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Seis momentos da minha vida em que eu vi a mão do meu Pai

e que me ajudam a confiar quando não O sinto ou O vejo.


ÍNDICE

1. EU SOU PAI
2. EU SOU PROTEÇÃO
3. EU SOU DONO DOS DONS E TALENTOS
4. EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA
5. EU SOU O GUIA
6. EU SOU CUIDADO
Você já se perguntou porque os milagres
do antigo testamento não acontecem mais?
E se eu te contar que o mesmo Deus daquela época
é o Deus de agora, você acredita?
Então leia essas experiências e veja que Deus
é o mesmo ontem, hoje e amanhã.
O Eu Sou É e para sempre Será.
Eu Sou Pai

Naquela noite, naquela funerária, eu via meu pai diferente. Ele estava
estático, inchado, pálido. Um dos meus maiores exemplos de
determinação estava ali, deitado num caixão e eu só conseguia olhar.
Não sentia vontade de chorar, não entendia o que estava acontecendo
ali, eu só tinha treze anos. Não sabia que aquela cena ficaria para
sempre na minha memória. Foi traumatizante. E se não bastasse,
faltavam apenas dezoito dias para o meu aniversário de quatorze
anos, já planejava minha festa de debutante e de todas as filhas que
debutaram, eu seria a única que não dançaria a valsa com ele, a única
que nunca apresentaria um namorado, que ele não veria crescer…
E de alguma forma, sem sentir essa dor, ela estava ali.

Não muito tempo depois, minha mãe também descobriu um câncer. A


mesma doença que tirou meu pai de mim dessa vez queria levar
minha mãe. Eu precisava dela, eu tive medo, eu não queria ser
abandonada. E eu fui…

Sei que nenhum deles quis me abandonar, mas eu me senti assim,


abandonada, desamparada, sozinha e desprotegida. E doeu, mais uma
vez doeu, uma dor que de novo eu não consegui sentir.

Lembro de momentos felizes com meus pais. Lembro da única vez


que os vi trocando um beijo, das conversas na cama que tínhamos
juntos, das madrugadas tomando mate com leite em frente ao fogão a
lenha, dos natais em casa com todos os irmãos reunidos (e olha que
eu sou a caçula de quatorze), da felicidade quando descobríamos um
novo bebê chegando na família que já não era pequena. Lembro de
assistir o programa do Silvio Santos nos domingos à noite e achar o
meu pai o homem mais inteligente do mundo pois acertava as
perguntas do roda a roda Jequiti antes dos participantes. Da minha
mãe ajoelhada orando pelos seus. Lembro do meu pai cantando em
alemão e da minha mãe passando beterraba no meu arroz para que
eu comesse alguma coisa, além de arroz. Eu sinto saudades e eu
agradeço por eles.
Eles não eram adventistas como eu, mas foi com eles que eu aprendi a
ter fé. Foram eles que me ensinaram a temer a algo maior, a cuidar
dos meus, a priorizar a família. Deus me confiou a eles e a todos os
meus irmãos(as), cunhados(as) e demais familiares. Foi através dessa
família gigante, difícil de lidar e que não dormia à noite, que nasceu
uma menina com chamado de missão.

Doeu ver meus pais partirem, doeu ver esse mundo de pecado tirar de
mim tudo o que eu tinha, mas hoje, hoje eu sou totalmente de Jesus,
pois se tem alguma coisa que eu anseio é a volta dEle e poder morar
no céu. O pecado fez eu ficar desamparada, fez eu ter aflições, mas
Jesus pegou minha mão e quando eu não tinha mais pai, Ele se
ofereceu para ser meu Pai presente. Na verdade, Ele já era desde
antes de eu nascer, eu só não me permitia ver isso.

Jesus não é o culpado pela morte dos meus pais, mas ele fez questão
de me adotar como sua filhinha quando eu não tinha mais eles.

Jesus é meu pai, meu tudo, meu Senhor. E eu só posso agradecer por
Ele ser o Eu Sou. Ele está sendo um Pai melhor do que a encomenda.

Antes de eu me entregar a Ele inteiramente, eu nunca havia estudado


em uma escola particular (não que isso seja um requisito para mostrar
que sou de Deus, mas é algo que eu nunca imaginei viver) ou
simplesmente ido ao dentista… Ele cuidou das minhas necessidades
básicas e também das não básicas (risos).

Me aconselhou a escolher alguém para dividir a vida e me deu


sabedoria quando passei por momentos em que não conseguia ver
saída. Jesus trabalhou até na minha autoestima…

Um dos momentos da minha vida em que vi nitidamente Jesus


cuidando da minha autoestima foi quando eu cheguei no internato no
primeiro ano do ensino médio e fui escolhida para estar nos outdoors
da instituição, sendo que eu nunca havia conseguido me ver como
uma menina bonita.
Outro ponto que Jesus fez questão de cuidar foi meus
relacionamentos familiares, pois quando meus pais faleceram e eu fui
para o internato, saí de casa magoada com muitos da minha família e
não conseguia sentir que os amava, pois inclusive por eles me senti
abandonada. Mas com o tempo e a distância Deus trabalhou isso no
meu coração também e hoje eu os amo de uma maneira que eu não
consigo expressar em palavras. Sinto orgulho dos meus irmãos e
irmãs, oro por eles e por meus sobrinhos e tudo o que eu quero é
estar no céu com eles.

Também tenho amigos que sei que vou levar para a eternidade,
amigos que quem escolheu foi Jesus. Logo eu, uma menina que
passava os intervalos sozinha no fundamental e sofria bullying pela
minha estatura, ganhei o troféu de Rainha da Amizade no ensino
médio e o de garota mais simpática da faculdade. Eu sonhei e Deus
realizou de forma surpreendente. Para muitos, esses troféus de escola
não significam nada, para mim, mostra que Deus via em mim o que
ninguém mais conseguia ver.

Como citei antes, assim que me senti “adotada” por Deus, minhas
necessidades básicas também foram supridas e um dentista cuidou
dos meus dentes de forma gratuita e até o psiquiatra que me
acompanha me atende gratuitamente. Eu não contei sobre minha vida
para ele, mas ele mesmo assim decidiu me atender de graça. E não é
porque é meu psiquiatra, mas é um dos melhores que tem.

O ano de 2016 foi quando eu realmente me converti e eu fui como eu


podia. Me entreguei a Deus como eu estava e Ele fez a obra em mim.

Ainda existem muitas coisas para viver com o meu Pai, ainda tem
muitos traumas e defeitos que Ele precisa trabalhar em mim e não
vivo só flores e milagres.
Aqui estou contando seis momentos milagrosos, mas não é sempre
assim e não precisa ser sempre assim. Mas uma coisa eu posso
afirmar: com Ele, cada dia me torno melhor, cada dia nasce uma nova
Bruna e desde a semana que a igreja do Distrito do Cassino, no bairro
Vila da Quinta, na cidade de Rio Grande-RS se juntou para orar por
mim e o Espírito Santo me levou até a igreja eu não parei de mudar.
Deus nunca esteve longe, eu é quem estava.

*Contei um pouco sobre como voltei para a igreja depois de alguns anos longe de Deus no capítulo 4.
Eu Sou Proteção

Era o primeiro ano do ensino médio e o primeiro ano morando longe


de casa, em um internato, no meio de muitos adolescentes. Apesar
das experiências estarem sendo incríveis, tudo era muito novo e
assustador.

Falando em assustador, eu tinha muito medo da regente do coral do


internato, não eram todos os alunos que participavam, mas quase
todos queriam participar. Ao longo do ensino médio, eu fui perdendo
o medo, mas todos os veteranos falavam que ela era brava e eu não
via ela ser muito amigável nos ensaios, então, o receio de decepcionar
era inevitável. Mas calma, essa história mostra como Deus se importa
com coisas que aos nossos olhos parecem insignificantes e chega até a
ser um pouco cômico.

Era sábado de manhã e o coral estava posicionado na arquibancada


esperando a vez de subir no púlpito e cantar. Nesse dia, iríamos cantar
uma música em que a gente encenava com a bíblia e todos os coristas
tinham a mesma bíblia. Só que nessa semana eu havia comprado uma
bíblia com o meu próprio dinheiro e isso me empolgou tanto que no
sábado antes de sair do quarto eu só peguei a minha bíblia nova e fui
para a igreja.

Passamos o som e eu ainda não havia percebido que a bíblia que eu


havia levado não era a específica do coral e ao longo do culto, quando
ainda dava tempo de ir buscar a bíblia certa eu estava empolgada
riscando minha bíblia nova. Até que eu lembrei que cantaríamos uma
música em específico. Naquela hora, eu me apavorei.

Se não bastasse eu estar com a bíblia errada, ela ainda era rosa e cheia
de detalhes. Ou seja, nada discreta. Ah! Não podemos esquecer do
detalhe de eu cantar na primeira fileira por causa da minha altura.
Pois é, a história só melhora…
Vi que o pregador ainda não havia terminado o sermão, então tive a
ideia de contar para um dos ajudantes da regente o que eu estava
passando e pedi autorização para ir até o quarto buscar a bíblia, mas
vocês acham que ele autorizou? Claro que não. Ou seja, eu tinha que
dar outro jeito. Foi aí que eu pensei em pedir para o meu pai resolver
isso para mim, isso mesmo, eu orei e esse foi um milagre que parece
simples, mas que ficou gravado na minha memória para sempre.

Eu contei o que estava acontecendo para Deus, entreguei o problema


para Ele e confiei que Ele iria resolver. Eu estava angustiada, não
queria passar vergonha e ainda não saberia lidar com brincadeiras, eu
havia acabado de sair de uma escola onde eu fui muito afetada pelo
bullying e não sabia diferenciar brincadeiras de ofensas.

Quando orei e entreguei, eu confiei plenamente que Deus resolveria e


que eu não precisava mais me preocupar. Nesse momento, o coral
levantou e a fileira de trás começou a caminhar em direção ao púlpito,
cada um com sua bíblia na mão… Até que, um dos ajudantes da
regente escuta ela falando que não era para levar as bíblias. Eu
agradeci tanto nesse momento... Mas a história só melhora.

Éramos quatro fileiras e quando a terceira estava subindo, a regente


olha para o coral e pergunta para os ajudantes: “Por que eles estão
sem as bíblias?” Um deles fala que era que havia mandado subir sem
e ela logo responde que não havia falado nada e mandou os ajudantes
juntarem as bíblias na arquibancada e entregarem para o coral. Nesse
momento eu tive a certeza de que um anjo gritou para não subirem
com as bíblias. Os “tios”, como carinhosamente chamavámos os
ajudantes, entregaram as bíblias da fileira da frente até a de trás e
assim, faltou apenas para alguns na última fileira onde dava para
esconder as mãos.

Nesse dia, eu percebi que podia contar com Deus para qualquer coisa,
mesmo que ao meu ver, ele tivesse coisas mais importantes para se
preocupar. Ele estava ali, cuidando dos detalhes, como um pai zeloso.
Eu Sou Dono dos Dons e Talentos

Desde pequena eu era uma criança independente e participativa. Fiz


ballet, dança gaúcha, teatro, artesanato, curso de crochê, tricot,
desenho e todo outro tipo de atividade extra que a escola ou a
prefeitura disponibilizavam, lá estava eu, participando e
representando.

Nasci no dia do músico e até nisso Deus tinha um propósito, pois um


milagre aconteceria através da música. Artista desde pequena, amava
pintar, dançar e ficar cantando pela minha casa. Mas não era cristã na
minha infância e isso fez com que eu não tivesse um filtro em relação
a arte.

Logo após a morte dos meus pais, decidi retornar para a igreja
Adventista do Sétimo Dia e foi nesse momento que tive minha real
conversão. O problema (não é um problema na verdade, mas naquele
momento era para mim) é que a igreja Adventista é extremamente
musical, preza por entregar o melhor para Deus e eu era desafinada.

Como uma pessoa que cresceu participando de tudo, principalmente


do que envolvia a arte, eu tinha muita vontade de cantar e a igreja me
dava oportunidade, mas não é como se o meu louvor fosse o mais
agradável de se ouvir. Outra preocupação havia na minha cabeça, no
próximo ano eu começaria o EM em um internato Adventista com um
coral de adolescentes renomado. Eu queria estar lá, eu queria viver
aquilo. Mas me sentia insegura.

Um irmão e uma irmã da igreja me motivaram. Me ajudavam a


ensaiar, me colocavam para cantar, mas Satanás usava algumas
pessoas para me deixar triste em relação a isso. O problema é que
quanto mais eu tentava tirar do meu coração a vontade de adorar a
Deus com o canto, mais esse desejo crescia.
Cheguei no internato e no segundo mês de aulas começaram os
testes. Eu fiz e passei (glória a Deus).

Quando cheguei no internato não havia feito um ano que eu havia


perdido minha mãe e para muitas pessoas eu contei o que havia
acontecido comigo nos últimos anos. Eu estava machucada e queria
que alguém me ouvisse, eu precisava falar. Nessa época, uma menina
com quem eu fiz amizade não passou no coral e começou a espalhar
pela escola que eu havia entrado no coral pois haviam sentido pena de
mim, e por três anos eu pensei que esse era realmente o motivo. Até
que no final do terceiro ano eu perguntei para a regente o porque de
eu ter entrado se eu não cantava e ela respondeu: “Quem disse que tu
não cantava?.”

O coral foi a minha paixão. Eu amava estar lá e me esforçava para ser a


melhor cantora que eu poderia ser. Sobre a minha desafinação. Isso
melhorou muito… O coral era puxado e eu queria marcar aquele lugar,
então não me permiti ficar para trás. Inclusive, no segundo ano do EM
eu já estava gravando base para o nosso DVD. Hoje, ainda tenho
muito o que evoluir musicalmente, mas nunca vou esquecer do que
vivi nesse coral.

O melhor de tudo é que eu tenho certeza que foi Deus quem operou
esse milagre em mim, pois lembro de diversas vezes em que orei
incansavelmente para que Deus me desse o dom de cantar e que Ele
me ensinasse a cantar e até cantasse através de mim.

Deus é bom e Dono de todos os dons. Mesmo aqueles que parecem


impossíveis aos olhos humanos.
Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida

Eu estudei a infância inteira em uma escola que ficava na rua da igreja


Adventista e várias vezes me percebi lendo aquele letreiro gigante.
Não imaginava que desde sempre o Espírito Santo estava plantando a
sementinha da verdade no meu coração. Eu sempre quis Jesus,
sempre tive fé e devo isso aos meus pais, mas só com oito anos de
idade eu despertei para a ideia de ter uma religião. Na missa de
sétimo dia do meu irmão, foi a primeira vez que eu lembro de ter
colocado meus pezinhos dentro de uma igreja e lá eu continuei indo,
todos os sábados, nas missas de sétimo dia de gente desconhecida
por mim.

Eu tinha oito anos quando meu irmão faleceu por conta do álcool.
Após esse acontecimento eu comecei a procurar um lugar para
pertencer e eu queria a verdade. Mesmo criança, eu não queria a
comodidade, o conforto, os milagres. Eu queria Jesus, o verdadeiro
Jesus, mesmo que pra isso eu tivesse que deixar tudo para trás. Visitei
diversas denominações e mesmo passando sempre na frente da igreja
Adventista, não havia pensado em visitar.

Até que em uma sexta-feira à noite um de meus irmãos chegou em


casa sob o efeito de drogas. Na minha infância, muitos de meus
irmãos se tornaram dependentes químicos e já cheguei a pensar que
tirariam as vidas um dos outros. Não os culpo, eram adolescentes e
cresceram em uma família nada funcional. A família era grande
demais para algum de nós se sentir visto. Também não era culpa dos
meus pais, eles foram ótimos pais, deram tudo de si e nunca
desistiram de seus filhos. Diversas vezes vi minha mãe orando de
madrugada pelos meus irmãos e nunca vi meu pai faltar ao trabalho,
mesmo que tivesse ido dormir às quatro da manhã por causa dos
conflitos familiares, às seis ele estaria de pé e teríamos comida na
mesa. Tenho muito orgulho dos meus pais e também tenho muito
orgulho de meus irmãos. Se existiram pessoas que tiveram
circunstâncias para serem infelizes e mesmo assim deram a volta por
cima, essas pessoas são as da minha família.
Hoje meus irmãos estão bem e quase todos são cristãos, me sinto feliz
quando vejo que, como eu, eles encontraram abrigo em Cristo.

Bom, voltando para aquela sexta-feira à noite, lembro do meu irmão


chegando sob efeito de drogas e isso significava que eles iriam brigar
entre si. Eu estava cansada de toda semana passar por coisas assim e
decidi que precisava ir embora. Na inocência de uma criança, pensei
que ir para a casa da vizinha seria um bom local para fugir, pois eu
ficaria perto da minha mãe. E eu tinha apenas dez anos quando isso
aconteceu.

Minha vizinha era adventista ("era" pois hoje ela não é mais... Isso me
deixa triste) e naquele sábado, ou melhor, sexta à noite, ela fez o
convite mais importante da minha vida, visitar a igreja Adventista pela
manhã, e eu fui…

Lembro da moedinha que a filha da minha vizinha me deu para


colocar na ofertinha e de como foi legal estar na escola sabatina.

Durante um bom tempo eu frequentei a igreja adventista e no dia 24


de novembro de 2012 eu me batizei. Porém, na minha família eu
recebia influência de todas as partes e isso fez com que eu me
afastasse por um tempo de Deus. Mas Jesus me chamou, me mostrou
a verdade, mostrou que eu deveria seguir a Bíblia por completo e que
me usaria para mostrar a verdade bíblica para os outros. Hoje, eu não
sou mais a única adventista da família… Tenho dois sobrinhos que
aceitaram a verdade e seguem a Bíblia inteira. Além disso, tenho outro
sobrinho estudando a Bíblia e fico muito feliz de ver minha família
seguindo o exemplo dos discípulos e largando tudo por Jesus, mesmo
que isso custe a vida.
Jesus foi capaz de entregar a vida numa cruz e além disso, foi capaz de
passar 33 anos em completa abnegação dEle mesmo. Os planos de
vida dEle eram nós, somente nós.

Se eu não for capaz de largar tudo por Ele, como serei capaz de
entender de verdade o que Ele fez por mim? Eu sempre vou me deixar
de lado pelo meu Pai, mesmo que para isso eu tenha que perder
oportunidades de emprego por causa do sábado ou perder amigos
porque não vou a festas.

Ele é o próprio amor e quando eu cuido dos interesses dEle, ele cuida
de mim e de tudo o que eu amo.
Eu Sou o Guia

Por causa de uma infância e início de adolescência traumáticos eu já


enfrentei uma profunda depressão e desde então, continuo fazendo
terapia.

Ao longo de 2021 e 2022 eu fiz acompanhamento com uma


psicanalista que me ajudou a vencer diversos obstáculos e a entender
o meu funcionamento de diversas formas. Mas no final de 2022, me
percebi muito mais irritada do que o normal e não conseguindo dar
conta de uma rotina que eu normalmente conseguiria lidar. Isso fez
com que uma certa dúvida que há muito tempo existia na minha
mente voltasse à tona: “Será que eu tenho TDAH?”.

Consultei um psiquiatra, depois de um tempo expus essa


desconfiança para ele e foi assim que tivemos o diagnóstico.

Eu não estava em condições financeiras para pagar os remédios para o


tratamento do transtorno e ainda acompanhamento com uma
psicóloga com abordagem em TCC (a mais indicada no meu caso).
Mesmo assim fui atrás de psicólogos e orei para que Deus escolhesse
um para mim.

Um ano depois de ter tido o diagnóstico de uma pessoa neuroatípica,


depois de tantos testes com psicólogos na qual eu sentia que não era
para continuar, minha amiga me indicou um site, o psy meet social.
Nesse site, os psicólogos cobram apenas trinta reais em uma consulta,
o que entraria no meu orçamento. Além de ter profissionais
trabalhando com todo tipo de abordagem.
Só havia um problema, eu tinha feito acompanhamento apenas com
profissionais que frequentavam a mesma igreja que eu e não dava
para saber se o psicólogo que eu entraria em contato pelo psy seria
adventista. Não que eles falassem do adventismo nas sessões, mas
saber que eles tinham a mesma fé e acreditavam nas mesmas coisas
me deixava confortável. Porém, no momento eu não poderia me dar o
luxo de continuar procurando ou ser acompanhada por um psicólogo
que não fosse do site, ou que cobrasse mais do que trinta reais. Falei
com Deus e pedi que Ele direcionasse, entrei no site para escolher um
terapeuta e escolhi.

Procurava uma psicóloga(o) que fosse terapeuta cognitiva


comportamental e SMDR, pois além de trabalhar os comportamentos
atuais, eu também queria continuar mexendo no meu passado.

Ao longo da escolha, vi uma foto que chamou a minha atenção, entrei


em contato e marquei a consulta. Na primeira sessão já me senti à
vontade e comentei sobre onde eu morava e onde estudava. Uma
faculdade bem conhecida por adventistas em uma pequena cidade no
interior de São Paulo. Me surpreendi quando falei da faculdade e da
cidade, pois ela conhecia os dois. Um lugar praticamente adventista e
desconhecido.

Foi aí que perguntei se ela era Adventista e ela confirmou que sim e
isso também foi a confirmação de que Deus havia escolhido ela para
me acompanhar.
Deus se preocupa com a fome e com as guerras, mas também se
preocupa com coisas que parecem banais aos seus olhos. Deus se
preocupa com você e com os detalhes da sua vida.

Na outra sessão eu comentei como eu achava o preço que era cobrado


pelo site baixo e constatei que ela não deveria cobrar isso nas sessões
com pacientes fora do Psy. Ela sorriu e me disse que não fazia mais do
que duas semanas que ela havia se inscrito no site como forma de
trabalho social e inclusive tinha se esquecido que tinha se inscrito lá.

Deus de alguma forma escolheu ela para mim nesse momento e eu


sou muito grata a Ele por isso. Quando estiver preocupado e
incomodado com algo, conte para Deus e confie que sua vida está nas
mãos dEle e mesmo que as coisas não aconteçam como você quer, Ele
não perde o controle.

Costumo falar que se Deus me adotou como filha e não criatura e se


preocupa até com a minha alimentação, não há nada que eu fale para
Ele que Ele não vai conduzir da melhor forma.

Ele protege e guia.


Deus ama cuidar, Ele quer cuidar de você também.
Eu Sou Cuidado

Não fui o tipo de menina que fez uma listinha de atributos do


pretendente ideal, mas se tinha algo que era importante, era que ele
fosse músico e tivesse cachos. Meu sonho sempre foi ter cachos e eu
não tinha, minha filha teria. E a benção chegou assim… Cantor,
pianista, cabelos cacheados e, três anos mais novo. Admito que isso
não ajudou ele em nada (risos)

Ao longo do processo de conversa, se conhecer e criar uma amizade,


vi que apesar de ser mais novo, ele era mais maduro que todos os
meus amigos que tinham a minha idade e isso chamou a minha
atenção. Ele também sabia que queria servir a Deus e isso era algo
importante para mim.

Lembro de no acampamento do coral de adolescentes que nós


cantávamos ter pedido para Deus me mostrar que poderia nos usar
juntos pra obra dEle e só assim eu iria dar uma chance real. Nesse
acampamento teria uma santa ceia e antes dela começar mandaram
escolhermos uma dupla e orarmos juntos e nesse momento eu e ele
fomos orar. Quando a gente terminou a oração decidimos ficar
cantando e escolhemos o hino “brilhar por ti” que na época era a
minha música favorita. Enquanto cantávamos, o coral que tinha mais
de 100 coristas começou a se juntar a nós e quando a gente percebeu,
nós dois viramos uma roda com o coral interno e nesse momento eu
ouvi o Espírito Santo falando que poderia nos usar juntos sim.

A partir daí começamos a conversar mais e mais de seis meses depois


assumimos um namoro com direito a pedido em público com uma
música escrita especialmente para mim (que um dia espero que todos
possam ouvir de tão linda) e esse ano faz quatro anos que estamos
juntos. Sendo usados por Deus, incomodando Satanás e esperando
Jesus nos buscar.
Não é porque Deus confirmou nosso relacionamento que significa que
ele seja perfeito, que eu seja perfeita ou que nosso namoro não tenha
problemas. Mas decidimos entregar cada dia de nossas vidas a Deus e
Ele é suficiente para nos ajudar a passar por qualquer batalha.

Deus é o próprio cuidado e faz de tudo para que seus filhos tenham
paz.
Meu maior sonho é ir para o céu e contar tudo isso para os meus pais.
Eles não eram adventistas... Meu pai nem frequentava uma igreja
cristã, mas creio que eles vão estar lá e se não estiverem,
Jesus vai estar para me consolar.
Prefiro caminhar acreditando que estarão.

E enquanto meu Pai não vem, sigo apresentando Ele para


todas as pessoas que precisam de um pai.

Faça como Moisés, pergunte quem Deus é…


O Eu Sou é tudo o que você precisa.

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