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SUPERVISÃO CLÍNICA

CASO VINÍCIUS
CASO CLÍNICO
1. Nome da criança (pode ser fictício)
Vinicius

2. Idade
11 anos

3. Resumo da queixa atual (por que procurou acompanhamento).


Mãe procurou atendimento relatando que o marido tinha lhe pedido
que procurasse atendimento para o filho Vinicius, pois ele ainda fazia
xixi na cama. Também o via como inseguro, ansioso e com uns medos
que ele achava que já não deveria ter mais.
CASO CLÍNICO
A mãe disse que não via tanto problema assim, mas concordou em
procurar ajuda, pq queria o melhor para o filho.

Relatou que Vinicius sentia mto medo de ficar sozinho, sempre com
pensamentos negativos de que algo ruim iria acontecer com os pais.

Fazia xixi na cama umas 3x na semana e sentia mta vergonha por


isso.

Sempre diz para a mãe que quer ter um melhor amigo, e tem mta
preocupação em não encontrar essa pessoa. Fica focado nisso, nesse
pensamento
CASO CLÍNICO
Vê muito defeitos nos outros, (por isso não serve para ser seu melhor
amigo) por ex: falou um palavrão, não serve para ser seu amigo!
Acha os meninos “maldosos”.

Bastante disperso e com dificuldade em focar.

Mãe disse que ele tem “manias, tiques” como piscar e andar
diferente (cruzando pés) E que vão mudando as manias conforme o
tempo
CASO CLÍNICO
Reza por diversas vezes no dia, e sente que oração o ajuda acalmar
em algumas situações de medo.
Fica mto preocupado e se sentindo mal de não gostar por exemplo de
ir à missa.

Também relatou que ele e o irmão (17a) não se dão mto bem. Irmão
não lhe dá moral. (Ignora) e que Vinicius sofre com isso
CASO CLÍNICO
4. Há quanto tempo?
Parou de fazer xixi na cama na época do desfralde, mas voltou com
7a, mesmo mãe colocando despertador às 3h da manhã ele continua
tendo escapes.

O medo e a ansiedade a mãe diz que sempre o achou assim

Tb relatou que aos 2 anos veio uma fase muito difícil com ele, onde ele
era extremamente birrento e chorão. E durou até ⅚ anos
CASO CLÍNICO

5. Causas atribuídas à queixa?


Não consegue identificar nada
(Disse que o marido era assim tb na infância e adolescência, inseguro
e fez xixi na cama)
CASO CLÍNICO

6. Atitudes dos pais frente a queixa: (o que costumam fazer)

Eles conversam, em situações de medo pedem que ele reze para


ajudar
E sobre xixi, mãe disse que iria procurar ajuda, já que não estavam
conseguindo sozinhos (Relatou que já chegou a esconder lençol
molhado de XIXi de um amiguinho que dormiu na casa deles para que
ele não sentisse vergonha)
CASO CLÍNICO

7. Em quais circunstâncias ocorre: (onde geralmente ocorre? Quem


está perto? Quais situações favorecem?)
Quando os pais saem para jantar, ou viajam ele sente muito medo e
acha que algo ruim vai acontecer.

8. Frequência e intensidade:
Sempre que pais saem os pensamentos aparecem.
CASO CLÍNICO
9. Outras queixas e/ou preocupações:
Agora com Vinicius já em atendimento, observei que ele tem
pensamentos e obsessões que a mãe não tinha relatado.
Ele precisa fazer oração e dar “oi” para cachorro, gato e até mesmo
urso de pelúcia, porque se não o fizer algo ruim irá acontecer com
eles, ou irão ficar triste.
Precisa dar boa noite para os pais e falar umas palavras (sempre as
mesmas) - ritual- pois se não, algo ruim irá acontecer com os pais.

10. Algum trauma? Algo que a criança tenha relatado? Foi exposto
a algo?
não
CASO CLÍNICO
11. Hipótese diagnóstica:
Toc

12. Soluções esperadas no tratamento: (quais as metas do


profissional e da família?)
Para família vieram apenas com expectativa de parar de fazer xixi na
cama e parar com o medo de ficar sozinho
Minha meta: averiguar se é somente TOC, ou se tem mais alguma
coisa
CASO CLÍNICO
13. Observações do terapeuta sobre o caso: (o que você observou?
O que já fez de intervenção?
Vinicius é infantil para a idade, não tem uma coerência narrativa
muito boa, difícil entender o que ele está contando(um pouco confusa
as histórias)
Medos desapropriados para idade (e acredita nos medos)
Acredita nos pensamentos (mesmo que irreais, como urso de pelúcia
ficar triste)
Foi tratada enurese
Acredita muito em tudo que você diz e não entende muito bem uma
“brincadeira”
É ingênuo para idade
CASO CLÍNICO

14. Resultados da avaliação


toc
Hipótese de TEA????

15. Uso de medicação psiquiátrica - se sim quais?


não
CASO CLÍNICO
16. Conceitualização do caso.
Vinicius acredita que precisa ser bom, tirar notas boas para que os
pais sintam orgulho e não fiquem tristes com ele

Visão de Mundo: perigoso

Vidas das Pessoas: maldosas

Visão de si: fragil

(Pais são dentistas, bem conceituados na cidade)


CASO CLÍNICO

17. Suas principais dificuldades com o caso


Fechar diagnóstico

18. Qual seu maior objetivo para a supervisão


Fechar diagnóstico e definir plano de tratamento
RESUMO DA QUEIXA
Xixi na cama 3x por semana
Insegurança
Ansiedade
Medo de ficar sozinho e de acontecer algo
com os pais
Tem pensamentos mais obsessivos sobre ter
um melhor amigo
Criterioso para encontrar amigos
Dificuldade em focar
Manias específicas
RESUMO DA QUEIXA
Reza diversas vezes ao dia
Preocupado por não gostar de ir a missa
Se sente ignorado pelo irmão (17a)
Desenvolveu um ritual de dar Oi para os
bichos
Acha que se ele não fizer o ritual de boa
noite algo ruim pode acontecer com os pais
Crenças de que precisar ser bom para ser
amado
TOC
O transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por
obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões são
ideias, imagens ou impulsos recorrentes, persistentes,
indesejados, que provocam ansiedade e são intrusivos.

As compulsões (também conhecidas como rituais) são


determinadas ações ou atos mentais que a pessoa se
sente impelida a praticar para tentar diminuir ou evitar
a ansiedade causada pelas obsessões
TOC
A maioria dos casos de comportamento obsessivo-
compulsivo está relacionada a preocupações com danos
ou riscos.

Compulsões (também chamadas de rituais) são uma forma que


a pessoa tem de responder às suas obsessões. Por exemplo,
elas sentem vontade de fazer algo - repetitivo, propositado e
intencional - para evitar ou aliviar a ansiedade causada pelas
obsessões.
TOC
O diagnóstico para Transtorno Obsessivo-Compulsivo
segue os seguintes critérios:
A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas:
Obsessões são definidas por (1) e (2):
1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e
persistentes que, em algum momento durante a
perturbação, são experimentados como intrusivos e
indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam
acentuada ansiedade ou sofrimento.
TOC
2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos,
impulsos ou imagens ou neutralizálos com algum outro
pensamento ou ação.
As compulsões são definidas por (1) e (2):
1. Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos,
organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., orar, contar ou
repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente
compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de
acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas.
TOC
2. Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir
ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum
evento ou situação temida; entretanto, esses
comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão
realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são
claramente excessivos.
Nota: Crianças pequenas podem não ser capazes de
enunciar os objetivos desses comportamentos ou atos
mentais.
TOC
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex.,
tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento
social, profissional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo.
C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos
efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de
abuso, medicamento) ou a outra condição médica.
TOC
D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas
de outro transtorno mental

E as obsessões devem ser especificadas em:

Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que


as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são
definitiva ou provavelmente não verdadeiras ou que
podem ou não ser verdadeiras.
TOC
Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças
do transtorno obsessivo-compulsivo são provavelmente
verdadeiras.
TEA
Investigar história de desenvolvimento

Dados da anamnese, entrevista escolar, observação na sessão.

Característica do TEA

Déficits persistentes na comunicação social e na interação em


múltiplos contextos.
TEA
Tem uma abordagem social anormal?
Dificuldade para estabelecer uma conversa normal?
Dificuldade em iniciar ou responder interações sociais?
Dificuldade na comunicação não verbal?
Déficit na compreensão e uso de gestos
Ausência de expressões faciais
Dificuldade para manter relacionamentos
Dificuldade em ajustar o comportamento para adequar o
contexto sociais
TEA
Dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas
Ausência de interesse por pares
Tem padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesse ou
atividades (movimento motores, alinhar objetos, ecolalia, etc).
Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas
Padrões ritualizados de comportamento
Padrões rígidos de pensamento
Interesses fixos
Hiper ou Hiporreatividade a estímulos sensoriais, ex: não sente dor,
ou dificuldade com barulho, cheirar ou tocar objetos
excessivamente, fascinação visual por luzes ou movimento
TEA
Os sintomas devem estar presentes precocemente no período
de desenvolvimento
Os sintomas causam prejuízo significativo
As perturbações não são mais bem explicadas por DI, Atraso
Global.
DIFERENCIAL TOC x TEA
Há diversos estudos que comprovam a relação do TOC com o
Autismo. Sabe-se que o TOC pode ocorrer em cerca de 6% a
10% das crianças com o TEA. E estima-se que 2% da população
geral sofra com o TOC.

As pessoas com autismo têm duas vezes mais chances de serem


diagnosticadas com TOC também.
DIFERENCIAL TOC x TEA
As pessoas com TOC geralmente se sentem desconfortáveis ​
com seus sintomas e gostariam de se livrar deles.

Enquanto as pessoas com TEA geralmente não se incomodam


com seus rituais e muitas vezes a estereotipia traz conforto
quando tem função de autorregulação.
PRÓXIMOS PASSOS DA AVALIAÇÃO
Planejamento:
Entrevista familiar para identificar história de desenvolvimento, e
história do desenvolvimento atual da doença, histórico familiar
Entrevista com professora
Aplicação de escalas
Encaminhamento (se necessário)
Atividades que facilitam a identificação de pensamentos e
emoções
Conceitualização
PRÓXIMOS PASSOS

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