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1. Princípios básicos
2. Trabalhando com as cadeiras (Chairwork)
O trabalho com as cadeiras
Diálogos externos:
Diálogos internos:
2. Invertem-se os papéis.
E: É melhor ficar aqui porque o risco de fazer algo errado é grande... Estou com medo de
ir... Não quero puxar assunto. Vou ficar constrangido. Não vou ter nada de inteligente
para falar, vou ficar com cara de idiota. Vou confirmar que sou idiota.
AS: É meu esquema que diz que as pessoas não estão apreciando a minha companhia.
Mas, na verdade eu sou uma pessoa agradável. Eu sinto que vou ficar com cara de
idiota. Entretanto, é meu esquema que diz que as pessoas irão me rejeitar, mas na
realidade elas gostam de conversar comigo. Algumas expressam isso claramente. O
Sergio me elogia com frequência e demonstra satisfação com a minha presença.
E: Eu não tenho nada a dizer. Estou convencido de que não sei dizer nada de valioso para
uma pessoa. Estou neste lugar por um mistério. O Sérgio sabe disso, que eu estou aqui
por acaso. Estou roubando dinheiro. Não mereço estar diante dele. É melhor eu desistir e
nem me aproximar.
Conduzindo diálogos entre o “lado do esquema” e o “lado saudável”
AS: Meu esquema de Defectividade me faz pensar que meus 20 anos de experiência não
são valiosos. Mas na verdade, a minha carreira foi construída acima dos resultados e
confirmada por muitas pessoas. O diretor de uma grande empresa explicitou mais de
uma vez que eu fui muito valioso, revistas especializadas mencionaram minhas
realizações. Eu tenho clientes idôneos que confirmam isso. Logo, eu poderia dizer algo
de valioso. Embora reconhecendo a vasta experiência dele, eu posso ajudá-lo.
E: Embora com uma carreira de sucesso, eu sou um clandestino. Acredito não poder
dizer nada ao Sergio se não tiver o mesmo nível de experiência dele. Eu sou um
autodidata e isso é motivo de vergonha para mim. Eu devia estar bem mais arrumado
para falar com o Sérgio. Pode ter outras pessoas no cafezinho e não estou com vontade
de conversar... Os outros irão ouvir minhas tentativas patéticas e vou ficar ansioso.
Conduzindo diálogos entre o “lado do esquema” e o “lado saudável”
AS: Acredito que o meu esquema me leve a ter vergonha e me impeça de ver que sou
uma boa pessoa (choro). Na verdade, eu tenho uma formação sólida... E os resultados
estão aí... (falando entre soluços).
E: Venho de uma família burra. Meu pai era burro. Ninguém prezava a inteligência...
AS: O meu esquema me prende a uma dependência com os meus pais, que eu não tenho
mais. Não é pecado me vestir bem. Tenho condições para isso. O meu esquema vem do
fato de que os meus pais não fomentaram o meu crescimento com uma identidade
separada da deles. Eu tinha vergonha do modo como eles se vestiam.
Avaliação do exercício feita pelo cliente: “No começo pareceu artificial. Aos poucos fui
entrando mais profundamente. Acho que eu tenho um pudor excessivo que me gera
estresse desnecessário no dia-a-dia.”
Conduzindo diálogos entre o “lado do esquema” e o “lado saudável”
Observações importantes:
O exercício deve continuar até que o lado saudável tenha a palavra final;
Os diálogos devem ser repetidos até que os pacientes possam desempenhar o lado
saudável de modo independente;
São necessários meses para que o paciente enfraqueça o esquema e fortaleça o lado
saudável;
É normal que os pacientes digam: “Eu realmente não acredito no lado saudável”.
O objetivo é que o paciente saiba o que é logicamente verdadeiro. Mais tarde ele dirá
isso em um nível emocional.
Referências bibliográficas
Kellogg, S. (2012). On speaking one’s mind. Using chair work dialogues in schema therapy. In M. van
Vreeswijk, J. Broersen, & M. Nadort (Orgs.). The Wiley-Blackwell handbook of schema therapy. Theory,
research, and practice. Malden: Wiley-Blackwell.
Pug, M. (2020). Cognitive Behavioural chairwork. Distinctive Features. New York: Routledge.
Young, J.; Klosko, J.S. & Weishaar, M.E. (2008). Terapia do Esquema: Guia de técnicas cognitivo-
comportamentais inovadoras. Porto Alegre: Artmed.