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UNIJORGE

TERAPIA ANALÍTICO COMPORTAMENTAL

TEMAS CLÍNICOS EM ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

DOCENTE: FABRÍCIO

DISCENTE: ALENA FREITAS FREIRE DE CARVALHO CAIRO

MAURICÉIA MARIA

AVALIAÇÃO

Caso Gilda

1. Funções consequenciais
De acordo com Guilhard (2018), “consequências têm de ser produzidas por comportamento,
assim tornamo-nos sujeito do nosso destino” e “consequências selecionam comportamentos
assim tornamo-nos objeto de nosso destino”.

No caso Gilda, as funções de baixa densidade de reforçamento, extinção, punição e


desamparo aprendido ...
Agradava a mãe não realizando as tarefas domésticas e estudando conforme ela solicitava
para obter o reforço de aprovação afetiva, extingue a funcionalidade doméstica em tarefas
diárias para atender à mãe em busca do reforço afetivo.
A extinção da sua predisposição para realizar as tarefas domésticas ocorre em decorrência da
falta de reforço materno do seu auxílio. Então a apatia que sente na vida de casada em
relação a fazer qualquer atividade domiciliar doméstica decorre da extinção do
comportamento na infância.

2. Funções respondentes
“Em termos comportamentais, reforçamento insuficiente, extinção e punição funcionam
como estímulos incondicionados que eliciam um conjunto de respondentes que são
denominados de tristeza, frustração e raiva... (Cavalcante, 1997)

Respondentes : raiva, braveza, agressividade, perde o controle , rígida como filho e o


marido, ssentimentos ruins afloravam em momento de raiva, dificuldades de se comunicar,
sentia medo d etudo, paralisava
Respondente físico de ficar doente para se esquivar da possível vergonha que a professora
poderia fazê-la passar.

3. Funções estabelecedoras
“(...) a perda da eficiência do reforçador e mudanças na motivação sugerem que operações
estabelecedoras (ou de supressão) podem estar envolvidas (Cavalcante, 1997).
Figura masculina simboliza a opressão, mesmo sem realizar. Presença do marido, do
casamento repete a situação da casa de sua infância só no modelo porque o marido fazia as
atarefas , não obrigava ela a fazer nada...
As demandas que ela recebia eram acopmpanhadas de ameaças e situações aversivas : ler
em vo alta, ela erra, ela é exposta pela professora e ameaçada d ecastigo
Estabelecedoras tem relação com o bolo, a crença de que meninas não podiam sentir prazer,
não podiam brincar, não podiam ter lápis de cor, ...
4. Processos verbais
“É possível que as variáveis que evocam o comportamento depressivo possam servir como
estímulos contextuais que controlam a composição das classes de equivalência” (Dougher e
Hackbert, 1994).
Transferência de função através de classes de equivalência de estímulo (RFT).
Comportamentos de
autocontrole de controle interno – regras que processo verbal que controlam as suas
limitações
• Foi ajudada a identificar dentro de sua história de vida, quais regras controlavam seus
comportamentos e que foram gradativamente comprometendo seu estado emocional, com
a deterioração evidente de sua qualidade de vida, juntamente com a de sua família. Aqui
temos alguns exemplos: a) a vida é uma sucessão de perdas e frustrações; b) viver é cumprir
deveres; c) prazeres são para outras pessoas e não para mim; • Foi ajudada a identificar
dentro de sua história de vida, quais regras controlavam seus comportamentos e que foram
gradativamente comprometendo seu estado emocional, com a deterioração evidente de sua
qualidade de vida, juntamente com a de sua família. Aqui temos alguns exemplos: a) a vida é
uma sucessão de perdas e frustrações; b) viver é cumprir deveres; c) prazeres são para
outras pessoas e não para mim; d) trabalho significa correria, frustração, submissão; e)
cuidar da casa é obrigação da empregada, eu só tenho que dar as ordens sem me envolver; f)
eu tenho muito mais do que eu acho que eu mereço; g) pensar diferentemente de mim é
pensar errado; h)n eu tenho que" ligado às mais diferentes situações: fazer comida especial
se convidar alguém para vir a minha casa; se eu entrar numa loja devo comprar alguma coisa,
etc; • Foi ajudada a encontrar alternativas para as regras aprendidas. 2 0 0 Vera Regina
Lignelli Olero • Foi ajudada a programar atividades reforçadorasFoi ajudada a programar
atividades reforçadoras
Caso Clínico - Queixas

Gilda, 31 anos de idade, casada, professora, nível socioeconômico médio alto, filho de 7 anos.
Perdeu os pais e um irmão em um acidente; Sentia muita angústia, não tinha ânimo para nada; sentia
sempre o corpo todo doído; parecia-lhe sempre que acabava o gás; estava dormindo e comendo
muito mal; Há dois anos tinha tido uma depressão muito forte que levou-a a afastar-se do trabalho
por um período de 15 dias;
Sentia muita vontade de parar definitivamente de trabalhar fora de casa, dizia que muitas vezes
odiava o que fazia; Era desanimada e introvertida desde criança; Não frequentavam a casa de
nenhum amigo e não recebiam visitas de amigos; raramente recebiam visita de parentes;
Sentia-se como uma pessoa sem vontade própria, sem determinação, que reclamava e implicava com
e de tudo e todos; Sentia-se como uma pessoa muito complicada de se entender, tendo reações
imprevisíveis de raiva, braveza e agressividade; Era extremamente rígida, especialmente com o filho
e o marido; Apresentava uma imensa dificuldade em expressar desejos e sentimentos bons; os ruins
afloravam com muita facilidade nos momentos de raiva;
Descrevia-se como muito enrolada. Dizia: "enrolo, enrolo, e não faço nada. As coisas na minha mão
não andam, ao contrário do que acontece com o meu marido, que resolve tudo, faz tudo e acha tudo
muito fácil. Eu acho tudo muito difícil.”

Sentia medo de tudo, tendo frequentemente a sensação de estar paralisada: não conseguia decidir o
que comprar para si, o que cozinhar, o que fazer em uma determinada situação, etc. isto acontecia
de uma forma acentuada quando sentia-se deprimida; nos estados de depressão mais leve conseguia
fazer atividades como essas, embora com grande dificuldade; A despeito de não sentir-se envolvida
com nada, na maior parte do tempo, ocupava-se com as seguintes atividades basicamente:
trabalhava em uma escola por um período de 4 horas; levava e buscava o filho na escola e em suas
demais atividades; fazia ginástica e fisioterapia, duas vezes por semana, por indicação médica. Em
casa ela cozinhava. Segundo seu relato, não sentia nenhum prazer em realizar nenhuma dessas
tarefas, independentemente do estado emocional em que estivesse;
Não conseguia mais ler ou executar nenhuma atividade como bordar, fazer tricô, costurar. Apenas
tinha vontade de ficar quietinha, isolada em seu quarto Sentia-se sempre muito deprimida.
Pensar uma intervenção para o caso apresentado. Qual a compreensão que podemos ter?
Possibilidade de: • Medicação • THS • Terapia • Descrições sistemáticas • Solicitações de Reflexão
• Observação de Escala de Prazer e treino de respostas de observação, etc...

História de Vida
Sua mãe era uma pessoa simples, com pouca instrução, não gostava de sair de casa para nada, falava
muito pouco, trabalhava muito em casa e era bastante submissa ao marido; só em último caso
comprava alguma coisa para si mesma. Seu pai era autoritário, conversava apenas o necessário; não
gostava do que fazia. Foi muito rigoroso com Gilda. Seu marido era também de família simples que
com bastante esforço pessoal tornou-se um excelente profissional de nível superior. Era uma pessoa,
tranquila, com muita aceitação em relação aos fatos da vida; sempre fez o que era preciso.
Gilda descrevia-o assim: “Sempre foi um lutador, muito diferente de mim; fala pouco, mas sinto- me
segura em relação ao afeto dele por mim. Ele sempre segurou a barra em tudo, principalmente
quando não estou bem . E ele sempre está de bem com a vida.”

Foi uma criança sempre muito sozinha, sem brinquedos; relatava nunca ter brincado de casinha ou
boneca. Seu pai não a deixava ir brincar na rua junto com as meninas da vizinhança, sob a
alegação de que menina tem que ficar dentro de casa. Os irmãos iam para a rua brincar. Ela ficava no
vitrô da sala, vendo as crianças brincarem correndo de um lado para o outro e dando muitas risadas.
Também lembrava-se de ficar muito tempo sentada dentro de um imenso pneu, com uma sombrinha
aberta, vendo repetidas vezes as poucas revistinhas que tinha. Esse hábito perdurou até entrar
no ginásio. Só saíam de casa para visitar parentes, sendo que as visitas que recebiam
também eram só de parentes.
Ambos, pai e mãe, detestavam o que faziam.
Na medida em que foi crescendo, quando tentava ajudar a mãe nas tarefas de casa, esta a impedia,
dizendo-lhe que não pusesse as mãos em nenhum serviço de casa, que fosse estudar, para não ter
uma vida igual à dela. Lembrava-se de ver a mãe constantemente cuidando da casa.
Gilda sempre foi uma excelente aluna.
Teve duas grandes amigas que nunca mais tinha visto.
As lembranças mais frequentes de sua infância e adolescência eram ligadas às vivências de situações
que até podiam iniciar-se com acontecimentos bons, mas que culminavam com acontecimentos e
sentimentos negativos como, por exemplo os seguintes:
a) Ela sonhava em ter uma caixa de lápis de cor de 24 lápis. Uma tia de fora veio visitá- los, trouxe
uma caixa para cada irmão, e para ela, trouxe um prendedor de cabelo, que quebrou ao ser colocado
em sua cabeça, na mesma hora em que havia ganho. A tia prometeu que iria dar-lhe outro, mas
nunca mais deu. Ela ficava vendo os irmãos pintarem com os lápis e raramente tinha acesso a eles.

b) Até aos 6 anos nunca tinha tido um bolo de aniversário. Naquele ano a mãe fez-lhe um bolo todo
coberto de coco ralado. Gilda tinha passado o dia grudada na mãe, enquanto ela fazia o bolo.
Recordava-se de perceber algo crescendo dentro dela. Hoje ela descreve como se fosse felicidade. O
bolo ficou pronto no começo da tarde e ela não conseguia separar-se dele. Combinaram de parti-lo
às 19 horas. No final da tarde chegou a notícia do falecimento de um primo que havia nascido há dois
dias. Ela foi arrancada do lado do bolo e levada para o velório.
c) Na primeira série, a professora chamou-a uma vez para fazer leitura em voz alta para a classe e ela
não soube ler direito. A professora ameaçou-a de colocá-la de castigo se no dia seguinte não
soubesse. Gilda foi para casa desesperada e não conseguiu pedir ajuda . Ninguém percebeu seu
estado emocional alterado; ela não conseguiu comer e nem dormir. Amanheceu doente e não foi à
escola. Relatou não ter tido iniciativa de estudar sozinha, pois sentiu-se paralisada.
A única vivência boa da qual ela se lembrava, nesta fase, era a de um dia ter pego a mangueira e
molhado os irmãos, como se estivesse desforrando um mundo de coisas neles. Relatou ter se sentido
muito feliz.

Gilda selecionava os seguintes fatos como os melhores momentos de sua vida:


a) o dia em que conheceu o seu marido;
b) o dia em que passou no vestibular;
c) o dia do seu casamento;
d) quando soube que estava grávida.
B

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