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CONCEITUALIZAÇÃO DE CASO INTEGRATIVA

Baseado em Sperry, L., & Sperry, J. (2012). Case conceptualization: Mastering this competency with ease and confidence. New York: Routledge

Paciente:___Lorena
__________________________________________________________________ DN:
____/____/________ 19 anos

I. FORMULAÇÃO DIAGNÓSTICA / DESCRITIVA


Sintomas / Queixas:

Insegurança principalmente com a aparência física e pensamento acelerado

Por que estas queixas são um problema para o paciente (i. e., o que ele está deixando de viver)?

Por conta da insegurança deixa de participar de um concurso de beleza que ela queria muito, se
sente mal quando é o centro das atenções e deixa de realizar algumas atividades por não se
achar capaz e talentosa.

Questões situacionais / estressores atuais:

Muitos pensamentos acerca de não conseguir realizar coisas que ela planeja. Ruminação de
situações que ela acha que podia ter agido diferente. Considera que catastrofiza varias situações
do dia a dia (Exemplo: a entrega de um trabalho da faculdade) * Ocorre principalmente no
cenário universitário e trabalho.

Diagnóstico descritivo / hipóteses diagnósticas:

Lorena apresenta sintomas de Ansiedade, onde já passou por crises e momentos de muita
ansiedade. Todavia, no decorrer da terapia e através dos testes realizados essa Ansiedade se
mostra de maneira branda, não afetando significativamente a vida da paciente.

Observações gerais:

Lorena está em processo terapêutico comigo a um ano. Quando começou era uma menina
extremamente insegura com tudo e não sabia o que gostava, suas potencialidades e como
interagir com as pessoas. No decorrer da terapia a paciente modificou muitas de suas crenças,
onde não acredita mais que não merece ser amada, que era incapaz de tudo, que era chata e
que era diferente das outras pessoas. Atualmente Lorena é uma menina confiante em suas
relações sociais, em seus gostos, reconhece suas distorções e pensamentos disfuncionais e se
mostra assertiva nas situações desafiadoras. Também trouxe uma queixa de não conseguir ir ao
banheiro fora de sua residência, que fora trabalhado com dessensibilização sistemática e
enfrentamento. Hoje Lorena já consegue ir ao sanitário em diversos locais diferentes.
Todavia, mesmo com o significativo progresso terapêutico da paciente, ela revelou ainda ser
muito insegura em relação a algumas situações, causando sofrimento para a mesma.
II. FORMULAÇÃO CLÍNICA / EXPLICATIVA
Fatores biológicos, genéticos e médicos (incluindo medicações e drogas em uso):

Não faz uso de medicamentos e não possui nenhuma doença relevante.

Influências desenvolvimentais (dados relevantes da história):

Seus pais são separados desde a infância e mantem contato com o pai, mas pelo mesmo morar
em outra cidade não se veem muito. Sua mãe considera que Lorena é muito dramática e acaba
por desvalorizar o sofrimento da mesma. Porém, mesmo não entendendo acolhe a filha e do
apoio emocional a ela. Lorena tem um irmão de 26 anos que tem comportamentos ruins com ela,
como não a respeitar co9locando música alta quando ela precisa dormir, a trancar do lado de fora
da casa, dizer que ela era indesejada na família, a chamar de burra e chata. A paciente foi uma
criança quieta e que possuiu amizades na infância e adolescência que a faziam de boba, muitas
vezes traindo a confiança dela.
Em relação a sua fobia de banheiros, a paciente relatou que quando era criança a sua mãe dizia
que ela não poderia demorar no banheiro porque outras pessoas estariam esperando para usa-
lo, desde então não conseguia mais ir ao sanitário sem ser em sua casa mesmo estando muito
apertada. Seu irmão tem o mesmo problema que ela.
Lorena cursa administração na cidade onde mora, em minas gerias, onde também trabalha como
estagiaria na rede pública. Lorena tira boas notas e se mostra uma menina muito inteligente,
mesmo não tendo segurança em relação aos seus estudos.
A paciente não possui um relacionamento, mas está ficando com um garoto atualmente.

Crenças centrais / esquemas (sobre si, sobre o mundo, sobre os outros, sobre o futuro):

Não sou capaz de fazer isso


Não consigo fazer isso
Não tenho talento para isso
As pessoas acham que eu problematizo tudo
Não vou ser uma boa profissional

Crenças / esquemas metacognitivos:

Distorções cognitivas típicas:

Catastrofização
E se
Previsão do futuro
Leitura mental
Rotulação

Estratégias de enfrentamento:

Evita participar de situações no qual gera insegurança


Hipóteses de trabalho / círculos viciosos:

III. FORMULAÇÃO TERAPÊUTICA / PRESCRITIVA


Metas do tratamento:

Ser menos insegura com a aparência


Ser confiante em um relacionamento amoroso
Saber lidar com o pensamento acelerado

Fatores de resiliência / pontos fortes:

Ela se ouve mais, considera que é esforçada, que possui consideração pelos outros e pelo que
ela está sentindo. Aprendeu a não se cobrar demais, é extremamente comprometida com o
processo terapêutico, se propõe a enfrentar situações temidas, atualmente é assertiva e não
julga mais seus gostos e características pessoais.

Obstáculos potenciais ao tratamento:

Julgamentos dos outros em relação a sua aparência.


Sua autoestima atual

Estratégias terapêuticas:

Após realizado o trabalho de casa (atividades diárias) por algumas semanas, considero levantar
junto com a paciente os pensamentos mais ocorridos e realizar cartões de enfrentamento em
conjunto com a mesma.

"Fazer" e "não fazer":

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