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DISFUNÇÃO SEXUAL

1-IDENTIFICAÇÃO

Nome:
CPF:
Idade:
Solicitante:
Nº Inscrição no CRP:
Finalidade

2-DESCRIÇÃO DA DEMANDA

Maria e José se apresentaram para aconselhamento para casais devido ao aumento de


pequenas discussões durante o período pré matrimonial. Ambos eram advogados de sucesso
no fim da faixa dos 30 anos de idade. Conheciam-se desde o ensino médio, namoravam há
dois anos e planejavam se casar em seis meses. Ambos negaram consultas anteriores com
terapeutas ou terem recebido diagnóstico psiquiátrico.
O terapeuta de casais recebeu os dois ao mesmo tempo no consultório. Tanto a sra. Maria
quanto o sr. José relataram estar apaixonados e desejosos de que o casamento funcionasse,
mas também afirmaram que brigavam a maior parte do tempo. A sra. Maria afirmou que
admirava a genialidade e constância do sr. José e não sabia por que brigavam. Ele, por sua
vez, afirmou que estava “totalmente encantado”, mas o incomodava que a sra. Maria não
demonstrasse, de modo geral, interesse nele. Perto do fim da sessão, o sr. José perguntou à sra.
Maria se ela gostaria de mencionar “a coisa dos horários, do álcool ou do sexo”, ao que ela
sorriu e disse: “Acho que hoje não temos mais tempo”.
O terapeuta depois os recebeu separadamente. Durante sua consulta, o sr. José afirmou que
sua maior preocupação era a falta de interesse da sra. Maria por sexo. Ela parecia fazer tudo
mecanicamente, afirmou, e sempre precisava de álcool. Ele preocupava-se por ser um “cara
nota 7 tentando namorar uma mulher nota 10” e temia que ela simplesmente não o achasse
atraente. Ele receava amá-la mais do que ela o amava e preocupava-se com o fato de que, não
importasse o que fizesse, não con- seguia levá-la a ter um orgasmo ou mesmo deixá-la
significativamente excitada. Isso o levou a iniciar sexo com menos frequência e, mesmo
quando tentava, ele “simplesmente desistia no meio do caminho”. Trouxera o assunto à tona
várias vezes, mas ela insistia que não havia problema. O terapeuta perguntou o que ele quis
dizer com “a coisa dos horários”. Ele explicou que, desde que começaram a namorar, ela
limitava o tempo que passavam juntosa um “dia útil”, geralmente uma terça-feira ou uma
sexta-feira ou um sábado à noite. Ela havia insistido que o horário era necessário para que
finalizasse seu trabalho e visse suas melhores amigas, mas ele passou a acreditar, cada vez
mais, que era para evitá-lo.
Em sua sessão individual, a sra. Maria afirmou que o que mais a frustrava era a
intensidade do sr. José. Ela montou o horário semanal porque senão ele iria querer fazer sexo
com ela constantemente. Do jeito que estava, ele queria sexo todas as vezes que se
encontravam, seguidamente duas vezes na mesma noite. Ela admitiu prontamente que se
embebedava para tolerar a relação sexual. Acrescentou que usava álcool para se anestesiar
desde quando começara a namorar, na adolescência. Até o início da relação com o sr. José, a
maioria de suas experiências sexuais havia sido “com estranhos enquanto estava bêbada”.
Teve alguns namorados, mas um era homossexual não assumido e o outro “se satisfazia com
uma chupada eventual”. Não havia contado ao sr. José sobre essas experiências porque
preferia que ele continuasse a vê-la como “uma beldade quase virginal”. Embora o álcool
deixasse o ato sexual aceitável, “excitação sexual quase nunca era tolerável” e a fazia querer
desmaiar. Nos últimos meses, o sr. José insistia, cada vez mais, na “questão do orgasmo”.
No passado, ela simplesmente rompia com o namorado que agisse assim, mas acreditava que
agora tinha de tolerar a situação porque estava com quase 40 anos e essa era sua “última
chance de ter um filho”.
Quando indagada por que achava que tinha essas questões sobre sexo, a sra. Maria olhou
pela janela durante quase um minuto e respondeu: “Não vou te contar”.

3-PROCEDIMENTOS

Pessoas ouvidas no processo:


Numero de encontros:
Duração do processo realizado:

APRESENTAR OS RECURSOS TÉCNICOS CIENTIFICOS UTILIZADOS ESPECIFICANDO O


REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO QUE FUNDAMENTOU SUA ANÁLISE,
INTERPRETAÇÃO E CONCLUSÃO. CITAR AS PESSOAS OUVIDAS NO PROCESSO DE TRABALHO
DESENVOLVIDO, AS INFORMAÇÕES, NÚMEROS DE ENCONTROS OU TEMPO DE DURAÇÃO.

4.ANÁLISE

A sra. Maria e o sr. José se apresentam devido às discussões que antecedem a data do
casamento. Problemas sexuais e de relacionamento costumam ocorrer simultaneamente, e
será importante avaliar se suas dificuldades de relacionamento impedem que eles trabalhem
juntos para resolver seus problemas sexuais.
Do ponto de vista diagnóstico, as questões mais óbvias envolvem a sra. Maria, que relata
que o ato sexual se torna um pouco tolerável somente graças à intoxicação por álcool e que a
maioria de suas experiências sexuais foram “com estranhos enquanto estava bêbada”. Ela
afirma que a excitação sexual é “quase nunca tolerável” e a faz querer desmaiar. A sra. Maria
normalmente romperia com qualquer homem que ‘‘insistisse na questão do orgasmo”, mas,
com quase 40 anos, está desesperada para ter um filho, admira o sr. José e está tentando achar
uma solução conciliatória.

5. CONCLUSÃO

Uma análise de suas questões na perspectiva do DSM-5 indica que a sra. Maria tem
interesse diminuído em atividade sexual e redução do prazer do sexo, o que indica a
possibilidade de um Transtorno do interesse/excitação sexual feminino. Ela também não
atinge o orgasmo durante a atividade sexual, o que poderia indicar um transtorno do orgasmo
feminino. Não está claro se ela tem ou não dor durante o ato sexual. Caso positivo, ela pode
apresentar um transtorno da dor gênito pélvica/ penetração. Aparentemente, os problemas
sexuais da sra. Maria ocorrem ao longo da vida, em vez de serem adquiridos. Contudo, todos
esses diagnósticos exigem sofri- mento por parte da sra. Maria. A partir do relato de caso,
parece que sua preocupação não é com a sexualidade, mas com a insistência do sr. José em
querer que o sexo seja parte do relacionamento.
Outro desqualificador importante para todos esses diagnósticos do DSM-5 seria a presença
de um diagnóstico psiquiátrico não sexual que pudesse explicar os sintomas. A sra. Maria
afirma que a excitação sexual a faz desejar perder os sentidos, e, então, diz ao terapeuta que
não irá revelar o motivo por trás dessas questões sobre sexo. Essas afirmações sugerem a
possibilidade de uma ou mais experiências sexuais traumáticas ou então abuso sexual na
infância. Seria útil investigar mais aprofundadamente se ela apresenta sintomas de transtorno
de estresse pós-traumático, depressão, ansiedade ou outro transtorno psiquiátrico não sexual
que poderia estar contribuindo para seus problemas com sexo. Caso algum desses outros
transtornos seja considerado causativo, então não se justifica um diagnóstico do DSM-5
distinto para a sra. Maria voltado para seus problemas sexuais.
Ela também indica uma necessidade de estar intoxicada antes de se entregar à atividade
sexual. A intoxicação parece estar diretamente relacionada às questões sexuais mais
primárias, mas ainda assim o papel do álcool em sua vida deve ser investigado. Se, por
exemplo, ela apresenta uma história de “sexo com estranhos” que a coloca sob risco físico e
a conduz a problemas sociais recorrentes, então ela provavelmente seria diagnosticada com
transtorno por uso de álcool. Embora seu uso de álcool com o sr. José dificilmente ofereça
perigo físico, isso pode estar contribuindo para as discussões e ter outras ramificações em
sua vida.
Devido às várias questões diagnósticas potenciais para esse casal, pode ser útil utilizar a
“abordagem de três janelas”, de Bancroft. Por meio da primeira “janela”, o clínico explora
aspectos da situação atual que afetariam o relacionamento sexual. Exemplos podem ser as
discussões, a insegurança do sr. José e o horário rígido imposto pela sra. Maria para limitar a
atividade sexual. A segunda janela, vulne- rabilidade do indivíduo, incentiva uma
investigação de dificuldades anteriores. Os problemas sexuais da sra. Maria são os mais
óbvios e justificam uma investigação mais aprofundada, mas também seria im-portante
compreender a história sexual e de relacionamentos do sr. José. A terceira janela, fatores
relacionados à saúde que alteram a função sexual, enfatiza a importância de explorar fatores
potencialmente pertinentes de natureza física, farmacológica ou hormonal que possam estar
afetando a vida sexual em conjunto do casal.
O casal parece se voltar muito sobre os problemas sexuais da sra.
Maria, mas seria útil ampliar a avaliação para incluir questões não sexuais que possam ser
pertinentes ao relacionamento. Observa-se também que tanto o sr. José quanto a sra. Maria
forneceram muito mais informações durante as sessões individuais do que durante a sessão
em conjunto. Embora seja uma ocorrência comum, é importante que o clínico esclareção que
pode e o que não pode ser compartilhado, bem como investigue alguns dos motivos para a
relutância de cada indivíduo em falar abertamente na presença do outro.

NA CONCLUSÃO INDICAM-SE OS ENCAMINHAMENTOS E INTERVENÇÕES, O DIAGNOSTICO,


PROGNOSTICO E HIPOTESE DIAGNOSTICA, A EVOLUÇÃO DO CASO, ORIENTAÇÃO OU
SUGESTÃO DO PROJETO TERAPÊUTICO.

( Local – Data )
Nome do Profissional
CRP__/______

RUBRICA-SE DA PRIMEIRA ATÉ A ÚLTIMA LAUDA, ASSINANDO A ÚLTIMA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bancroft J: Human Sexuality and Its Problems, 3rd Edition. Edinburgh, ChurcMarcos Livingstone/Elsevier, 2009
Bancroft J, Loftus J, Long JS: Distress about sex: a national survey of women in heterosexual relationships. Arch Sex
Behav 32(3):193–208, 2003
Graham CA: The DSM diagnostic criteria for female sexual arousal disorder. Arch Sex Behav 39(2):240–255, 2010
Laumann EO, Paik A, Rosen RC: Sexual dysfunctions in the United States: prevalence and predictors. J Am Med Assoc
281(6):537–544, 1999

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