Você está na página 1de 2

ATIVIDADE EM SALA

Alunos:
1.
2.

INSTRUÇÕES:
 A atividade pode ser realizada em dupla ou individualmente.
 Leia os casos clínicos e levante suas hipóteses diagnósticas com justificativa. Pode
ser mais de uma hipótese, mas deve se colocar em ordem de probabilidade.
 Sugerir o direcionamento da entrevista para o caso com o objetivo de confirmar a
hipótese e/ou sanar as dúvidas diagnósticas

CASO CLÍNICO 1
Juliana está com 59 anos, é solteira e mora sozinha. Trabalha como funcionária pública
do INSS. Há 10 anos começou a sentir um dor no joelho, foi diagnosticada com uma inflamação
e fez os tratamentos. Porém, relata que a dor nunca passou totalmente, por isso, precisou
diminuir suas caminhadas e colocar bolsas de gelo com frequência. Com o passar dos meses,
seus pés também foram tomados de uma forte dor. Na consulta com o ortopedista não foi
encontrada nenhuma causa. Semanas depois, não conseguia sair da cama com uma dor
insuportável na coluna. Após alguns exames se percebeu um leve desgaste nas articulações da
coluna que são comuns para a idade e podem causar um desconforto.
Juliana acredita que os médicos estão fazendo pouco caso, pois suas dores a impedem
de sair de casa e de dirigir. Quando encontra com suas amigas, leva os exames e conta em
detalhes todo o sofrimento que vem passando. Agora seu sono está abalado, não consegue
dormir por conta da dor. Os médicos indicaram que ela fizesse hidroterapia, mas ela não quer,
pois “acaba com a pele e com o cabelo”. Também indicaram fazer musculação, mas ela só quer
fazer se for com um personal, o que é impossível, pois ela não consegue fazer nada com hora
marcada devido às dores. Foi indicado que ela buscasse um médico especialista em sono, mas
como só consegue marcar a consulta após 3 meses, preferiu não fazer. Agora ela toma um “kit
para dormir” (patz e clonazepam) e outro “kit para a dor” (dulcolax, diclofenaco, prednisona),
porém nada passa a dor. Dorme às 7 manhã e não consegue mais trabalhar.
Suas amigas estão cansadas de sua companhia, pois ela só fala de doença, dores e do
tanto de remédio que precisa tomar. Nenhuma sugestão é aceita. Há duas semanas teve uma
crise convulsiva como consequência do acúmulo de remédios que vem tomando por conta
própria. Porém, ela não acredita nessa explicação. Um mês após a convulsão, as dores voltam e
ela reinicia o uso de seus “kits”.
CASO CLÍNICO 2

Vanessa chegou ao consultório dizendo que haviam meses que não se sentia ela mesma.
Costumava ser muito ativa e fazer muitas coisas, mas desde que os pais se separaram parecia
ser muito difícil lidar com isso afetivamente. Demorou para falar sobre isso, pois não queria
que as outras pessoas a percebessem como vulnerável. Havia dias em que não conseguia sair
da cama, estava sem energia. Junto a isso, ficava pensando sobre não aguentar mais viver, não
suportar essa separação dos pais, ao mesmo tempo em que se sentia infantil com isso. Pensava
“como eu sou idiota, a vida é dos meus pais e não minha”.
Vanessa procurou o psiquiatra e iniciou o uso de medicação, apesar de ver significativa
melhora, depois de algumas semanas, passou a se sentir mal por ter que tomar a medicação
para ficar bem. Mas como se sentia com mais energia, tentou fazer várias coisas em um dia e
como não conseguiu, sentiu-se pior, sentiu-se uma inútil. Por vezes, sentia um grande vazio.
Tudo parecia difícil, inclusive comer e tomar banho. Tinha nojo de si mesma, pois estava
fedendo e com a pele grudenta. Uma irritação passou a fazer parte dos seus dias, estava
irritada não somente com ela mesma, mas com tudo a sua volta: ligava a TV e reclamva das
notícias, achava um absurdo os cortes de roupa que estavam no seu ármario, achava irritante o
fato da TV parecer ter uma leve inclinação para trás, entre outros...
Alguns dias conseguia sair da cama e sair de casa, conversava com as pessoas. Porém,
por vezes, uma agitação tomava conta do seu corpo e seu pensamento não parava com
algumas preocupações: “meus amigos irão perceber que eu estou mal e vão ficar me
perguntando, eu não quero explicar o motivo pelo qual não estou bem, eles vão me achar
infantil”. Essas preocupações foram crescendo e tomando conta de outras áreas de sua vida:
como os pais ficariam após a separação? Como ficaria a situação dela conversando agora com
os pais separadamente, será que eles tentariam colocar ela um contra o outro? Se eu não
conseguir mais trabalhar, quem vai me ajudar a pagar as contas?
Quando foi encontrar sua mãe pela primeira vez após a separação, sentiu suas mãos
“travarem”, um suor intenso e uma ânsia de vômito. Precisou desmarcar o encontro com ela e
voltar para casa.
CASO 3
David procurou um processo de psicoterapia pois estava se sentindo desmotivado com o
trabalho. Há alguns meses percebeu que as preocupações com relação ao seu trabalho
estavam tomando uma proporção muito grande: queria saber sobre como seria o dia, quais os
projetos, como iria falar com seus colegas, chefes e subordinados. Sentia-se perdendo o
controle da sua vida e isso gerava muita angústia.
Afirma que, na verdade, é uma pessoa preocupada por natureza e isso deixa ele em um
estado de tensão tão grande que acaba de sentindo angustiado e perde a ligação com aquilo.
Deixou de fazer parte de um clube do livro exatamente por gerar muita angústia e preocupação
sobre o que as pessoas estavam pensando sobre o que ele dizia. Às vezes a tensão era tão
grande que era grosseiro com as pessoas, sentia que eles o estavam criticando, quando em
verdade não estavam, mas só percebia depois. Além disso, a tensão persente o deixava
cansado e não estava mais consguindo ler os livros com a atenção que gostaria.
Destaca-se, a seguir, o relato do paciente David acerca de uma promoção que
conquistou no trabalho. Embora a notícia fosse aparentemente boa, fora dita de forma
desvigorante e cansada, a demonstrar certa apatia. David começa a sessão dizendo sobre a
promoção que alcançou no trabalho. O psicólogo pensa que ele se sente na obrigação de
contar isso, pois não demonstra sinais de animação com a notícia ou com o compartilhar.
Quando o psicólogo compartilha sua impressão, o paciente confirma e responde que, para
ele, foi apenas “mais uma tarefa da lista” realizada. David pensa no próximo passo:
comprar uma casa é o seu próximo “objetivo”. Objetivo, de fato - mas não um sonho. O
paciente fala constrangido que a última vez que se sentiu sonhado havia sido na infância,
na casa da avó, quando passavam a madrugada conversando, deitados na cama e com as
luzes apagadas, até adormecer.
Ele desenvolveu um hábito diferente de participar de processos seletivos, sem
necessariamente desejar trabalhar naquelas empresas, apenas para garantir que “está em
alta”. Este comportamento despertou a impressão de que David comporta-se como uma
espécie de atleta do mundo corporativo. Em um de seus relatos, deixa ilustrada esta
tendência: “Quando tenho uma entrevista agendada, sinto que minha vida tem sentido. Se
não, é como se tivesse várias “tarefinhas” no meu dia, várias janelas abertas, mas eu não faço
nenhuma, não me dá interesse. Estudar inglês, ler um artigo novo, atualizar minha rede
profissional... isto fica ocupando espaço mental, eu me sinto mal, mas não me dá motivação.
Mas quando tem entrevista nova, esqueço tudo e só penso nisso. A parte mais excitante é
ficar pensando sobre minha performance depois.”

Você também pode gostar