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Caso 1

Leia o relato de caso a seguir e responda as questões abaixo:

Sol é uma mulher de 35 anos, casada há quatro, com nível superior, sem filhos. Mostra
investimento em sua aparência. É uma mulher cuidadosa com seu corpo, aparentando menos
idade do que tem. Usa roupas e acessórios descontraídos que acompanham a moda. Trabalha
em uma lanchonete como vendedora. Filha do meio de uma família católica praticante, classe
média alta. Os pais estão aposentados. Todos os irmãos, o marido e o pai possuem nível
superior. O pai sempre supriu financeiramente as necessidades e desejos da família. Apoia a
educação dos filhos em uma moral tradicional. Morou longe dos pais enquanto fez faculdade e
depois que se casou. Sol relatou que há dois anos começou a ter pensamentos constantes de
que poderia fazer mal às pessoas e de que poderia contaminar os objetos. Após conversar com
alguém, ou mesmo, somente ao olhá-las, se angustiava por pensar que poderia ter falado ou
feito alguma coisa que lhe causasse algum mal. Diante este tipo de pensamento obsessivo, tirava
a dúvida com marido ou, se possível com a própria pessoa, mas “não sossegava enquanto não
perguntava a alguém sobre as consequências de suas ações”. Quanto aos pensamentos de
possível contaminação, como trabalha lidando com comida, lavava constantemente as mãos,
abria a torneira com o braço e tocava na tampa do lixo somente com luvas “para não contaminar
os objetos e a comida”, e assim poder prejudicar alguém. A preocupação obsessiva com o ter
feito alguma coisa errada, também se dava, por exemplo, em ter colocado alguma coisa na
comida que servia. Além destes comportamentos, também pensava que poderia ter deixado
alguma coisa ligada, acessa ou aberta em casa e no trabalho, fazendo diversas vezes o ritual de
verificação. Por isso, sua vida social estava muito pobre, tinha medo de sair porque “no dia
seguinte fica pensando no mal que pode ter feito a alguém”. Alegou apresentar muito sono,
dormindo quando “não tinha que realizar suas obrigações”. Relatou que tinha uma coisa ruim
dentro de si (colocando a mão no peito), que “queria arrancar isso”, não sabendo definir o que
era. Queixou-se que depois que casou o dinheiro ficou escasso, limitando suas possibilidades.
Sente-se sozinha quando está em casa, pois está longe da família, o marido trabalha e estuda o
dia todo.
a) Estabeleça hipóteses compreensivas do caso, citando exemplos do texto.
b) Quais conceitos fenomenológicos-existenciais colaboram para pensar o caso?
Caso 2

Leia o relato de caso a seguir e responda as questões abaixo:

Adolescente, P.V (nome fictício), do sexo masculino, 14 anos e estudante, reside com os pais e
mais três irmãos, configurando-se como uma família humilde e de baixa escolaridade. A mãe e
a avó do adolescente procuraram o serviço psicológico na clínica-escola, pois segundo relato de
acolhimento de ambas há cerca de oito meses o garoto apresenta comportamentos
inadequados. Segundo a mãe, desde pequeno P.V sempre foi quieto e calado, porém nos
últimos meses seu silêncio e apatia vêm deixando a família preocupada. Ainda segundo relato
da mãe, antes de se instaurar o quadro de queixas atuais, o adolescente era muito irritadiço,
agressivo e ansioso, demonstrando-se desta forma sendo agressivo com os familiares, a partir
desses comportamentos que a mãe resolve procurar ajuda profissional. No ambiente escolar
também existe queixas quanto ao seu comportamento, professoras relatam a pouca interação
com o restante da classe, só verbaliza quando lhe é questionado algo, poucas vezes faz as
atividades espontaneamente, porém não apresenta nenhum déficit de aprendizagem que seja
relevante, considerando a situação em que o adolescente se encontra. Atualmente o
adolescente poucas vezes verbaliza em ambiente familiar, sempre se mantém de cabeça baixa,
não manifesta nenhum contato visual, físico e afetivo com qualquer outra pessoa, em alguns
momentos ocorre a diminuição do apetite, preferindo manter-se isolado de todos.

Anteriormente a ida ao psicólogo, P.V foi levado ao médico, devido às manifestações físicas de
quadros prolongados de constipação intestinal, recusa a alimentação e dores no corpo. Diante
do grau apresentado de abatimento físico e psíquico do adolescente, logo foi encaminhado ao
atendimento psiquiátrico para averiguar outras demandas, como o quadro severo de
embotamento, retraimento e não verbalização. Atualmente está utilizando o medicamento
Risperidona prescrito pelo psiquiatra com o intuito de auxiliar em seu tratamento e que segundo
a mãe, a medicação traz uma melhora no seu estado de ânimo, deixando um pouco mais
acessível. Já em acompanhamento psicológico, P.V está sendo trazido pela mãe, uma vez por
semana para a psicoterapia individual. O adolescente comportou-se de maneira rígida, apática,
com dificuldades de locomoção, sem verbalização e sem contato visual. As poucas vezes que se
obteve algum contato com o garoto, foi por meio de perguntas diretas, onde ele respondia
apenas gesticulando a cabeça com “sim” ou “não”. Após alguns atendimentos com P.V sem
muitas evoluções significativas, a mãe foi chamada novamente para uma sessão, tendo como
objetivo conhecer o ambiente familiar e o atual contexto que o adolescente se encontra. A mãe
relatou brevemente sobre o desenvolvimento do filho fazendo sempre uma comparação com
os demais filhos, que se segundo ela se desenvolveram normalmente.

A responsável narrou também sobre a sua própria história de vida, contanto sobre episódios de
violência doméstica por parte de seu padrasto quando ela – a mãe – ainda era adolescente.
Conta ainda sobre seu casamento com o pai de P.V e o período que ele ficou fora de casa,
relatando como um período complicado de sua vida. Ao falar sobre o marido, o pai de P.V, a
mãe não se delonga muito em ressaltar sua participação na vida do filho adolescente, narrando
com certo desconforto sobre a relação dos dois, e descreve que desde que P.V tem demonstrado
tais comportamentos o pai se afastou bastante do filho.

a) Estabeleça hipóteses compreensivas do caso, citando exemplos do texto.


b) Quais conceitos fenomenológicos-existenciais colaboram para pensar o caso?

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