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As atividades do Espírito Santo na

vida do crente (Parte I)

Sex, 14/12/2012 por Elienai Cabral

Na nova vida em Cristo, o Espírito Santo passa a habitar o nosso


interior e nos tornamos alvos de maravilhosas operações espirituais.
Uma das primeiras atividades do Espírito na nova vida é confirmar a
salvação recebida. Há uma palavra bíblica que confirma essa obra do
Espírito: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus” (Rm 8.16).
Essa é uma certeza e confiança que só o Espírito Santo pode
conceder. Sem essa certeza, nossa salvação seria superficial. A
alegria que reina no coração do crente vem do fato da absoluta
certeza e convicção de que está salvo. É o Espírito dentro do crente
quem fortifica essa confiança na salvação recebida. Quem salva é
Jesus e quem dá a certeza da salvação é o Espírito Santo. O apóstolo
Paulo escreveu aos Gálatas: “E, porque sois filhos, Deus enviou aos
nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl
4.6). A salvação, que proporciona essa nova vida, assegura o nosso
direito de filiação a Deus. Não nos tornamos filhos de Deus apenas
porque a Bíblia diz que somos, mas também porque o Espírito clama
dentro de nós dizendo: “Aba, Pai!”.
Em segundo lugar, o Espírito habilita o crente, isto é, prepara-o para a
vitória sobre o poder do pecado. Por si mesmo, o crente não encontra
meios de vencer o pecado ao seu redor. Ele precisa de poder para
vencer o pecado nas suas inumeráveis investidas. Para que ele
vença, é preciso “andar no Espírito”, como diz a Palavra de Deus:
“Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos
segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4).
É o Espírito quem habilita o crente a ser vitorioso, baseado no poder
da obra expiatória de Cristo. Quando o Espírito está em nós, nosso
espírito é fortalecido e a carne é subjugada nos seus desejos. A Bíblia
confirma este fato quando diz: “Andai em Espírito e não cumprireis a
concupiscência da carne” (Gl 5.16).
Em terceiro lugar, o Espírito Santo guia o crente através da Palavra de
Deus. Notemos o que Jesus falou acerca do Espírito: “Mas quando
vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade;
porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e
vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). A partir do momento que
uma pessoa torna-se “nova criatura” em Cristo, o Espírito que nela
habita guiará essa pessoa conforme os ditames da Palavra de Deus.
A regra de fé e conduta do crente está inserida na Palavra de Deus.
Todas as respostas, todas as diretrizes para a vida cristã estão na
Bíblia, e o Espírito Santo as tornará vivas e poderosas. Ser guiado
através da Palavra de Deus pelo Espírito é viver segundo o Espírito –
“mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que
provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado
gratuitamente por Deus” (1Co 2.12).
Em quarto lugar, o Espírito faz o crente produzir “o fruto do Espírito”.
Vejamos o que está escrito a esse respeito: “Mas o fruto do Espírito é
caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).
Notemos que é um fruto contendo nove partes distintas. Não são nove
frutos, mas um só fruto completo. Isso indica um “todo” indispensável
e inseparável na vida cristã. É trabalho do Espírito habilitar o crente
para produzir esse fruto. Ele em nós capacita-nos a ter as qualidades
desse fruto maravilhoso. É o Espírito quem nos capacita a ser
vitoriosos e producentes. Esse fruto independe de sermos batizados
no Espírito Santo. Ele pode ser produzido a partir do momento em que
uma pessoa se torna “nova criatura em Cristo”.
As três primeiras partes do fruto relacionam-se com Deus e a
comunhão com Ele. As três outras partes do fruto relacionam-se com
o próximo: “longanimidade, benignidade e bondade”. As três últimas
partes do fruto relacionam-se com a vida cristã do crente: “fé,
mansidão e temperança”.
Em quinto lugar, o corpo do crente torna-se templo do Espírito Santo.
Diz a Bíblia: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito
Santo, que habita em nós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos?” (1Co 6.19).
Não devemos querer separar ou isolar as partes material e espiritual,
o corpo e o espírito. Deus tem interesse em que corpo, alma e espírito
sejam cheios da sua plenitude. Nosso espírito é o lugar da habitação,
o centro e o trono do Espírito, mas nosso corpo é o seu templo.
Todo o ser do crente deve ser santificado para o Senhor e dominado
por Ele. A Palavra de Deus confirma esse fato: “E o mesmo Deus de
paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito, alma e corpo, sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a Vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).
A palavra santificar significa separar. Somos separados para uso do
Senhor com todo o nosso ser. Se somos templo do Senhor para que
Ele se manifeste em nós, devemos cuidar, não só da alma e espírito,
mas também do corpo para que o mesmo esteja sempre em
condições para a manifestação divina. Os vícios e pecados contra o
corpo devem ser repelidos. Todo o pecado contra o corpo afeta a
nossa comunhão com o Espírito que habita nele e tem seu trono no
nosso espírito.
Em sexto lugar, o Espírito ajuda o crente no ministério da oração.
Esse é o trabalho mais árduo para o crente – a oração. Por isso, sem
a ajuda do Espírito dentro de nós, não teríamos condições de orar.
Toda vez que o crente predispõe-se a orar, tem de lutar contra forças
imperiosas de fora e de dentro de nós que querem impedir-nos de
orar. É uma luta de âmbito espiritual e também entre a carne (nossa
natureza pecaminosa) e o espírito.
Circunstâncias exteriores surgem tão logo nos dispomos a orar, mas
temos que persistir e pedir ajuda do Espírito para irmos até o fim. A
Palavra de Deus confirma essa ajuda: “E da mesma maneira também
o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos pedir
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis” (Rm 8.26).
Em sétimo lugar, o Espírito reveste o crente com poder para que esse
faça a vontade de Deus, para fazer a Sua obra. Que podemos fazer
sem o “poder do Espírito”? Nada! Precisamos do poder de
encorajamento, de renúncia, de amor, para fazermos a obra de Deus.
Os discípulos de Jesus, enquanto não foram revestidos do poder,
estavam medrosos, assustados, com medo de morrer e acovardados.
No Dia de Pentecostes, foram “cheios do Espírito” e suas vidas se
tornaram poderosas, corajosas e atuantes. Receberam uma dinâmica
espiritual capaz de vencer todos os obstáculos. Fazer o serviço de
Deus sem estarmos preparados para fazê-lo é correr risco de não
fazermos nada. Jesus disse aos Seus discípulos, antes de subir aos
Céus: “Ficai em Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”
(Lc 24.49).
Esse poder capacita o crente a fazer bem a obra de Deus. Concede-
lhe condições de vencer os obstáculos morais, físicos, materiais e
espirituais.

Atividades do Espírito na vida do


crente (Parte 2)

Qui, 03/01/2013 por Elienai Cabral

 
Existem várias maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta na
vida do crente. Neste segundo artigo, trataremos fundamentalmente
de duas principais manifestações.

Chamaremos essa primeira manifestação do Espírito Santo de “efusão


do Espírito” e a segunda, de “batismo no Espírito Santo”.

Que é efusão? É o derramamento interior, caracterizado pela entrada


do Espírito Santo em nossa vida interior. A expressão mais simples
para denotar a efusão espiritual é a que conhecemos por “ser cheio do
Espírito”. Paulo exortou a Igreja em Éfeso com estas palavras:
“Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).

Ou seja, a efusão do Espírito é quando o Espírito Santo penetra na


parte mais recôndita do nosso ser, enche o nosso interior de alegria
da salvação, do gozo, da paz e da glória de Deus, que excedem todo
o entendimento.

A diferença entre “ser cheio do Espírito Santo” e “ser batizado no


Espírito Santo” é facilmente percebida pelo testemunho que a própria
Bíblia dá quanto a essas duas experiências.

Um crente pode ser “cheio do Espírito” sem ser “batizado no Espírito


Santo”. Estar cheio do Espírito significa estar pleno da nova vida em
Cristo. Toda pessoa quando aceita a Cristo recebe a imediata
habitação do Espírito Santo no seu interior. E todas as bênçãos da
salvação, como a convicção do perdão dos pecados, a cura de
doenças, o desejo de servir a Deus e a paz interior, são produzidas
pelo Espírito na vida do crente. 

Já a disposição e a alegria fervorosa para servir e louvar a Deus, bem


como o ímpeto para evangelizar, resultam de uma vida “cheia do
Espírito”.

Por sua vez, ser batizado no Espírito é uma experiência distinta que
equivale a ser mergulhado na fonte do Espírito. Metaforicamente, ser
cheio do Espírito equivale a receber um derramamento por cima e
para dentro. É como tomar água da fonte e derramar dentro de uma
vasilha até enchê-la, sem imergi-la na dita fonte. Entretanto “ser
batizado” significa ser mergulhado dentro da fonte. É imergir a vasilha
na fonte.

Que o Espírito nos capacite a viver de acordo com as diretrizes


espirituais que a Palavra de Deus tem para os que “vivem segundo o
espírito, e não segundo a carne”.

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