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ROTEIRO PARA TRABALHAR O 4ª PASSO

“Fizemos um profundo e destemido inventário moral de nós mesmos”.


“O 4º Passo nos dá o meio para começar a descobrir quem somos, as informações de que iremos precisar
para começar a gostar de nós mesmos e obter o que esperamos do Programa: conforto, felicidade e
serenidade (Guia p/ Trabalhar os Passos de Narcóticos Anônimos, pág. 37).

“O propósito de um profundo e destemido inventário moral é arrumar a confusão e a contradição de nossas vidas,
para que possamos descobrir quem realmente somos. Estamos começando uma nova maneira de viver e precisamos
nos livrar da carga e das armadilhas que nos controlavam e impediam nosso crescimento. (...) Um inventário escrito
vai desvendar partes do nosso subconsciente, que permanecem escondidas, quando apenas pensamos ou falamos
sobre quem somos. Quando está tudo no papel, é muito mais fácil ver a nossa verdadeira natureza, e muito mais
difícil negá-la. A autoavaliação honesta é uma das chaves da nossa nova maneira de viver. (...) Qualquer pessoa que
esteja há algum tempo no Programa e tenha praticado este Passo vai lhe dizer que o 4º Passo foi um momento
decisivo na sua vida. (...) Os Passos Um, Dois e Três são a preparação necessária para se ter fé e coragem para
escrever um inventário destemido. É aconselhável repassarmos os três primeiros Passos (...) antes de começarmos.A
nossa compreensão destes Passos nos deixa à vontade.Queremos encarar nosso passado de frente, vê-lo como ele
realmente foi e libertá-lo para podermos viver o hoje. (...) Não temos que olhar para o passado sozinhos. Agora,
nossas vontades e nossas vidas estão nas mãos do nosso Poder Superior. (...) Começamos agora o 4º Passo e abrimos
mão do medo. Simplesmente escrevemos o melhor que podemos no momento. (...) Escrevemos sobre as nossas
deficiências, tais como culpa, vergonha, remorso, autopiedade, ressentimento, raiva, depressão, frustração,
confusão, solidão, ansiedade, deslealdade, desesperança, fracasso, medo e negação. As qualidades também têm que
ser consideradas, se quisermos ter um quadro mais completo de nós mesmos. Isto é muito difícil para a maioria de
nós, pois é difícil aceitarmos que temos boas qualidades. No entanto, todos temos qualidades, muitas delas recém-
encontradas no Programa, tais como estar limpo, ter mente aberta, consciência de Deus, honestidade com os
outros, aceitação, ação positiva, partilhar, ter boa vontade, coragem, fé, carinho, gratidão, gentileza e generosidade.
Nossos inventários geralmente incluem os relacionamentos. (...) Escrevemos o nosso inventário sem pensar no 5º
Passo. (...) A maneira de escrever um inventário é escrevê-lo. Nós nos sentamos com um bloco, pedimos orientação,
pegamos a caneta e começamos a escrever. Qualquer coisa em que pensemos é material para o inventário. Um
método prático é saber que poderemos escrever de menos, mas nunca escreveremos demais. (...) O inventário
torna-se um alívio, pois a dor de fazê-lo é menor que a dor de não fazê-lo. Aprendemos que a dor pode ser um fator
que motiva a recuperação. Portanto, torna-se inevitável encará-la. (...) Sentamos com papel e caneta e pedimos
ajuda ao nosso Deus, para que nos revele os defeitos que nos causam dor e sofrimento. Rogamos coragem para
sermos destemidos e profundos, e para que o inventário possa nos ajudar a colocar nossas vidas em ordem. Quando
rezamos e agimos, sempre conseguimos melhor resultado. (...) O importante é que façamos o nosso melhor. Usamos
as ferramentas à nossa disposição e desenvolvemos a capacidade de sobreviver às nossas emoções”.

(Passo Quatro, Texto Básico, págs. 29 a 33)


“A DOENÇA É
DO TAMANHO
DO NOSSO
SEGREDO”...

1. Tenho quaisquer reservas quanto a trabalhar este Passo ? Quais ?


2. Quais os benefícios que poderei obter, ao fazer um inventário moral destemido e minucioso de mim mesmo ?
3. Por que eu não deveria adiar o momento de trabalhar este Passo ?
4. Quais são os benefícios de não adiar ?
5. Estou com medo de trabalhar este Passo ? Qual é o meu receio ?
6. O que significa, para mim, ser profundo e destemido ?
7. Estou trabalhando com meu padrinho e falando com outros adictos ? O que mais estou fazendo pata ter certeza de que
conseguirei lidar com tudo aquilo que for revelado neste inventário ?
8. Sinto-me incomodado com a palavra “moral” ? Por quê ?
9. Sinto-me incomodado com as expectativas da sociedade, e com medo de não conseguir, não poder e jamais ser capaz
de me ajustar a elas ?
10. Que valores e princípios são importantes para mim ?
11. Em que medida a minha decisão de trabalhar o 4º Passo é uma demonstração de coragem ? De confiança ? De fé ? De
honestidade ? De boa vontade ?
12. Sinto ressentimento em relação às pessoas ? Explique as situações que o conduziram ao ressentimento.
13. Sinto ressentimento em relação a que instituições (escola, governo, religiosas, correcionais, civis) ? Explique as
situações que o levaram ao ressentimento.
14. Qual foi a motivação ou crença que me levou a agir de tal forma nessas situações ?
15. Como a minha desonestidade contribuiu para meus ressentimentos ?
16. Tenho medo de reconhecer minha participação nas situações que causaram meus ressentimentos ? Por quê ?
17. Como meus ressentimentos afetaram minhas relações comigo mesmo, com os outros e com o Poder Superior ?
18. Que motivos repetidos observo nos meus ressentimentos ?
19. Como eu identifico meus sentimentos ?
20. Quais são os sentimentos que tenho mais dificuldade de experimentar ?
21. Por que tentei esconder meus sentimentos ?
22. De que forma tentei negar como realmente me sentia ?
23. Quem ou o que provocou determinado sentimento ? Que sentimento foi esse ? quais foram as situações ? Qual foi meu
papel em cada situação ?
24. O que faço com meus sentimentos, uma vez identificados ?
25. Em relação a que ou por quem me sinto culpado ou envergonhado ? Explique as situações que desencadearam esses
sentimentos.
26. Quais dessas situações me causaram vergonha, embora eu não fosse responsável por criá-las ?
27. Nas situações causadas por mim, qual foi a motivação ou crença que me levou a agir assim ?
28. Como o meu comportamento contribuiu para minha culpa e vergonha ?
29. De que ou de quem tenho medo ? Por quê ?
30. O que tenho feito para esconder meu medo ?
31. Como tenho reagido negativa ou
destrutivamente ao medo ?
32. O que mais receio olhar ou revelar sobre
mim mesmo ? o que acho que irá
acontecer se o fizer ?
33. Tenho enganado a mim mesmo
devido ao meu medo ? Como ?
34. Que conflitos na minha personalidade dificultam manter amizades e/ou reações afetivas ?
35. Como sacrifiquei amizades platônicas em favor de relações românticas ?
36. De que forma procurei relacionamentos compulsivamente ?
37. Nas minhas relações com familiares, sinto-me às vezes, como se estivéssemos presos na repetição dos mesmos
padrões, sem qualquer esperança de mudar ? Que padrões são esses ? Qual é o meu papel em perpetuá-los ?
38. Como tenho evitado a intimidade com amigos, companheiros ou cônjuges e familiares ?

39. Tenho tido problemas em assumir compromissos ? Descreva.


40. Alguma vez já destruí relacionamentos por acreditar que ia ser ferido de alguma forma e, portanto, saí da situação
antes que isso viesse a acontecer ? Descreva.
41. Até que ponto levo em consideração os sentimentos dos outros nas minhas relações ? No mesmo plano que os meus ?
Considero-os mais importantes que os meus ? Menos importantes do que os meus ? Ou nem penso neles ?
42. Já me senti vítima em algumas das minhas relações ? (Observação: o foco desta pergunta é descobrir nossa
responsabilidade quando armamos situações para sermos vítimas, ou ainda, evidenciar de que forma nossas
expectativas muito altas contribuíram para ficarmos desapontados com as pessoas; não se trata de fazer uma lista de
exemplos onde fomos realmente vítimas). Descreva.
43. Como têm sido minhas relações com vizinhos ? Noto alguns padrões permanentes, independentemente dos lugares
onde morei ?
44. Como me sinto em relação às pessoas com quem e para quem trabalhei ? Como meus pensamentos, crenças e
comportamentos me causaram problemas no trabalho ?
45. Como me sinto com relação às pessoas com quem estudei (tanto na infância como no presente) ? Sentia-me pior ou
melhor que os outros alunos ? Precisava competir pela atenção dos professores ? Respeitava as autoridades ou me
rebelava contra elas ?
46. Alguma vez pertenci a clubes ou a sociedades organizadas ? (Dica: NA é uma sociedade organizada). Como me sentia
em relação às outras pessoas no clube ou nessas sociedades ? Fiz amigos ? Entrei para clubes com grandes
expectativas, mas desisti depois de algum tempo ? Quais eram minhas expectativas, e por que não foram alcançadas ?
Qual foi meu papel nessas situações ?
47. Alguma vez fui internado num hospital psiquiátrico, prisão, ou estive de alguma outra forma detido contra minha
vontade ? Que efeito isso teve na minha personalidade ? Como eram minhas interações com as autoridades ? Eu seguia
as normas ? Alguma vez quebrei as regras e depois me senti vítima, quando fui apanhado ?
48. Antigas experiências envolvendo confiança e intimidade me magoaram e me levaram ao afastamento ? Descreva.
49. Alguma vez terminei uma relação, mesmo quando existia potencial para resolver os conflitos e lidar com os
problemas ? Por quê ?
50. Eu me modificava, de acordo com quem estivesse cà minha volta ? Descreva.
51. Já descobri coisas sobre minha personalidade (talvez em inventários anteriores) das quais não gostava e, depois, agi
para compensar exageradamente esse comportamento ? (Por exemplo: podemos ter descoberto um padrão de
dependência dos outros e depois o compensamos exageradamente, tornando-nos excessivamente auto-suficientes).
Descreva.
52. Quais defeitos estão mais em evidência nas minhas relações (desonestidade, egoísmo, controle, manipulação, etc.) ?
53. Como posso modificar meu
comportamento, para
começar a ter relações saudáveis ?
54. Tenho desenvolvido algum tipo de
relação com um Poder Superior ? Como
isso foi mudando ao longo da minha
vida ? Que espécie de relacionamento tenho agora com o meu Poder Superior ?
55. Como meu comportamento sexual se baseava no egoísmo ?
56. Tenho confundido sexo com amor ? O que resultou dessa confusão ?
57. Como tenho usado o sexo para tentar evitar a solidão ou preencher um vazio espiritual ?
58. De que maneira procurei ou evitei o sexo, compulsivamente ?
59. Houve alguma prática sexual que me deixou envergonhado ou com sentimentos de culpa ? Qual ? Por que me senti
assim ?
60. Alguma de minhas práticas sexuais machucou a mim mesmo ou aos outros ?
61. Sinto-me à vontade com minha sexualidade ? Caso contrário, por que não ?
62. Sinto-me à vontade com a sexualidade dos outros ? Caso contrário, por que não ?
63. O sexo constitui um pré-requisito em todas ou na maioria das minhas relações ?
64. O que significa, para mim, uma relação saudável ?

65. Alguma vez sofri abuso ? Por parte de quem ? Que sentimentos tive ou tenho agora a esse respeito ?
66. O fato de ter sofrido abuso afetou minhas relações com os outros ? Como ?
67. Se eu tenho me sentido vítima durante grande parte da minha vida, por ter sofrido abuso na infância, que passos posso
dar para ter devolvida a plenitude espiritual ? Meu Poder Superior pode ajudar ? Como ?
68. Alguma vez abusei de alguém ? De quem e como ?
69. O que estava sentindo e pensando, antes de prejudicar alguém ?
70. Culpei minha vítima ou inventei desculpas para meu comportamento ? Descreva.
71. Confio no meu Poder Superior para atuar na minha vida e me prover com o que preciso, para que eu não tenha mais
que prejudicar seja quem for ? Estou disposto a viver com os sentimentos dolorosos, até que sejam modificados pela
prática dos passos ?
72. Que qualidades tenho, das quais gosto ? do que os outros gostam ? Quais qualidades me são úteis ?
73. De que forma tenho demonstrado consideração por mim mesmo e pelos outros ?
74. Que princípios espirituais estou praticando ? Como isso tem modificado minha vida ?
75. Como minha fé e confiança no Poder Superior têm crescido ?
76. Em que se baseia minha relação com meu padrinho ou madrinha ? Como vejo essa experiência positiva se refletir em
outras relações ?
77. Que objetivos alcancei ? tenho agido para atingir outras metas ? Quais são e como estou agindo ?
78. Quais são meus valores ? Quais me comprometi a seguir e como ?
79. Como estou demonstrando minha gratidão pela recuperação ?
80. Há segredos sobre os quais não tenha ainda escrito ? Quais ?

Terminar o Quarto Passo pode representar muitas coisas, talvez nos desiluda, talvez nos alegre, talvez provoque
desconforto. Seja qual for o sentimento, podemos no entanto, sentir satisfação com o que conquistamos. Este passo irá
proporcionar a base para o que faremos do Quinto ao Nono. É hora de combinar com nosso padrinho ou madrinha para
trabalhar o Quinto Passo.

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