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UNIME SALVADOR

Lorena Gonçalves Siqueira

MATRIZES DO PENSAMENTO EM PSICOLOGIA - HUMANISTA

06 de ABRIL de 2022

AUTOBIOGRAFIA de Lorena Siqueira

Será a primeira vez que escrevo sobre os eventos que serão aqui citados, não sei bem por

qual motivo resolvi escrever sobre este assunto, pois por muitos anos tive vergonha, mas,

contudo, entretanto, todavia, resolvi falar.

Me chamo Lorena Gonçalves Siqueira, tenho atualmente 28 anos, sou casada há 8 anos e

tenho um filho de 6 meses, o meu pequeno Samuel. Sou Cristã, e ávida leitora da Bíblia. Minha

autobiografia, trará um pequeno relato da minha adolescência, sou filha de pais divorciados, e

vivi vendo os relacionamentos frustrados dos dois lados. De certa forma fiquei muito revoltada

com eles por um tempo. Em um determinado período, por volta dos meus 13 ou 14 anos, um dos

namorados que minha mãe tinha, começou a ter um comportamento atípico ( que hoje eu sei),

assediador, carinhos excessivos, olhares estranhos, etc. Minha mãe vivia um relacionamento

abusivo com um homem ( que hoje sei tambem) no qual ela saia para trabalhar durante o dia e às

vezes a noite e este homem trabalhava apenas pela manhã ( eu acho) e ficava a maior parte do

dia em casa. Enfim, vou tentar ser mais direta, no mês de dezembro as 07 da manhã desta

segunda-feira, ele tentou me tocar e me beijar na minha cama, foi apavorante, você ver o seu

padrasto que tinha um comportamento amigável ( com os outros), ver ele fazer isso com você.

Fui ameaçada, disse que se eu falasse algo, mataria minha mãe. E eu seria culpada. O terror foi

tanto, que eu comecei a ter pesadelos terríveis, não dormia mais a noite, passei a ter medo do
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escuro e de ficar sozinha com ele, ele teve mais ousadia e começou a ir sempre ao meu quarto, e

se tocava na minha frente, e eu tinha que ficar calada, aguardando ele terminar… Certo dia

resolvi contar a minha mãe. Ela por sua vez foi enfurecida tirar satisfações a respeito do meu

relato, eu vi a agressão que ele fez a ela, então fugimos, fomos para delegacia de Brotas, e a

delegada que me atendeu me perguntou: Você não demonstrou nenhum interesse por ele, por ser

jovem? , eu achei o maior absurdo de todos, ela por ser mulher, dizer isso. eu via aquilo tudo

como a coisa mais bizarra do mundo, que isso não poderia está acontecendo, comecei a achar

que eu estava ficando doida, ele por sua vez disse a todos os vizinhos e parentes dele que eu era

problemática e que destruiu o relacionamento dele com a minha mãe, depois deste terror, fui para

a casa dos meus avós que me ajudaram a tentar esquecer tudo isso, minha mãe voltou para o

crápula porque não queria perder a casa que tínhamos. Acabou que ele fez a minha mãe vender a

casa e dar metade do dinheiro a ele, pois eles viviam a mais de 3 anos juntos. Neste ano, perdi de

ano, estudava no instituto federal da bahia, um sonho, mas fui jubilada. Entrei para o colégio

estadual, e eu parecia um bicho do mato, não conversava, não falava, e não queria contato com

ninguém. aos 16 anos eu conheci meu atual esposo, que foi um amigo, me ouvia, conversamos

horas pelo telefone, comecei a viver mais, comecei a estudar para o vestibular, tentei psicologia 3

vezes pela UFBA e UNEB, mas infelizmente não aconteceu. Graças a Deus rs. Conheci o

Evangelho através de minha madrasta( foi uma mãe pra mim) que me disse que o meu vazio

seria preenchido através de Deus, aceitei, mesmo tendo tantas dúvidas eu gostava de estar entre

os jovens da igreja, gostava de me sentir útil, e me fazia esquecer as dores da alma. Aos 18 anos

me apaixonei pelo meu melhor amigo ( meu atual esposo) , a casamos eu com 20 e ele com 24

anos. Hoje reconheço muitas coisas e a principal delas é que eu tudo que eu vivi me ensinou a
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não querer ser como minha mãe foi, preocupada em trabalhar e esquecia de olhar para dentro de

sua casa, que não priorizava seus filhos, e ao meu pai que sempre foi um ótimo provedor, mais

um pai ausente, a ser uma mãe melhor, presente, para meu filho, para mim.

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