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TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG)

1-IDENTIFICAÇÃO

Nome:
CPF:
Idade:
Solicitante:
Nº Inscrição no CRP:
Finalidade:

2-DESCRIÇÃO DA DEMANDA

Ingrid era uma auxiliar administrativa de 41 anos encaminhada para avaliação ambulatorial por seu
clínico geral com a seguinte queixa principal: “Estou sempre nervosa”. Ela vivia sozinha e nunca havia
casado nem tido filhos. Era a primeira vez que se consultava com um psicólogo.
A sra. Ingrid estava vivendo com seu namorado, com o qual estava há muitos anos, até oito meses
antes, quando ele interrompeu o relacionamento repentinamente para ficar com uma mulher mais
jovem. Em seguida, a sra. Ingrid começou a ficar angustiada com as tarefas cotidianas e com a
possibilidade de cometer erros no trabalho. Sentia-se atipicamente tensa e cansada. Tinha
dificuldades em se concentrar. Também começou a se preocupar excessivamente com dinheiro e,
para economizar, mudou-se para um apartamento mais barato em um bairro menos agradável.
Buscava apoio repetidamente dos colegas de escritório e da mãe. Parecia que ninguém conseguia
ajudá-la, de modo que ela temia ser “um fardo”.
Durante os três meses anteriores à avaliação, a sra. Ingrid começou a evitar sair à noite, temendo
que algo ruim acontecesse e não conseguisse ajuda. Mais recentemente, passou a evitar sair durante o
dia também. Além disso, sentia-se “exposta e vulnerável” ao caminhar até a mercearia a três quadras
de distância, então parou de fazer compras. Depois de descrever que havia descoberto como usar
uma tele entrega de alimentos, acrescentou: “É ridículo. Sinceramente, acho que alguma coisa horrível
vai acontecer nos corredores do mercado e ninguém vai me ajudar, então nem entro”. Quando está
em seu apartamento, frequentemente relaxa e aprecia um bom livro ou um filme.
A sra. Ingrid afirmou que “sempre estava um pouco nervosa”. Durante grande parte de sua
permanência no jardim de infância, chorava descontroladamente quando sua mãe tentava deixá-la
na escola. Relatou ter se consultado com um orientador psicológico aos 10 anos de idade, durante o
divórcio dos pais, porque “minha mãe achava que eu estava carente dEduardais”. Acrescentou que
nunca gostou de ficar sozinha e tinha namorados constantemente (às vezes mais de um ao mesmo
tempo) desde os 16 anos. Explicou: “Eu odiava estar solteira e sempre fui bonita, então nunca ficava
sem namorado durante muito tempo”. Mesmo assim, até o rompimento recente, afirmou que
sempre achava que estava “bem”. Era bem sucedida no emprego, corria todos os dias, mantinha
uma sólida rede de amizades e não tinha “queixas de verdade”.

3 PROCEDIMENTOS

Pessoas ouvidas no processo:


Número de encontros:
Duração do processo realizado:

APRESENTAR OS RECURSOS TÉCNICOS CIENTÍFICOS UTILIZADOS ESPECIFICANDO O REFERENCIAL TEÓRICO


METODOLÓGICO QUE FUNDAMENTOU SUA ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E CONCLUSÃO. CITAR AS PESSOAS
OUVIDAS NO PROCESSO DE TRABALHO DESENVOLVIDO, AS INFORMAÇÕES, NÚMEROS DE ENCONTROS OU
TEMPO DE DURAÇÃO.

4 ANÁLISE

Durante a entrevista inicial, a sra. Ingrid disse que havia ficado triste durante algumas semanas depois
que o namorado a havia deixado, mas negou que tivesse se sentido sem valor, culpada, desesperançada,
com anedonia ou suicida. Afirmou que seu peso continuou constante e seu sono estava bom. Negou
mudanças psicomotoras. Descreveu ansiedade significativa, no entanto, com 28 pontos no Inventário de
Ansiedade de Beck, o que indica ansiedade grave. A sra. Ingrid se sentiu nervosa, cansando-se com
facilidade e ficando excessivamente preocupada durante os oito meses seguintes ao rompimento de seu
relacionamento amoroso. Ela tem dificuldades de concentração. Suas preocupações causam sofrimento
e disfunção e a levam a buscar apoio constantemente.

Embora alguns desses sintomas também possam ser atribuíveis a um transtorno depressivo, ela não
apresenta a maioria dos outros sintomas de uma depressão maior.

5 CONCLUSÃO

A sra. Ingrid satisfaz os critérios do DSM-5 para transtorno de ansiedade generalizada (TAG).Mais
agudamente, a sra. Ingrid desenvolveu uma ansiedade intensa de sair do apartamento e entrar no
supermercado local. Esses sintomas sugerem que ela pode satisfazer os critérios do DSM-5 de
agorafobia, o qual exige temores e esquivas de, pelo menos, duas situações diferentes. Contudo, os
sintomas de agorafobia persistiram por apenas alguns meses, o que é menos do que os seis meses
exigidos pelo DSM-5. Se o profissional julgar que os sintomas de agorafobia justificam atenção
clínica, a sra. Ingrid também pode receber um diagnóstico adicional de “transtorno de ansiedade não
especificado (agorafobia com duração inadequada de sintomas)”.

Além de estabelecer um diagnóstico do DSM-5, também é importante levar em consideração o que


pode ter precipitado o TAG da sra. Ingrid. Embora não seja possível ter certeza do porquê de alguém
desenvolver um transtorno do humor ou de ansiedade, considerar os estressores psicossociais que
sejam coincidentes com o início dos sintomas pode ajudar na formulação, estabelecimento de
objetivos e tratamento.
Neste caso, a sra. Ingrid desenvolveu sintomas agudos de ansiedade depois do rompimento com
o namorado e da mudança para outro apartamento. Esses dois eventos foram agudamente
perturbadores. A próxima parte da resposta a “por que agora?” envolve refletir sobre a forma como
os estressores se relacionam com as questões presentes há mais tempo na vida da sra. Ingrid. Ela
indicou que “nunca ficou solteira por muito tempo” e forneceu uma história de dificuldade em lidar
com separações que se iniciou durante a infância. A ansiedade desencadeada por separação pode
sugerir problemas de apego e acredita-se que estilos adultos de apego estejam ligados aos primeiros
relacionamentos do indivíduo. Aqueles com segurança de apego conseguem formar relacionamentos
íntimos uns com os outros, mas também conseguem tranquilizar e regular a si mesmos quando estão
sozinhos.
Indivíduos com insegurança de apego, em contrapartida, podem se ligar fortemente a entes
queridos, ficar incapazes de se autorregular quando estão sozinhos e ter sentimentos ambivalentes
com relação às pessoas das quais são dependentes. Por essa linha de raciocínio, pode-se estabelecer
a hipótese de que a sra. Ingrid tornou-se sintomática devido a um estilo de apego inseguro ligado ao
relacionamento inicial que tinha com a mãe.
Pistas de que este seja o caso incluem o sentimento da mãe de que a sra. Ingrid estava “carente
demais” durante o divórcio e os sentimentos ambivalentes sobre as tentativas de sua mãe de lhe
proporcionar apoio. Ajudaria a entender melhor os primeiros relacionamentos da sra. Ingrid e os
tipos de padrões problemáticos de apego que se desenvolveram durante os relacionamentos
amorosos. Tais padrões provavelmente serão recapitulados durante o relacionamento terapêutico,
onde eles podem se tornar o foco do tratamento.

NA CONCLUSÃO INDICAM-SE OS ENCAMINHAMENTOS E INTERVENÇÕES, O DIAGNÓSTICO, PROGNÓSTICO E


HIPÓTESE DIAGNÓSTICA, A EVOLUÇÃO DO CASO, ORIENTAÇÃO OU SUGESTÃO DO PROJETO TERAPÊUTICO.

Local / Data

Nome Psicólogo
CRP _____/__

RUBRICA-SE DA PRIMEIRA ATÉ A ÚLTIMA LAUDA, ASSINANDO A ÚLTIMA


6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Blanco C, Rubio JM, Wall M, et al: The latent structure and comorbidity patterns of generalized
anxiety disorder and major depressive disorder: a national study. Depress Anxiety June 14, 2013
[publicação eletrônica anterior ao prelo]

Stein DJ, Hollander E, Rothbaum BO (eds): Textbook of Anxiety Disorders, 2nd Edition. Washington,
DC, American Psychiatric Pu-blishing, 2009

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