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Reverter o processo em que a voz dos pais se transformou na própria voz do paciente
(mudar o esquema de egossintônico para egodistônico).
Não vou deixar que você abuse de mim;... que me critique; ...que me controle; ...Eu precisava
de amor e você não me deu ...Eu tinha direito a ter raiva ...Eu tinha direito a uma identidade
particular...).
Ventilar a raiva do paciente para que este lute contra o esquema e se distancie do mesmo.
Situação:
Estou no meu quarto, são 8h. (descreve os detalhes físicos do quarto).
Sentimentos:
Sinto que a vida não tem sentido, que não vale a pena. Tristeza, desânimo, abandono.
Sinto que não sou importante para ninguém. Não tenho ninguém que se importe comigo.
Sensações físicas:
João: Estou na casa de minha avó, no quarto grande, que fica no segundo andar.
Tenho cerca de cinco a seis anos.
João: Minha mãe está sentada na cama, chorando, com as mãos cobrindo o rosto. Eu me aproximo para
consolar, mas ela se recusa, ignorando a minha presença.
João: Impotente, culpado. Vejo minha mãe sofrendo e não posso fazer nada. Sinto-me diminuído,
humilhado, tenso.
João: Não adianta, ela não me ouve... Nunca mais vou ser feliz... Tudo acontece errado. Sinto pena dela,
pena de mim... Estou em desvantagem... A vida me deixou assim... Sinto angústia... Estou desprotegido...
Terapeuta faz a Reparação Parental na imagem
Pede para entrar na imagem e fala com o “Joãozinho” (criança abandonada)
T: Estou aqui, sentada no chão, ao seu lado. Estou abraçando você. Consegue me ver assim?
João: Sim. Minha mãe está sofrendo, preciso fazer alguma coisa.
João: Sim
T (falando com a mãe na imagem): Imagino como a vida tem sido difícil para você...perder o marido tão
jovem...é muito duro mesmo...mas olhe para o seu filho agora...veja como ele está aflito, angustiado por
lhe ver assim. Ele é uma criança e precisa de você. Veja como ele se sente ignorado. Ele precisa do seu
amor, do seu carinho, de sua atenção, mas ele nem consegue se dar conta disso, porque está focado em
ajudar você...
Terapeuta faz a Reparação Parental na imagem
João (no papel da mãe): A vida não tem graça para mim...tudo é tão difícil...não tenho condições de
pensar em ninguém.
T: Às vezes a vida nos exige muito. Mas olhe à sua volta. Seu filho depende de você. Ele está carente,
é uma criança. Olhe para ele, ele precisa de você. Não é ele quem tem que cuidar de você. Você é
quem tem que cuidar dele. Dê atenção ao seu filho...dê carinho ao seu filho. Pare de olhar para o
próprio umbigo, por alguns instantes e olhe para o seu filho...
João: Fiquei surpreso...foi libertador...agora lembro que minha mãe sempre fazia isso...mobilizava as
irmãs, meus avós...todos viviam ao redor dela, paparicando...hoje vejo que minhas tias percebem o
quanto ela é manhosa, faz birra quando as coisas não acontecem como ela quer...faz todos se
sentirem culpados.
Sessões subsequentes:
Farrell, J., Reiss, N., & Shaw, I.A. (2014). The Schema Therapy Clinician’s Guide. Malden: Wiley-Blackwell.
Stevens, B. A. & Roediger, E. (2017). Breaking negative relationship patterns. Malden: Wiley-Blackwell.
Van Vreeswijk, M. Broersen, J., Bloo, J., & Haeyen, S. (2012). Techniques within Schema Therapy. In M.
van Vreeswijk, J. Broersen, & M. Nadort (Orgs.). The Wiley-Blackwell handbook of schema therapy.
Theory, research, and practice. Malden: Wiley-Blackwell.
Young, J.E. (2003). Terapia cognitiva para transtornos da personalidade: Uma abordagem focada no
esquema. Porto Alegre: Artmed.