Você está na página 1de 4

CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER D

CURSO DE PSICOLOGIA
Disciplina: Psicopatologia do Adu
Prof.ª Ma. Susani Oliveira
2021/2

_____________________________________________________________________________

Nome(s):

ANÁLISE DE CASO1

Identificação: L., do sexo masculino, 43 anos, economista, buscou terapia por


indicaçã o do seu médico psiquiatra. Demonstra ausência de cuidados com a
aparência, relata à s vezes nem tomar banho, sente-se muito abatido, com apatia e
indiferença à possibilidade de iniciar o tratamento. Faria a terapia porque era
necessá rio e uma condiçã o imposta pelo médico que o acompanha.
Faz uso combinado de medicaçã o antidepressiva e estabilizadora do humor.
Nã o havia frequentado psicoterapia anteriormente. Na ocasiã o da primeira
entrevista estava iniciando o processo de divó rcio apó s o término de um
casamento de 10 anos, com dois filhos do mesmo relacionamento. Relata que o
início do acompanhamento com o psiquiatra se deu apó s sua terceira tentativa de
suicídio, sendo esta ú ltima no ambiente de trabalho, o que culminou em seu
desligamento do mesmo.
Apó s esta crise, L. precisou passar por uma internaçã o de 10 dias em uma
clínica psiquiá trica. Para L. este episó dio significou a derrota total. Um atestado de
que havia perdido tudo na vida. Sempre foi um excelente profissional em sua á rea
de atuaçã o, com ó timo currículo, tendo alcançado posiçã o de destaque no trabalho.
Mas era possível perceber em sua fala que nunca houve satisfaçã o no que fazia.
Tinha uma rotina muito intensa, demonstrando clara sobrecarga, e experiências de
assédio moral ao longo de sua trajetó ria profissional.
1
Fonte: Prova de Certificação FBTC (2019)
Paralelamente,suavidaconjugaltambémnã ocaminhavabem.L.citou traiçõ es por
parte dele e da esposa.Neste momento compartilhou osentimento derejeiçã o que
sentia,como se nã o existisse para a companheira,e que por isso buscava
valorizaçã o em relacionamentos extraconjugais. Sua primeira tentativa de suicídio
estava associada a vida conjugal,e a segunda quando se questionou quanto à sua
posiçã o de pai,sentindo-se incompetente também neste campo.

HistóriadeVida: Sua histó ria de vida foi cercada de episó dios estressores. Uma
família com mais 5 irmã os, aonde L. é o caçula. Seus pais parecem ter adotado uma
educaçã o muito rígida e punitiva. Desde cedo os filhos eram ensinados a nã o
depender de ninguém e suprirem sozinhos suas necessidades, inclusive as afetivas.
Logo, além de nã o ter experimentado afeto por parte dos pais, L. ainda nã o
pô de contar com os irmã os, que também estavam lutando cada qual por sua
sobrevivência.Tal compreensã o pode ser apoiada pela configuraçã o atual da
família: cada irmã o vive em uma cidade diferente, sem muitos laços e vínculos.
De acordo com o paciente, alguns também apresentam dificuldades
emocionais. Dentro desse contexto, L. aprendeu desde cedo a batalhar por seu
espaço. Apó s muitas restriçõ es e frustraçõ es, conseguiu encontrar uma saída e
conquistar uma estrutura mais segura de vida.
A partir daí demonstra ter vivenciado algumas situaçõ es de descontrole nas
á reas financeira e sexual. De acordo com seus relatos, apresentava
comportamentos impulsivos em momentos de muita tensã o, sem avaliar
previamente as consequências.Quando se dava conta, já havia feito. Segundo L.,
desde a infâ ncia ele já se via como bastante irritado e hostil, mas tinha a impressã o
de repetir a postura dos pais. Era explosivo e pouco amigá vel. Mas as experiências
de descontrole financeiro e sexual só se manifestaram na vida adulta, de forma que
sua percepçã o quanto à inadequaçã o das mesmas só se dava quando a família
intervinha.
Apó s receber críticas, se arrependia de tais comportamentos. L. começou a
frequentar o psiquiatra e a fazer uso de medicaçõ es há 3 anos, apó s a segunda
tentativa de suicídio. Mas nã o aderiu à psicoterapia nem conseguiu implementar
um estilo de vida mais saudá vel. Continuou em sua rotina exaustiva e pouco
prazerosa.Com a ocorrência do terceiro e ú ltimo episó dio no qual tentou
novamente o suicídio, experimentou também o término do casamento e a perda do
emprego.

HistóriaAtual:Atualmente voltou a morar com os pais e pode ver os filhos,que


estã o morando coma ex.companheira,de15em15dias.Relata nã o ter esperança
quanto ao futuro, pois jamais terá condiçõ es de recuperar tudo que perdeu.Sente-
se um fracasso como homem,como pai e como filho.Afastou-se socialmente,pois
nã o suporta a possibilidade dêseravaliado negativamente pelas pessoas ao seu
redor.Ao mesmo tempo experimenta forte arrependimento de suas condutas
passadas,e a idéia de que jogou fora uma vida perfeita,que jamais voltará a ter.

A partir do caso apresentado, responda as seguintes questõ es:

1) Qual a hipó tese diagnó stica para o caso de L.: (1 ponto)

Transtorno de Humor Bipolar tipo 1 com manifestaçã o de mania do tipo mista.

2) Cite pelo menos 02 (duas) situaçõ es ou dados do histó rico do paciente que

embasaram sua hipó tese: (1 ponto)

Paciente com histó rico de 3 tentativas de suicídio. Buscou tratamento enquanto estava

vivenciando os episó dios depressivos.

Bastante irritado e hostil na infâ ncia, explosivo e pouco amigá vel. Episó dios de mania

mista alternando-se rapidamente. Maior parte dos sintomas se manifestaram na vida

adulta, relata nunca ter tido satisfaçã o no que fazia.

Paciente relata que sua família também apresenta problemas emocionais. Vale considerar

visto que Transtorno Bipolar é genético.


3) Quais sinais e sintomas você identificou no caso, que corroboram com a

hipó tese diagnó stica: (0,5 ponto)

Indiferença e apatia, desesperança; Sintomas depressivos. Culpa, desanimo com

diversas á reas da vida.

Ausência de auto-cuidado, sentimentos de rejeiçã o, desinibiçã o sexual; o que o fez buscar

valorizaçã o em relacionamentos extra-conjugais.

Paciente relata impulsividade descontrolada na vida financeira e sexual. Ressaca

mortal por tais comportamentos apó s família ter intervido.

4) Por que o tratamento combinado é o mais indicado para o paciente L.: (0,5

ponto)

O paciente pode ser resistível ao tratamento, logo, a psicoeducaçã o pode fazer com que o

paciente entenda mais sobre sua condiçã o para conseguir viver num ambiente saudá vel. O

uso da medicaçã o é essencial para o equilíbrio químico do paciente, tendo consultas com

psicó logo(a) + psiquiatra (psicoterapia).

Você também pode gostar