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Filho sem “Rótulo”
 30 de Abril, 2021  Diagonosticos, Investigação

Sou mãe de um menino autista com 16 anos, que


durante o percurso desta condição “autismo” passei
pelos seguintes processos fundamentais e que são a
base da minha estrutura:
1. Diagnostico do meu filho;
2. Aceitação da minha parte;
3. Procura de ajuda para saber lidar com ele;

Hoje, encaro a perturbação do espectro do autismo (PEA) do meu filho com a


maior naturalidade possível, por ser uma condição de espectro: alguns autistas
têm dificuldades na aprendizagem, outros na escrita, na fala ou na
socialização, e o meu filho tem dificuldades na aprendizagem e na
socialização.

Hoje sei, que a causa do autismo está ainda a ser investigada, mas tudo indica
que existirá uma combinação de fatores – genéticos e ambientais – que podem
ser responsáveis pelas diferenças de desenvolvimento. O autismo não é
causado pela educação de uma pessoa nem são as circunstâncias sociais a
causa da condição do indivíduo.

Deixei de me condenar, pela ideia de culpa pelos problemas do meu filho, pois
contrariamente, ao mito a respeito do autismo, em que muitas pessoas ainda
não sabem lidar com o chamado perturbação do espectro do autismo, que
afeta 1% da população mundial.

Aconselho a todas as mães, que não se culpem, esqueçam os “ruídos” feitos


por outras pessoas. Não se atirem da janela, não deixem de acreditar que
precisamos de forças para procurar ajuda, falar abertamente do que nos
preocupa porque o autismo não é uma tragédia.

Quando recebi o diagnóstico, foi como viver um momento de não saber o que
fazer, de não ter chão para segurar as minhas pernas, porque perdi aquela
ideia que tinha do que o meu filho seria.

Na minha opinião, de nada adiantam a ansiedade e a revolta. O “segredo” está


em “não deixar de acreditar nos nossos filhos autistas, e em não desistir das
suas capacidades, e das alegrias e o amor que nos une.
Ser mãe de um filho autista é uma descoberta constante e diária, da vida, do
meu filho e, principalmente, de mim própria.
Hoje, o meu filho com 16 anos, o que tento fazer é trabalhar incansavelmente,
na sua autonomia, para conseguir fazer o essencial como aprender a comer
sozinho, aprender a cozinhar, aprender a ir à casa de banho sozinho e fazer a
sua higiene pessoal. Ou seja, diariamente há muitas conquistas e isso é o que
mais importa para mim porque continuarei a prepara-lo para uma vida adulta
em que terá a sua própria liberdade.
Para quem não aceita ou tem dificuldade em aceitar, que tem um filho autista,
deve ter consciência, que um filho é o bem maior, e em vez de prejudicá-lo a
esconde-lo insista na procura de ajuda, insista em dar amor, respeito e
compreensão, mesmo que por vezes seja difícil.

Por: Sandra Fontoura

A Importância do apoio psicológico


para os pais de autistas
 21 de Julho, 2021  Diagonosticos, Investigação

O impacto do diagnóstico de autismo assusta!


Vivemos em uma sociedade não inclusiva e cheia de preconceitos, isso
provoca medo nos pais, pois sabem que o mundo não será fácil para os filhos.

Ao receberem o diagnóstico, os pais precisam lidar com sentimentos,


pensamentos e questionamentos que podem levar à culpa. Durante a gravidez
é comum os pais imaginarem as brincadeiras que fariam, os olhares que
trocariam, as primeiras conversas, as viagens, o primeiro dia de aulas e muito
mais.

Tudo isto pode ser possível de acontecer já que o autismo é um espectro com
vários níveis, mas pode ser que obstáculos e dificuldades se apresentem.
Muitos pais veem as suas expectativas e desejos frustrados quando chega o
diagnóstico de autismo.

Estudos mostram que os pais que cuidam de crianças com o autismo


geralmente relatam níveis aumentados de stress, depressão e ansiedade.

O stress vivenciado pelos pais de uma criança autista representa um risco


maior para diminuição da qualidade de vida. Esses pais correm um alto risco
de “síndrome do cuidador” ou “stress do cuidador” que é uma condição de
exaustão, raiva ou culpa.

Quais são os benefícios que advém do apoio psicológico?

 Ajudar, os pais/cuidadores a desabafar, aliviar o sofrimento e redirecionar


pensamentos e comportamentos para aumentar o bem-estar;
 Proporcionar um momento de escuta dos pais e muni-los de estratégias para
lidarem com as dores, angústias e até o luto pelo filho idealizado;
 Ajudar os pais ou cuidadores a gerirem os desafios relacionados com o
autismo;
 Reduzir as expectativas alimentadas pelas famílias sobre os seus filhos e
aprender a aceitar melhor esta condição, ajudando-os a evoluir com pouca
angústia e sofrimento.
 Dar suporte aos pais para uma vida melhor em família fortalecendo assim a
relação do casal dando-lhes força para em conjunto cuidar e superar as
dificuldades enfrentadas no dia a dia no tratamento de seus filhos, bem como
outras questões que possam surgir.

E por fim ressaltar que muitas vezes os pais estão preocupados em oferecer o
máximo de recursos e oportunidades aos filhos negligenciando o seu próprio
sofrimento em virtude da falsa premissa de que “Primeiro vou cuidar do meu
filho, depois de mim”.

Diferente do que se supõe, o cuidado com os pais é de grande  importância,


para o êxito do tratamento dos filhos.

Pedir ajuda pode ser muito difícil, principalmente no início. Não hesite em


buscar apoio profissional se achar que precisa.

Por:
Inês Castro Fortunato
Beatriz Cruz Filipe

https://www.facebook.com/associacaovencerautismo/posts/690433700968606/

Vencer Autismo

4 de Novembro de 2013 ·

Testemunho de uma mãe:

Vou contar, de forma resumida, a evolução do meu filho até agora. Este testemunho foi
revelado a uma pessoa que me contatou depois de ter lido que o meu filho tinha superado o
autismo. Então, é assim: «Logo que entrou para o Jardim escola, com a idade de 3 anos, era
uma criança diferente das outras. Contudo, eu e ele entendiamo-nos muito bem através do
olhar...! Por essa idade, e apesar dos meus esforços, ele não sabia falar, não sabia comer e
utilizar os talheres, não sabia brincar, apenas queria mexer em celulares, pôr os aparelhos de
som a trabalhar, mexia nos controles de Tv e sabia-o fazer muito bem e ninguém lhe disse
nada. Nunca se interessou por brinquedos da idade dele. Tive que os guardar todos, e só por
volta dos 7 anos começou a interessar-se por eles. Se íamos almoçar ou jantar a algum
restaurante e se estivesse acordado, nada o intertia e gritava imenso e isso obrih«gava a que
tanto eu ou o pai tivessemos que comer sozinhos, enquanto o outro ía passear com ele para o
entreter. Havia certos programas de Tv que ele gostava, como, por ex, publicidade, as séries do
nody, e nada mais. E, quando passeavamos com ele, todo o cuidado era pouco, porque, de
repente, fugia de nós em qualquer direção, não medindo o perigo do seu ato. Ele sempre teve
muita força e isso jogava a nosso desfavor. Sofremos imenso com esta criança, mas tb
soubemos ter imensa paciência com ela, e, sobretudo, muito amor. Contudo, ele nem sempre
se isolava, e às vezes procurava a nossa companhia. Isso começou a melhorar quando
começou a frequentar o Jardim de Infância.Quando inscrevi o meu filho no Jardim de Infância
falei às educadoras sobre as dificuldades que tinha com o meu filho, mas na altura, ainda não
sabia que ele era autista.O 1ºano que o Luís frequentou, foi horrível para mim, porque as
educadoras só me faziam queixa do meu filho; ou seja, diziam-me que era um verdadeiro
terror, e ficou proibido de almoçar no Jardim. Passados 4 meses de o meu filho estar naquele
JI, resolvi despolutar o problema do autismo, visto que as educadoras terem muitas conversas
indirectas sobre esse problema do meu filho. E, houve uma que caíu na minha "armadilha" e
confessou o que eu suspeitava. Ao saber disso fiquei transtornada, mas não derrotada. Jurei
que o meu filho iria ultrapassar as suas dificuldades. Acalmei-me e através de um trabalho
intensivo entre educadoras, eu e uma pseudopsiquiatra, começámos a trabalhar esta criança.
Os resultados não apareceram logo. Dois anos após o seu começo e com a ajuda de Deus, o
meu filho não era a mesma criança. Ele não era um autista profundo, talvez fosse médio,
segundo o que me disseram. Pode crer, amiga Márcia, que trabalhei imenso o meu filho a
todos os níveis: linguisico, gestual, de compreensão, de escrita. As educadoras tb ajudaram
muita, apesar de me terem. inicialmente tratado mal, mas hoje, quando há uma palestra sobre
autismo, querem que esteja presente para contar a minha experiência. Com 6 anos o meu filho
entrou para o 1º ano do Ensino Básico, que era a nossa 1ª Classe. Integrou-se totalmente. Sem
problemas de comportamento e tornou-se um bom aluno. Hoje, está no 6º ano do 2º Ciclo e
continua a ser bom aluno. Pratica aulas de natação e já ganha medalhas. Tb o pus no
Taekondo, e no ultimo fim de semana passou de nivel. Por isso, eu, os pedagogos que o
acompanharam e mesmo os médicos consideram o Luís curado! Ele é realmente um caso raro,
mas um caso cujos pais nunca baixaram os braços e nem se resignaram! (Resta-me acrescentar
que o meu filho só começou a falar corretamente aos 4 anos de idade.) Um abraço da Liliana.

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