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CONTEÚDO
Dons Ministeriais
Dons Espirituais
Introdução
O assunto sobre os dons espirituais nos faz dividir seu estudo em três partes: O Batismo no
Espírito Santo; A Especificação de cada um dos Dons; A Unidade do Corpo de Cristo
(Igreja).
Os dons espirituais são concedidos aos crentes mediante o batismo no Espírito Santo, por
este motivo iremos estudar de início sobre este batismo.
Este estudo completo visa esclarecer a visão pentecostal sobre os dons do Espírito,
e suas funcionalidades, bem como sua contribuição para a obra de Cristo aqui na terra até a
sua vinda, ou seja a sua segunda vinda.
Os pentecostais baseiam-se na Bíblia Sagrada como única fonte de regra e fé, mas
também consideram a experiência produzida pela operação do Espírito Santo, obviamente
abaixo da Bíblia.
Atuais
As verdades pentecostais são também para os nossos dias (At 2. 39). Ainda hoje, todo
aquele que pedir esse poder o receberá, desde que o peça com perseverança (Luc 11.9-
13), obediência (At 5.32) e fé (Jô 7.37-39).
Experimentais
A manifestação do poder de Deus foi tão grande, que onde eles estavam ficara
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muito pequeno, e a partir daí alugaram uma igreja abandonada, na Rua A.zuza, nº
312, onde foi fundada a missão Evangélica da Fé Apostólica. Nesta, os dons se
manifestavam de maneira abundante.
Ao contrário do que muitos tem dito sobre este batismo, ele não, significa:
Salvação:
Os discípulos já eram salvos antes do Pentecostes (Luc 22.28; lü.20; Jô
13.10; 15.3), restava-lhes porém serem revestidos de poder.
Santificação:
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" Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais
ignorantes"
lCor. 12.1
Este é o dom dado pelo Espírito Santo que está incluído na lista dos nove
citados por Paulo. É a capacidade, ou faculdade de se confiar em Deus de·
modo sobrenatural, manifesta-se apenas em ocasiões especiais, é concedido
somente a algumas pessoas, visando a consecução de obras extraordinárias
em tempos de crise, desafio e emergência (lCo 12.29). Um exemplo típico é o
de Elias contra os profetas de Baal (lRs 18.33-35). É a fé que remove as
montanhas, e esta opera em conjunto com outras manifestações do Espírito
tais como as curas e os milagres (Mt 17.20).
'
promessa divina (Is 53.4). Mas se há cura, é porque há também
as enfermidades, mas de onde elas vêm? Elas podem vir nos
afligir de vários maneiras:
Mas cura pode vir de várias formas como nos diz a Palavra de Deus:
a) em nome de Jesus (Jo 14.12);
b) pela imposição de mãos (At 19.11);
e) pela oração da fé (Tg 5.14-15).
6. O dom de Profecia.
Os dons são dados à igreja para a sua própria edificação (1Co 14.12),
levando-a a
manter e a desenvolver sua unidade no corpo de Cristo (Ef 4.4-6).
Podemos ver isso
através dos ministérios espirituais, e dons espirituais. O objetivo da
Igreja corno o corpo de Cristo é executar as ordens da cabeça, o próprio
Cristo. (Ef 4.16). Paulo, desde o momento da sua conversão, na estrada
de Damasco, notou que perseguir a Igreja era perseguir o próprio Jesus
Cristo (At 9.4), por isso temos a sublime vocação e obrigação de dedicar
as nossas vidas uns aos outros. "O mundo derruba e desfaz tudo. Os
cristãos edificai11" . Mas para fazermos assim, nós mesmos precisamos
ser edificados primeiro.
Falar em línguas edifica a nós pessoalmente (lCo 14.4), mas se
buscarmos somente a nosso edificação pessoal, ficaremos
espiritualmente como esponjas que absorvem a água sem passá-la
adiante . Precisamos esforçar para edificar outras pessoas
(Ef 4.29). A edificação deve ser o alvo supremo da Igreja no uso dos
dons. O povo de Deus deve apoiar-se mutuamente, perdoar e estender
a mão uns aos outros. Devemos alegrar-nos com os que se alegram,
chorar com os que choram (Rm12.'15). Na realidade os crentes
pertencem uns aos outros. Efésios 4.16 demonstra o ponto culminante da
empatia: 'O Corpo se edifica em amor, à medida que cada ligamento de
apoio recebe forças de Cristo a cumpre a sua tarefa'. Todos temos
personalidades, temperan1entos e ministérios diferentes, mas à medida
que aprendermos a respeito dos outros, começaremos a dar valor a eles, a
honrá-los e a crescer na comunhão.
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Nós todos que cremos no Senhor, formamos um único corpo, temos uma
única esperança, a da glória, para a qual Deus nos chamou; temos uma
mesma fé; temos um mesmo Espírito, o da adoção pelo qual clamamos:
Aba! Pai!; Recebemos um mesmo batismo, o ministrado por imersão na
água em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; temos um único
Senhor, Jesus Cristo, que Deus ressuscitou dos mortos; e temos um único
Pai, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Nenhum de nós tem do que se
gloriar diante de Deus, porque todos fomos salvos pela graça de Deus, e
não em virtude de boas obras que tivéssemos feito; "mas a graça foi dada
a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo" (Ef. 4:7), isso
significa que cada um de nós tem o seu próprio dom de Deus e
consequentemente, como temos dons diferentes uns dos outros, assim não
cumprimos todos o mesmo serviço na casa de Deus.
Está escrito:
"E Ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como
evangelistas, e outros como pastores e doutores, tendo em vista o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do
corpo d-e Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da
estatura perfeita de Cristo; para que não mais sejamos meninos,
inconstantes, levados ao redor por todo o vento de doutrina, pela
fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro;
antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo" (Ef. 4:11-15).
.
Começando a falar dos dons de ministério, é necessário dizer que "há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo" (1 Cor. 12:5),
portanto os ministérios que Deus constituiu na sua igreja são diferentes uns
dos outros, mas apesar de serem diferentes no que concerne à sua função,
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são conferidos pelo mesmo Senhor aos que são chamados por Deus ao
ministério. Os ministros de Deus sabem ter recebido do Senhor dons
diferentes e reconhecem também que a cada um deles a graça foi dada
segundo a medida do dom de Cristo. Como podeis ver é chamada 'a
medida do dom de Cristo', porque todo o dom de ministério é dado por
Cristo Jesus conforme está escrito: "Ele... deu dons aos homens" (Ef. 4:8;
Sal. 68:18); os dons de ministério descem também eles do alto porque está
escrito: "Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto" (Tiago 1:17).
Uma escola bíblica (seminário) não pode conferir um ministério porque é
Deus aquele que opera em nós tanto o querer como o efetuar segundo a sua
boa vontade, e porque é Ele mesmo que estabelece um crente num
determinado oficio e não os homens. Escuta, irmão: "Se tu recebeste um
dom de ministério do Senhor, os outros irmãos não poderão não
reconhecer a autenticidade dele e não poderão não reconhecer que Deus
operou em ti para estabelecer seu ministro naquele oficio particular; quem o
reconhecer poderá te encorajar a prosseguir pelo caminho em que tu estás,
poderá dar-te bons conselhos que farás bem em seguir (se conformes a
vontade de Deus para ti); poderás também aprender sãos ensinamentos
por um outro Ministro de Deus, mas
permanece o fato de que quem opera dentro de um homem para fazê-lo
perfeito em todo o bem, para que cumpra um ministério é Deus. A
instrução de uma escola bíblica não é de modo nenhum indispensável e
vos exorto a não considerá-la como tal; quem julga a inscrição numa
escola bíblica coisa indispensável para receber um ministério de Deus e
para cumpri-lo não é são na fé porque demonstra não considerar o dom
de ministério sobrenatural, e nem ainda como uma capacidade que Cristo
confere ao seu servo, mas como uma capacidade que se pode adquirir
numa escola como qualquer outra capacidade humana, e isso é um erro.
Mas então, o que leva muitos a inscreverem-se numa escola bíblica?
Muitos daqueles que vão para a escola bíblica, não foram de modo
nenhum chamados por Deus para cumprir um ministério, e isso é
manifesto; mas esta de fato que eles vão para lá na mesma, com o
objetivo bem de receber o diploma daquela escola. Mas porque é que este
bocado de papel, chamado diploma, é tido em tão grande consideração e
tão desejado por eles? Porque no seio de toda a organização religiosa que
se respeite, os títulos e os reconhecimentos dados pelos homens a outros
homens (mesmo se não correspondem à verdade) têm o seu peso e a sua
importância.
Depois que o Senhor lhe apareceu e lhe falou, Saulo foi conduzido a
Damasco e aqui depois de três dias e três noites, durante os quais não
comeu e não bebeu e durante os quais ficou sem ver, o Senhor lhe enviou
um discípulo de nome Ananias para que ele recuperasse a vista e
recebesse o Espírito· Santo. "E esteve Saulo alguns dias com os
discípulos que estavam em Damasco. E logo nas sinagogas pregava a
Jesus, que este era o Filho de Deus" (Atos 9:19,20). Saulo não tinha
ainda conhecido nenhum dos apóstolos do Senhor, mas já pregava com
franqueza nas sinagogas de Damasco; Deus tinha começado a sua obra
em Paulo. A este ponto é necessário dizer duas coisas: a primeira é que
Paulo, quando Deus lhe revelou o seu Filho, não consultou carne e
sangue e não subiu a Jerusalém para estar com os que já antes dele
eram apóstolos, de fato ele escreveu aos Gálatas: "Mas, quando aprouve
a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou
pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre
os gentios, não consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para
estar com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a
Arábia, e voltei outra vez a Damasco" (Gal. 1:15-17); a segunda é que o
Evangelho que Paulo anunciava, não o tinha aprendido por nenhum
homem, e de fato disse aos Gálatas: "Mas faço-vos saber, irmãos, que o
evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens; porque
não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas o recebi por revelação
de Jesus Cristo" (Gal 1:11,12). Tudo isto poderá parecer estranho e
incompreensível, mas é a verdade, e demonstra que Deus pode fazer,
pelo seu poder que opera em nós, infinitamente além daquilo que
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Paulo subiu a Jerusalém só passados três anos para visitar Cefas e esteve
com ele quinze dias; nesta ocasião não viu "nenhum outro dos apóstolos,
senão a Tiago, irmão do Senhor" (Gal. 1:19). Também em Jerusalém
Paulo "pregava ousadamente em nome do Senhor" (Atos 9:29) e como os
gregos "procuravam mata-lo Os irmãos, porém, quando o souberam,
acompanharam-no até Cesaréia e o enviaram a Tarso" (Atos 9:29,30).
Deus com ele. No entanto Paulo não tinha estado com Jesus aqueles cerca
de três anos, no entanto não tinha aprendido o Evangelho por nenhum
homem! Reflete sobre estas coisas.
Deus ainda hoje, com alguns, opera de urna maneira particular (estranha
para alguns, incompreensível para outros, mas absolutamente normal para
Deus) para estabelecê-los ministros; e isto o faz para demonstrar aos
orgulhosos, aos vangloriosos e aos soberbos (aqueles que pensam que sem
a formação teológica de uma escola bíblica, reconhecida pela denominação
ou até pelo Estado, alguém não possa recebem um ministério e não possa
ser capaz de cumpri-lo), que Ele não mudou mas permanece o mesmo nos
séculos. Deus sabe como humilhar e envergonhar os que se exaltam e há
seu tempo o faz. Graças a Deus por aqueles irmãos pobres, definidos
pelos sábios segundo a carne ' homens iletrados e indoutos', que não
sabem o que quer dizer ' homilética' , que
porventura as únicas . palavras gregas que conhecem são Christos e
Paracleto, que porventura do Hebraico não sabem quase nada senão Mashiah,
mas foram estabelecidos ministros do Evangelho por Deus, foram ungidos por
Deus com o Espírito Santo e cheios da sabedoria de Deus. Eles têm uma
conduta exemplar e quando falam, falam com sinceridade da parte de Deus;
eles não se assemelham a filósofos quando falam, e nem ainda aos que fazem
discursos persuasivos de sabedoria humana para explicar as coisas relativas
ao Reino de Deus.
Hoje, alguns se fazem chamar pastores, doutores, evangelistas, mas não são
capazes de falar da doutrina de Deus e do Evangelho senão com folhas
diante da sua face ou postas no meio das Escrituras ou decorando aquilo que
devem dizer para depois recitá-lo em público; só assim conseguem alinhavar
um discurso, são tão vazios da Palavra de Deus que se lhes tirais os seus
apontamentos não são mais capazes de pregar, porque a palavra de Cristo
não habita neles ricamente; o seu coração está: exercitado na cobiça e não
em receber com mansidão a Palavra. De Jesus, os Judeus quando o ouviam
ensinam se maravilhavam e diziam: "Como sabe este letras, sem ter
estudado?" (João 7:15); hoje, se vêem e ouvem muitos nas comunidades
que fizeram muitos estudos mas não conhecem as Escrituras.
Um homem carpinteiro pôs em alvoroço Israel em apenas três anos. Ele
não tinha sido ensinado por nenhum doutor da lei, antes já na idade de
doze anos era ele a interrogá-los "e todos os que o ouviam se admiravam
da sua inteligência e da suas respostas" (Lucas 2:47); hoje nas igrejas,
adultos de muitos anos na fé fazem ficar atônito pela sua ignorância
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Deus fez de homens como Pedro, André, Tiago e João que eram
pescadores apóstolos, ministros do Evangelho; eles não eram sábios
segundo a carne, de facto quando Pedro e João compareceram diante
dos principais sacerdotes e dos anciãos, estes percebem que "eram
homens iletrados e indoutos" (Atos 4:13), mas não obstante isso o Espírito
Santo falou por meio deles e operou poderosamente através deles.
Considerai o que vos digo: quando nós fazemos a leitura das epístolas de
Simão Pedro e das de João, nós lemos o que escreveram homens que
de profissão eram pescadores. Eles não eram engenheiros ou
professores que podiam exibir 'diplomas', mas simples pescadores; mas
nós somos edificados ao ler as epístolas destes dois apóstolos: enquanto
não somos edificados ao ouvir falar aquelas pessoas muito instruídas
quando procuram explicar as coisas de Deus com palavras ensinadas
pela sabedoria humana.
Cap. 01 - O Apóstolo
Tomemos por exemplo os doze discípulos de Jesus que foram por ele
estabelecidos apóstolos e enviados por ele a pregar o Reino de Deus a
Israel.
Lucas diz: "E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e
passou a noite em, oração a Deus. E, quando já era dia, chamou a si os
seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de
apóstolos: Simão, ao qual também chamou Pedro e André, seu irmão;
Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; e Mateus e Tómé; Tiago, de Alfeu; e
Simão, chamado Zelote; e Judas de Tiago; e Judas Iscariotes, que foi o
traidor" (Lucas 6:12-16); como podeis ver os doze não tomaram de eles
mesmos a honra de ser chamados apóstolos, mas a tiveram de Cristo
Jesus. Notai também que nem todos os que se tinham tomado discípulos
de Jesus foram por ele constituídos apóstolos porque isso confirma que
nem todos na igreja podem ser chamados apóstolos, mas só os que
receberam este ministério do Senhor. Jesus constituiu os doze apóstolos
para enviá-los a pregar, e na realidade os enviou a pregar o Reino de
Deus com o poder de expulsar os demónios e de sarar qualquer doença,
poder que ele mesmo lhes deu, conforme está escrito: "Reunindo os
doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para
curarem doenças" (Lucas 9:1).
Esta viagem de Paulo e Barnabé, assim como nos foi referida por Lucas,
nos faz compreender bem qual é a obra que um apóstolo faz.
Cap.02 - O Profeta
Pelo que diz respeito ao ministério de profeta',· Paulo escreveu que Deus constituiu na
Igreja "em segundo lugar profetas" (1 Cor. 12:28). Irmãos, sabei que também hoje Deus
estabelece alguns como profetas e não poderia ser doutra forma dado que também o de
profeta é contado entre os dons de ministério, juntamente com o de apóstolo, de
evangelista, de pastor e de doutor. Ora, como se faz para reconhecer quem foi
estabelecido por Deus profeta? Quem recebeu o ministério de profeta além de ter o dom
de profecia tem também dons de revelação. Os dons de revelação, segundo a Escritura,
são a palavra de sabedoria, a palavra de ciência e o discernimento dos espíritos.
Deus disse a Arão e a Miriã: "Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver
profeta, eu, o Senhor, a ele me farei conhecer em visão, em sonhos falarei com ele"
(Num. 12:6); estas palavras de Deus mostram que o profeta recebe visões e sonhos
da parte de Deus, tende bem presente isto, porque é uma das coisas que
caracteriza o profeta.
Sob o antigo concerto são mencionados muitos profetas e examinando o ministério que
receberam vê-se claramente que eles, além de profetizar quando o Espírito Santo descia
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sobre eles, muitas vezes recebiam visões e revelações da parte de Deus, por meio
das quais Deus lhes revelava a sua palavra. Tomemos por exemplo Samuel; está
escrito: "E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava
confirmado por profeta do Senhor. E continuou o Senhor a aparecer em Siló;
porquanto o Senhor se manifestava a Samuel em Siló pela sua palavra. E chegava a
palavra de Samuel a todo o Israel" (1 Sam. 3:20,). Os Israelitas reconheceram que
Samuel, embora fosse ainda um jovem, tinha sido constituído profeta por Deus, porque o
que Samuel dizia em nome do Senhor se cumpria. Samuel se fez grande e como tudo o
que pregava se cumpria, ele era tido em grande honra em Israel. Vejamos agora o
que diz a Escritura acerca do encontro de Saul com Samuel para compreender como
os dons de revelação estavam presentes no ministério profético de Samuel. Está
escrito: ''Tinham-se perdido as jumentas de Quis, pai de Saul; pelo que disse Quis
a Saul, seu filho: Toma agora contigo um dos servos, levanta-te e vai procurar as
jumentas. Passaram, pois, pela região montanhosa de Efraim, como também pela terra
de Salisa, mas não as acharam; depois passaram pela terra de Saalim, porém tampouco
estavam ali; passando ainda pela terra de Benjamim, não as acharam. Vindo eles, então,
à terra de Zufe, Saul disse para o servo que ia com ele: Vem! Voltemos, para que não
suceda que meu pai deixe de inquietar-se pelas jumentas e se aflija por causa de
nós. Mas ele lhe disse: Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e ele é muito
considerado; tudo quanto diz, sucede infalivelmente. Vamos, pois, até lá; porventura
nos mostrará o caminho que devemos seguir. Então Saul disse ao seu servo: Porém
se lá formos, que levaremos ao homem? Pois o pão de nossos alforjes se acabou, e
presente nenhum temos para levar ao homem de Deus temos? O servo tomou a
responder a Saul, e disse: Eis que ainda tenho em mão um quarto dum ciclo de
prata, o qual darei ao homem de Deus, para que nos mostre o caminho.
(Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia assim: Vinde,
vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente se chamava
vidente.) Então disse Saul ao servo: Dizes bem; vem, pois, vamos! E
foram-se à cidade onde estava o homem de Deus.... E, ao entrarem, eis
que Samuel lhes saiu ao· encontro, para subir ao alto. Ora, o Senhor
revelara isto aos ouvidos de Samuel, um dia antes de Saul chegar,
dizendo: Amanhã a estas horas te enviarei um homem da terra de
Benjamim, o qual ungirás por príncipe sobre o meu povo de Israel; e ele
livrará o meu povo da mão dos filisteus; porque olhei para o meu povo,
porque· o seu clamor chegou a mim. E quando Samuel viu a Saul, o
Senhor lhe disse: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará
sobre o meu povo. Então Saul se chegou a Samuel na porta, e disse:
mostrame, peço-te, onde é a casa do Vidente. Respondeu Samuel a Saul:
Eu sou o vidente; sobe diante de mim ao alto, e comei hoje comigo; pela
manhã te despedirei, e tudo quanto está no teu coração te declararei.
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Deus fez chegar Saul a Samuel servindo-se primeiro das jumentas do pai
de Saul, e depois do servo que tinha ido com Saul à procura das jumentas.
As jumentas de Quis tinham-se perdido por vontade de Deus, e o pai de
Saul enviou Saul e um servo seu à procura das jumentas. Estes foram e
não as encontraram porque Deus não permitiu que as achassem; vendo
isto, Saul pensou voltar para casa, mas o seu servo lhe propôs antes ir
ao homem de Deus o qual poderia lhes indicar o caminho a seguir para
achar as jumentas. Saul se deixou persuadir, e ele e o seu servo foram à
cidade onde morava Samuel. No dia anterior que aconteceu este encontro
entre Saul e Samuel, Deus tinha dado a Samuel uma palavra de
sabedoria (a palavra de sabedoria é a revelação de um fato que deve
acontecer), dizendo-lhe que no dia seguinte (à mesma hora em que ele
tinha recebido a revelação no dia anterior) lhe enviaria um homem da
tribo de Benjamim que ele deveria ungir como príncipe do povo de Israel,
No dia segufr1te a esta revelação, à hora esta e:e da por Deus, Samuel
viu Saul que se aproximava dele, e antes que Saul perguntasse· a
Samuel onde habitava o vidente, Deus disse a Samuel que o homem de
que lhe tinha falado era ele. Quando Samuel encontrou Saul, lhe disse
que as jumentas perdidas foram achadas; neste caso, Samuel teve de Deus
uma palavra de ciência• (a palavra de ciência é a revelação de um
fato já acontecido ou que está acontecendo enquanto o profeta fala). No
dia seguinte, antes que Saul voltasse para sua casa, Samuel ungiu de
azeite Saul, o beijou e lhe anunciou coisas que lhe aconteceria naquele
preciso dia; neste caso, Samuel teve do Senhor de novo uma palavra de
sabedoria. Ele disse a Saul: "Quando te apartares hoje de mim, encontrarás
dois homens junto ao sepulcro de Raquel, no termo de Benjamim, em Zelza,
os quais te dirão: Acharam-se as jumentas que foste buscar, e eis que já o
teu pai deixou de pensar nas jumentas, e anda aflito por causa de vós,
dizendo: Que farei eu por meu filho? E quando dali passares mais adiante ,
e chegares ao carvalho de Tabor, ali te encontrarão três homens, que vão
subindo a Deus, a Betel: um levando três cabritos, o outro três bolos de
pão, e o outro um odre de vinho. Eles te saudarão, e te darão dois pães,
que receberás das mãos deles. Depois chegarás ao outeiro de Deus,
onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade,
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Tudo vai bem. Meu senhor me mandou dizer-te: Eis que agora mesmo
vieram a mim dois mancebos dos filhos dos profetas da região
montanhosa de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas
de vestidos roupa. Ê disse Naamã: Sê servido de tomar dois talentos. E
instou com ele, e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com
duas mudas de vestidos, e pô-los sobre dois dos seus servos, os quais
os lev aram adiante de Geazi. Tendo ele chegado à colina, tomou os
sacos das suas mãos e os depositou na casa; e despediu aqueles
homens, e eles se foram" (2 Re 5:20-24); ora Geazi mentindo a Naarnã
se apropriou de alguns bens materiais e tudo isso escondido de Eliseu,
depois foi apresentar-se diante de Eliseu. E "disse-lhe Eliseu: ' Donde
vens, Geazi?' Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma. Eliseu
porém, lhe disse: Porventura não foi contigo o meu coração, quando
aquele homem se voltou e desceu do seu carro ao teu encontro? Era isto
ocasião para tomares prata e para tomares vestidos, e olivais, e vinhas,
e ovelhas, e bois e servos e servas? Portanto a lepra de Naamã se
pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então Geazi saiu da
presença de Eliseu, leproso, branco como a neve" (2 Re 5:25-27).
homem de Deus, disse a Geazi, seu servo: Eis aí a sunamita; agora, pois,
corre-lhe ao encontro e diz-lhe: Vais bem? Vai bem teu marido? Vai bem
teu filho? Ela respondeu: Vai bem. Chegando ela ao monte , à presença
do homem de Deus, apegou-se-lhe aos pés. Chegou-se Geazi para a
retirar, porém, o homem de Deus lhe disse: Deixa-a, porque a sua alma
está em amargura, e o Senhor me encobriu, e não me manifestou" (2 Re
4:17-27).
pelo Espírito, recebeu uma palavra de ciência que dizia respeito a esta
mulher; não vos esqueceis que Jesus era um homem que cumpriu o seu
ministério
de profeta pela ajuda do Espírito de Deus.
A mulher samaritana, quando Jesus lhe disse aquelas palavras, l he disse: '
Senhor, vejo que és profeta'; refleti nestas palavras. Aquela mulher
reconheceu por aquela palavra que Jesus lhe disse que Ele era um profeta
e devemos dizer que de modo nenhum se enganou; aquela mulher sabia que
só um profeta poderia dizer-lhe tudo o que ela tinha feito. Depois que Jesus
te disse as outras palavras, ela deixou o seu cântaro, e foi à cidade e disse
às pessoas: "Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto eu tenho
feito; não será este, porventura, o Cristo?" (João 4:29) A palavra de ciência
dita por Jesus àquela mulher teve um efeito positivo porque levou aquela
mulher e muitos dos samaritanos daquela cidade a crer nele, na
realidade está escrito_ que "muitos samaritanos daquela cidade creram
nele, por causa da palavra da mulher, que testificava: Ele me disse tudo
quanto tenho feito" (João 4:39).
No livro dos atos dos apóstolos, Lucas fala de um certo profeta. Ágabo, e
daquilo que ele predisse pelo Espírito em duas ocasiões diversas; vejamos
agora quais foram estas suas predições. Está espirito: "Naqueles dias
desceram profetas de Jerusalém para Antioquia; e levantando-se um deles,
de nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande
fome por todo o mundo, a qual ocorreu no tempo de Cláudio" (Atos
11:27,28); Ágabo era profeta e recebeu uma palavra de sabedoria que dizia
respeito a uma grande fome que haveria nos dias vindouros :sobre toda a
terra. As palavras "dava a entender pelo Espírito" (Atos 11:28), explicam
claramente que não é segundo o espírito do homem ou por um conhecimento
adquirido de modo natural ou por intuição que o profeta prediz o que
acontecerá, mas pelo Espirito Santo, quando e se
quer o Espírito Santo, de fato Paulo escreveu aos Coríntios: "A um, pelo
Espírito, é
dada a palavra de sabedoria'1 (1 Cor. 12:8). Alguém dirá: ' Mas 'para que
serviu aquela palavra de sabedoria? Ela foi útil, porque tudo o que o Espírito
Santo revela é útil à Igreja, conforme está escrito: ''Mas a manifestação do
Espírito é dada a cada um, para o que for útil" (1 Cor. 12:7). No caso da
predição da grande fome, está escrito que "os discípulos determinaram
mandar, cada um conforme o que pude se, socorro aos irmãos que
habitavam na Judéia, o que eles com efeito fizeram, enviado aos anciãos,
31
por
mão de Barnabé e de Saulo" (Atos 11:29,30); esta revelação moveu os
discípulos de Antioquia a enviar socorro pros irmãos necessitados que
estavam na Judéia.
Muitas vezes Deus revelou a sua palavra aos seus profetas também sem
o auxílio de visões, fazendo-os ouvir claramente a sua voz e as
Escrituras que indicam este modo de comunicar a palavra por parte de
Deus são estas: "A palavra do Senhor veio a Elias, no terceiro ano,
dizendo..." (1 Re 18:1); "Estando eles à mesa, a palavra do Senhor veio
ao profeta..." (1 Re 13 :20); neste caso, mesmo se o profeta estava na
companhia de outras pessoas a voz do Senhor a ouvia somente ele.
Deus hoje por meio dos seus profetas revela palavras dirigidas à igreja e
a indivíduos, isto significa que também hoje, quando Deus o quer, manda
32
deve suceder.
nada. ·
luxuosos
não faz nada de mal porque Deus 'olha ao coração'; a
estas se acrescentam as profecias que dizem a pessoas
divorciadas que podem se casar; nós todas estas
profecias as rejeitamos, porque vão contra a Palavra de
Deus e portanto não podem proceder da boca de Deus.
Não é o Espírito da verdade que profere estas profecias,
mas o espírito do erro.
· _;
•são adúlteros
• amam e praticam a mentira, porque falam de coisas que
não viram e de coisas que não ouviram de Deus
Cap.03 - O Evangelista
Cap.04 - O Pastor
Conclusão