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Gestalt-terapia e

awareness: um
processo dialógico
PSICÓLOGA CONVIDADA: RAQUEL RODRIGUES
PROF.: MAYARA CARNEIRO ALVES PEREIRA
Estudo de Caso
C. é uma paciente do sexo feminino, professora de inglês, de 25 anos de idade,
diagnosticada com Transtorno Bipolar, foi encaminhada ao atendimento
psicológico por recomendações psiquiátricas. Há uma 1 mês atrás teve um surto,
no qual quebrou vários objetos dentro de casa e foi imediatamente levada à
internação de um hospital psiquiátrico de referência. C. tem uma rotina muito
cheia: no turno da manhã leciona numa instituição privada para crianças, no
turno da tarde leciona numa escola de idiomas para jovens e adultos e pela
noite dá aulas particulares. Aos finais de semana também dá aulas e define-se
como workholic (pessoas que são viciadas em trabalho). Garante que o trabalho
é sua vida e não se enxerga fazendo outra coisa que não seja lecionando.
C. é a filha mais nova e a única mulher entre os dois outros irmãos.
Conta que a sua casa é cheia de objetos decorativos pequenos,
bibelôs e a acumulação de muitos deste lhe causa incômodo. Conta
que sempre teve uma obsessão por limpeza e que um mínimo de
sujeira é suficiente para deixa-la irritada. No dia do surto, relata que
estava muito cansada da rotina de trabalho e ao se deparar com a
desorganização da casa foi crucial para desestabilizá-la.
No ambiente de trabalho, gosta de ajudar todo mundo mesmo que
às vezes não tenha tempo para si e se possível faz as atividades que
não lhes são designadas. Tem medo de dizer “não” e sente-se bem
quando agrada aos outros. Às vezes fica no conflito entre a vontade
e o medo. Relata que tem que ser boa no que faz.
Tem muito apreço pelas pessoas com quem trabalha, pois isso lhe
deixa feliz e satisfeita com a carreira que decidiu escolher. Relata que
uma determinada situação lhe marcou profundamente: um dos seus
chefes disse que não seria capaz de montar sua própria escola de
idiomas. Esse era o seu maior sonho.
No âmbito social e familiar, C. tem uma boa convivência com os pais e
irmãos, embora muitas vezes não aceite o comportamento do pai de
trabalhar excessivamente e que o mesmo diz - desde a infância - que
todos têm de trabalhar. Conta, numa das sessões, que conseguiria lidar
melhor com seu adoecimento do que com o dos seus familiares ou
pessoas próximas.
Sente-se grata pelo apoio que está recebendo da família e do noivo no seu
tratamento.
C. estava noiva e com data de casamento marcada mas teve que
interromper por conta do surto e do tratamento que iniciou. Tem o noivo
como parceiro fiel e companheiro em todos os momentos da vida.
Há um ano atrás foi sequestrada na porta de casa quando chegava do
trabalho, o que ainda lhe causa incômodo ao lembrar e conta que todos
os dias às 21h sente um aperto no peito.
Via no acompanhamento psicoterapêutico a possibilidade de mudança e
de entender a si mesma e sua relação com as pessoas ao seu redor.
Ao longo de um ano de terapia, foram trabalhados diversos aspectos
existenciais e fenomenológicos com a paciente. Desde o contato inicial, a
paciente mostrava-se aberta ao diálogo e a partir do contato dialético, a
oportunidade de experienciar a realidade vivida e percebida.
Percepções e hipóteses diagnósticas
• De que forma a pessoa faz contato?
•Como ela se percebe?
•Como ela vê os outros?
•Quais partes estão no limite?
•Qual mecanismo neurótico está presente?
Ciclo do Contato
• Pré-contato: sensação-excitação
• Contato: ativação da energia
• Contato-final: congruência da percepção e ação
• Pós contato: satisfação
Mecanismos Neuróticos
• Introjeção
• Projeção
•Confluência
• Retroflexão
Awareness
• Conhecimento da realidade da situação em que está;
• É aqui-e-agora, sensorial;
• Ampliação da consciência;
• Caminho para a auto-regulação organísmica.
MUITO OBRIGADA!

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