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Grupo: Cristiano,Clara, Diana, Eliane Dornellas, Rodrigo

"Terapia com População Idosa: Explorando Casos Clínicos"

Nas sociedades ocidentais, ainda prevalece a idéia de que a velhice é um período de doenças,
de perdas e de solidão. O idoso pode ser percebido como um peso, fardo ou como um recurso
pelo sistema familiar ao qual pertence, e até por ele mesmo. Entretanto, é importante que,
além do reconhecimento dos possíveis riscos característicos dessa fase da vida, suas
possibilidades de crescimento não sejam negligenciadas. Portanto, no processo de
envelhecimento, como em outros momentos do ciclo evolutivo, adversidades podem estar
presentes. O desafio encontra-se em manter e renovar a vida de maneira significativa e
produtiva. Os idosos são desafiados a compensar possíveis perdas aprendendo novas
possibilidades, reforçando e valorizando as áreas que se mantêm e as novas habilidades
desenvolvidas. A autonomia adquirida pelos idosos, na sociedade atual, gera um novo campo
de amizades e investimentos sociais que criam uma nova atmosfera e possibilidades de
vivência da velhice. Entre estas novas possibilidades encontra-se o desenvolvimento de uma
área de estudo e prática psicológica específica para esse momento do ciclo evolutivo,
denominada Psicogerontologia. O processo terapêutico nessa faixa etária possui
características específicas, ainda pouco estudadas.

Neste trabalho serão analisados quatro modalidades terapêuticas: a terapia individual com
idosos, a terapia de casal na terceira idade, o atendimento familiar com membros idosos e o
idoso percebido como recurso à terapia familiar, utilizando a terapia sistêmica para lidar com
os desafios específicos desse momento do ciclo vida. O idoso pode ser percebido como um
peso/fardo ou como um recurso pelo sistema familiar ao qual pertence, e até por ele mesmo.
Por outro lado, a velhice bem- sucedida reflete um posicionamento pessoal que é intimamente
influenciado pelas relações no sistema familiar dos idosos.

CASO 1 :

TERAPIA INDIVIDUAL SISTÊMICA COM IDOSOS


SITUAÇÃO: Vilma busca terapia por estar se sentindo muito sozinha. Ela tem 72 anos, duas
filhas casadas, que moram na mesma cidade que ela. Seu esposo faleceu há 10 anos num
acidente, enquanto viajava em função do trabalho. Vilma trabalha há 35 anos como
professora e quando pensa em se aposentar sente “um frio na espinha”. Nos últimos anos,
está trabalhando na biblioteca da escola e o horário de que mais gosta é a Hora do Conto,
quando turmas de primeira à quarta série acompanham emocionadas suas narrações de
histórias infantis. Percebe que muitas de suas amigas já estão aposentadas e bastante
envolvidas com problemas de saúde. Não conseguem mais se encontrar como antes. Suas
filhas trabalham muito e têm que cuidar de seus filhos e maridos. Vilma procura ocupar seu
tempo com leituras e não perde a novela das seis. Sempre foi preocupada com a saúde e quer
continuar saudável para não dar mais trabalho para suas filhas e netos.

Aspectos Relevantes:
• Solidão: Vilma enfrenta o desafio da solidão após a perda do esposo.
• Identidade e Papel: Sua identidade está ligada ao trabalho e ao receio da
aposentadoria.
• Significado e Ocupações: Encontra significado nas atividades, especialmente
na Hora do Conto.
• Relevância da Abordagem Sistêmica:
• Exploração das relações familiares e sociais para entender a solidão de Vilma.
• Consideração dos papéis sociais e seu impacto na autoimagem e na busca por
ocupações significativas.

CASO 2 :

TERAPIA DE CASAL NA TERCEIRA IDADE


SITUAÇÃO: Joana e Hélio, casados há 50 anos, buscam atendimento porque estão
brigando bastante. Joana afirma que Hélio esquece das combinações que fizeram e Hélio diz
que Joana “não dá o braço a torcer”. Eles se mudaram há três meses para um apartamento
próximo à casa de seu filho único, por solicitação deste. Segundo Joana, o filho acha que o
pai está ficando “esclerosado”. Ambos estão bastante envolvidos com movimentos de igreja
e procuram resolver suas brigas para continuarem a viver bem como antes. “Já passou o
tempo em que eu podia sair descansada e sabia que Hélio não ia se meter em confusão.
Agora tenho que estar sempre com ele. Acho que é isso que está fazendo a gente brigar tanto.
Gostamos de ficar juntos, mas o tempo todo é demais!” – diz Joana. Hélio também não
agüenta a mulher sempre cuidando dele, mas reconhece, rindo, que às vezes “o ‘alemão’
vem visitar” (referindo-se às perdas de memória e organização características de um
possível diagnóstico de Alzheimer).
Aspectos Relevantes:
• Conflitos e Mudanças: O casal enfrenta conflitos após mudança para um novo
ambiente próximo ao filho.
• Superproteção e Dependência: Dificuldade em equilibrar a autonomia e o
cuidado mútuo.
• Relevância da Abordagem Sistêmica:
• Análise das dinâmicas do sistema familiar e das mudanças no ambiente para
entender os conflitos conjugais.
• Exploração das interações e expectativas familiares que influenciam o
relacionamento.

CASO 3 :

TERAPIA FAMILIAR COM MEMBRO IDOSO


SITUAÇÃO: Uma família é encaminhada para atendimento pela professora de uma escola
que conta que sua aluna diz que “é burra, sempre foi burra e não vai mudar”. É solicitado
que todos os que moram na casa compareçam à primeira sessão. Aparecem: a mãe, o pai, a
filha de nove anos que está repetindo a segunda série pela terceira vez, seu irmão de cinco
anos e a avó materna, que sempre morou com eles. A terapeuta começou a explorar a
escolaridade de cada membro da família e percebeu que apenas a mãe conseguiu completar
a quinta série, com muitas dificuldades. A avó diz que sempre quis estudar, mas seu pai não
deixou porque ela era “muito burra”. O pai freqüentou a escola até a segunda série e parou
“porque ganhava mais trabalhando do que estudando”. Quem ajuda nos temas é a avó que,
mesmo sem nunca ter freqüentado escola regular, consegue “juntar as letras e formar
palavras”. A sensação da terapeuta é que essa família não está preparada para se sentir
inteligente, afinal “todos são burros e se dão melhor no trabalho braçal. A escola é perda de
tempo”.
Aspectos Relevantes:
• Histórico Educacional: Baixa escolaridade e crenças limitantes sobre
inteligência.
• Impacto nas Gerações: Autoimagem negativa das crianças em relação à
educação.
• Relevância da Abordagem Sistêmica:
• Análise das crenças familiares e seu impacto na formação de identidade e no
desempenho escolar.
• Exploração do sistema familiar para reestruturar crenças e promover apoio
educacional positivo.

CASO 4 :

TERAPIA FAMILIAR COM O IDOSO COMO FAMÍLIA EXTENSA


SITUAÇÃO: Paulo e Salete estão completando o décimo quinto ano de casamento. Têm um
filho de 14 anos e tentam engravidar novamente há sete anos. Ambos são filhos únicos e
gostariam de que seu filho pudesse aprender a dividir com pelo menos um irmão, experiência
que ambos não tiveram. Salete já sofreu três abortos espontâneos e eles têm a sensação de
que estão sendo castigados e não conseguirão mais ter filhos. Atualmente, Salete está
grávida de três meses e tem muito medo de perder mais esse filho. Por estarem muito
ansiosos, buscam terapia. A terapeuta convida os avós maternos e paternos para
comparecerem a um atendimento (como consultores). O objetivo é o de criar uma rede de
pessoas que possam tranqüilizar Salete. Durante o atendimento à família extensa, a avó
paterna começa a chorar. A avó conta que, quando ouviu Salete dizer que estava se sentindo
castigada, ela se sentiu o próprio carrasco. Logo após o nascimento de Paulo ela forçou um
aborto, pois considerava que ninguém teria condições de criar duas crianças. Ela nunca
falou sobre isso a ninguém, mas sempre se arrependeu por sua atitude.
Aspectos Relevantes:
• Fertilidade e Perdas: Problemas de fertilidade e abortos anteriores afetam o
casal.
• Segredos Revelados: Impacto emocional da revelação de segredos familiares.
• Relevância da Abordagem Sistêmica:
• Inclusão da família extensa para oferecer apoio emocional e compreensão.
• Análise das relações familiares e dos segredos revelados para compreender e
lidar com emoções.

(SUGESTÃO PARA APRESENTAÇÃO)


SLIDES DOS CASOS CLÍNICOS :

Caso 1: Terapia Individual Sistêmica com Idosos

Situação de Vilma:

• Solidão Profunda: Após a perda do esposo há 10 anos, Vilma enfrenta uma solidão
profunda, apesar de ter suas filhas na mesma cidade.
• Aposentadoria e Incertezas: Sente ansiedade e incerteza em relação à aposentadoria,
associando-a a um futuro desconhecido e temeroso.
• Atividade Significativa: Encontra significado ao trabalhar na biblioteca, especialmente
na Hora do Conto, conectando-se emocionalmente com as crianças.

Estratégias de terapia e resolução:

Exploração da Rede Social: Identificar e expandir as conexões sociais de Vilma,


buscando novas interações e grupos que possam oferecer suporte emocional.
Enfoque na Transição para a Aposentadoria: Abordar a ansiedade em relação à
aposentadoria, explorando medos e expectativas em um ambiente terapêutico seguro.
Reconstrução de Identidade Pós-Aposentadoria: Auxiliar Vilma a explorar novos
papéis e fontes de significado após a aposentadoria, como voluntariado ou hobbies.
Promoção do Bem-Estar Familiar: Incentivar uma abordagem que valorize sua
saúde emocional e física sem sobrecarregar as filhas, promovendo a autonomia e o
autocuidado.
Resgate de Sentido e Propósito: Valorizar o impacto positivo da Hora do Conto na
biblioteca como fonte de significado e conexão, reforçando a importância de
atividades que proporcionem satisfação pessoal.

Caso 2: Terapia de Casal na Terceira Idade

• Apresentação de Joana e Hélio.


• Descrição do problema: brigas frequentes, mudança recente, preocupação com
a saúde mental de Hélio.

Dinâmica do Casal:
• Dificuldades de adaptação após a mudança.
• Sentimento de superproteção de Joana e a sensação de perda de independência
de Hélio.

Envolvimento Familiar e Redes de Suporte:


• Relação com o filho único.
• Participação em atividades na igreja como suporte social.

Possíveis Diagnósticos e Aceitação:


• Sinais de possível Alzheimer em Hélio.
• Como lidar com diagnósticos e desafios de saúde mental na terceira idade.

Estratégias de Terapia e Resolução:


• Exploração de estratégias para fortalecer o relacionamento.
• Encorajamento para manter atividades sociais individuais.

Caso 3: Terapia Familiar com Membro Idoso

Contextualização Familiar:
• Composição da família e questões educacionais.
• Histórico educacional de cada membro.

Crenças e Valores em Relação à Educação:


• Percepções negativas sobre a educação e inteligência na família.
• Impacto das experiências educacionais anteriores na autoestima familiar.

Abordagem da Terapeuta e Desafios Identificados:


• Reconhecimento das crenças limitantes da família.
• Necessidade de redefinir valores em relação à educação e inteligência.

Encorajamento e Desenvolvimento de Autoestima:


• Estratégias para promover uma visão mais positiva da educação e habilidades
individuais.
• Incentivo ao apoio mútuo entre os membros da família.

Caso 4: Terapia Familiar com o Idoso como Família Extensa

Situação Atual de Paulo e Salete:


• Desejo de ter outro filho após vários abortos espontâneos.
• Preocupações e ansiedades em relação à gravidez atual.

Inclusão dos Avós na Terapia:


• Papel dos avós maternos e paternos como apoio emocional.
• Objetivo de criar uma rede de suporte para Salete.

Revelações e Conflitos Familiares:


• Arrependimento da avó paterna em relação a um aborto passado.
• Impacto emocional dessas revelações no contexto familiar atual.

Resolução e Apoio Emocional:


• Exploração de estratégias para lidar com a ansiedade durante a gravidez.
• Reconstrução do apoio familiar e suporte emocional para Salete e a família.

(Sugestão de slides para inicio da apresentação )

Slide 1: Título : "Terapia com População Idosa: Explorando Casos Clínicos"


• Breve contextualização sobre a importância da terapia para a população idosa.

Slide 2: (Introdução)
Contextualização do aumento da população idosa
• Desafios sociais e psicológicos associados à longevidade
• Apresentação do artigo focado em intervenções terapêuticas sistêmicas com idosos e
sistemas familiares.

Slide 3: Visão da Velhice na Sociedade Ocidental:


• Exploração da percepção predominante sobre a velhice como um período de
doenças, perdas e solidão.
• Contraposição com a necessidade de reconhecer as capacidades e
possibilidades de crescimento na velhice.

Slide 4: Envelhecimento e Resiliência:

• Abordagem das adversidades presentes no processo de envelhecimento e o


desafio de manter uma vida significativa e produtiva.
• Destaque para pesquisas recentes que direcionam a atenção não apenas às
perdas, mas também aos recursos e potencialidades existentes na velhice.

Slide 5: Psicogerontologia e Terapia na Terceira Idade:

• Apresentação da psicogerontologia como um campo de estudo e prática


psicológica específico para a velhice.
• Discussão sobre as características específicas do processo terapêutico com
idosos, enfatizando a importância do desenvolvimento de intervenções
terapêuticas específicas.

Slide 6: Terapia Familiar Sistêmica:

• Exploração da influência da Teoria Geral dos Sistemas na terapia familiar e


sua relação com o conceito de sistema.
• Apresentação de diferentes modalidades terapêuticas nas quais os idosos
podem se inserir, como a terapia de casal na terceira idade e o atendimento
familiar com membros idosos.

Slide 7: Abordagens Terapêuticas e Casos Prototípicos:

• Discussão de casos prototípicos para ilustrar as abordagens terapêuticas


possíveis com pessoas idosas e sistemas familiares.
• Ênfase na pluralidade de intervenções e na construção de possibilidades de
intervenção sem indicar um caminho único.

Slide 8: Conclusão:
• A importância das intervenções terapêuticas sistêmicas na promoção do
envelhecimento saudável e no apoio aos sistemas familiares com idosos.

• Encorajamento à reflexão sobre as múltiplas abordagens terapêuticas disponíveis para


profissionais de Psicologia no cuidado com a população idosa.

• A psicologia sistêmica oferece uma lente valiosa para entender as dinâmicas


familiares, os padrões de interação e as influências contextuais que podem contribuir
para os desafios individuais e relacionais enfrentados pelas pessoas, especialmente na
terceira idade. Essa abordagem permite uma compreensão mais completa e holística
dos problemas e oferece estratégias terapêuticas focadas no sistema como um todo. A
psicologia sistêmica, juntamente com o novo paradigma, aborda os problemas
considerando a interconexão e interdependência entre os sistemas e indivíduos,
reconhecendo que somos influenciados por nossas interações com o ambiente,
contextos familiares, sociais e culturais. Essa perspectiva considera não apenas os
indivíduos, mas também os sistemas nos quais estão inseridos, promovendo uma
terapia que visa a mudança, ressignificação de padrões e a construção de relações
mais saudáveis e funcionais.

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