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TRABALHO - WINNICOTT

ALUNO: GUILHERME BRETAS GUIMARAES


PROFESSORA: ISSA DAMOUS

CASO CLÍNICO: Um caso de Fibromialgia, pensando a psicodinâmica da


paciente.
IDENTIFAÇÃO
Ana Júlia, 14 anos, estudante, católica, natural de Rio de Janeiro, mora em
Laranjeiras, branca, solteira, não namora.

QP
“Dores no corpo”

HDA
Paciente vem acompanhada da Avó, Carmen, relata dores musculares pelo
corpo há mais de 1 ano que têm atrapalhado nas atividades de vida diária.
Relata piora no quadro desde que iniciou e que está associada à piora do
estresse e da cobrança na faculdade. Relata tristeza e anedonia há mais de
5 semanas associada perda de apetite, fadiga e sintomas de inutilidade.
Refere insônia inicial.

HPP
Em uso de ACO e Ansitec 5mg 1-1-1

HS
Etilista social, nega tabagismo, faz uso de maconha. Sedentária. Não tem
pets. Mora num apartamento com a mãe.
HISTÓRIA DA VIDA E DO DESENVOLVIMENTO
Nascida de parto prematuro, aprendeu a ler e a escrever em idade
adequada, teve excelentes notas na escola, até os 7 anos de idade tinha
muitos amigos, mas mudou de escola.

Família
Pais separados. Pai sempre foi ausente desde o pré-natal da mãe. Avó
materna e tias maternas ajudam a tomar conta da menina desde sempre.
Não possui irmãos.

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
Fibromialgia
Transtorno Depressivo Maior

CONDUTA
Suspendo Ansitec 5mg 1-1-1
Prescrevo Velija 60mg 1-0-0
Encaminho a psicoterapia
Retorno em 15 dias

Nega histórico de abuso durante a vida.


Paciente relata que, na infância, sua mãe nunca fora presente e que sua
avó e suas tias ajudavam a cuidar dela desde que nasceu. A mãe
suspendeu o aleitamento materno quando ainda tinha 2 meses de idade e
sempre se esquecia de dar o leite na hora correta segundo a avó.
Na infância, costumava brincar de desenhar. Isso porque sua mãe saía de
casa para festas e ela ficava sozinha.
Relata que quando era criança (até os 7 anos de idade) tinha vários amigos
e que ao longo do tempo foi ficando mais fechada apesar de que gostaria
de fazer novas amizades e de ser extrovertida. Observo falta de estímulos
da mãe. Vemos aqui o falso self da Ana Júlia que se estabeleceu devido à
omissão da figura materna e garota teve que se adaptar ao ambiente
criando uma falsa identidade de timidez apesar do desejo de fazer amigos.
Sempre foi boa aluna na escola, com excelentes notas, mas sua mãe não
dava importância pra isso.
Relação com a mãe é pouco conflituosa, a paciente cede a tudo que a mãe
propõe e lida muito com a angústia de ficar sozinha desde a infância
apesar de gostar de fazer novas amizades.
Vemos que o ambiente de infância e a mãe não foram suficientemente
bons para a paciente. Vemos negligência e um ambiente invasivo, porque
a mãe decidia tudo à sua maneira e não respeitava o desejo da filha. Além
disso vemos um HOLDING insuficiente da mãe. O ambiente não foi capaz
de acolher a garota, o que não favoreceu alguns processos de maturação.
Vemos alguns problemas no amadurecimento da paciente ao ser muito
fechada com outras pessoas, evitar se expor a relações sociais, se trancar
no quarto para desenhar e estudar, evitar enfrentar o mundo externo.
Paciente educada, cooperante à consulta, pouco manipuladora, baixo
limiar a frustrações (sinto pisar nos ovos ao conversar com ela), aparência
preservada.
A paciente relata ficar o tempo livre trancada no seu quarto lendo livros e
que também gosta de usar redes sociais no celular. Vemos que o quarto
seria um holding, seria o ambiente facilitador, além dos livros. A mãe seria
uma falta de holding. Sendo assim podemos nos perguntar se há uma
relação da integração psicossomática nesse processo do HOLDING.

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