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Bíblia Sagrada
INTRODUÇÃO
De vez em quando, o debate sobre a ideologia de gênero volta à cena
teológica, acarretando velhas e novas preocupações à Igreja de Cristo.
No entanto, já convictos de nossa posição, vimos envidando todos os
esforços necessários, no ensejo de cumprir, defender e proclamar as
reivindicações da Bíblia Sagrada quanto à real natureza do homem e
da mulher.
Sob um ataque tão pesado, a pergunta faz-se outra vez pertinente: O
que diz a Bíblia Sagrada sobre esse arremedo ideológico? É o que
estudaremos a partir de agora. Que o Senhor nos abençoe na
exposição de sua Palavra.
I. DEFININDO A IDEOLOGIA DE GÊNERO
Neste tópico, definiremos inicialmente a ideologia de gênero; depois,
mostraremos o uso pós-moderno da palavra “gênero”, que vem sendo
habilmente usada para confundir, ontologicamente, ambos os sexos,
como se o ser humano, criado à imagem e à semelhança de Deus, não
passasse de mero sintagma gramatical.
Ao contrário do que supõem os ingênuos, faz-se imperioso resguardar
o verdadeiro sentido das palavras, pois o arqui-inimigo da Bíblia
Sagrada sabe como manipular a hermenêutica, a gramática e a
semiótica de cada termo, com o fito de destruir os fundamentos
estabelecidos pelo Criador e Mantenedor de todas as coisas. Eis por
que o profeta Isaías faz-nos esta seriíssima advertência:
“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas
luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” (Is
5:20).
Não nos esqueçamos de que o Diabo, a antiga serpente, utilizou-se
sagazmente da hermenêutica, para enganar Eva, nossa primeira
genitora, e, dessa forma, introduzir o pecado no mundo recém-criado
(Gn 3:1-6; 2Co 11:3; Ap 12:9).
1. Definindo etimologicamente a palavra “ideologia”. A
palavra “ideologia”, conforme vim a apurar, foi criada pelo filósofo
francês Destutt de Tracy (1754-1836).
Etimologicamente, o termo origina-se da palavra francesa idéologie;
esta, por sua vez, provém de dois vocábulos gregos: idea, que significa
ideia; e logos, que se traduz como palavra, reflexão e estudo. Sendo
assim, “ideologia” pode ser definida como o estudo sistemático da
ideia, em si, ou de uma ideia concernente à religião, à política, à
sociedade etc.
2. Definindo a ideologia de gênero. Introduzida no Brasil, a
partir da década de 1990, a ideologia de gênero é uma iniciativa
supostamente científica, filosófica e cultural, cujo objetivo é destruir
os valores bíblicos referentes ao homem e à mulher. Segundo o seu
ideário, ambos os sexos – o masculino e o feminino – não passam de
meras construções linguísticas, sociais e ideológicas, estando sujeitos,
portanto, a ulteriores mudanças. Trata-se, na verdade, de uma tentativa
de se derruir, pela base, os ensinos da Bíblia Sagrada consoante à
criação divina do homem e da mulher, conforme o relato histórico,
literal e verídico de Gênesis (Gn 1:26-28; 2:7-25).
Conforme revela a sua própria nomenclatura, a ideologia de gênero
não passa de um aparato anticristão, cujo objetivo indisfarçável é
afrontar a criação divina. Por isso, tem de ser combatida com base na
Bíblia Sagrada, nas ciências biológicas, psiquiátricas e médicas.
3. Esclarecimentos semânticos. Antes de avançarmos neste
estudo bíblico, é mister esclarecermos uma questão semântica
importantíssima. Em primeiro lugar, conscientizemo-nos de que o
homem e a mulher, ontologicamente, não pertencem ao gênero
masculino e feminino e, sim, ao sexo masculino e feminino. Somente
as palavras homem e mulher, enfocadas como categorias gramaticais,
pertencem, de fato, aos gêneros masculino e feminino.
II. A IDEOLOGIA DE GÊNERO É TOTALMENTE CONTRÁRIA À BÍBLIA SAGRADA
Conforme veremos, neste tópico, a ideologia de gênero contraria
expressamente a Bíblia Sagrada, a inspirada e inerrante Palavra de
Deus. Sendo assim, afronta a doutrina da criação, a antropologia
bíblica e, maximamente, o próprio Criador.
1. A ideologia de gênero atenta contra a Bíblia. Embora haja
alguns teólogos evangélicos que, blasfemamente, já fazem alusão a
uma “teologia de gênero”, toda essa engendração, quer teológica quer
ideológica, ergue-se como um atentado indisfarçado e direto à Palavra
de Deus e ao Deus da Palavra.
Como a seguir constataremos, em nenhuma passagem das Santas
Escrituras, há qualquer respaldo a esse atentado impiedoso e abjeto à
criação divina, seja nos santos profetas hebreus seja nos apóstolos de
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
2. A ideologia de gênero atenta contra a doutrina da
criação, pois o santo Deus, ao dar a vida aos nossos primeiros
genitores, fê-los como homem e mulher bem definidos, conforme o
relato do Gênesis; relato este, enfatizo, que tem de ser acatado como
histórico, verídico e literal. Leiamos a narrativa sagrada:
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou;
macho e fêmea os criou” (Gn 1:27).
Vê-se, então, com suficiente e larga clareza, que o Senhor criou Adão
e Eva com sexos bem distintos e indubitáveis. Adão, com o sexo
masculino; Eva, com o sexo feminino. Um macho e uma fêmea
reconhecidos facilmente, como tais, por seu espírito, alma, mente e
corpo. Morfológica e espiritualmente, um homem e uma mulher bem
delimitados.
Constata-se, desde já, que a ideologia de gênero ataca, sagaz e
estrategicamente, o livro mais alicerçal da Bíblia Sagrada. E, caso este
alicerce seja removido, como haveremos de manter as demais
assertivas e doutrinas bíblicas? Todas as verdades, proposições,
ensinos e histórias do Cânon Sagrado dependem, em termos basilares,
do Gênesis.
3. A ideologia de gênero atenta contra a antropologia
bíblica. Afrontando sistematicamente a doutrina da criação divina, a
ideologia de gênero busca criar um ser humano indefinido, com o
intuito de apagar, deste, todos os resquícios da imagem e da
semelhança do Criador e Mantenedor de quanto existe.
Logo, esse arremedo ideológico é um gravíssimo atentado contra a
antropologia bíblica, pois ofende o homem e a mulher tais quais o
Senhor os criou. Se formos à Bíblia Sagrada, constataremos que o
homem nasce homem e, como homem, permanece durante toda a sua
vida. Quanto à mulher, o que dizer? Ela não se torna mulher; nasce
mulher e, como mulher, continua por toda a sua existência. Recursos
exteriores como vestimentas, adereços, disfarces e cosmiatrias jamais
mudarão a alma que nos acompanha o sexo biológico desde o
primeiro instante de nossa concepção.
4. A ideologia de gênero atenta contra a família. Ao apregoar
não haver diferenças básicas, espirituais e psicológicas entre o homem
e a mulher, a ideologia de gênero atenta de modo ímpio e impiedoso
contra a família divinamente instituída, pois a ordem do Criador,
desde o sexto dia da criação, continua a viger de forma plena,
indubitável e sacra. Atentemos com toda a reverência e temor ao
mandato do Todo-Poderoso Deus: “Portanto deixará o homem o seu
pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”
(Gn 2:24).
Em face do exposto, asseveramos, enérgica e convictamente, que
nenhuma filosofia, ideologia ou mesmo teologia há de mudar o que o
Soberano Deus decretou quanto à sua criação. Aliás, o Senhor tudo
criou de maneira normativa, pois quem tudo criou tem o direito de
baixar normas, decretos e leis.