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Será que a atenção se tornou o recurso mais escasso nos dias de hoje? Esse é o tema fundamental do livro
Foco - A atenção e seu papel fundamental para o sucesso, do autor Daniel Goleman. E a resposta é simples.
Sim, prestar atenção é uma habilidade esquecida, mas cada vez mais valiosa. À medida que o mundo evolui
aceleradamente, torna-se cada vez mais fácil distrair-se, isolar-se e sentir-se perdido com tanta informação e
tantas coisas acontecendo.
No entanto, se você quer ser bem sucedido, produtivo e ter relacionamentos pessoais e profissionais
melhores, precisa desenvolver seu foco. Pode apostar, esse resumo nos ajudou muito aqui no 12'. Separamos
as melhores dicas para você aumentar seu nível de atenção e mandar bala, afinal, aqui nós também temos a
mania de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Por isso, foi um prazer focar bastante no livro e preparar este
resumo para vocês!
Porém, para Goleman, esse não é o principal ponto desta discussão. Isso é inevitável e temos que nos
acostumar com um mundo cada vez mais acelerado. A grande verdade é que a atenção funciona como um
músculo. Se você o utiliza pouco , ele pode se atrofiar, mas se você trabalha este músculo, ele cresce e se
desenvolve. Atenção é algo que molda a realidade das pessoas. Pense no quanto a sua visão de mundo é
moldada pelas coisas nas quais você presta atenção. Cada coisa na qual você decide focar é um filtro na
maneira como você vê o mundo e aprende. Goleman cita o grandioso mestre Yoda, de Star Wars, nesta
passagem: "Seu foco é a sua realidade!" É essencial, portanto, que escolhamos com cautela onde "gastamos"
nossa atenção, para determinar o que queremos ver e ser.
Já a distração emocional ocorre quando, por exemplo, ouvimos nosso nome, temos um problema em nossas
vidas ou terminamos um relacionamento. Aqueles que têm um foco mais imune às turbulências emocionais,
geralmente são menos abalados por crises e mantêm suas vidas nos trilhos durante este momento. É preciso
saber lidar com esses dois tipos de distrações para manter nossa atenção focada. Se você tem a atenção
focada, o cérebro conecta as informações que já sabemos às novas informações, criando novas conexões
neurais. Quando não estamos focados, nosso cérebro não faz estas conexões, o que prejudica a retenção do
conhecimento. Quanto mais distraídos estamos, menos conteúdo capturamos, pois nosso cérebro fica
impossibilitado de fazer as conexões entre o que já sabemos sobre um assunto específico e o que não
sabemos sobre aquele assunto. Quando lemos um livro (ou um resumo do 12'), nosso cérebro cria uma rede
de caminhos que une ideias a experiências. Para ser capaz de ler profundamente (o chamado deep reading), é
preciso ter concentração constante e estar imerso no assunto. Você não conseguirá grandes resultados no seu
aprendizados pulando entre fatos sobre assuntos e conteúdos diversos.
Mente bottom-up: Possui alta capacidade de processamento, resolvendo problemas de forma involuntária e
automática. Não somos capazes de perceber seu funcionamento;
Ela é rápida e precisa de pouca energia para funcionar, por isso, na maioria das vezes, assume o
comando.
Ela funciona em modo multitarefas e filtra nossa percepção para nos mostrar o que ela julga relevante;
Essa parte do cérebro começou a se desenvolver há milhões de anos atrás, quando nossos instintos principais
eram voltados para sobrevivência. Por isso, ela geralmente atua trazendo pensamentos de curto prazo,
impulsos e decisões rápidas;
Mente top-down:
Nossa consciência reside aqui, onde temos controle e a gerenciamos através das nossas intenções. Essas
atividades mentais ocorrem no neocortex; monitoram e podem, de certa forma, direcionar a mente top-down.
Ela é mais lenta e consome esforço e energia para ser utilizada, por isso ela não é capaz de trabalhar
por muito tempo sem pausas;
Ela é capaz de aprender novos modelos, novos planos e parcialmente tomar conta das nossas respostas
mentais automáticas;
Consegue processar apenas uma informação de cada vez e precisa analisar bastante antes de chegar a
uma resposta;
Ela se desenvolveu centenas de milhares depois da mente bottom-up, dando ao ser humano a
capacidade de refletir, conhecer-se, decidir e planejar.
O objetivo do seu cérebro, quando se defronta com um novo estímulo, é distribuir tarefas mentais entre os
dois sistemas acima com o menor esforço possível e ter o melhor resultado. Quanto mais desenvolvemos uma
habilidade e a transformamos em um hábito ou uma rotina, mais ela é passada da mente top-down para a
mente bottom-up.
Já ouviu falar de atletas que fazem um exercício tantas vezes que ele acaba ficando na mémoria muscular?
Na verdade, o fenômeno que o ocorre é o cérebro deixando essa repetição cada vez mais automatizada.
Essa automatização libera nossa atenção para que possamos aprender coisas novas e nos desenvolvermos.
Assim, um dos segredos de desenvolver seu foco é simplesmente transformar suas principais atividades em
hábitos e fazer com que seu cérebro bottom-up consiga assimilá-los. Quanto mais você expõe seu cérebro a
um volume maior de informações, sua capacidade de controlá-lo fica reduzida. Quanto mais distraído você
está, mais propenso a erros, cansaço mental e stress. O circuitos bottom-up absorvem hábitos rápido e
silenciosamente durante o dia e, embora isso seja útil se você tem bons hábitos que quer desenvolver, caso
você tenha uma má rotina e muitas distrações, esse sistema também pode assimilar estas situações e
entendê-las como rotinas que criamos inconscientemente.
Existem muitas armadilhas para sua mente bottom-up, muitas vezes utilizadas até mesmo por campanhas
publicitárias. Lembra daquela modelo sorrindo no comercial de bebidas? Sim, a ideia é que você associe isso
ao hábito de beber e, assim, beba mais.
Obviamente, é cada vez mais dificil ter tempo para ficar sozinho com você mesmo, relaxar e refletir, mas é
muito importante que você tenha estes momentos, pois eles são capazes de aumentar dramaticamente seu
potencial criativo e sua imaginação. Para tarefas simples, que demandam pouco foco, como por exemplo
colar envelopes de cartas, vale a pena deixar sua mente à deriva e abrir espaço para divagações. É claro que
para muitos isso pode ser desafiador. Pessoas acostumadas com rotinas extremamente corridas, executivos e
profissionais da informação, muitas vezes têm dificuldades para se desligar do assunto em foco e explorar
novas ideias/possibilidades. Uma técnica citada por Goleman para resolver isso foi adotada por Peter
Scheweitzer. Ele trabalhava com criptografia e sempre se via em situações intensas de análise de dados para
desvendar combinações e segredos encriptados. Essa é uma tarefa que exige muito foco, porém, ele decidiu
realizar estas atividades enquanto caminhava, para ter mais estímulos externos e trabalhar outras áreas do
cérebro. Existem também as pessoas que têm grandes dificuldades de concentração e que mantêm seus
cérebros à deriva, com uma forte disposição para divagar. Estas pessoas são mais espontâneas e têm algumas
habilidades interessantes, como capacidade de improvisar e fazer conexões entre áreas mais distantes do
cérebro. Muitos rappers estão nessa categoria, por exemplo. Em alguns casos, isso pode até ser resultado de
uma doença chamada de Transtorno de Déficit de Atenção ou TDA.
Encontrando o equilíbrio...
Pode parecer difícil de aceitar, mas o que mais nos distrai não são as pessoas ao nosso redor, mas sim nossa
própria mente. Para conseguirmos nos concentrar, é preciso sermos capazes de silenciar nossas interrupções
internas. Para atingirmos este estado, Goleman recomenda a prática da filosofia de mindfullness. A premissa
é simples: quando nos voltamos para nossos sentidos e focamos em percebê-los a todo o tempo, os ruídos do
nosso cérebro são silenciados e os circuitos mentais se aquietam para os assuntos pessoais que te distraem.
Seu cérebro vive um conflito constante entre divagar e perceber exatamente onde você se encontra naquele
momento. Se você usa sua energia para divagar, sua percepção do mundo naquele momento fica reduzida.
Porém, se você foca em perceber o seu meio e os estímulos do mundo, seu cérebro abandona as divagações.
É importante encontrar seu ponto de equilíbrio e garantir que seus pensamentos e sua performance estão indo
ao encontro de seus objetivos. Se seu cérebro mantém foco constante por muito tempo, ele se cansa e você
pode chegar ao ponto de exaustão cognitiva, tornando-se incapaz de aprender. Os principais sinais de
exaustão cognitiva são: queda na produtividade, irritabilidade e falta de energia para pensar. Para restaurar
sua energia mental e mantê-la sempre em um alto nível, você precisa alternar entre atenção voluntariamente
focada e permitir que a mente relaxe e divague. Para atingir esse meio termo, de tempos em tempos, faça algo
relaxante, dê uma caminhada, brinque com seus filhos, faça algo que não requeira uma concentração grande.
Steve Jobs sempre aconselhou que não devemos deixar a voz de outras pessoas apagarem nossa voz interior.
É preciso também seguir nossos corações e intuição, pois eles sabem o que queremos ser e onde queremos
chegar, ele dizia. Nossos sentimentos irracionais e reações biológicas a informações são circuitos bottom-up
que simplificam nossas decisões, guiando nossa atenção entre as melhores opções. Quanto melhor nos
tornamos em ler estes estímulos, melhor nossa intuição se torna. É preciso nos conhecermos para evoluirmos
nosso foco.
Entendendo a Empatia
A empatia tem duas formas principais, a empatia cognitiva e empatia emocional. A primeira nos capacita a
ver o mundo através dos olhos dos outros e a nos colocar no lugar deles. A empatia cognitiva nos ajuda a
compreender o estado mental de outras pessoas e o motivo pelo qual agem de uma maneira específica.
Ela nos permite observar, por exemplo, se uma pessoa está feliz ou triste apenas olhando para sua expressão.
Ela é uma empatia de leitura: nós entendemos, mas não necessariamente simpatizamos com a
causa/sentimento da pessoa. Psicopatas, por exemplo, usam este tipo de empatia para manipular pessoas de
acordo com seus interesses. Já a empatia emocional nos permite sentir o que os outros estão sentindo. Ela é
um fenômeno físico que faz com que nos sintamos tristes e felizes a partir de um estímulo de outra pessoa.
Este tipo de empatia se baseia no compartilhamento real do sentimento com a outra pessoa.
Entender como funciona a empatia é essencial para desenvolver nossa habilidade de foco, pois quanto mais
empatia temos com a outra pessoa, mais ela sente que nos importamos e mais ela se sente ouvida. No entanto,
existem momentos em que precisamos nos isolar das emoções derivadas da empatia para nos mantermos
calmos e concentrados no que precisa ser feito, mesmo com complicações emocionais.
Líderes bem sucedidos sempre estão buscando novas informações, pois precisam entender o sistema onde
atuam e ter uma ótima sinergia entre sua realidade emocional e a das pessoas que ele busca inspirar. Um dos
maiores desafios neste caso é saber ouvir, que é uma característica relacionada à empatia emocional.
Atualmente, não saber ouvir é quase uma epidemia nas empresas e, para liderar, é preciso falar menos sobre
nós mesmos e prestar atenção no que importa para os demais e para o grupo. Além disso, o bom líder
também sabe que seus liderados olham para onde sua atenção está e, por isso, serve de exemplo.
Por isso, é importante ter um modelo claro e estratégico de foco organizacional. Steve Jobs, por exemplo,
tinha uma diretriz simples, que se baseava em "decidir em que não trabalhar é tão importante quanto se
decidir em que trabalhar". Para criar uma estratégia bem sucedida, é preciso ter uma tensão constante entre
duas estratégias. Bons líderes são capazes de saber quando alternar entre:
Tornar-se mais eficiente dentro do foco: A habilidade de aprender e evoluir, melhorando a capacidade
atual;
Explorar fora do foco atual: A habilidade de se desligar do foco atual para buscar novas possibilidades;
Para ser capaz de alternar entre ambas, é necessário saber se desligar da rotina organizacional e assim
permitir que a sua empresa desenvolva sua capacidade de aprender. Também é essencial que o líder
moderno seja capaz de comunicar o impacto e o significado do foco da empresa. Líderes inspiradores
lutam para empoderar e contribuir com seus funcionários e a comunidade. Um bom líder sempre foca
em identificar e desenvolver o potencial de outras pessoas. A fábrica de Brownies Greyston Bakery,
localizada em uma área pobre do Bronx, em Nova Iorque, tem uma história inspiradora. Ela só contrata
pessoas que não conseguem encontrar trabalho e não seriam normalmente aceitas pelo mercado de
trabalho. Eles têm um slogan que comunica seu propósito, seu significado para o mundo: “Nós não
contratamos pessoas para assar brownies. Nós assamos brownies para contratar pessoas”. Líderes que
não possuem empatia são incapazes de ver seu impacto na vida dos outros e no sistema onde estão
inseridos.
Você é capaz de articular com energia para seus liderados uma visão autêntica dos motivos pelos quais
vocês estão tomando esta direção e deixar claras as expectativas para eles;
Entender, se importar de verdade com o que as pessoas buscam em suas vidas, carreiras e no seu
trabalho e, a partir daí, dar seus conselhos;
Ouvir conselhos e a experiência. Sempre colaborar com o time e saber usar o consenso quando
necessário;
Saber que celebrar vitórias, rir, divertir-se com sua equipe não é um desperdício de tempo e sim uma
ótima ferramenta para desenvolver-se emocionalmente.
Se você é um líder e adota estas práticas, provavelmente desenvolverá um time com alta performance e
alinhamento. Um bom time tem foco em desenvolver o autoconhecimento dos seus membros e trazer à tona
discussões antes que elas explodam, sendo papel do líder criar este ambiente, fomentando a inteligência
coletiva do grupo e criando um senso de confiança e segurança em seus membros. Além disso, para garantir a
harmonia do seu time, Goleman também recomenda que você reúna seu time periodicamente e converse
francamente sobre as dinâmicas da equipe, para que o grupo entenda e decida que mudanças devem ser feitas.
Notas Finais
Este é, na nossa opinião, um dos livros mais fantásticos sobre foco e lliderança já escritos. Se você chegou
aqui, provavelmente achou este resumo grande demais (ao menos para um resumo) e pedimos desculpas por
isso. Para nós, as lições chaves deste livro são:
Entenda como seu cérebro funciona. Saiba quando você está no controle e quando não está, para poder
se concentrar melhor;
Divagar é importante. Por mais que queiramos você concentrado no dia a dia, é essencial ter tempo
livre para pensar em novos problemas e ser criativo;
Empatia é importante, mas é preciso saber isolá-la e usá-la de acordo com seu objetivo;
Um bom líder consegue direcionar seu time para atingir objetivos audaciosos, com significado. Para
isso, ele precisa de autoconhecimento e de realmente se importar com seus liderados.
Dica do 12': Nós realmente recomendamos que você compre o livro e desse uma lida ou ao menos relesse
este resumo! O conteúdo todo é imperdível! #12classics