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PSICOLOGIA 

 
CODEPENDÊNCIA- PARTE II 
 
l R​ aízes da Codependência 
 
l​ Famílias abusivas 
 
  A  codependência  não  acontece  sem  que  exista  um  contexto  familiar.  É  uma 
relação  causa–efeito.  Para  umas  poucas  pessoas,  o  ambiente de convívio não foi 
com  seus  pais  biológicos,  mas  sim  com  Outras  Pessoas Significativas (OPS). Isso 
não  diminui  o  efeito  negativo  sobre  a  criança.  Ela  pode  traduzir  a  adoção  como 
abandono  ("porque  não  cuidaram  de  mim?").  A  resposta  pode  ser  óbvia  e 
compreensível  para  um  adulto,  mas  para  aquela  criança,  a  única  explicação 
plausível  é  que  ela  não  merecia  seus  pais,  ou  era  problema  para  eles,  ou 
qualquer  ideia  de  que  eles  eram  ótimos,  mas  a  deixaram  porque  ela  era  uma 
criança  que  não  era  boa  o  suficiente,  deixando  a  mesma  sequela:  marca  de 
abuso. 
 
  A  maior  parte  das  pessoas  em tratamento, ou seja, pessoas que assumiram que 
algo  precisa  ser  mudado  em  suas  vidas,  têm  muita  dificuldade  em  ver  na  sua 
família  de  origem,  as  marcas  de  negligência  e  abuso psicológico. As explicações 
encontradas  tentam  (se)  convencer  de  que  “as  coisas  tinham  que  ser  como 
foram, não havia escolha”. 
 
  Um  dos  elementos  mais  importantes  da  libertação  de  uma  vida codependente 
é  desistir  de  amenizar  os  problemas e assumir que doeu e ainda está doendo ou 
atrapalhando  a  vida  hoje.  Não  deixamos  para  trás  o  que  procuramos  defender 
ou justificar. É o mecanismo de negação de realidade. 
Nos lares podemos observar alguns tipos específicos de estrutura, sendo eles: 
 
l​ Casa Apática 
 
●Nesta estrutura há baixa expectativa e baixo suporte. 
 
  Os  pais dão pouco e esperam pouco das crianças, talvez porque esperem pouco 
de  si  mesmos.  Podemos  caracterizar  esta  casa  apática  indiferente  as 
necessidades  da  criança,  completamente  sem  vínculos.  A  mensagem  que  a 
criança  recebe  é:  "cresça  como  puder  num  mundo  cruel".  Ela  percebe  que  não 
pode  contar  com  seus  pais  e  procura  justificar  a  atitude  deles  através  da  auto 
desqualificação.  

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  A  tendência  deste  tipo  de  família  é  formar  crianças  delinquentes.  São  famílias 
claramente  disfuncionais.  Este  quadro  fica  mais  evidente  em  famílias  muito 
carentes,  com  pessoas  cronicamente  doentes,  alcoólatras  ou  omissos.  A  criança 
percebe  sua  casa  como  apática  quando  um  dos  pais  é problemático (doente ou 
alcoólatra  por  exemplo)  e  o  outro  (o  saudável)  dedica  toda  a  sua  energia  para 
tentar ajudar sua recuperação. 
 
  Em  outro  caso,  a  mãe  doente  com  depressão  ficava  no  quarto  e  o  pai  cuidava 
dela,  as  vezes dando comida na boca. Alguns dias, entretanto, ela saia da cama e 
passeava,  curtia  a  vida.  O  problema  era  quando  precisava  assumir 
responsabilidades,  como  o  cuidado  com  os  filhos  e  a  casa,  imediatamente  um 
surto  a  tomava.  As  crianças,  desde  cedo,  aprenderam  a  cuidar  de  suas 
necessidades  e  a  filha  mais  velha  fazia  o  trabalho  da  casa,  para  o  orgulho  do 
papai. 
 
l​ Casa indulgente  
 
●Nesta estrutura há baixa expectativa e alto suporte. 
 
  Nesta  família  os  pais  (ou  OPS)  tem  como  características  fazer  coisas  demais 
pelas  crianças,  coisas  que  elas  não  pedem  e  muitas  vezes  não  precisam,  a 
mensagem  é  que  elas  não  têm  que  lutar  porque seus pais estão ali para ensinar 
como  fazer  as  coisas  do  “jeito  certo”.  Isso  equivale  dizer  que  a  criança  não pode 
errar,  ainda  que  na  fase  de  aprendizado.  É  evidente  a  falta  de  limites.  Neste 
cenário,  ao  menos  um  dos  pais  é  tremendamente  superprotetor,  talvez  por 
medo  da  vida,  por  ser  o  filho  único,  por  ter  muitas  dificuldades  de 
relacionamento  com  o  cônjuge  usando  o  filho  como  escudo.  As  causas  são 
muitas,  mas  as  consequências  semelhantes:  as  crianças  aprendem  a  demandar 
dos  pais  atenção  especial  e  se  tornam  ditadores,  não  sabendo  lidar  com 
frustrações  e  demandas  sociais  porque  não  desenvolveram  a  submissão 
necessária para receber limites. Também apresentam condutas antissociais. 
 
  O  excesso  de  elogios  e  qualificação  por  parte  de  pais  que  se  sentem  culpados, 
talvez  por  terem  feitos  abortos,  pela  sua  ausência  (mais  a  mãe)  ou  por  excesso 
de  trabalho  (mais  o  pai),  também  podem  gerar  um  quadro  semelhante.  A 
criança  não  identifica  satisfação  em  nada,  não  tem  plenitude  e  sempre  quer 
mais.  A  obesidade  infantil  pode  ser  um  dos  sintomas  desta  família.  Uma  família 
pode  ser  indulgente  com  um  dos  filhos  e  estressante  (ou  apática)  com  o  outro. 
Um  é  o  filho  problema,  fraquinho,  doentinho,  e  pode  tudo,  e  o  outro  é  o  filho 
modelo  sobre  o  qual  recai  toda  pressão  da  família  e  ele  não  pode  errar  nada.  É 
claro  que  há  inveja  das  regalias  um  do outro e a competição é uma constante. E 
qual o prêmio desta competição? Geralmente é a aprovação da mãe. 
 

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  Exemplo:  O  garoto  mora  com  a  mãe  e  a  avó.  O  pai  é  muito  omisso  e  ausente 
pelo  seu  trabalho.  Ele  tem  mal desempenho na escola e começou a gritar com a 
mãe  e  com  a  avó.  Quando  o  pai  aparece  ele  muda  o  comportamento,  mas  não 
se  comunica.  No  natal,  filho  único  e  neto  único  ele ganha uma média de 35 a 50 
presentes  dos  mais  caros  e  os  coleciona  como  figurinhas  repetidas,  mas  não 
demonstra  o  menor  zelo  ou  valor  pelo que tem. Sua irritabilidade domina a casa 
que  passa a ter medo do terrível temperamento do rapaz que constantemente é 
comparado ao mau-gênio do pai. 
 
l​ Casa estressante 
 
●Nesta estrutura há alta expectativa e baixo suporte. 
 
  A criança nesta família é altamente cobrada quanto ao desempenho escolar e a 
disciplina  no  convívio  social  e  familiar.  Entretanto  não  recebe  o  amor  e  suporte 
que  precisa  para  formar  sua  identidade  e  autoconfiança.  A  rigidez  quanto  as 
normas,  organização,  limpeza  e  afins,  pode  desenvolver um forte sentimento de 
amor  condicional  ("eu  te  amo  se...")  o  que  explicaria  a  constante  tensão  e 
ansiedade  da  criança  e  do  jovem,  podendo  chegar  a  apresentar  tendências 
suicidas.  No  Japão  por  exemplo,  podemos  encontrar  o  maior  índice  mundial  de 
suicídio  em  crianças  e  adolescentes,  e  um  dos  elementos  culturais  que 
contribuem  para  este  fenômeno  é  o  padrão  altamente  exigente e pouco afetivo 
da família oriental. 
 
  A  criança  estressada  não  se  permite  errar  e  não  admite  suas  fraquezas.  A 
competência  que  desenvolve  quando  pessoa  adulta  pode  ser  instrumento  de 
poder  sobre as outras pessoas. Muitas vezes vão derramar sobre os filhos as altas 
expectativas  e  cobranças  que  carreiam  em  transmitindo  adiante  a  dor  de  fazer 
para ser, atender para ser amado. 
 
  Exemplo:  Flávia  foi  uma  criança  criada  por  idosos,  existe  uma  grande  suspeita 
por  sua  parte  de  que  ela  foi  adotada,  mas  sua  mãe  nega terminantemente essa 
possibilidade,  também  nega  sua  idade  e  outras  coisas  que  ela  percebe  no 
convívio  com  a  família.  O  casamento  de  seus  pais  se  baseia  no  desempenho  de 
Flávia  na  escola  e  nas  muitas  aulas  que  era  obrigada  a  fazer  para  encher  o 
tempo  e  não precisar ser sustentada por homens. Ela foi criada pensando em ter 
sucesso,  mas  não  romantismo, amor, casamento e filhos. Flávia não admite errar 
e  por  isso  se  culpa  muito  pelo  comportamento  de  seu  único  filho.  É  claro,  sua 
mãe  dá  a  maior  força  para  essa  culpa  e  instiga  nela  a  ideia  que  ela casou mal e, 
com  um  homem  como  aquele,  seria melhor se separar. Detalhe, a mãe de Flávia 
viveu  53  anos  com  um  homem  fraco,  alcoólatra,  que  a  traía  e  não  se  separou 
pelo bem da filha, como sempre afirmou em tom de cobrança. 
 

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l​ Casa equilibrada 
 
Nesta estrutura há alta expectativa alto suporte. 

 
  Numa  casa  equilibrada  a  criança  se  desenvolve  sabendo que é importante, que 
tem  o  seu  tempo  para  aprender  e  o  seu  valor  não  está  nos  seus  talentos  e  sim 
em  seu  existir.  Aprende  a  confiar  em  si  e nos seus pais. Tem uma visão ousada e 
positiva  da  vida.  Seus  pais  são  realizadores  e com baixo grau de codependência. 
Há  apoio  mútuo  e  habilidade  em  lidar  com  críticas  e  frustrações.  As  situações 
familiares  são  gratificantes  e  não  há  ovelha  negra  no  meio  de  santinhos,  todos 
tem  claro  sua  potencialidade  e  seus  defeitos.  Todos  têm  o  direito  de  brilhar  e 
errar.  Há  uma  confiança  no  amor  e  na  família,  que  se  espraia  para  uma  atitude 
segura com a vida. 
 
l​ Objetivo 
 
  Identificar  que  tipo de casa a pessoa vive, será de grande utilidade no momento 
do  aconselhamento,  como  exemplo,  alguém  que  vive em uma casa apática, não 
tem expectativas de vida. Auxiliando esta pessoa a criar expectativas, reaprender 
a  sonhar,  pode  ser  de  grande  valia  no  processo  de  recuperação  dela  e  de  sua 
família.  Às  vezes,  na  sua  própria  igreja  podem  haver  pessoas  na  liderança  que 
vem  de  uma  casa  estressante,  logo,  gerar  mais  pressão  sobre  elas  de  forma 
alguma  será  saudável,  pois  em  casa  esta  pessoa  já  sofre  pressão  de  forma 
desenfreada. 
Estas  características  de  padrões  familiares  também  se  aplicam  aos  âmbitos 
profissionais, Igrejas, em todos os segmentos da sociedade. 
 
  Exemplo:  Uma igreja apática, nada espera de seus membros e nada faz por eles. 
Domingo  após  domingo  ocorrem  os  cultos  e  os  membros  vão  sem  objetivo 
algum.  Em  um  cenário  indulgente,  a  igreja  oferece  muitas  oportunidades  para 
os  membros,  mas não espera nada deles. Já na igreja estressante, predominante 
no  Brasil,  há  uma  cobrança  excessiva  para  com  os  membros,  uma  alta 
expectativa  é  criada,  mas  nenhuma  base  é  dada  para  que  esse  cristão  possa 
produzir.  
 
l  Reconheça  e  busque  transformar  seus  ambientes  de 
convívio em locais saudáveis 

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  A  codependência  também  está  presente  nas  famílias,  onde  vemos,  por 
exemplo,  um  dos  pais  mentalmente  desequilibrado,  frustrado.  Mesmo  que 
apenas  um  dos  pais  seja  doente,  o  outro  vai  estar  ocupado  em  cuidar  dele, 
desarticulando  toda  a  família  em  nome  da  doença  e  da  necessidade  da  pessoa 
problemática.  Pais  adictos  a  álcool,  drogas,  trabalho  excessivo,  dinheiro,  pais 
consumidos  pela  raiva  e  violência,  comedores  compulsivos  ou  compulsivos  de 
coisas  que  seriam  normais  para  outras  pessoas.  Pais  imaturos emocionalmente, 
tendendo  a  se  apoiar  nos  filhos para fazer alianças em sua guerra contra o outro 
cônjuge,  busca  conselho  ou  ajuda  dos  filhos  invertendo  os  papéis.  Pais  com 
autoimagem  distorcida,  demandando  do  filho  que  cuide  deles.  Pais  que 
mantém um relacionamento amargurado pelo bem das crianças, ou que brigam 
violentamente ou se divorciam de maneira dramática. 

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  Pais  que  sabem  lidar  com  dinheiro:  guardam  e  não  usam,  perdem  em  dívidas 
ou  jogos,  sempre  estão  com  problemas  financeiros,  não  desfrutam  o  que  tem. 
Pais com relação extrema com Deus (agnósticos/religiosos radicais).  
 
Outras formas que desencadeiam transtornos emocionais nas famílias são:  

● A falta de toque físico e de carinho (forma de abuso sutil justificada pela 


cultura); 
● Perfeccionismo e compulsões; 
● A falta de amor entre os pais ou a separação; 
● Pais com depressão crônica ou doenças debilitantes crônicas; 
● Inversão de papéis na família: filho que aconselha os pais/ mãe que não liga 
para o marido, mas é apaixonada pelo filho; 
● Negócio inacabado é o desejo ou forte opinião dos pais transmitida ao filho 
como uma missão pessoal. É um sonho que os pais não realizaram e passam 
para o filho a tarefa de transformá-lo em realidade. 

  Mediante  essas  necessidades  emocionais,  você  cresce  e  vê  que  a  vida  não  é 
construída  e  sim  reclamada,  tudo  se  consegue  ao  reclamar  para alguém. A cura 
neste  processo  é  fazer  entender  que  a  vida  é  para  ser  vivida  e  não  somente 
reclamar.  Ao  iniciar  esse  caminho  de  inversão  da  codependência  temos  o 
desligamento.  Cuidado,  esse  desligamento  não  é  sinônimo  de  abandono,  mas 
sim  de  desfazer  esta  simbiose  criada,  colocando  os  limites  saudáveis  de  uma 
relação.  É  estar  perto  o  suficiente  para  poder  estender  a  mão  e  longe  o 
suficiente para continuar a ser você mesmo.  
 
  Se  concentrarmos  toda  energia  em  problemas  e  pessoas,  pouco  restará  para 
nossa  própria  vida.  Nos  desligamos  e  perdemos  o  contato  com  nós  mesmos. 
Preocupar-se  demais,  ficar  obcecado  e  controlar  são  ilusões,  uma  tentativa  de 
colocar uma tampa para abafar e viver a vida para os outros através delas.  
 
  Aprendemos  a  nos  abandonar.  Existe  um  importar-se  saudável  e  um  doentio, 
existe  um  envolver  saudável  e  outro  doentio.  Desligamento  é  baseado  na 
premissa  de  que  cada  pessoa  é  responsável  por  si  mesma,  se  as  pessoas  criam 
alguns  desastres  para  si,  permitimos  que  elas  próprias  enfrentem  as 
consequências,  damos  a  elas  a  oportunidade  de  serem  responsáveis  e  de 
crescerem,  damos  a  elas  e  a nós mesmos essa liberdade. O desligamento é viver 
o  presente,  permitir  que  a  vida  aconteça  em  vez  de  forçá-la  no  ponto  errado 
tentando  controlá-la.  Desligar  exige  fé  em  Deus,  paciência  consigo  mesmo  e 
coragem para dar espaço para os outros 
 
 
 
 
 

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  Algumas  reações  são  perceptíveis  quando  somos  emocionalmente  afetados, 
como  exemplo  se  perdemos  o  controle  significa  que  estamos  sendo 
controlados.  Reagimos  às  reações  dos  outros  (ex:  estou  com  raiva  porque  ele 
ficou  com  raiva  de  mim). Permitimos que outros determinem quando ficaremos 
felizes,  quando  ficaremos  em  paz,  quando  nos  aborrecemos,  abrir  mão  do  que 
sentimos ao capricho do ambiente, e isso não é algo saudável.  
 
  Um  caso  comum:  adulto  trabalhando  em  casa  e  as  crianças  fazendo  muita 
bagunça.  A  primeira  reação  é  gritar  e  a  segunda  é  gritar  ainda  mais.  Isso  só 
ensina  como  me  manter  sentado  e  berrando.  Reagir  geralmente  não  funciona, 
reagimos  rápido  demais  com  intensidade  demais  e  conseguimos  poucos 
resultados,  poucas  mudanças.  O  que  acontece  é  que  geralmente  cada  um  se 
descontrola  e fica sendo controlado, se comportam para provocar certas reações 
nossas.  Se  pararmos  de  reagir  dessa  forma  nos  afastamos  do  seu  controle. 
Quando  rejeitam  nossas  escolhas  ou  a  nós,  reagimos  como  se  deixássemos  de 
existir. 
  
  Condicionamos  nossa  estabilidade  à  reação  dos  outros,  como  por  exemplo, 
dizemos:  “se  você  me  amasse  você  não...”,  falta  entender  que  se  disséssemos  a 
um doente com pneumonia se você me amasse você não tossiria ele continuaria 
tossindo.  Precisamos  interpretar  certo.  As  vítimas  de  pneumonia  continuarão  a 
tossir  até  serem  curados.  Essas  pessoas  não  estão  dizendo  que  não  te  amam  e 
sim  que  não  amam  a  si  mesmas,  e  você  não  pode  se  tornar  refém  da  falta  de 
amor próprio deles. 
 
  As  coisas  têm  muito  menos  a  ver  conosco  do  que  pensamos.  Precisamos 
entender  que  alguém  pode  contribuir  para  o  que  você  está  sentindo,  mas  ao 
mesmo tempo está sentindo tudo sozinho.  
O  abandono  é  necessário  na  vida,  porém  uma  coisa  é  se  abandonar  no  outro  e 
outra  é  abandonar  a  sua  vida  na  mão  de  Jesus.  Perceba  essa  diferença, 
abandonar  a  vida  nas  mãos  de  Jesus  é  o  Evangelho,  é  o  Reino  de  Deus 
acontecendo. Abandonar a vida na mão de outra pessoa é codependência.  
 
  Pessoas  codependentes  seguem  este  triângulo.  Munidas  do  sentimento de um 
falso  salvamento,  elas  acreditam  que  podem  salvar  as  pessoas  de  suas 
responsabilidades,  assumindo  as  responsabilidades  por  outro  ser  humano 
pensamentos,  emoções,  decisões,  comportamento,  crescimento,  bem-estar, 
problemas.  Tratar  como  vítima  é  sentenciar  o  outro  como  incompetente,  a 
vítima pode cuidar de si mesmo apesar do que todos possam pensar.  
O  codependente  fica  ressentido  pois  ajudou  “generosamente”,  fazendo  o  que 
não queria fazer e a pessoas “salva” não é grata por isso.  
 
 
 

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  Seguindo  o  triângulo,  quando  o  codependente  sente  mágoa  e  autocompaixão: 
“Fomos  usados  de  novo,  não  fomos  reconhecidos,  de  novo,  tentamos  tanto 
ajudar  as  pessoas,  ser  boas  para  elas,  por  quê?  Por  que  isso  sempre  acontece 
comigo?  Me  esmagaram,  nos  tornamos  vítimas.”  O  pensamento  é  será  que 
seremos  sempre  vítimas?  Certamente  se  continuarmos  com  os  falsos 
salvamentos.  Toda  essa  mágoa  ressentida  transforma  no  perseguidor  do 
triângulo,  onde  aquela  pessoa  que  necessitava  de  salvamento,  agora  é  alvo  de 
ataques e frustrações. 
 
  Continuamos  vítimas  enquanto  estivermos  presos  em  falsos  salvamentos. 
Ficamos  com  raiva  o  tempo  todo  e  ressentimento  da  vítima  em  potencial  a 
pessoa  com  uma  necessidade  ou  problema  nos  faz  sentir  que  temos  de  fazer 
alguma coisa por ela ou nos sentiremos culpados. 
Lembre-se, somente Jesus salva: 

● Falsos salvamentos não ajudam, causam problemas; 


● Falsos salvadores parecem pessoas bem comprometidas e responsáveis, 
mas não são, não assumem sua principal responsabilidade eles mesmos; 
● Falsos salvamentos sempre criam o sentimento que damos mais que 
recebemos e depois nos sentimos explorados e negligenciados por isso. 

  Fazemos  falsos  salvamentos  porque  não  nos  sentimos  bem  com  nós  mesmos. 
Tememos  a  nossa  salvação  e  nos  escondemos  em  falsos  resgates,  esse  instinto 
de  tomar  conta  do  outro  por  vezes  nasce  de  um  pensamento  religioso.  Porém, 
se  tomo  conta  do  outro  não  tomo  conta  de  mim.  Nos  desligamos  de  nós 
mesmos  quando  tomamos  conta  da  vida  dos  outros,  e  depois  não  entendemos 
porque  estamos  tão vazios. Tomadores de conta se tornam pais raivosos, amigos 
raivosos, pessoas chateadas e extremamente frustradas.  
 
  Se  queremos  ajudar  essas  pessoas,  devemos  enxergar  além  do  óbvio, 
entendendo biblicamente o que realmente significa cuidar uns dos outros.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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