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ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO

Análise de Caso – Comportamento Operante

João compareceu a consulta relatando estar se sentindo desanimado, choroso, triste e


‘revoltado com as pessoas ao seu redor’. Tal quadro clínico teve início em 2017, quando sua
esposa, com quem foi casado por seis anos, faleceu de distrofia muscular progressiva. Desde
então, João passou a ter dificuldades no trabalho, dificuldade para assistir aulas e focar atenção
nos estudos, que agora virou um grande tormento. Os problemas na faculdade pioraram depois
que um dos seus professores o chamou de lerdo em uma apresentação de seminário, começou
a faltar bastantes as aulas depois disso. Relata que não consegue fazer mais nada que fazia
antes. “Minha vida está uma porcaria, uma grande porcaria, não durmo mais, não tenho fome”.
No período de 6 meses que a esposa faleceu perdeu 15 quilos.

Chama a atenção seu isolamento. Ele diz “passei a não fazer mais nada, comecei a
dormir a maior parte do meu dia, assim era melhor, afinal quando estou dormindo não estou
sofrendo”. Quando não estava dormindo, ficava com o filho, porém a um mês mandou a criança
morar com a avó materna. “Quando eu brincava com meu filho, só lembrava da minha esposa
e me sentia triste, então parei de brincar com ele. Mandei ele morar com a avó, mas tenho
dificuldade de ir vê-lo, tenho evitado ao máximo, quando vou fico pouco tempo, sempre que
vejo meu filho tenho vontade de chorar”. João relata ainda que não tem vontade de continuar
vivendo, sente-se injustiçado por Deus e sozinho pela falta de apoio dos colegas e da família.
Procurou a terapia com queixas de dificuldade nos estudos e tristeza intensa.

Natural do Rio de Janeiro, João é o filho mais velho de uma prole de cinco filhos (cada
filho de um pai diferente). Foi criado apenas pela mãe, seu pai o abandonou quando descobriu
a gravidez e seu avô a expulsou de casa na época. Diz que sempre se sentiu sozinho, sua mãe e
irmão não davam atenção para ele. Além disso, sofria agressões constantes da mãe, nem sabia
porque estava apanhando, sempre chorava e sentia muita dor, lembra de sentir um misto de
raiva e medo da mãe. Quando via a mãe já começava a tremer e sentia-se mal (relata ansiedade,
medo e raiva). Frequentemente ao apanhar, a mãe o chamava de lerdo. Quando a mãe chegava
em casa, ele já se trancava no quarto, passou a evitar ao máximo o contato com a mãe. Na
primeira oportunidade que teve saiu de casa para se casar com sua falecida esposa, que foi sua
primeira namorada, se conhecerem no ensino médio e se casaram quando ele tinha 18 anos.

Estudou no Colégio Naval e não teve amigos com quem pudesse contar. Além disso,
relata um problema que teve com uma das professoras, ela pedia constantemente
apresentações orais. Em uma das ocasiões de apresentação, a Professora chamou João de lerdo
por ele demorar a responder a uma pergunta. Ele começou a tremer, teve taquicardia, boca seca
e não conseguiu finalizar a apresentação, diz que não sabe porque, mas naquele momento
parece que esqueceu tudo que tinha aprendido e não conseguia se lembrar de nada.

Conta que na sua formatura do ensino médio não compareceu ninguém da sua família,
só sua namorada e a família dela. João comenta que sempre foi tímido e reservado, não teve
amigos durante a infância e nem na adolescência, além disso, não tem bom relacionamento com
sua família de origem. Ele só os veem em aniversários e festa de natal. Nesses eventos fica o
tempo todo no celular para não ter que conversar com nenhum deles. Diz que só de vê-los já se
sente angustiado e ansioso. Nos dois últimos aniversários que foi convidado, inventou uma
desculpa e não compareceu.

Analise os seguintes comportamentos operantes. (Descreva qual é a consequência do


comportamento e identifique:

(1) se o comportamento é reforçado ou punido

(2) se é positivo ou negativo.

a) - Comportamento de se trancar no quarto ao ver a mãe.

b) - Comportamento de mexer no celular nas festas de família.

c) - Comportamento de frequentar as festas da família.

d) – Comportamento de inventar desculpas para não ir as festas da família.

e) - Comportamento de brincar com o filho após da morte da esposa.

f) - Comportamento de levar o filho para morar com a sogra.

g) - Comportamento de dormir.

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