Você está na página 1de 4

( Logomarca )

ANSIEDADE

1 IDENTIFICAÇÃO
Nome:
CPF:
Idade:
Solicitante:
Nº Inscrição no CRP:
Finalidade

2 DESCRIÇÃO DA DEMANDA

Regina, uma organizadora de eventos de 56 anos, marcou consulta com um psiquiatra para
ajudá-la com sua ansiedade. A sra. Regina chegou à consulta bem vestida e um pouco agitada.
Falando em ritmo normal, explicou que seus sintomas depressivos haviam começado há dois
anos, quando deu início ao processo de divórcio do seu quarto marido. Ela descreveu humor
baixo, preocupação incapacitante com o futuro e má concentração. Esses sintomas
progrediram para anedonia, diminuição da energia, hipersonia com interrupção do sono,
ideação suicida passiva e aumento do apetite com desejo de ingerir carboidratos. Ela parou de
ir ao trabalho e começou a passar a maior parte do dia na cama.
A sra. Regina, inicialmente, buscou tratamento com um homeopata, o qual receitou vários
remédios que não surtiram efeito. Por fim, consultou seu médico internista, o qual receitou
0,25 mg de alprazolam, três vezes ao dia, conforme necessário. Essa medicação reduziu a
preocupação, mas surtiu pouco efeito sobre seu humor. Seu médico, então, receitou 50 mg de
sertralina por dia, com titulação até 200 mg diárias. Ao longo dos dois meses seguintes, o sono
da sra. Regina melhorou e os pensamentos suicidas pararam. Contudo, ela ficou mais ansiosa,
irritável, agitada e enérgica e percebeu que seus pensamentos se moviam rapidamente. Negou
impulsividade e sintomas psicóticos.
A sra. Regina tinha uma história antiga de episódios depressivos semelhantes. O primeiro
episódio dessa natureza havia ocorrido durante a faculdade, com duração de vários meses, e
não foi tratado.
Ao ser indagada de maneira específica, descreveu múltiplos períodos de sua vida nos quais
havia apresentado humor moderadamente elevado, pensamentos rápidos e aumento de
energia. Aparentemente, muitas conquistas em sua vida haviam acontecido durante esses
períodos. Por exemplo, quando era uma jovem mãe solteira, recentemente divorciada e
desempregada, ela concordou em organizar um chá de panela para sua melhor amiga. Muniu-
se de várias revistas sobre noivas e trabalhos manuais, decidida a criar uma festa fabulosa com
pouco dinheiro.
A sra. Regina também relatou que consumia álcool em demasia quando estava na faixa dos 40
anos, mas hoje em dia raramente bebe. Negou tentativas de suicídio e internações
psiquiátricas anteriores. Sua mãe havia sido tratada com sertralina para depressão, e seu
irmão tomava lítio para transtorno bipolar.

3 PROCEDIMENTOS
Pessoas ouvidas no processo:
Número de encontros:
Duração do processo realizado:

APRESENTAR OS RECURSOS TÉCNICOS CIENTÍFICOS UTILIZADOS ESPECIFICANDO O REFERENCIAL TEÓRICO


METODOLÓGICO QUE FUNDAMENTOU SUA ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E CONCLUSÃO. CITAR AS PESSOAS OUVIDAS
NO PROCESSO DE TRABALHO DESENVOLVIDO, AS INFORMAÇÕES, NÚMEROS DE ENCONTROS OU TEMPO DE
DURAÇÃO.

4 ANÁLISE

A sra. Regina tem uma história de episódios depressivos recorrentes acompanhados por
múltiplos episódios com energia e humor elevados que satisfazem o critério de duração
(superior ou igual a quatro dias) para hipomania, mas não apresentam sintomas suficientes
para satisfazer todos os critérios sindrômicos de um episódio hipomaníaco. Ela confirmou
tanto humor quanto energia elevada durante esses episódios, mas apenas dois dos sete
sintomas do Critério B: pensamentos acelerados e aumento da atividade direcionada a
objetivos. Como é típico em indivíduos com transtorno bipolar subliminar, a sra. Regina
vivencia esses episódios de forma egossintônica e não os relata espontaneamente.
Tal como esperado, episódios hipomaníacos subliminares passam facilmente despercebidos a
menos que o entrevistador os investigue atentamente.
Transtorno depressivo maior também deve ser incluído no diagnóstico diferencial. A sra.
Regina inicialmente consultou seu médico internista com sintomas clássicos de depressão.
Devido à história anterior de múltiplos episódios depressivos e ausência de queixas
espontâneas de hipomania, seu clínico geral provavelmente supôs que a sra. Regina sofria de
transtorno depressivo maior e a tratou com um inibidor seletivo da recaptação de serotonina
(ISRS). Contudo, o medicamento precipitou um estado misto composto por humor irritável e
ansioso, pensamentos rápidos e aumento de energia. Quando pacientes depressivos como a
sra. Regina desenvolvem sintomas mistos, maníacos ou hipomaníacos após a exposição a
antidepressivos, deve-se considerar um diagnóstico de bipolaridade. O estado misto da sra.
Regina enquanto era medicada com um ISRS não é suficiente para o diagnóstico de transtorno
bipolar, mas certamente desperta a atenção. A história familiar de transtorno bipolar (nesse
caso, um irmão tratado com lítio) aumenta ainda mais a probabilidade de que ela apresente
uma forma de transtorno bipolar. Embora o transtorno do humor mais comum entre parentes
de primeiro grau de indivíduos com transtorno bipolar seja transtorno depressivo maior, ter
um parente com transtorno bipolar realmente aumenta o risco que o indivíduo corre de
também apresentar esse transtorno.

5 CONCLUSÃO

Diante dos dados obtidos, fica mais evidente um transtorno bipolar e transtorno relacionado
especificado. Apesar de características compatíveis com transtorno bipolar, o quadro clínico
da sra. Regina é complicado. Além de sintomas hipomaníacos subliminares, ela também
relatou uma história de relacionamentos instáveis, labilidade emocional, abuso anterior de
substância e ansiedade. O transtorno bipolar e os transtornos da personalidade em particular
o transtorno da personalidade borderline costumam ser concomitantes e podem ser difíceis
de desempenhar porque apresentam características clínicas em comum. Por exemplo, tanto o
transtorno bipolar quanto o transtorno da personalidade borderline são caracterizados por
níveis aumentados de comportamento impulsivo, labilidade afetiva e irritabilidade. No caso da
sra. Regina, a labilidade e a irritabilidade parecem estar restritas aos episódios de humor, o
que sugere que elas sejam secundárias a um transtorno do humor em vez de problemas
globais de regulação do afeto. Contudo, a comorbidade entre transtorno do humor e
transtorno da personalidade não pode ser descartada.
Até um terço dos pacientes com transtorno bipolar são diagnosticados com transtornos de
ansiedade comórbidos que, por sua vez, estão associados a piores resultados psiquiátricos. O
transtorno bipolar costuma ser diagnosticado erroneamente como transtorno de ansiedade,
talvez devido ao alto índice de comorbidade. De modo semelhante, transtornos por uso de
substância e transtornos bipolares frequentemente ocorrem ao mesmo tempo. Uma
investigação mais aprofundada é necessária para determinar a presença de comorbidades, e
há uma grande probabilidade de que a sra. Regina sofre de mais de um transtorno
psiquiátrico.

NA CONCLUSÃO INDICAM-SE OS ENCAMINHAMENTOS E INTERVENÇÕES, O DIAGNÓSTICO, PROGNÓSTICO E


HIPÓTESE DIAGNÓSTICA, A EVOLUÇÃO DO CASO, ORIENTAÇÃO OU SUGESTÃO DO PROJETO TERAPÊUTICO.

( Local – Data )

Nome do Profissional
CRP __/____

RUBRICA-SE DA PRIMEIRA ATÉ A ÚLTIMA LAUDA, ASSINANDO A ÚLTIMA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Deltito J, Martin L, Riefkohl J, et al: Do patients with borderline personality disorder belong to the bipolar spectrum? J Affect
Disord 67(1– 3):221–228, 2001

Ghaemi SN, Ko JY, Goodwin FK: “Cade’s disease” and beyond: misdiagnosis, antidepressant use, and a proposed definition for
bipolar spectrum disorder. Can J Psychiatry 47(2):125–134, 2002

Merikangas KR, Jin R, He JP, et al: Prevalence and correlates of bipolar spectrum disorder in the World Mental Health Survey
Initiative. Arch Gen Psychiatry 68(3):241–251, 2011

Você também pode gostar