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Teatro do bullying

1 história…..

Era uma manhã do dia 5 de julho de 1994. E eu ainda era uma menina de 13 anos passando
as férias na casa de uma amiga, quando escutei essa frase do meu pai por telefone “está tudo
azul minha filha!”.
Ele estava feliz e eu, apressada. Além de achar a expressão “tudo azul” um tanto cafona,
lembro-me de ter desconfiado daquela alegria excessiva . Confesso que tive um sentimento
que confortou meu coração ao longo daquela terça-feira, mal sabia eu.
No dia seguinte, recebi outra ligação. Desta vez para a mãe da minha amiga, ambas eram
muito íntimas da minha família. A notícia que chegou a mim foi de que meu pai aos 48 anos,
teve um ataque cardíaco e estava no hospital. Estranhei irmos para minha casa ao invés de
irmos ver meu pai, mas logo a ficha caiu: ele havia partido, com isso vivi o primeiro grande luto
da minha vida.
Dois anos depois, escutei de uma prima a frase “suicídio do João”. Eu não sabia o que
significava aquela palavra e ainda não existia Google, então fui dormir incomodada. No dia
seguinte após a aula, uma surpresa: minha irmã Carol, que é seis anos mais velha que eu, foi
me buscar na escola. Assim, veio ela disposta a desatar qualquer nó que apertava minha
garganta desde a noite anterior.
Foi uma tarde bonita, porém difícil. Se nem atualmente aos 40 anos, não consigo me libertar
verdadeiramente do sentimento de abandono, imagina aos 15, idade em que vivi o meu
segundo grande luto.

2 história

Eu havia acabado de acordar de mais uma noite conturbada de sono, era um dia
nublado, úmido, e com uma leve brisa gelada, me levantei e não escutava o som
dos pássaros, carros, ou murmúrios, apenas o som do meu pai bêbado e
descontrolado batendo em minha mãe no andar logo abaixo do meu quarto, enfim
mais uma manhã “normal”.
Sai apressada, mas ainda assim em silêncio, pois eu não queria entrar no meio da
confusão,desse modo sai pela porta dos fundos, e assim me livrei da minha primeira
tormenta.
Fui andando para aula, chutando pedrinhas pela calçada, olhando as casas e
pensando como eram as famílias que nelas moravam, em pouco tempo cheguei na
escola sendo muito bem recebida, com meninas falando o quanto meu corpo é
gordo, e meninos gritando em meus ouvidos oq fariam comigo, sinceramente fico
enojada!
Após chegar na sala de aula, recebi um bilhete em minha mesa eu o abri e lá tinha
um simples desenho de uma corda, (bem desenhada por sinal), logo abaixo havia
escrito o que eu poderia fazer com ela.
No almoço comi o de sempre, laranja com suco de laranja,caso se pergunte o
porquê, é que a laranja é mais fácil de vomitar depois. Minha aula correu
tranquilamente, levei apenas 8 comentários sobre a cor da minha pele e do meu
corpo. Ao chegar em casa, entrei pela porta dos fundos, avistei meu pai dormindo
no sofá, e minha mãe como de costume chorava no canto, enfim uma noite normal.
Ao me deitar, fiquei pensando no que é "normal" e me lembrei de que normal, não é
tudo que se aceita, mas tudo que nós deixamos repetir, eu não queria magoar
minha mãe, e também não queria trocar de escola, e não queria envolver a polícia,
tudo q acontecia parecia ser um problema , pois eu estava no meio. Então
finalmente com um breve suspiro, tive uma ideia! . Desci as escadas, e logo após
peguei alguns remédios controlados da minha mãe os tomei e deitei-me, e diferente
do normal, na manhã seguinte eu não acordei, naquela noite fiz algo que para mim
não era normal.

3° história…… Yallo

Quando criança ouvia minha mãe dizer que “todos somos iguais”,mas sempre vivi
em uma rotina onde todos me tratam diferente.Mas bem, onde estão meus modos?
Eu sou billy e tenho 12 anos, bom pelo menos era a minha idade em 17 de abril de
2007.
Sempre fui um menino curioso,cheio de dúvidas, emocionado. E talvez um
pouquinho diferente,mas isso faz parte de mim, junto com meu ” jeitinho” peculiar de
ser. mas não preciso falar como eu era, já passou, a curiosidade já passou, minhas
dúvidas já se passaram, meu medo já passou, a dor já foi, a minha vida… já se
foi…
Fico feliz de não ter que ouvir ou passar por certas situações, sabe? coisas
“normais” do dia a dia, como na vez que 2 dos meninos da minha escola me
seguiram na saída e me espancaram, mas bem talvez eu esteja sendo
“emocionado” foram só uns soquinhos e alguns xingamentos nada de mais.acabei
de me lembrar da vez que me expulsaram do ônibus, motivo? Bem, parece que
incomodei um homem com minha presença, quanto pisquei o tal "homem" estava
me xingando e me chamando de coisas que na época eu nem sabia oque era, todos
do ônibus olhavam para mim mas pareciam não se importar, ou pelo menos, não
ligavam.
Mas eu tinha uma ótima relação com minha família pelo menos, com quem ficou
para trás comigo, minha irmã era ótima mas fugiu com o namorado, minha mãe,
bem, ela estava um pouco descontrolada com a bebida. mas meu pai era ótimo!
uma vez me levou em uma casa de suingue, para de acordo com ele, “tirar umas
dúvidas”, pelo menos foi isso que ele disse no carro, quando cheguei em casa levei
umas das maiores surras, acho que quando vem da família dói mais. mas eu devo
ter merecido sei lá….
caso se pergunte “por que nunca fiz nada”. Eu fiz, e até meio poético, mas na
mesma ponte em que eu costumava passar, por sinal, todos os dias para ir para a
escola. em um lindo dia sedi a pequena voz da minha cabeça, estava passando
pela ponte, e quando me toquei estava caindo dela eu sou billy tinha 12 anos e eu
era gay. hoje eu sei disso.

4° história…

Sou Esther e vim contar a vocês oq nao fazer num suícidio, pelo menos na
tentativa de um. tenho 19 anos nasci em Niterói rio de janeiro em 17 de maio de de
2004. Mas não é pra isso que vieram aqui. Todo mundo conhece o trágico romance
de Romeu e Julieta, Romeu conhece Julieta, sabe?! Um tal de Frei Lourenço
oferece uma bebida “veneno” Romeu e enganado, e cai morto. Até ai tranquilo
minha história é parecida, mas digamos que não foi uma 3° pessoa que me
ofereceu a “bebida”. Nunca fui muito popular, divertida, e confesso que nunca fui a
pessoa mais bonita da minha escola. Ainda sim, namorava um dos rapazes mais
maravilhosos, inteligentes e belo da minha escola. conheço ele desde o meu 5° ano,
mas o que achei estranho e que apenas no 3° ano do meu ensino médio, ele
começou a se interessar mais por mim, quando percebi estavamos completando 3
meses de namoro, mas sinceramente foram 3 exaustivos meses de namoro.
Assim… era legal passa o tempo com ele, mas as vezes ele tinha comentários
muitos fortes, sobre meu cabelo, sobre minha barriga, minhas coxas, e outras partes
do meu corpo, parando pra pensar ele só parecia gostar de mim quando em certas
ocasiões. Especificamente, quando a ocasião era na cama dele. Hoje eu sei que
tem uma palavra pra isso (relacionamento tóxico). Em um dia ele veio em minha
casa com um frasco cheio de comprimidos, e com uma ideia absurda para futuro,
ele me disse que caso um de nós morressemos, deveríamos tomar um daqueles
comprimidos para enfim ficarmos juntos pela eternidade. eu ri, mas ele parecia estar
falando sério, no dia seguida o vi, mas parecia não ser ele, não parecia ser o
mesmo cara de sempre,seus xingamentos eram mais constantes, os insultos eram
mais contínuos e as ameaças mais próximas da realidade. No final daquele dia ele
terminou cmg, não lembro minha reação na época, mas me lembro que senti um
certo alívio. Ao me deitar para dormir, recebi algumas mensagens, mais insultos e
mais xingamentos, falando como eu era feia, nojenta, e que fui um desperdício na
vida dele, confesso que não entendia aquilo, aquela raiva repentina, comecei a me
desesperar, me senti tudo aquilo que ele falava que eu era, as mensagens pararam,
13 minutos depois uma última mensagem “sua morte não me faria falta”. Ao lado da
minha cama, na cabeceira, o frasco de remédio olhando para ele pensei que
aqueles comprimidos poderiam não ser uma chave para ficarmos juntos e sim, um
método de esquecer os 3 meses de tormenta. Peguei o frasco e desci 5
comprimidos pela minha goela, fiquei tonta, fraca, e arrependida. mas infelizmente
era um pouco tarde para me arrepender. Tentei procurar a ajuda de meus pais mas,
digamos q não é fácil descer as escadas com tonturas, acabei caindo da
escada,rolando degraus até desmaiar no chão, fui socorrida pela minha mãe,
quando acordei já tinha chegado no hospital, estava com histórico de intoxicação
por mercúrio e algumas feridas na espinha e nos joelhos. Atualmente continuo viva,
mas paralisada da cintura para baixo.

ATIVIDADE:
QUEM DESEJAR PARTICIPAR DO TEATRO,ESCOLHA 1(UM) DESSES
TEXTO, ENSAIE A LEITURA E A INCORPORAÇÃO DO PESSONAGEN
(Não é necessário decorar apenas uma leitura limpa) SEGUNDA FEIRA
SERÃO RECITADOS OS TEXTO PARA NÓS FORMADORES, PARA ASSIM
QUE POSSÍVEL DETERMINARMOS OS PAPÉIS.

DETALHE ANALIZAREMOS
● Leitura limpa
● Interpretação
● E incorporação do pensonagem

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