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Caso 1:
Martina, 23 anos
Martina era uma mulher solteira de 23 anos que foi encaminhada para avaliação
psiquiátrica por seu cardiologista. Nos dois meses anteriores, ela esteve no pronto-socorro
quatro vezes devido a queixas agudas de palpitações, falta de ar, sudorese, tremores e
medo de que estava prestes a morrer. Cada um desses eventos teve início rápido. Os
normais nos exames físicos, sinais vitais, resultados laboratoriais, exames toxicológicos
meses anteriores, sendo que um deles ocorrera no trabalho, outro em casa e outro
novamente, o que a levou a tirar vários dias de folga, a evitar exercícios, dirigir e beber
café. Sua qualidade de sono decaiu, assim como seu humor. Passou a evitar
acreditando que os exames médicos resultavam negativos porque eram executados depois
da resolução dos sintomas. Continuou a suspeitar que houvesse algo errado com seu
coração e que, sem um diagnóstico preciso, morreria. Quando teve outra crise durante o
sono, fazendo com que ela acordasse assustada, com o coração acelerado, finalmente
Martina contou que nunca sentira nada parecido, nem tinha história de transtornos
psiquiátricos anteriores, exceto uma ocorrência de ansiedade durante a infância que havia
sido diagnosticada como “fobia da escola”. A mãe da paciente havia cometido suicídio
por meio de overdose quatro anos antes, com quadro de depressão maior recorrente.
Durante a avaliação, a paciente estava morando com o pai e dois irmãos mais novos.
Havia se formado no ensino médio, trabalhava como telefonista e não estava namorando
ninguém. Suas histórias familiar e social, fora o ocorrido, não acrescentaram nada
cooperativa e coerente. Ele negou depressão, mas parecia receosa e estava preocupada
em ter uma doença cardíaca. Negou sintomas psicóticos, confusão e qualquer tipo de
Hipótese Diagnóstica:
Caso 2:
Eliane, 58 anos.
psiquiatra para ajudá-la com sua ansiedade. Ela chegou à consulta bem-vestida e um
pouco agitada. Falando em ritmo normal, explicou que há dois anos começara a sentir-se
triste, quando deu início ao processo de divórcio do seu quarto marido. Ela descreveu
humor baixo, uma preocupação intensa com o futuro e muita dificuldade de concentração.
ingerir carboidratos. Ela parou de ir ao trabalho e começou a passar a maior parte do dia
na cama.
vários remédios que não surtiram efeito. Por fim, consultou seu médico internista, o qual
necessário. Essa medicação reduziu a preocupação, mas surtiu pouco efeito sobre seu
recaptação da serotonina) por dia, com titulação até 200 mg diárias. Ao longo dos dois
meses seguintes, seu sono melhorou e os pensamentos suicidas pararam. Contudo, ela
ficou mais ansiosa, irritável, agitada e enérgica, e percebeu que seus pensamentos se
Eliane tinha história antiga de episódios semelhantes nos quais seu humor estava
rebaixado. O primeiro episódio dessa natureza havia ocorrido durante a faculdade, com
duração de vários meses, e não foi tratado. Ao ser indagada de maneira específica,
descreveu múltiplos períodos de sua vida nos quais havia apresentado humor
muitas conquistas em sua vida haviam acontecido durante esses períodos. Por exemplo,
quando era uma jovem mãe solteira, recentemente divorciada e desempregada, ela
concordou em organizar um chá de panela para sua melhor amiga. Muniu-se de várias
revistas sobre noivas e trabalhos manuais, decidida a criar uma festa fabulosa com pouco
sem fim. Essa festa foi um sucesso retumbante e deu início à sua carreira como
organizadora de festas.
Ela escondia as mudanças de humor de seus clientes e colegas, tirando vantagem
de seus estados de humor elevado para projetar uma imagem cheia de energia, mas depois
se retraía, trabalhando de maneira mais reservada quando seu humor ficava baixo. Nos
momentos de humor elevado, Eliane criava festas enormes e luxuosas, exibindo toda sua
capacidade. Ela também se tornava mais irritável durante os episódios de energia elevada,
de modo que acreditava que cada um de seus casamentos havia começado e terminado
devido à tendência de “ficar emotiva” quando estava assim. Embora esses períodos
pudessem durar várias semanas, ela não passava por alterações no sono, não se entregava
a comportamentos de risco, não falava rapidamente, de modo que não os encarava como
aspectos problemáticos.
na faixa dos 40 anos, mas hoje em dia raramente bebia. Negou tentativas de suicídio
Hipótese Diagnóstica:
Caso 3:
Ana, 41 anos
psicológica por seu clínico geral com a seguinte queixa principal: “Estou sempre
nervosa”. Ela vivia sozinha e nunca havia casado nem tido filhos. Era a primeira vez que
Ana estava vivendo com seu namorado, com o qual estava há muitos anos, até oito
meses antes, quando ele interrompeu o relacionamento repentinamente para ficar com
uma mulher mais jovem. Em seguida, Ana começou a ficar angustiada com as tarefas
cotidianas e com a possibilidade de cometer erros no trabalho. Sentia-se atipicamente
Buscava apoio dos colegas de escritório e da mãe. Parecia que ninguém conseguia
ajudá-la, de modo que ela temia ser “um fardo”. Durante os três meses anteriores à
avaliação, ela começou a evitar sair à noite, temendo que algo ruim acontecesse e não
conseguisse ajuda. Mais recentemente, passara a evitar sair durante o dia também. Além
acrescentou: “É ridículo, eu sei. Mas, sinceramente, acho que alguma coisa horrível vai
acontecer nos corredores do mercado e ninguém vai me ajudar, então nem entro”. Quando
descontroladamente quando sua mãe tentava deixá-la na escola. Relatou ter se consultado
com um psicólogo aos 10 anos de idade, durante o divórcio dos pais, porque “minha mãe
achava que eu estava carente demais”. Acrescentou que nunca gostou de ficar sozinha e
tinha namorados constantemente desde os 16 anos. Explicou: “Eu odiava estar solteira e
sempre fui bonita, então nunca ficava sem namorado durante muito tempo”. Mesmo
assim, até o rompimento recente, afirmou que sempre achava que estava “bem”. Era bem-
sucedida no emprego, corria todos os dias, mantinha uma sólida rede de amizades e não
semanas depois que o namorado a havia deixado, mas negou que tivesse se sentido sem
valor, culpada, desesperançada, com anedonia ou suicida. Afirmou que seu peso
continuava constante e seu sono estava bom. Negou mudanças psicomotoras. Descreveu
Hipótese Diagnóstica:
Caso 4:
Gregório, 20 anos
desde que entrara na faculdade, seu comportamento começou a ficar “estranho”. Ele
parou de se encontrar com os amigos e passava a maior parte do tempo deitado na cama
olhando para o teto. Ele vivia com vários familiares, mas raramente falava com eles. Foi
Embora sua irmã e seu pai tentassem encorajá-lo a procurar algum tipo de
atendimento psicoterápico, Gregório nunca o fez. Sua irmã relatou que após o
comportamento dele ter se tornado estranho, ele passou a ir até o quintal da casa onde
moravam, à noite, e mexer os braços “como se estivesse conduzindo uma orquestra”. Ela
disse, ainda, que o havia visto várias vezes murmurando coisas inaudíveis para si mesmo.
entrou na sala de aula gritando “Eu sou o Coringa, estou procurando o Batman”. O
professor pediu que ele se retirasse, mas, quando ele se recusou a deixar o local, o
professor chamou a polícia. Ele foi levado do campus diretamente para uma emergência
Durante a avaliação do estado mental, percebeu-se que ele aparentava ter bons
cuidados pessoais de higiene e, de modo geral, não foi cooperativo. Parecia contido,
jantar a ele. Insistiu em voz alta que toda a comida do hospital estava envenenada e que
só iria beber um tipo específico de água engarrafada. Percebeu-se que ele tinha delírios
negasse alucinações. Relatou sentir-se “mal”, mas negou qualquer indício de humor
expressava bem oralmente, mas se recusou a fazer testes cognitivos formais. Seu insight
Quando a família foi acionada, soube-se que que sua avó esteve internada por anos
em um hospital psiquiátrico, sem um diagnóstico específico. Além disso, sua mãe foi
relatada como “louca” e abandonara a família quando ele ainda era criança. Por fim,
importo de ficar aqui. Provavelmente a Mulher Gato já esteja aqui, então posso passar
Hipótese Diagnóstica:
Caso 5:
Maria, 23 anos.
Maria era uma mulher de 23 anos que se apresentou para uma avaliação
psiquiátrica ambulatorial duas semanas depois do parto de seu segundo filho. Ela foi
encaminhada pela enfermeira encarregada da amamentação, a qual estava preocupada
Maria afirmou que estava receosa e sem entusiasmo desde que descobriu que
estava grávida. Ela e o marido haviam planejado esperar alguns anos antes de ter outro
filho e ele havia deixado claro que preferia que ela interrompesse a gestação, uma opção
que ela não considerou devido à sua religião. Ele também estava aborrecido porque ela
estava “cansada demais” para assumir um emprego fora de casa durante a gravidez. A
paciente, então, passou a ficar cada vez mais disfórica, desesperançosa e sobrecarregada
depois do parto. A amamentação não estava indo bem e ela havia começado a achar que
seu bebê a estava “rejeitando” quando se recusava a mamar no peito, cuspia o leite e
chorava. Seu filho passou a ter muitas cólicas e ela se sentiu na obrigação de segurá-
-lo quase o dia inteiro. Ela questionava se merecia essa dificuldade porque a gestação
O marido ficava fora de casa na maior parte do tempo devido ao trabalho e ela
achava muito difícil cuidar do novo bebê e da outra filha, uma menina ativa e exigente de
16 meses. Ela dormia pouco, sentia-se constantemente cansada, chorava com frequência
e se preocupava sobre como conseguiria superar as dificuldades do dia. Sua sogra havia
Maria contou que havia trabalhado em uma cafeteria até a metade de sua primeira
gestação, quase dois anos antes. Seu relato sobre esta época demonstrava humor eutímico
e boa relação interpressoal. Além disso, sobre sua história pregressa, contou que fora
criada em um ambiente onde recebia bastante apoio de seus pais, com uma família
numerosa. Ela havia se mudado para uma região diferente do país quando o marido fora
transferido por causa do trabalho, de modo que não tinha parentes morando perto. Embora
ninguém em sua família tivesse se consultado com um psiquiatra, aparentemente vários
Ela não apresentava história nem tratamento psiquiátrico anterior. Negou o uso
de drogas ilícitas ou álcool. Durante vários anos teve o hábito de fumar, o qual
vestida de forma casual. Fez um pouco de contato visual, mas tinha a inclinação de voltar
os olhos para o chão quando falava. Seu discurso era fluente, mas lento, com latência
aumentada quando respondia às perguntas. O tom da fala era monótono. Ela confirmou o
humor baixo e seu afeto era contido. Negou pensamentos de suicídio e homicídio.
castigo por não querer o filho. Estava totalmente orientada e em um dos testes, pôde
registrar três objetos, mas lembrou-se de apenas um deles depois de 5 minutos. Sua
para boa.
Hipótese Diagnóstica:
Caso 6:
Samuel, 52 anos
pois sentia-se muito entristecido. Ele vinha lidando com diferentes sintomas há anos e
trabalho. Ao ser perguntado sobre como se sentia, Samuel afirmou que seu humor estava
diminuído, nada lhe dava prazer e tinha insônia, sentimentos de desesperança, baixa
no momento, mas acrescentou que, vários meses antes, havia olhado os trilhos do metrô
e pensado em pular. Relatou beber álcool eventualmente, mas negou o uso de drogas
ilícitas. Ao ser perguntado sobre medos, ansiedades ou preocupações, disse que tinha
relacionado à esta preocupação. Samuel fez uma pausa e esclareceu que evitava tocar
praticamente qualquer coisa fora de sua casa. Estimulado a falar mais, afirmou que,
média, lavava as mãos até 30 vezes por dia e passava horas nessa rotina. O contato físico
era particularmente difícil. Comprar comida e usar o transporte público era um grande
problema, de modo que ele havia quase desistido do convívio social ou de estabelecer
relacionamentos amorosos.
invadiam sua mente, relatando-as como bater em alguém, temores de que poderia dizer
relembrava conversas anteriores em sua mente, mantinha diários para registrar o que
havia dito e, frequentemente, se desculpava com medo de que tivesse soado ofensivo.
Quando tomava banho, certificava- se de que a água na banheira chegasse somente
até um determinado nível, com medo de que, se não prestasse atenção, inundaria os
vizinhos. Ele usava luvas no trabalho e seu desempenho era bom. Não tinha problemas
médicos. Passava a maior parte do tempo livre em casa. Embora gostasse da companhia
de outras pessoas, o medo de precisar tocar em algo se fosse convidado para uma refeição
O exame revelou um homem vestido de forma casual que exalava um forte cheiro
orientado para objetivos. Negou alucinações e outras crenças fortes. Negou intenção atual
que seus medos e ânsias eram “meio loucos”, mas achava que não tinha controle sobre
eles.
Hipótese Diagnóstica:
Caso 7:
Rodolfo, 51 anos
com a queixa de incapacidade de viajar de avião. Sua única filha havia recém dado à luz
e, embora ele quisesse desesperadamente conhecer a primeira neta, não conseguia pegar
começado três anos antes, quando estava em um avião que fez um pouso forçado durante
uma tempestade de neve. Havia voado dois anos antes e relatou que chorou durante a
um ano antes da avaliação, para ir ao casamento da filha. Apesar de ter bebido uma
quantidade significativa de álcool, Rodolfo entrou em pânico e se recusou a entrar no
avião. Depois dessa tentativa frustrada, começou a sentir uma ansiedade intensa só de
promoção no trabalho e uma oferta de emprego de fora porque ambas exigiam viagens de
negócios. Ele descreveu tristeza e arrependimento desde que percebeu sua limitação, mas
Havia aumentado seu consumo de álcool para três copos de vinho todas as noites,
ansiedade em outras situações, indicando que seus colegas o viam como um empresário
de pessoas.
com medo da possibilidade de ser atacado por algum animal selvagem. Esse medo o levou
a se recusar a viajar com a família para acampar ou mesmo a fazer caminhadas no campo.
Já adulto, afirmou que não tinha medo de ser atacado por animais selvagens porque
morava em uma cidade grande e, nas férias, viajava de carro para outras grandes áreas
urbanas.
Hipótese Diagnóstica:
Caso 8:
André, 60 anos
semanas após a morte do filho de 24 anos. O jovem, que sofria de alguns transtornos
mentais em comorbidade com abuso de substâncias, foi encontrado rodeado por vários
frascos de comprimidos vazios e um bilhete suicida incoerente. André era muito próximo
de seu filho e imediatamente se sentiu devastado, como se sua vida houvesse perdido o
sentido.
Nas duas semanas que se seguiram, ele visualizava o filho e estava “obcecado”,
se quanto a ter sido um mau pai e ter dedicado tempo demais à própria carreira, passando
pouco tempo com o filho. Sentia-se constantemente triste, retraiu-se da vida social que
costumava ter e não conseguia se concentrar no trabalho. Embora nunca tenha bebido
anteriormente mais do que alguns copos de vinho por semana, aumentou seu consumo de
Quando chegou para a consulta com o psiquiatra, este referiu que ele estava
sofrendo com o luto e que essa reação era normal. Eles concordaram em marcar consultas
para apoio e para avaliar o desenrolar da situação clínica. André já havia feito
poderia ter feito de diferente, começou a pensar que ele era quem deveria ter morrido, e
não o filho. Continuou tendo problemas para dormir, mas também costumava acordar às
4h30 da manhã e ficar olhando para o teto, sentindo-se oprimido por fadiga, tristeza e
sentimento de desvalia. Esses sintomas melhoravam durante o dia, mas também sentia
falta de autoconfiança, sua libido caiu drasticamente e já não tinha mais entusiasmo em
anteriormente em duas situações diferentes, anos atrás, por volta dos 20 anos. Seus
assim desde os 30 anos de idade. Negou história de abuso de álcool ou substância quando
era um jovem adulto e na atualidade. Referiu que ambos os pais tinham um humor
rebaixado e nunca haviam feito tratamento. Ninguém na família havia cometido suicídio
anteriormente.
Hipótese Diagnóstica:
Caso 9:
Helena, 27 anos
intensivo depois de sua primeira hospitalização na vida, o que ocorreu devido a uma
Ela afirmou que já vinha se sentindo cada vez mais triste e desesperançada há um
internação, começou a consultar com um novo psicoterapeuta, o qual lhe disse que ela
período de quatro a oito semanas, o humor dela havia sido moderadamente deprimido ao
longo do dia, durante a maioria dos dias, sem variação diurna e com a reatividade do
humor intacta.
Recentemente havia ganhado cerca de 4,5 quilos por “comer muita porcaria para
sua autoestima como “inexistente” e achava difícil se motivar ou se concentrar para fazer
momentos de “sofrer por tê-lo perdido”. Descreveu momentos em que era inundada por
inteira no jornal para dedicar-lhe uma mensagem) e recentemente percebeu que estava
amigas no meio da noite para “buscar apoio”. Depois ela “se arrastava” pelo restante do
dia, fadigada depois de apenas duas ou três horas de sono. Esses sintomas haviam
autolesivo. Também negou que tivesse, antes desse rompimento, uma história de
suicidas.
Na verdade, Helena parecia horrorizada por sua própria overdose, a qual ocorreu
acompanhada pelo orientador escolar no ensino médio devido a “mau humor” e notas
algumas semanas. Enquanto estava no hospital após sua tentativa de suicídio, começou a
Helena era a irmã mais nova de três filhos que cresceram em uma casa em um
subúrbio de classe média. Frequentou a escola pública, dizendo que sempre fora uma
“estudante de conceito B” e esperava algum dia cursar Direito. Descreveu a si mesma
como uma criança “calada, ansiosa”, não uma “criadora de caso”. Seu irmão mais velho
abusava de múltiplas substâncias, embora a ela afirmasse que ela nunca havia usado
substâncias ilícitas. Sua irmã havia recebido tratamento para “ataques de pânico” e
informou sobre diversas tias e primos que ela achava que sofriam de algum tipo de
transtorno mental.
Durante o exame, sua aparência era a de uma mulher agradável, bem relacionada,
vestida de forma casual, mas adequada, moderadamente acima do peso, aparentando sua
própria idade e mantendo bom contato visual. Seu discurso era um pouco rápido e
verborrágico, mas não era pressionado e podia ser interrompido. Não apresentava
animação excessiva. Seu humor estava deprimido e seu afeto tenso e disfórico, mas com
morta, mas sem intenções nem planos; não tinha delírios, alucinações, nem pensamentos
Hipótese Diagnóstica:
Caso 10:
Márcio, 56 anos
queixas de ter “pavio curto” e ser “provocado facilmente”. Exemplos de seu “pavio curto”
incluíam confronto com motoristas que cortavam sua frente, xingamento voltado a
estranhos que ficavam perto demais na fila do caixa e o fato de que ele assumia um “modo
recentemente, quando estava distraído, uma pessoa tocou em seu ombro e ele se levantou
pessoa e outros que estavam por perto. Márcio disse que nenhuma palavra, pensamento
imediata.
exército, quando ficou de guarda no portão frontal e, quase dormindo, uma bomba de
morteiro o deixou aturdido e o forçou a entrar em ação. Contou, então, que participara da
Guerra do Vietnã, onde serviu como operador de rádio de campanha. Relatou que, aos 20
anos, foi convocado pelo exército norte-americano e enviado para o Vietnã. Ele descreveu
treinamento básico e de suas primeiras semanas naquele país, até que um de seus
companheiros foi morto. Naquele momento, tudo o que importava era que ele e seu
melhor amigo voltassem para casa vivos, mesmo que isso significasse matar outras
pessoas.
Sua personalidade mudou, ele disse, daquele menino do campo sem preocupações
mas preferiu trabalhar como encanador autônomo devido à sua necessidade de ficar
isolado no trabalho. Não tinha antecedentes criminais. Estava casado há 25 anos e era pai
incidente ameaçador e, há muito tempo, tinha receio de que pudesse machucar alguém
sem querer.
Nunca havia procurado ajuda para seus sintomas, aparentemente, devido à forte
identificação dos sintomas e a um desejo mais forte de buscar ajuda. Seus sintomas
maior era sua agressividade incontrolável. Com a aposentadoria, estava animado para
excesso de modo intermitente; contudo, não havia consumido álcool em excesso nem
usado maconha na última década. Durante o exame, a aparência do sr. Reynolds era a de
um homem bem-cuidado, que parecia ansioso e um pouco reservado. Ele estava coerente
e se expressava bem. Seu discurso tinha velocidade normal, mas o ritmo aumentava
quando ele abordava um conteúdo perturbador. Seu afeto era um pouco constrito, mas
alucinações. Seu insight era muito bom. Estava bem orientado e parecia ter inteligência
acima da média.
Hipótese Diagnóstica:
Caso 11:
Olívia, 22 anos
para uma consulta psiquiátrica urgente depois de ter dito à colega de quarto que estava
pensando em suicídio. Ela tinha história de sintomas de humor que estavam sob controle
com lítio e sertralina, mas sintomas de tristeza profunda haviam retornado logo depois de
ter chegado a uma nova cidade para estudar, três meses antes. Ela ficava pensando nas
formas como poderia se matar sem incomodar os outros. Seus pensamentos suicidas
dominantes envolviam disparar uma arma contra a cabeça enquanto se debruçava sobre a
janela, para não sujar a casa de estudante. Embora não tivesse acesso a uma arma, passava
Sua história psiquiátrica teve início aos 15 anos de idade, quando ela começou a
duas substâncias a acalmavam, e negou que o uso delas tenha se tornado problemático.
Ela não consumia álcool nem maconha desde que havia ingressado na faculdade, há
alguns meses. Por volta dos 17 anos, começou a passar por episódios “de tristeza” breves
energia e má concentração. Ela dormia mais de 12 horas por dia e negligenciava suas
se transformava “em outra pessoa”. Sua energia aumentava, sua falava ficava mais
cinco dias e eram entrecortados por sentimentos de que seus amigos haviam se virado
regime, ela se saiu bem em uma universidade local a ponto de ser aceita em um programa
lentidão psicomotora. Afirmou que era muito difícil sair da cama e não frequentava as
dinheiro da família nos estudos que ela não conseguia realizar. Afirmou pensar em
suicídio na maior parte do tempo e que não encontrava nada que a distraísse. Negou beber
ou fumar maconha recentemente, dizendo que não tinha vontade de “se divertir”.
Reconheceu sentimentos profundos de vazio e afirmou que, algumas vezes, cortara seus
braços superficialmente para “sentir como era”. Afirmou que sabia que se cortar assim
Hipótese Diagnóstica: