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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX

CURSO DE PSICOLOGIA

GIRLENE MEIRE DO VALE


LUCIELLY FERNANDES
SAMIELY PANTOJA
SOSTÊNIA FLÁVIA

PRÁTICA EXTENSIONISTA

PSICOTERAPIA BREVE

NATAL/RN
2023
AVALIAÇÃO PSICODINÂMICA EM PSICOTERAPIA BREVE

DADOS GERAIS:

Nome: Fernando, 43 Anos, Servidor Público.

HISTÓRIA DO PACIENTE

Relatos dos Atendimentos

1ª Sessão:
Quando questionado o motivo da sua busca por atendimento terapêutico, o
paciente respondeu "ter vários motivos". E ao perguntar qual a demanda que o fez
procurar ajuda, o mesmo respondeu que "todas as demandas", não sabendo
identificar qual seria mais importante naquele momento.
As principais demandas trazidas foram: Infidelidade, problemas financeiros,
problemas sexuais e insegurança.
O paciente questionou as terapeutas, sobre qual a abordagem delas, ou a que
elas pretendem atuar, ao mesmo tempo, justificou o motivo da sua pergunta, dizendo
que seria para ter uma base sobre uma abordagem, que se ajudasse ele poderia
buscar um profissional com a mesma abordagem, facilitando o processo. Pois em
conversas com amigos, alguns relatam que passam por vários profissionais e para
“economizar tempo”, está buscando saber sobre a abordagem utilizada. Com isso, ele
pretende buscar um profissional que tenha uma abordagem que possa “servir para
ele”. Perguntou sobre a abordagem holística, pois já havia pesquisado anteriormente
e viu que ela fala desde o desenvolvimento fetal a traumas, questionando se o que
ocorre com ele pode ter origem biológica ou espiritual, procurando um sentido e uma
direção para suas questões. Trouxe ainda, questões relacionadas a espiritualidade,
se questionando se o que está acontecendo com ele poderia ser de origem espiritual.
Ele relatou, que começou a namorar aos 11 anos, com uma pessoa mais velha,
teve uma sequência de relacionamentos, um seguido do outro, sendo alguns curtos e
outros mais longos, durando no máximo 3 anos. Citou ainda que, na maioria dos seus
relacionamentos ocorreu traição da sua parte, “foram poucas as pessoas que ele não
traiu”. Com 34 anos casou-se e teve 2 filhos. Mesmo após o casamento, continuou
sendo infiel, tendo outras relações fora do casamento, repetidas vezes, com pessoas
diferentes. Em relação a infidelidade, falou que nunca contou para ninguém, nem
mesmo sua mãe tem conhecimento sobre o seu comportamento.
São vários os questionamentos sobre suas ações, tentando entender por que
ele age desta forma, qual é a causa de tudo isso, se tem algum transtorno que não
permite que ele seja fiel. Por esta razão, buscou a terapia, por ter diversos problemas,
mais que não consegue priorizar um, pois todos estão impactando.
Diante de tudo que estava acontecendo, resolveu assumir suas traições para
sua esposa, se surpreendendo com a atitude dela, “calma e sem fortes reações”,
perguntando para ele apenas os nomes das mulheres que ele havia traído ela. Mas
ele, omitiu essa informação. O que mais impactou ele ao revelar as traições foi a
reação da esposa, pois imaginava que ela iria reagir de outra maneira, “que iria
explodir, chorar, xingá-lo [...]”, mas nada disso aconteceu. Disse que, não sabia
explicar a situação do seu casamento hoje, se eles estavam se tratando como dois
irmão, que a relação estava estranha e que não está havendo conexão. Mesmo tendo
uma casa, família, boa condição financeira, se questiona onde está o problema.
Em relação a questões sexuais, ele relatou que sua primeira relação sexual foi
com 23 anos e que está passando por problemas em sua vida sexual e está ficando
incomodado. Tendo ejaculação precoce, dificuldade em manter o pênis ereto,
dificultando a penetração. Diante dessas dificuldades dele, falou que sua esposa o
questionou, como ele está tendo relações sexuais com outras mulheres e está
“funcionando” e com ela não está. Mais, ele contou que mesmo com outras mulheres,
algumas vezes não fez sexo, nem conseguiu penetrar. Ele citou ainda, por diversas
vezes, a insegurança que sente e se esses problemas, matrimoniais e principalmente
sexuais, estariam relacionados também a estas inseguranças.

2ª Sessão:
Inicialmente, o paciente foi questionado quanto ao consumo de conteúdo
pornográfico. Respondeu que consumiu há muito tempo e, atualmente, “pode até ser
saudável”, mas considera não fazer bem o excesso. Além do mais, conforme ele,
mesmo que assistisse esporadicamente, não criou o hábito de assistir por considerar
muitas coisas irreais e gostar da realidade.
No que se refere às relações familiares, mencionou que a mãe se casou aos
20 anos e separou-se quando estava grávida dele. Os motivos da separação foram
traições e violência doméstica. Dessa forma, durante os primeiros anos da infância
não teve convivência com o pai e as figuras masculinas se restringiam aos tios e
primos. Embora saiba onde o pai mora, tenha o sobrenome, não se relaciona com ele.
Apenas com os irmãos, mesmo que morem distantes.
Lembra que aos 5 anos a mãe se envolveu com outro homem e que era
estranho, para ele, essa presença masculina. Logo, não criou vínculos afetivos com o
padrasto, principalmente, pelo fato de ter presenciado muitas cenas de conflitos,
traições e violência física que a mãe sofria nesse relacionamento. Inclusive, relatou
que várias vezes precisou intervir nas brigas deles com receio de que algo pior
pudesse acontecer.
Ao ser trazida a questão da possibilidade de sentir-se inseguro devido a
ausência de uma figura paterna que o orientasse em relação à vida, rememorou as
primeiras tentativas de relações sexuais: uma frustrante e a outra o envolvimento com
uma colega da faculdade, por quem se apaixonou e teve a primeira relação sexual de
verdade, aos 23 anos. Por ser inexperiente e não ter falado sobre isso com ela, surgiu
o boato de ele “não ser bom de cama”. Disse ter ficado decepcionado.
Falou ainda que teve, antes de se casar, alguns relacionamentos longos, com
um bom sexo e fidelidade. Até que, no penúltimo deles, a namorada confessou ter
traído, embora sem sexo. A partir de então, segundo ele, começou a trair essa
namorada e a se envolver com muitas mulheres: solteiras, casadas, conhecidas e
desconhecidas. Inclusive, trai a atual esposa desde o tempo de namoro. Com esta,
pensou que seria diferente, mas não foi. Sente, de certa forma, culpa por traí-la, mas
consegue conviver com isso. Ele desabafou que não consegue entender o porquê de
trair e ao mesmo tempo confessou não conseguir parar com essas traições.
Apesar de ter trazido todas essas informações, o paciente apresenta
consciência de ter traído muitas parceiras, inclusive a atual esposa, a quem continua
a trair. Diz sentir culpa e que consegue lidar com isso ao mesmo tempo em que coloca
o não querer prejudicar as mulheres casadas conhecidas do casal, com as quais sai
de vez em quando. Na realidade, demonstra não compreender muito bem os motivos
dessas traições e que, de certa forma, está repetindo as ações do pai e do padrasto,
que traíram sua mãe.
Tudo isso parece incomodá-lo. Entretanto, algo que parece incomodar muito
mais, trazido também na sessão anterior, é o fato de “não funcionar” durante o sexo
com as parceiras, conforme esperado. Pois, pelo que relata parece existir uma
disfunção sexual: ejaculação precoce. Acredita ser isso

3ª Sessão:
No primeiro momento, foi utilizado o recurso: Roda da Vida, um exercício de
autoconhecimento, em que o paciente pontuou uma nota de 0 a 10 de acordo com o
que ele estava vivendo no momento atual. Em relação as áreas da sua vida, ele
pontuou as seguintes notas: Sexualidade: 1; Casamento: 7; Relacionamentos: 2;
Família: 9; Trabalho: 9; Lazer: 5; Saúde: 9; Amizade: 5.
Em relação as áreas da vida e as pontuações feitas, ele falou que em relação
a sexualidade, não está bem, pelo fato de “não estar acontecendo”. O casamento,
“poderia estar melhor, mas entendia o porquê de não está bem”. Os relacionamentos,
“não está bom, pois perdeu muitos contatos”. A família, “está bem”. O trabalho,
“tranquilo”. Lazer, “não tem muito tempo”. Amizades, “não tem muitos amigos, disse
que são poucos os verdadeiros”. E a saúde, “está bem”.
No que diz respeito, ao casamento, disse que faltava diálogo entre eles, não
conversavam mais. Que não estava tendo relações sexuais com a esposa, disse sentir
desejo, mas que não estava acontecendo, neste caso, não estava tendo relações com
nenhuma outra mulher e que o objetivo era ter relações com sua esposa, por isso
deixou de buscar outras mulheres. A última vez que ele teve relações sexuais com a
esposa foi em junho, no dia dos namorados e um mês depois, foi revelado a ela as
traições da parte dele, a partir daí, os problemas só aumentaram e ela não quis mais
ter relações sexuais com ele.
Questionou-se pelo fato de ter focado suas energias em outras mulheres, e
isso tenha diminuído a frequência da relação com sua esposa. No início do casamento
era frequente fazerem sexo, após foi diminuindo, não houve mais procura por parte
dele, tanto que ela o questionou se “ele não gostava”. Para ele, talvez tenha
acontecido uma “divisão de foco”, entre a esposa e as outras mulheres.
Sobre autossabotagem, o paciente falou que não havia pensado nisso e que
começou a se sentir mal devido a “queda na potência sexual”, não se sente bem como
se sentia antes, pois percebe que tem algo errado. Pensando nesse sentido, pode
estar se autossabotando e disse perceber que talvez o “problema seja ele”, por todas
as situações que está acontecendo em sua vida.
Foi questionado pelas terapeutas se já havia buscado o médico urologista, ele
respondeu que sim, inclusive que foi “uma de suas ficantes do passado” que falou
para ele procurar o médico. Realizou várias consultas e exames e todos deram
normais, fisiologicamente tudo normal. Mas falou que psicologicamente, talvez não
estivesse. Quando pensou nisso, questionou-se a psicologia poderia ajudá-lo.
Falou ainda, que devido todas as demandas trazidas por ele, pode estar se
autocobrando e, consequentemente, está gerando ansiedade. Principalmente em
pensar no que ele não está conseguindo fazer, “relações sexuais, ereção, ejaculação
precoce”. Outro ponto citado por ele, foi a ansiedade está maior em relação ao seu
casamento, por sua esposa está “distante e fria, não o abraça nem beija mais, parou
de mandar mensagens e só chama ele pelo nome, e não mais por Amor”.
(Neste momento na qual foi falado sobre Ansiedade, as terapeutas fizeram uma breve
psicoeducação sobre ansiedade).

4ª Sessão:
O paciente discutiu hoje sobre a possibilidade de fazer ou não terapia de
casal. Entretanto, essa possibilidade perpassou por outras questões: financeira, a falta
de motivação da esposa, se a terapia mudaria mesmo alguma coisa, se há realmente
a necessidade de uma terceira pessoa para mediar o conflito que se instalou na
relação, tão logo houve a descoberta das traições. Trouxe, ainda, a preocupação no
que se refere à indiferença da esposa diante do seu querer mudar e ficar somente
com ela, ou seja, manter o relacionamento como se pudesse ser como era antes de
ela ter descoberto as traições.
Reiterou que a falta de diálogo e de afeto positivo entre o casal persiste e tem
consciência que possui falhas ao se comunicar com a esposa. De acordo com ele, a
indiferença dela permanece e isso tem lhe deixado bastante preocupado, porque,
apesar de não demonstrar arrependimento, deseja a todo o custo, retomar o
relacionamento, mesmo que, ainda, sem o insight da falta de responsabilidade afetiva
para com ela.
Relatou outra preocupação de sua parte, como resultado da indiferença da
esposa, que faz com que fique curioso, a ponto de questioná-la: se ela tem transado
com alguém. Neste ponto, é perceptível que ele começa a projetar nela a culpa, como
forma de se vitimizar diante do comportamento atual dela. Sentimento que não tem
conseguido lidar, mesmo que em outras sessões tenha dito o contrário, que não sente
remorso algum pelas traições há anos.
Conforme tem contado ao longo da psicoterapia, traí a esposa desde sempre
e vinha conseguindo administrar. Mas, a partir do momento em percebeu a baixa em
seu desempenho sexual, que a desconfiança dela foi posta no relacionamento, a
pressão para que confessasse as traições e com quem, fizeram com que “a sua zona
de conforto” virasse um caos. Em conformidade com tudo que tem falado, uma coisa
tem ficado clara: suas dúvidas quanto a sua fidelidade no relacionamento, caso a
esposa o aceite de volta. Porque, mesmo não tendo usado o termo “desgastado”, seu
relacionamento conjugal está permeado de desconfiança, falta de respeito,
indiferença.
Muito embora, ele venha percebendo os indícios desse desgaste, tem
demonstrado dificuldades para aceitar o caos, no qual possui grande parcela de culpa.
Apesar de dizer que tem se empenhado para mudar a situação, não tem trazido
estratégias para que possa realmente mudar a situação. Ao contrário, continua sem
saber como solucionar os problemas que causou, tanto a si mesmo quanto a sua
parceira.

5ª Sessão:
Em princípio, o paciente ao entrar na sala de atendimento, disse que sentiu
saudades das terapeutas, devido ter tido duas semanas sem atendimentos. Sobre a
saudade, ele falou que é importante senti-la, pois faz com que a pessoa se doe mais,
tenha um suporte para continuar o processo e gera uma sensação boa. E que de
forma geral, tem visão sobre o seu progresso e os resultados.
O paciente relatou, que se lembrou de uma vez que conversou com sua esposa
e ela falou “eu não conheço você, achei que conhecia”, “se soubesse que você era
assim, talvez não tivesse ido para frente”. E ele se questionou, que se tivesse sido
verdadeiro o suficiente, se teria evitado todo esse conflito.
Sobre a tarefa de casa que foi passada pelas terapeutas na sessão anterior,
ele disse que fez algumas análises e discursou sobre casamento, fidelidade,
compromisso e quando iniciou seus relacionamentos. Demandou questionamentos
sobre a relação entre compromisso e fidelidade, dois conceitos que se misturam, mas
que são diferentes, e quando são usados juntos, gera a fidelidade no casamento. Para
ele, a fidelidade é algo emocional.
Recentemente, ele conversou com a esposa sobre fidelidade e ela falou que
eles poderiam continuar juntos, mas que precisava de uma garantia da fidelidade dele,
mas ele falou que não poderia dar esta garantia a ela. Pois, se de repente ele
prometesse ser fiel, mas não cumprisse. Mesmo assim, deseja ficar com sua esposa,
mas não consegue garantir fidelidade a ela e não quer criar expectativas.
Com isso, ele trouxe ainda, a dificuldade de mudar e a resistência a certas
atitudes. Abordou também, a questão da confiança e da necessidade de diálogo para
superar problemas no relacionamento e falou sobre a possibilidade de terapia de casal
e a importância de reconhecer as próprias falhas.

6ª Sessão:
Conforme falado no início do processo psicoterápico, quando foram feitos os
acordos e explicada a dinâmica da psicoterapia breve, os atendimentos seriam
realizados em 6 encontros. Então, já havia sido relembrado na sessão anterior que
esse seria o último deles. Durante a sessão, alguns pontos do paciente foram
avaliados, tanto por si quanto pelas terapeutas: os ganhos dele, os estágios de
mudanças dele e o vínculo terapêutico.
Mais uma vez ele trouxe sua tentativa de reaproximação com a esposa, o que
ainda lhe incomoda e traz, de certa forma, insegurança, porque há momentos em que
ela permite proximidade e em outros não. Inclusive, no que se refere à intimidade do
casal, a esposa não tem correspondido às expectativas dele. Mesmo assim, ele fica
esperando que tudo “volte ao normal” entre eles porque tem procurado melhorar a
comunicação desde que iniciou o processo psicoterápico.
Porém, apesar de ele trazer em todas as sessões que quer voltar à
normalidade, continuar no casamento, valorizar a família, em um dado momento da
sessão fala que não é ruim para ele ser e estar na posição de conquistador de
mulheres e que isso tem fortalecido seu ego durante todo o tempo das traições. Ao
que parece o único inconveniente em toda a situação foi a descoberta da esposa,
principalmente por querer nomes da lista dele de conquistas; sua “momentânea”
impotência sexual e a indiferença que tem recebido dela.
Quanto ao seu parecer sobre o processo terapêutico, comentou que foi bem
proveitoso, sentiu-se à vontade para falar e se ouvir também, bem como teve um
espaço para ser acolhido, sem julgamentos e que hoje reflete muito mais sobre as
próprias atitudes, tem sido mais empático e acredita que a situação entre ele e a
esposa irá se resolver com o tempo. Segundo ele, gostou bastante do contato com as
terapeutas e cogitou a possibilidade de manter contato com elas, encontrá-las, mas
questionou se seria antiético. Diante disso, teve a resposta de que sim, seria e o
contato entre eles aconteceu apenas enquanto durou a psicoterapia e foi
extremamente profissional.
Na devolutiva ao paciente, as terapeutas pontuaram que a capacidade de
reflexão dele e sua autoconsciência foram de suma importância para o seu
crescimento e autoconhecimento. E que perceberam, pelo que ele trouxe, que houve
progresso em relação à comunicação entre o casal e reconhecimento da
responsabilidade dele em todas as demandas. Ratificaram que a terapia é um
processo gradual e não se deve esperar que as mudanças ocorram da noite para o
dia. É necessário tempo e dedicação para alcançar resultados. Por isso, é importante
continuar com a terapia.
Finalizaram reiterando que o processo terapêutico é uma jornada de
aprendizado e desenvolvimento, que requer tempo para consolidar as mudanças.
Para que fossem dadas opções de procura de outros profissionais, por parte do dele
e assim dar continuidade na terapia, foi disponibilizado para ele um documento com
uma lista de psicólogos que atendem tanto pelo plano de saúde (uma vez que ele já
havia informado, no início do processo que possui) quanto por valores sociais.

GENOGRAMA
MECANISMOS DE DEFESA
Passagem ao ato, somatização, racionalização, humor, supressão

FUNÇÕES EGÓICAS (memória, percepção, pensamento, motivação, emoções)


Sem alterações

TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO
Apresenta baixa tolerância à frustração. Ele expressa um sentimento de
impotência, pois estava esperando que as questões entre ele e sua esposa fossem
resolvidas mais rapidamente. Como isso não aconteceu, ainda não aprendeu a lidar
com essa emoção e acaba se sentindo frustrado. Deixa evidente que não aprecia essa
sensação.

RECURSOS ADAPTATIVOS
Durante as sessões, discutiu-se com ele sobre a relevância do diálogo entre
ele e sua esposa, da empatia na escuta. Ele mencionou que está se comunicando
melhor com sua esposa e prestando mais atenção nas palavras dela. Por ele
empenhar-se em estar presente na relação, tem surtido um efeito positivo. Antes, eles
tinham menos trocas de afetos, pois ela não se deixava ser tocada e, atualmente, está
mais receptiva.

PADRÃO RELACIONAL

Sim.

ASPECTOS PSICOSSOCIAIS
Em relação as áreas da sua vida, ele pontuou as seguintes notas:
Sexualidade: 1; Casamento: 7; Relacionamentos: 2; Família: 9; Trabalho: 9; Lazer: 5;
Saúde: 9; Amizade: 5. No que se refere a elas quanto às pontuações feitas, falou que
em relação à sexualidade, não está bem, pelo fato de “não estar acontecendo”. O
casamento “poderia estar melhor, mas entendia o porquê de não estar bem”. Os
relacionamentos, “não está bom, pois perdeu muitos contatos”. A família, “está bem”.
O trabalho, “tranquilo”. Lazer, “não tem muito tempo”. Amizades, “não tem muitos
amigos, disse que são poucos os verdadeiros”. E a saúde, “está bem”.
FORMULAÇÃO E AVALIAÇÃO PSICODINÂMICA

FOCO
Insegurança no relacionamento (ansiedade, baixa autoestima)

PLANEJAMENTO DO PROCESSO

1ª Sessão
Entrevista inicial: anamnese, contrato terapêutico, história de vida e e explorar a
demanda;

2ª Sessão
Entrevista inicial: explorar as demandas, história de vida, direcionar para uma
demanda.

3ª Sessão
Entrevista inicial: identificar o foco, investigar se as questões sexuais estavam
ligadas à questões fisiológicas ou emocionais, identificar a insegurança relacionada
às esferas da vida.

4ª Sessão
Foco: insegurança no casamento, investigar a repetição de padrão de
comportamento das figuras masculinas que fizeram parte da sua vida, comunicação
com a esposa

5ª Sessão
Foco: retomar a tarefa de casa, psicoeducação sobre autoestima, insegurança no
casamento

6ª Sessão
Término: avaliação do progresso terapêutico, diálogo sobre o processo terapêutico,
feedback do paciente e do terapeuta, encaminhamentos.
ENCERRAMENTO E ENCAMINHAMENTO
Durante o processo de encerramento dos atendimentos terapêuticos foram
avaliados os ganhos obtidos, os estágios de mudanças e vínculo terapêutico existente
na relação. Além do feedback de ambas as partes: terapeutas e paciente. O
encaminhamento realizado foi psicoterapia (externa-plano/social).

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS


Conforme o paciente, a psicoterapia breve foi bastante proveitosa e se
encontrou em um espaço onde pode falar sobre suas demandas sem se sentir julgado
e ao mesmo tempo, conseguiu se ouvir e se compreender melhor. Gostou bastante
das psicoterapeutas. Percebemos, desse modo, que foi estabelecido o vínculo
terapêutico e, assim, a transferência aconteceu de forma muito satisfatória.
Para as psicoterapeutas, esse vínculo estabelecido facilitou o engajamento, o
comprometimento dele na psicoterapia e a sua catarse trouxe bastantes informações
cruciais para que se pudesse focar em uma única demanda, para melhor ser
trabalhado aquilo que mais trazia incômodo. Ao longo das sessões, ficaram
perceptíveis o seu desenvolvimento de autoconsciência, sua percepção sobre si
mesmo e como poderia melhorar suas atitudes.

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