas, mas não seu interior. (Podemos associar
esta afirmação da cliente à sua vergonha de sua cidade natal, seu "interior”). Chora.
Diz que se isola por ter vergonha de sua pobreza, de sua inferioridade e de sua

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homossexualidade. Deseja contar um segredo, mas tem pouca confiança, pois ninguém
acreditaria, achando que se tratava de fantasia.

4ª sessão: Vera falta (após revelar o desejo de contar um segredo).

5ª sessão: Vera chega mais cedo, excitada, tensa e inquieta. Revela amar sua vizinha,
um "amor louco”, sufocante e angustiante, mas não tem coragem de se aproximar e
ousar ser correspondida, mantendo-se à meia distância. Fantasia sobre os sentimentos da
vizinha: acredita que ela a deseja e que a ama. Diz que não deseja apenas amizade.
Chora, inquieta, acusando a psicoterapeuta de não acreditar que a garota goste dela.
Refere-se a um primo homossexual que confirma suas impressões sobre a vizinha. Diz
ter a expectativa de que a estagiária "tirasse” este sentimento de dentro dela, concluindo
que a psicoterapia não está adiantando, pois o seu sentimento pela garota está
aumentando. Faz uma comparação inferior de si mesma em relação à garota, que é
bonita e rica, enquanto ela, Vera, não é nada. Há uma queda em sua autoestima, que
interfere emocionalmente em seus objetivos intelectuais, gerando confusão. A
psicoterapeuta reflete que se sente julgada. (A estagiária assume para si as atribuições
onipotentes da cliente). Vera tenta ultrapassar o tempo da sessão com perguntas ou
temas importantes.

6ª sessão: Vera está mais calma. Diz que observou a garota à distância e que acredita
que a moça busca vê-la. Valoriza a família da vizinha, que é unida e estruturada, como
um modelo idealizado. Relata que namorou um homem: "senti tudo o que uma mulher
pode sentir". Diz ter sentido prazer e, ao mesmo tempo, uma sensação como se o rapaz
fosse um "monstro" e quisesse lhe fazer mal. Teme deixar de ser homossexual,
desejando ser alta, masculina, atraente para outras mulheres devido a seu porte físico,
pois se sente atraída por mulheres assim, mas sente-se ridícula. Teme, também, que um
homem "faça" consigo o que seu pai "fez" com sua mãe, mas deixa vago o significado
deste "fazer", revelando ambiguidade sexual. Manifesta desgosto e irritação com sua
diferença, sentindo raiva das pessoas "normais". Afirma estar atraída pela
psicoterapeuta devido aos seus sentimentos semelhantes pela garota. Julga as pessoas
por conta de sua autocensura. Tenta, novamente, prolongar a sessão, tratando de seu
medo de se aproximar da garota por já ter, anteriormente, levado um "baita fora".

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7ª sessão: Vera chega com expressão abatida e cansada. Diz estar triste, "deprimida" e
com vontade de chorar. Afirma estar grata à estagiária por tê-la ajudado com relação à
sua homossexualidade, aceitando-se mais. Por outro lado, destaca, em tom de
menosprezo, que a psicoterapeuta ainda era “apenas” uma estagiária. Diz que tudo é
muito difícil e complicado, pois a estagiária "não põe o dedo nos seus pontos 'x'”,
duvidando e indagando se deve continuar a psicoterapia, pois tem a expectativa de ser
"tirada" da "depressão". Diante da cobrança, a psicoterapeuta sente-se mal, "errada" e
inadequada. Há um silêncio de cobrança. Vera inicia a falar sobre o "fora" que levou,
interrompendo para indagar sobre o tempo de sessão que lhe resta. Cobra da estagiária o
uso de técnicas, ao que ela responde que a cliente sempre chega tensa, praticamente não
se sentando: "é difícil trabalhar com você". (Retaliação e acusações mútuas devidas ao
excesso de expectativas e de dificuldade de aceitar e de dar continência aos sentimentos
negativos da cliente e em relação a ela). Vera pede que a psicoterapeuta insista com ela
para fazer as técnicas. A estagiária sugere que a cliente escreva um "autorretrato" a
partir das palavras "eu sou..." (atendimento das expectativas e das
exigências de Vera):todas as características apresentadas são negativas. A cliente
anuncia que, na sessão seguinte, falaria do "fora".

8ª sessão: Vera chega ansiosa para falar de si mesma. Diz que se acha boba, pois gosta
de falar de si mesma, mas afirma que é mais fácil quando não olha para o outro. Quando
se aborrece, deseja agredir, mas nunca teve coragem de contestar nada, aceitando mais
as opiniões alheias do que as próprias. Admite que a mãe sempre a assistiu, estando
sempre presente. Diante do questionamento da psicoterapeuta, a cliente desconfia que a
mãe nunca esteve emocionalmente ao seu lado, pois dá muita atenção ao irmão mais
velho, que faz faculdade. A estagiária questiona seu desejo de estudar, indagando se não
seria uma forma de chamar a atenção da mãe. Vera acredita que é um "peso" para os
pais. Diz que já pensou em suicídio. O pai sempre foi ausente, e, até os seus 14 anos,
nunca conversou com ele. Não vê graça no relacionamento com ele e acha que o odeia,
mas trata-o bem para que não beba. O pai bebia sempre, mas não lhe batia. Era exigente
e grosseiro, mas o percebia como frágil e inseguro como ela. Apesar de o pai
demonstrar que gostava dela, odeia-o pelo que passou. Quando fala de seus problemas a
alguém, depois, rejeita a pessoa. (Isto não se refere à psicoterapeuta?
Transferência?) Faz perguntas sobre a estagiária: o que faz, o que gosta, se atende em
outros locais, quando terminará a faculdade.

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9ª sessão: Vera indaga se os atendimentos continuariam no semestre seguinte, pois não
deseja passar por uma terceira psicoterapeuta. A estagiária responde que provavelmente
não, pois passaria a fazer estágio na área organizacional (pode-se perguntar
qual o compromisso com a cliente, sendo menos importante do que com o estágio, com
a instituição universitária e com os próprios interesses da aluna), passando a expor
suas impressões sobre Vera. A cliente volta a afirmar que a psicoterapeuta é “apenas”
uma estagiária. A psicoterapeuta diz não a compreender e que se preocupa com ela:
“não estou conseguindo ajudá-la''. (Postura personalista que visa a “seduzir” Vera
através de uma atitude humilde, escamoteando sua frustração por não se sentir
eficiente e capaz de “ajudá-la"). A cliente confirma a ajuda da estagiária, que se queixa
de não estar se sentindo bem, pois Vera não lhe dá espaço para falar: “várias vezes,
achei-a insuportável, mas não quero deixar de atendê-la”. (Atitude ambígua e
contratransferência, um desabafo emocional que revela a idéia da psicoterapeuta de
que o uso do espaço e o sucesso do processo psicoterápico competem e dependem
apenas dela). A estagiária reflete que a “forma cansativa” da cliente poderia ocorrer
também junto a outras pessoas. (A psicoterapeuta está cansada de Vera). A cliente diz
que "tranca-se" mais a cada dia, desejando que adivinhassem suas dificuldades e a
ajudassem. (Vera pede ajuda à estagiária). A psicoterapeuta questiona a possibilidade
de aproximação alheia, pois a cliente não demonstra qualquer sentimento, revelando
apatia e padronização emocional. Sugere que Vera diminua suas expectativas, sua
ansiedade e sua tensão, favorecendo sua fluidez e seu sucesso. (Fórmula mágica pouco
prática, pois promete muito e não revela como aplicá-la).

10ª sessão: Vera acha que tem raiva da garota, pois pensa que a moça crê que ela é
“cafajeste”, pois “mexeu” com seus sentimentos e não “assumiu”. (Sentimentos
transferenciais aplicáveis também à estagiária?). A psicoterapeuta reflete sobre os
sentimentos de dúvida, de punição e de autorrecriminação da cliente, pois Vera o
percebe apenas a partir de sua própria perspectiva, ficando desagradada com os
questionamentos da estagiária. Vera diz que tentou aproximar-se e não recebeu atenção,
tecendo fantasias de acontecer algo (pouco definido e ambíguo) entre elas: "foi tão
lindo, uma querendo agradar a outra através de gestos!" (Sentimentos transferenciais? A
cliente fala de sua relação com a garota ou com a psicoterapeuta?).

11ª e 12ª sessões: Vera falta sem justificar.

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13ª sessão: Vera falta, sendo desligada. (A cliente abandonou a psicoterapia antes de
ser abandonada?)

2- RESUMO DAS INFORMAÇÕES PARA SEREM AVALIADAS:

A avaliada culpava o pai alcoólatra por sua depressão e o desinteresse da mãe por ela,
lhe causava raiva. Usava o passado para justificar seu presente. Tomava medicação e
consultava periodicamente o psiquiatra quando "deprimida".
Problemas de identidade, forte tendência a se preocupar com doenças e com o que
pensam dela; alto isolamento com sentimento básico de fracasso permanente, constantes
lamentações, apresentava ideias confusas, todavia quando em contato, seu pensamento e
linguagem eram organizados. Seu comportamento era ausente e evasivo, desligando-se
da realidade, com apego às próprias ideias.

3- QUAIS AS ETAPAS PARA AVALIAÇÃO DESSE CASO?

Número de sessões: 10 sessões

1ª sessão
Primeiro contato- identificar o motivo/queixa e identificar o manifesto- o que o paciente
considera sintoma, o que ele responde de imediato. Latente- aspectos inconscientes,
pontos conflituosos e mal estares associados, ainda não alcançados.
Esse primeiro contato costuma ser muito importante. Podemos observar o que o
indivíduo seleciona para falar de si mesmo, ou o que opta por não falar, a escolha das
palavras, em que ordem o caráter mais formal ou informal, a entonação, a presença da
ansiedade na velocidade da fala etc.

2ª sessão
Entrevista, triagem e/ ou anamnese - momento da coleta de dados que posteriormente
servirão para esclarecer as questões do paciente ou sua queixa, levantar hipóteses
diagnósticas e uma proposta terapêutica.

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Nesse momento, vista como coleta de informações e pesquisa de fatos, a participação do
profissional deve ser ativa, sendo muito interventiva ou interpretativa.
Fazer uma anamnese com uma entrevista aberta e semiestruturada de perguntas sobre
vida pessoal, relações, dinâmica familiar etc. Nessa etapa, vai se elaborar o plano de
avaliação, ou seja, a escolha de testes e técnicas que devem ser utilizadas no processo
psicodiagnóstico.

3ª sessão
Entrevista com a família- em casos de adolescente como essa, entrevista com a família é
fundamental. É importante estabelecer um bom suporte, uma relação de confiança, que
ajudará aos pais a se sentirem confortáveis e acreditarem numa parceria com o
profissional.

4ª sessão
Avaliação do estado mental- o exame do estado mental avalia um conjunto de funções
psíquicas com o objetivo de identificar alterações psicopatológicas.

O exame psíquico ou exame do estado mental é importante para conhecer a


capacidade mental ativa do paciente através da avaliação de aspecto geral,
comportamento, qualquer crença e percepção incomum ou bizarra (como delírios e
alucinações), humor e todos os aspectos da cognição (como atenção, orientação e
memória).

5ª sessão
O avaliador parte de suas hipóteses para escolher as ferramentas mais pertinentes para
uma melhor compreensão da situação avaliada.

6 ª sessão

Plano de avaliação- Testes de Personalidade (MMPI-2, TAT e Machover).

Inicia-se com o MMPI (Inventário Multifásico de Personalidade de Minesota). Este


inventário de construção da personalidade permite avaliar as principais manifestações
de disfunções psicopatológicas. É composto por 567 itens de opção dicotômicos nos

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quais a pessoa deve escolher entre verdadeiro ou falso, dependendo de se identificar ou
não com a afirmação.

Como mencionado acima, o MMPI-2 consiste em 567 itens organizados em diferentes


escalas de avaliação. Essas escalas são divididas em escalas básicas, compostas por
escalas de validade e escalas clínicas e escalas adicionais.

. Dentro da escala clínica estão os seguintes fatores de personalidade:

 A hipocondria.
 Depressão
 Histeria
 Desvio psicopático.
 Paranóia.
 Psychostenia
 Esquizofrenia
 Hipomania.
 Introversão social
 Masculinidade-Feminilidade (dividida em mulheres e homens).

A escala de validade nos permite detectar se há intencionalidade de mentira ou


inconsistência nas respostas dos entrevistados. Essa escala inclui:

 L escala ou mentira.
 F escala ou inconsistência ou validade.
 K escala ou correção ou defesa.

Como complemento às escalas básicas, e com a intenção de expandir as informações


fornecidas por eles, o avaliador pode usar as escalas adicionais que medem construções
como:

 Ansiedade.
 Medos
 Obsessão.

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 Depressão
 Preocupação com a saúde.
 Pensamento extravagante.
 Hostilidade
 Cinismo
 Ante – comportamento social.
 Comportamento do tipo A.
 Baixa autoestima.
 Virada social
 Problemas trabalhistas
 Interferência trabalhista
 Indicadores negativos de tratamento que mostram se o paciente precisa de
hospitalização ou não.

Será também aplicado o Teste de Apercepção Temática (TAT) que é considerado uma
técnica projetiva que consiste em apresentar ao sujeito uma série de pranchas selecionadas
pelo examinador que retratam situações sociais e relações interpessoais, em que o
examinando deverá contar uma história sobre cada uma das pranchas apresentadas. As
histórias obtidas com frequência revelam componentes importantes da personalidade, que
são decorrentes de duas tendências psicológicas, segundo a teoria de Murray: a primeira
delas é a tendência das pessoas para interpretar uma situação humana ambígua baseando-se
em suas experiências passadas e em seus anseios presentes; a segunda é a inclinação das
pessoas que escrevem historias para agir de igual maneira: utilizar o acervo de suas
experiências e expressar seus sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes.

Por último, a aplicação do teste psicológico de Machover consiste em apresentar uma


folha de papel branco, um lápis e uma borracha ao examinado, e pedir simplesmente
que “desenhe uma pessoa”. Enquanto o sujeito trabalha, o examinador fará anotações,
dissimuladamente, identificando: o tempo aproximado que a pessoa demora desenhando
cada parte do corpo e o sexo que desenhou primeiro, os comentários que faz quando
desenha etc. Quando acaba, o paciente recebe outra folha para que desenhe outra figura
humana do sexo oposto. O objetivo desse teste é buscar informações que ajudem o
avaliador a compreender o funcionamento psicológico das pessoas, grupos e/ou
instituições e suas relações intrapessoal e interpessoais.

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7ª sessão
Correção dos testes

8ª sessão
Relacionar os resultados com a anamnese para levantar e implementar dados.

9ª sessão
Concluir o diagnóstico do paciente, dando resultado e escrevendo o laudo e o
encaminhamento, se necessário.

10ª sessão
Entrevista de devolução que poderá ser oral ou escrita, onde será conversado também
com o avaliado e sua família acerca do prognóstico da situação avaliada.

Levantamento de dados:
O processo terapêutico evidenciou que o início dos sintomas começou com sua vinda do
interior, surgiram problemas de identidade, forte tendência a se preocupar com doenças
e com o que as pessoas pensam dela: alto isolamento com sentimentos de fracasso,
impedindo-a de construir sua vida e gerando constante lamentação. Suas ideias eram
bastante confusas.

Procedimento/ Técnicas utilizadas: O avaliador utilizou escuta ativa e técnicas de


observação, além de exames da sensopercepção, atenção, memória, consciência,
orientação, pensamento, linguagem, inteligência, cognição, afeto etc.
Foram aplicados os Testes de Personalidade (MMPI-2, TAT e Machover).

Neste caso, baseado nas hipóteses de depressão e ansiedade, encaminha-se a


entrevistada para acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

Com base nas informações descritas nesse relatório, recomenda-se dar continuidade a
psicoterapia a fim de trabalhar suas questões de fundo emocional que afetam suas
relações interpessoais, problemas de identidade, sexualidade, depressão, ansiedade.
Também se recomenda acompanhamento psiquiátrico devido as questões de depressão e

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ansiedade. relatadas pela paciente, levando possivelmente ao uso de tratamento
farmacológico.

Laudo Psicológico

A partir do que foi exposto na análise, o psicólogo fará a sua conclusão, indicando
orientações, encaminhamentos e intervenções, diagnóstico, prognóstico, evolução do
caso, assim como sugestão de projeto terapêutico. Diferentemente do relatório
psicológico, o laudo deve conter, ainda, as referências bibliográficas utilizadas.
A escrita do laudo precisa ser feita com cuidado, tendo em vista a grande circulação do
documento, e deve ter uma linguagem acessível ao destinatário e aos responsáveis pelos
pacientes. Avaliação Psicológica é um termo abrangente, utilizado para designar uma
das funções do Psicólogo.

4 - QUAL SERÁ A FORMA DE INVESTIGAÇÃO?

Testes de Personalidade MMPI-2, TAT e Machover (DHF no Brasil).

O MMPI-2-RF é um instrumento de largo espetro, com utilização nos mais diversos


contextos de avaliação psicológica. Este teste permite: Avaliar as principais
manifestações de disfunções psicológicas.

Teste de personalidade é uma técnica de avaliação que visa entender os traços


da personalidade e o funcionamento psíquico de um indivíduo, através de testes gráficos
e perguntas, sendo aplicado de forma constante e padronizada.

Será utilizado o teste qualitativo TAT – teste de apercepção temática é um teste


projetivo que tem como objetivo avaliar emoções, percepções e características de sua
personalidade essa técnica é utilizada na faixa etária de 14 aos 40 anos de idade. Ao
aplicar o teste apresenta-se uma série de pranchas para o avaliado que são previamente
selecionadas de acordo com seu gênero e idade e cada prancha apresenta uma situação
para que o paciente desenvolva uma história para representar cada ficha.

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O Desenho da Figura Humana (DFH) é uma das técnicas de avaliação psicológica mais
conhecidas e utilizadas no Brasil, podendo informar sobre características da imagem
corporal do indivíduo, tema relevante na atualidade, quando a representação do corpo
tem assumido grande destaque social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O psicodiagnóstico é um processo científico que é limitado no tempo, utilizando testes e


técnicas psicológicas em nível individual ou não para entender aspectos específicos, seja
para classificar o caso e prever seu curso e comunicar os resultados, na base dos quais
são propostas as soluções. (CUNHA, 2003, p. 23).
Também no Psicodiagnóstico o profissional realiza uma reflexão profunda sobre os
dados recolhidos, buscando a sua concatenação numa síntese harmônica e significativa
para a compreensão de um paciente individual, numa produção de conhecimento
definidamente local.
Um dos principais benefícios do Psicodiagnóstico é que ele orienta. Traz informações
extras para o profissional que acompanha o sujeito para aprofundar aspectos que está
com dúvida, auxiliar no diagnóstico diferencial de dificuldades de atenção, depressão,
dificuldades de aprendizagem etc.
O psicodiagnóstico é recomendado em diferentes situações em que há a necessidade de
avaliação psicológica mais detalhada e aprofundada. Em geral, é possível realizá-lo para
o diagnóstico de transtornos psicológicos, avaliação de dificuldade de aprendizagem,
orientação vocacional etc.

BIBLIOGRAFIA

CUNHA, J.A. Psicodiagnóstico-V.5ª. Ed.rev. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003;

BECK, Judith. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2ª ed. Porto Alegre:


Artmed, 2013.

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BECK, A.T., Freeman, A., Davis, D. D. (2005). Teoria dos transtornos da
personalidade. In M. A. V. Veronese (Trad.), Terapia cognitiva dos transtornos da
personalidade (cap. 2, pp. 31-57). São Paulo: Artmed;

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