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180 horas Atualização em Triagem,

Urgência e Emergência
Nice Dias Gonçalves
Com certificado
Este material é parte integrante do curso online " Atualização em Triagem, Urgência e
online Emergência" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É
proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem
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180 horas
Atualização em Triagem,
Urgência e Emergência
Nice Dias Gonçalves
Com certificado
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5
DEFINIÇÃO DE TRIAGEM EM SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 10
MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ................... 12
PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO ............................................................................... 18
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO .............................................................................. 20
5.1 AVALIAÇÃO DO PACIENTE ................................................................................ 21
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ........................................................................................ 22
6.1 PRIORIDADE ZERO ............................................................................................... 22
6.2 PRIORIDADE UM ................................................................................................... 22
6.3 PRIORIDADE DOIS ................................................................................................. 23
AVALIAÇÃO INICIAL ................................................................................................... 24
7.1 COMPENSADO........................................................................................................ 24
7.2 DESCOMPENSADO ................................................................................................ 24
7.3. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA IMINENTE ................................................ 25
SINAIS DE ALERTA EM CASO DE TRAUMA .......................................................... 26
ENTENDA A CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PELA COR .......................................... 28
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ..................................................................................... 29
CONCLUSÃO.................................................................................................................... 30
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 32
DEFINIÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ...................................................... 34
2.1 DIFERENÇA ENTRE UBS E UPA.......................................................................... 39
SITUAÇÕES QUE MOTIVAM À PROCURA DO SERVIÇO DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA ................................................................................................................. 40
ACESSO E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA .. 42
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ........................................................................................ 49
AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES QUE ENVOLVEM URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA ................................................................................................................. 52
ASSISTÊNCIA AS SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ...................... 54
7.1 SIGNIFICADO DAS LETRAS ABCDE .................................................................. 55
7.1.1 (X) – Exsanguinação .......................................................................................... 55
7.2 CHOQUE E SUAS CONSEQUENCIAS NO ORGANOSMO ................................ 57
7.3 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ................................................................... 59
7.4 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)....................................................... 60
7.5 TRAUMA CRANIO ENCEFALICO (TCE) ............................................................ 61
O TRABALHO DA ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA .............. 65
CONCLUSÃO.................................................................................................................... 68
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 70
1 DEFINIÇÃO ................................................................................................................. 70
TEMPERATURA CORPORAL ...................................................................................... 72
2.1 FATORES QUE AFETAM A TEMPERATURA CORPORAL .............................. 72
2.2 LOCAIS DE AFERIÇÃO ......................................................................................... 74
2.3 TIPOS DE TERMÔMETROS .................................................................................. 75
2.4 MATERIAIS UTILIZADOS PARA VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA
(MOZACHI, NELSON, 2011) ........................................................................................ 75
2.5 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO ........................................................ 76
PULSO ................................................................................................................................ 77
3.1 FATORES QUE INFLUENCIAM (POTTER; PERRY, 2010) ................................ 77
3.2 CARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIAL ..................................................... 78
3.2.1 Frequência e ritmo .............................................................................................. 78
3.2.2 Amplitude e contorno ......................................................................................... 79
3.3 TIPOS DE PULSOS .................................................................................................. 80
3.3.1 Pulso de Pequena amplitude ............................................................................... 80
3.3.2 Pulso de Grande Amplitude:............................................................................... 81
3.3.3 Pulso de Duplo Pico: .......................................................................................... 81
3.3.4 Pulso com Variação Rítmica da Amplitude ....................................................... 82
3.4 LOCAIS DE AFERIÇÃO ......................................................................................... 83
3.5 VARIAÇÕES ACEITÁVEIS DA FREQUÊNCIA CARDÍACA ............................. 85
3.6 TERMINOLOGIAS .................................................................................................. 85
3.7 MATERIAL UTILIZADO PARA VERIFICAÇÃO DO PULSO (MOZACHI,
NELSON, 2011) .............................................................................................................. 85
3.8 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO ........................................................ 85
RESPIRAÇÃO ................................................................................................................... 87
4.1 RITMOS RESPIRATÓRIOS .................................................................................... 88
PRESSÃO ARTERIAL..................................................................................................... 92
5.1 ATORES QUE AFETAM ......................................................................................... 93
5.2 VARIAÇÕES DA PRESSÃO ARTERIAL .............................................................. 94
5.3 LOCAIS DE AFERIÇÃO ......................................................................................... 95
5.4 TIPOS DE MEDIDORES DE PRESSÃO ARTERIAL ............................................ 95
5.5 MATERIAIS UTILIZADOS PARA VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
(MOZACHI, NELSON, 2011) ........................................................................................ 96
5.6 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO ........................................................ 96
DOR .................................................................................................................................... 98
CONCLUSÃO.................................................................................................................. 100
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 101
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 105
Unidade 1 – Introdução

01
INTRODUÇÃO

Mundialmente, a procura pelos serviços de urgência tem aumentado durante as últimas


décadas, levando à necessidade de modificação da organização da assistência. (JIMÉNES,
2003). No Brasil, a transição demográfica, social e epidemiológica faz com que a procura e
a oferta de serviços de saúde sejam fenômenos que se alteram constantemente, acarretando
grande aumento na demanda dos serviços de atendimento às urgências e emergências que,
por sua vez, exigem grande incremento de tecnologias criadas em diferentes áreas e formas.

Os sistemas de saúde sofrem com condições insuficientes para tratar o elevado


número de requisições, acarretando em filas cada vez mais extensas. O problema chega a se
tornar uma mazela social, evidenciado pela baixa renda da maioria dos usuários, tornando o
sistema público de saúde um serviço precário e por muitas vezes incapaz.

O aumento crescente de pacientes que procuram os Serviços de Emergência (SE) nas


últimas décadas e a consequente superlotação destes serviços é uma realidade mundial. Nos
países em desenvolvimento, como o Brasil, este problema torna-se ainda mais grave, pois
estes serviços se configuram muitas vezes como a principal porta de entrada ao sistema de
saúde (DURAN, 2011; ANNEVELD et al., 2013). Estudos relacionam a superlotação a
aumento dos custos, decréscimo na eficiência e na qualidade da assistência, aumento na
incidência de efeitos adversos e na mortalidade, traduzindo em baixo desempenho do sistema
de saúde (FOVERO, MCCARTHY, HILLMAN; 2011; MAHMOODIAN, EQTESADI,
GHAREGHANI, 2014).

No cenário que se encontram os sistemas de saúde atualmente, não existe mais


possibilidade de trabalhar com atenção de urgências sem um sistema de triagem ou
classificação de risco.

Assim, foram elaborados sistemas de triagem para identificação da prioridade clínica


de cada paciente que aguarda atendimento, visando facilitar a igualdade de acesso
(JIMÉNES, 2003).

Como forma de priorizar o atendimento aos pacientes mais graves os hospitais vêm
instituindo nas últimas décadas sistemas de triagem com o objetivo principal de identificar

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

os pacientes com condições mais urgentes e maior risco de morte, assegurando atendimento
rápido, com tempo mínimo de espera (DURAN et al; 2011; VAN DER LINDEN et al, 2012;
STORM-VERSLOOT, 2011).

O primeiro atendimento realizado pela equipe multiprofissional aos usuários de


saúde é a triagem que tem como objetivo classificar os pacientes de acordo com a decisão
de prioridades e intervenções terapêuticas individualizadas. A triagem vem para contribuir
no atendimento favorecendo na redução de aglomerações nas unidades de urgência e
emergência. (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009).

A triagem é caracterizada por três categorias “emergente (doença ou lesão de risco


de vida ou com risco potencial que exige o atendimento imediato), imediato (lesão ou doença
não-aguda sem risco de vida) e urgente (doença ou lesão secundária que necessita de
tratamento em nível de primeiros socorros)” (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009).

Observa-se que a maior parte dos casos que procuram o serviço de urgência e
emergência não são graves causando a superlotação do setor. A falta de conhecimento dos
usuários da saúde com relação à finalidade do setor de urgência e emergência, bem como a
demora e a limitação dos agendamentos na rede pública de saúde, faz com que os usuários
procurem este serviço por se tratar de um setor que irão encontrar médicos e enfermeiros
durante todo o período e as pessoas buscam o atendimento de suas necessidades em curto
espaço de tempo (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009).

O acolhimento nos serviços de saúde vem crescendo e ganhando importância, pois é


um método que desenvolve os processos de trabalho em saúde a fim de atender os usuários
que procuram os serviços de saúde, ouvindo os seus pedidos e assumindo uma postura capaz
de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários (MORISHITA; SILVA;
SOUZA, 2009).

Constituem-se as seguintes fases para o atendimento na triagem: primeiro momento


“A chamada do paciente”, trata-se do momento onde o enfermeiro pessoalmente o chama na
recepção podendo observar o fluxo da sala e detectar situações de conflito ou urgência; no
segundo momento “A apresentação” é realizada a apresentação do nome do profissional e
sua função explicando esta fase do atendimento ao paciente assim como seu objetivo;
terceiro momento “Coleta de dados” é o questionamento realizado ao paciente sobre a queixa
atual e duração, antecedentes de real importância, alergias e medicamentos em uso; quarto
momento “Verificação dos sinais vitais” neste momento é aferido a pressão arterial, a
frequência cardíaca, a saturação de oxigênio e a temperatura; e no quinto momento
“Solicitação de exames” de acordo com a avaliação, o enfermeiro pode solicitar a dosagem
da glicemia capilar ou realização de eletrocardiograma, previamente à consulta médica.
(GATTI, 2008).

Os sistemas de triagem têm o objetivo de organizar a demanda de pacientes que


chegam à procura de atendimentos em serviços de urgências da atenção hospitalar e pré-
hospitalar, identificando os que necessitam de atendimento imediato e reconhecendo aqueles
que podem aguardar em segurança o atendimento, antes que haja a avaliação diagnóstica e
terapêutica completa (JIMÉNES, 2003).

A triagem estruturada faz referência a um protocolo de classificação válido,


reproduzível e que permite a classificação dos pacientes, baseado nos diferentes níveis de
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Unidade 1 – Introdução

urgência e de priorização da assistência somado à estrutura física e organização profissional


e tecnológica adequada (JIMÉNES, 2003; DIOGO, 2007).

Os sistemas de triagem podem se distinguir em relação ao profissional que executa a


atividade, quanto à existência de algoritmos de triagem (árvores decisionais), à existência de
protocolos de atuação associados, ao número de categorias de urgência, ao ambiente e
contexto onde se aplicam e os recursos, equipamentos e meios que envolvem essa atividade
(DIOGO, 2007). Atualmente, os quatro sistemas de triagem estruturada mais utilizados são:
National Triage Scale (NTS) da Austrália, Canadian Emergency Department Triage and
Acuity Scale (CTAS) do Canadá, Manchester Triage System (MTS) do Reino Unido e
Emergency Severity Index (ESI) dos Estados Unidos (DIOGO, 2007; DURO, LIMA, 2010).

No Brasil, a triagem organizada assume a denominação de avaliação e classificação


de risco, que ligada ao acolhimento tem por objetivo identificar os pacientes que precisam
de tratamento rápido, de acordo com a situação de perigo, a partir de um atendimento usuário
centrado, impedindo dessa forma práticas de exclusão (ACOSTA, DURO, LIMA, 2012). O
acolhimento, como diretriz operacional da Política Nacional de Humanização (PNH) do
Ministério da Saúde, associado à classificação de risco, tem por finalidade garantir a
humanização da assistência nos serviços de saúde, ampliar o acesso e oferecer atendimento
acolhedor e resolutivo (BRASIL, 2004).

A avaliação da classificação de risco é geralmente realizada pelos enfermeiros.


Autores afirmam que os enfermeiros reúnem as condições necessárias, as quais incluem
linguagem clínica orientada para os sinais e sintomas, para a realização das escalas de
avaliação e classificação de risco (JIMÉNES, 2003).

Para organizar e normatizar os Serviços de Urgência e Emergência, diante da alta


demanda de usuários, entrou em vigor no Brasil, em 2002, a Portaria do Ministério da Saúde
nº 2.048 objetivando avaliar e determinar o grau de emergência e urgência e a prioridade
nesse tipo de atendimento. Função está realizada por profissionais da área da saúde
graduados e devidamente treinados para atuarem no processo de avaliação. (LAURA, 2016).

Nas instituições hospitalares, as Unidades de Emergência são consideradas setores


complexos; cotidianamente superlotados, habituadas à alta demanda, podendo haver, em
decorrência, desordem e, consequentemente, influência negativa nos atendimentos prestados
aos usuários. O Ministério da Saúde, baseando-se nesses fatos lançou a cartilha da “Política
Nacional de Humanização - Humaniza SUS”, para acolher os usuários nas Unidades de
Emergência e classifica-las pelo nível de gravidade e grau de prioridade do atendimento.

Conceitualmente, na área da saúde, usa-se o termo acolhimento para definir a atitude


de disponibilidade interna para o encontro com o outro e que permite e promove diálogo e
compreensão mútua. Nesses termos conceituais, o acolhimento estaria presente nas
interações de profissionais e pacientes desde o momento em que pacientes e familiares
chegassem ao serviço de saúde até sua saída, passando necessariamente por todos os
processos do cuidar. Também se refere às interações entre profissionais e equipe em todos
os níveis de gestão. (LAURA, 2016).

O acolhimento, a partir da análise dos processos de trabalho, favorece a construção


de relação de confiança e compromisso entre as equipes e promove avanço na aliança entre
usuários, profissionais da saúde e gestores da saúde.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

Para contemplar a humanização nos Serviços de Urgência/Emergência foi


implantada a Portaria nº 2.395 de 2011, que prioriza o Acolhimento com Classificação de
Risco, visando diminuir o tempo de espera, acolher a população e atender prioritariamente
pacientes com maior grau de risco, independente da ordem de chegada. Assim, organiza a
atenção às urgências, de modo atender a demanda espontânea e/ou referenciada.

A Resolução 423/2012 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEM confere


exigência legal ao enfermeiro na competência de execução da Classificação de Risco e
Priorização da Assistência em Serviço de Urgência, ação a ser desenvolvida com
conhecimento e habilidade técnico-cientifica. Dessa forma, atende às determinações da
Resolução COFEN 358/20019d e os princípios da Política Nacional de Humanização
(LAURA, 2016).

A enfermagem tem respaldo para “realizar o acolhimento e a classificação de risco


dos pacientes em qualquer unidade de saúde, seja em caráter hospitalar, pré-hospitalar na
urgência ou da atenção básica”. (COFEN, 2015, p. 9). Essa função só é permitida à
profissionais de nível superior, sendo assim, cabe somente ao enfermeiro a realização deste
serviço na equipe de enfermagem.

Classificação de Risco é um processo dinâmico embasado em conceitos e escalas


internacionais que normalmente estratificam os riscos em cinco níveis, apresentando, desta
forma, melhor confiabilidade na avaliação. Dentre os modelos de escalas destacam-se: a
escala australiana – Australasian Triage Scale (ATS); o protocolo canadense Canadian
Triage Acuity Scale (CTAS©); a escala norte-americana - Emergency Severity Index (ESI),
e o protocolo inglês – Manchester Triage System – protocolo de Manchester (LAURA,
2016).

Destes, o Sistema de Triagem de Manchester é o mais utilizado e sua estratégia de


classificação de risco define-se em cinco categorias diferenciadas em cores. Criado na
Inglaterra em 1994 determina a prioridade de atendimento e estipula um tempo máximo de
espera para que o cliente possa ser atendido. A categoria designada pela cor Vermelha
classifica os casos emergenciais no atendimento imediato (risco de morte), sendo o tempo
do atendimento de zero minuto; Laranja, para casos muito urgentes, atendimento também
rápido, mas o tempo de espera para o atendimento é de no máximo dez minutos; Amarelo,
para casos de urgência, estipulando o tempo de espera pelo atendimento em até 60 minutos;
Verde, usado para casos de pouca urgência, com determinação de tempo de espera máxima
de 120 minutos; e pôr fim a cor Azul, adotada em casos não urgentes, onde o tempo máximo
que o cliente pode esperar para ser atendido é de 240 minutos. (LAURA, 2016).

O protocolo é uma metodologia de trabalho implementada em Manchester,


Inglaterra, em 1997, e tem como objetivo estabelecer um tempo de espera pela atenção
médica e não de estabelecer diagnóstico. O método consiste identificar a queixa inicial,
seguir o fluxograma de decisão e, por fim, estabelecer o tempo de espera, que varia de acordo
com a gravidade do paciente.

Apesar da triagem ser uma estratégia para que pacientes graves tenham prioridade no
atendimento nos SE, impactando na qualidade do atendimento prestado ao usuário, poucos
estudos associaram a gravidade estabelecida por esta classificação aos desfechos como alta,
internação e óbito (DALLAIRE et al, 2012; VAN DER WULP, SCHRIJVERS, STEL,
2009).
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Unidade 1 – Introdução

A associação entre as categorias de triagem e os desfechos é importante para avaliar


se o protocolo utilizado garante a segurança dos pacientes em relação ao tempo de espera
pelo atendimento médico, como também permite a adequada alocação dos recursos e
cuidados posteriores visando à redução dos custos hospitalares.

Na triagem é realizada uma consulta de enfermagem direcionada à queixa, onde o


enfermeiro está inserido nesse contexto como o primeiro contato da equipe multidisciplinar
com o paciente, pois ele coleta dados sobre a sintomatologia, início do quadro, antecedentes
pessoais, medicações em uso, alergias, sinais vitais são aferidos, e detecta possíveis déficits
de conhecimento nesses aspectos, ou ainda relativos às questões de fluxo e especificidade
de atendimento do setor. Quando da realização do registro, da entrevista e do exame físico,
realizados com ênfase na observação do comportamento, expressão verbal e não verbal de
dor, postura e sinais clínicos, determina-se a classificação da prioridade do atendimento.

A consulta de enfermagem, por sua vez, tem como objetivo agilizar o atendimento,
através da diminuição do tempo da consulta médica, cuidando a equipe de enfermagem de
levantar as primeiras informações sobre o paciente, anotando seus dados antropomórficos,
tomando sua temperatura e aferindo sua pressão arterial.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

02
DEFINIÇÃO DE TRIAGEM EM SERVIÇOS
DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Triagem é o primeiro atendimento prestado pelo profissional aos usuários dos serviços de
saúde. Tem por finalidade a avaliação inicial, seleção e encaminhamento dos clientes às
unidades/especialidades adequadas à sua assistência.

Nos departamentos de emergência, a triagem é desenhada para identificar os casos


mais urgentes para o atendimento ou potencialmente mais sérios assegurando que estes
receberão tratamento prioritário seguindo-se os casos menos urgentes. Por norma, os
recursos são suficientes para tratar todos os pacientes, contudo, os que se encontram em
estado menos urgentes poderão aguardar.

O processo de triagem configura-se como elemento intuitivo da prática clínica de


enfermeiros que atuam em serviços de urgência e emergência. Atribuir um grau de risco ao
paciente é um complexo processo de tomada de decisão. Segundo a Teoria do Cotinuum
Cognitivo, para tomar decisões, os enfermeiros utilizam-se do raciocínio clínico que envolve
um pensamento ordenado e intencional, fundamentado nos conhecimentos teóricos e
práticos e na experiência pessoal e profissional. Na triagem, a tomada de decisão é
influenciada por sistemas de apoio ao julgamento clínico, pelo julgamento intuitivo e
reflexivo e pela avaliação por pares envolvendo enfermeiro e paciente.

Os sistemas de apoio ao julgamento referem-se ao uso das escalas ou sistemas de


triagem que norteiam o enfermeiro na avaliação da queixa apresentada pelo paciente. Em
um contexto de demanda por serviços maior que a oferta e com recursos limitados de
atendimento, a triagem dos pacientes deve acontecer de forma acurada para garantir o
cuidado de acordo com a real necessidade do paciente. Assim, a tomada de decisão do
enfermeiro na classificação de risco deve ser guiada por um sistema de apoio confiável,
capaz de mensurar com precisão o grau de prioridade do paciente.

Entende-se que em qualquer lugar de uma instituição de saúde onde ocorre um


contato entre trabalhador e usuário, existe a produção de um processo de trabalho em saúde
por meio das relações de acolhimento, de vínculo, com forte conteúdo de intervenção
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Unidade 2 – Definição de Triagem em Serviços de Urgência e Emergência

terapêutica. O acolhimento é um modo de desenvolver os processos de trabalho em saúde de


forma a atender os usuários que procuram os serviços de saúde, ouvindo os seus pedidos e
assumindo uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos
usuários. Esse processo inclui um atendimento com resolutividade e responsabilização,
fazendo também as orientações para o paciente e sua família em relação ao atendimento e
funcionamento dos demais serviços de saúde, estabelecendo meios para garantir o sucesso
desse encaminhamento.

A Portaria 2048 do Ministério da Saúde propõe a implantação nas unidades de


atendimento de urgências o acolhimento e a “triagem classificatória de risco”. De acordo
com esta Portaria, este processo “deve ser realizado por profissional de saúde, de nível
superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos e tem
por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem
de prioridade para o atendimento” (BRASIL, 2002).

O Acolhimento com Classificação de Risco – ACCR - se mostra como um


instrumento reorganizador dos processos de trabalho na tentativa de melhorar e consolidar o
Sistema Único de Saúde. Vai estabelecer mudanças na forma e no resultado do atendimento
do usuário do SUS. Será um instrumento de humanização. A estratégia de implantação da
sistemática do Acolhimento com Classificação de Risco possibilita abrir processos de
reflexão e aprendizado institucional de modo a reestruturar as práticas assistenciais e
construir novos sentidos e valores, avançando em ações humanizadas e compartilhadas, pois
necessariamente é um trabalho coletivo e cooperativo. Possibilita a ampliação da
resolutividade ao incorporar critérios de avaliação de riscos, que levam em conta toda a
complexidade dos fenômenos saúde/ doença, o grau de sofrimento dos usuários e seus
familiares, a priorização da atenção no tempo, diminuindo o número de mortes evitáveis,
sequelas e internações. A Classificação de Risco deve ser um instrumento para melhor
organizar o fluxo de pacientes que procuram as portas de entrada de urgência/emergência,
gerando um atendimento resolutivo e humanizado.

O Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco não é entendido como um


processo de triagem, pois segundo o Ministério da Saúde, produz direcionamento à
classificação de risco e não conduta. O protocolo é entendido como uma classificação e não
pressupõe a exclusão. Todos os pacientes devem ser atendidos, respeitando a situação de
gravidade e complexidade apresentada pelo usuário que procurou o serviço de saúde
(BELLAGUARDA, 2009).

A importância desse serviço está principalmente em prevenir complicações e


identificar quadros agudos que implicam riscos de vida. Para o funcionamento adequado do
Serviço de Triagem, é necessária a integração deste com outros serviços de saúde existentes
no sistema, estabelecendo vínculos com os mesmos, de modo a permitir o adequado
encaminhamento dos pacientes.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

03
MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Os objetivos do acolhimento com classificação de risco são "avaliar o paciente logo na sua
chegada ao pronto-socorro, humanizando o atendimento; desbloquear o fluxo do pronto-
socorro; diminuir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto
prematuramente de acordo com a sua gravidade; determinar a área de atendimento primário,
devendo o paciente ser encaminhado diretamente às especialidades, conforme protocolo".

O acolhimento como postura e prática nas ações de atenção e gestão nas unidades de
saúde, a partir da análise dos processos de trabalho, favorece a construção de relação de
confiança e compromisso entre as equipes e os serviços. Possibilita também avanços na
aliança entre usuários, trabalhadores e gestores da saúde em defesa do SUS como uma
política pública essencial para a população brasileira.

Apesar de o acolhimento ser constituinte de todas as práticas de atenção e gestão,


elegemos os serviços de urgência como foco para este texto, por apresentarem alguns
desafios a serem superados no atendimento em saúde: superlotação, processo de trabalho
fragmentado, conflitos e assimetrias de poder, exclusão dos usuários na porta de entrada,
desrespeito aos direitos desses usuários, pouca articulação com o restante da rede de
serviços, entre outros. É preciso, portanto, repensar e criar novas formas de agir em saúde
que levem a uma atenção resolutiva, humanizada e acolhedora a partir da compreensão da
inserção dos serviços de urgência na rede local.

Dessa forma o desafio dessa temática se ancora em:

1. Ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um melhor acesso aos serviços
de urgência/emergência;

2. Humanizar o atendimento;

3. Garantir um atendimento rápido e efetivo

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Unidade 3 – Missões do Acolhimento com Classificação de Risco

A palavra “acolher”, em seus vários sentidos, expressa “dar acolhida, admitir, aceitar,
dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir” (FERREIRA, 1975). O
acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa uma ação de aproximação, um “estar
com” e “perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão, de estar em relação com algo ou alguém.
É exatamente no sentido da ação de “estar com” ou “próximo de” que queremos afirmar o
acolhimento como uma das diretrizes de maior relevância política, ética e estética da Política
Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS.

Política porque implica o compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”,


potencializando protagonismos e vida nos diferentes encontros. Ética no que se refere ao
compromisso com o reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças,
dores, alegrias, modos de viver, sentir e estar na vida.

Essa política de acolhimento veio para reativar nossa capacidade de cuidar e de estar
atentos para acolher, tendo como princípios norteadores o coletivo como plano de produção
da vida, o cotidiano como plano ao mesmo tempo de reprodução, de experimentação e de
invenção de modos de vida e a indissociabilidade entre o modo de nos produzirmos como
sujeitos e os modos de estarmos nos “verbos da vida” (trabalhar, viver, amar, sentir, produzir
saúde, etc).

É preciso restabelecer no cotidiano o princípio da universalidade/equidade para o


acesso e a responsabilização das instâncias públicas pela saúde dos cidadãos.

Quando falamos em acesso, é preciso entende-lo em suas várias dimensões, quais


sejam: acesso às unidades e serviços (garantia do cuidado); acesso à qualidade da/na
assistência (escuta/vínculo/ responsabilização/resolutividade); acesso à continuidade do
cuidado; acesso à participação nos projetos terapêuticos e de produção de saúde (autonomia
e protagonismo do cidadão – usuário e sua rede social); acesso à saúde como bem com “valor
de uso” e não como mercadoria (formas dignas/potentes de viver a vida com autonomia).

O acolhimento no campo da saúde deve ser entendido, ao mesmo tempo, como


diretriz ético/estético/política constitutiva dos modos de se produzir saúde e como
ferramenta tecnológica relacional de intervenção na escuta, na construção de vínculo, na
garantia do acesso com responsabilização e na resolutividade dos serviços.

Colocar em ação o acolhimento requer uma atitude de mudança que implica na


análise e revisão cotidiana das práticas de atenção e gestão implementadas nas unidades do
SUS, com:

• Reconhecimento do protagonismo dos sujeitos envolvidos no processo de produção


de saúde;

• Valorização e abertura para o encontro entre profissional de saúde, usuário e sua rede
social como liga fundamental no processo de produção de saúde;

• Reorganização do serviço de saúde a partir da problematização dos processos de


trabalho, de modo a possibilitar a intervenção de toda a equipe multiprofissional
encarregada da escuta e resolução do problema do usuário;

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13
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

• Elaboração de projeto terapêutico individual e coletivo com horizontalização por


linhas de cuidado;

• Mudanças estruturais na forma de gestão do serviço de saúde, ampliando os espaços


democráticos de discussão, de escuta, de trocas e de decisões coletivas. A equipe,
neste processo, pode também garantir acolhimento para seus profissionais e para as
dificuldades de seus componentes na acolhida à demanda da população;

• Postura de escuta e compromisso em dar respostas às necessidades de saúde trazidas


pelo usuário, que inclua sua cultura, saberes e capacidade de avaliar riscos;

• Construção coletiva de propostas com a equipe local e com a rede de serviços e


gerências de todos os níveis do sistema. O funcionamento do acolhimento se
multiplica em inúmeras outras ações, e traz a possibilidade de analisar:

• A adequação da área física, o dimensionamento das equipes e a compatibilização


entre a oferta e a demanda por ações de saúde;

• As formas de organização dos serviços e os processos de trabalho;

• A governabilidade das equipes locais;

• A humanização das relações em serviço;

• Os modelos de gestão vigentes na unidade de saúde;

• O ato da escuta e a produção de vínculo como ação terapêutica;

• A multi/interdisciplinaridade nas práticas.

Acolher com a intenção de resolver os problemas de saúde das pessoas que procuram
uma unidade de urgência pressupõe que todos serão acolhidos por um profissional da equipe
de saúde. Este profissional vai escutar a queixa, os medos e as expectativas, identificar risco
e vulnerabilidade, e acolher também a avaliação do próprio usuário; vai se responsabilizar
pela resposta ao usuário, a para isso vai necessariamente colocar em ação uma rede
multidisciplinar de compromisso coletivo com essa resolução.

Assim, o acolhimento deixa de ser um ato isolado para ser um dispositivo de


acionamento de redes internas, externas, multidisciplinares, comprometidas com as
respostas às necessidades dos cidadãos.

Muitos serviços de atendimento às urgências convivem com grandes filas onde as


pessoas disputam o atendimento sem critério algum a não ser a hora da chegada. A não-
distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila,
ocorrendo às vezes até a morte de pessoas pelo não-atendimento no tempo adequado.

O acolhimento como dispositivo tecno-assistencial permite refletir e mudar os modos


de operar a assistência, pois questiona a clínica no trabalho em saúde, os modelos de atenção
e gestão e o acesso aos serviços. A avaliação de risco e vulnerabilidade não pode ser
considerada prerrogativa exclusiva dos profissionais de saúde: o usuário e sua rede social
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Unidade 3 – Missões do Acolhimento com Classificação de Risco

devem também ser considerados neste processo. Avaliar riscos e vulnerabilidade implica
estar atento tanto ao grau de sofrimento físico quanto psíquico, pois muitas vezes o usuário
que chega andando, sem sinais visíveis de problemas físicos, mas muito angustiado, pode
estar mais necessitado de atendimento e com maior grau de risco e vulnerabilidade.

Sendo assim, os processos de acolhimento e triagem nos serviços de urgência


objetivam:

• A melhoria do acesso dos usuários, mudando a forma tradicional de entrada por filas
e ordem de chegada;

• A mudança das relações entre profissionais de saúde e usuários no que se refere à


forma de escutar este usuário em seus problemas e demandas;

• O aperfeiçoamento do trabalho em equipe com a integração e complementaridade


das atividades exercidas pelas categorias profissionais;

• O aumento da responsabilização dos profissionais de saúde em relação aos usuários


e a elevação dos graus de vínculo e confiança entre eles;

• A abordagem do usuário para além da doença e suas queixas;

• A pactuação com o usuário da resposta possível à sua demanda, de acordo com a


capacidade do serviço.

É importante acentuar que todos os profissionais de saúde fazem acolhimento;


entretanto, nas “portas de entrada”, os serviços de saúde podem demandar a necessidade de
um grupo de profissionais de saúde preparado para promover o primeiro contato com o
usuário, identificando sua demanda, orientando-o quanto aos fluxos internos do serviço e
quanto ao funcionamento da rede de saúde local.

A classificação de risco é uma ferramenta que, além de organizar a fila de espera e


propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, tem também outros
objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco
elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares,
sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação
contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela
discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos
usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas
e externas de atendimento.

É importante ressaltar que a realização da classificação de risco isoladamente não


garante uma melhoria na qualidade da assistência. É necessário construir pactuações internas
e externas para a viabilização do processo, com a construção de fluxos claros por grau de
risco, e a tradução destes na rede de atenção.

E nesse sentido, quando se tem o Acolhimento com Classificação de Risco como


guia orientador para a atenção e gestão na urgência, outros modos de estar, ocupar e trabalhar
se expressarão e solicitarão arranjos espaciais singulares, com fluxos adequados que
favoreçam os processos de trabalho.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

Para a organização dos espaços e seus usos e para a clareza no entendimento, a


composição espacial aqui sugerida é composta por eixos e áreas que evidenciam os níveis
de risco dos pacientes. A proposta de desenho se desenvolve pelo menos em dois eixos: o
do paciente grave, com risco de morte, que chamaremos de eixo vermelho, e o do paciente
aparentemente não-grave, mas que necessita ou procura o atendimento de urgência, que
chamaremos de eixo azul.

Cada um desses eixos possui diferentes áreas, de acordo com a clínica do paciente e
os processos de trabalho que nele se estabelecem, sendo que essa identificação também
define a composição espacial por dois acessos diferentes.

EIXO VERMELHO: Este eixo está relacionado à clínica do paciente grave, com
risco de morte, sendo composto por um agrupamento de três áreas principais: a área
vermelha, a área amarela e a área verde.

a. Área Vermelha: é nesta área que está a sala de emergência, para atendimento
imediato dos pacientes com risco de morte, e a sala de procedimentos especiais
invasivos;

b. Área Amarela: composta por uma sala de retaguarda para pacientes já estabilizados,
porém que ainda requerem cuidados especiais (pacientes críticos ou semicríticos).
Hoje, na maioria das vezes, esses pacientes permanecem na sala vermelha, criando
dificuldades para o atendimento dos pacientes que chegam com risco de morte, assim
como situações muito desagradáveis para os pacientes já estabilizados;

c. Área Verde: composta pelas salas de observação, que devem ser divididas por sexo
(feminino e masculino) e idade (crianças e adultos), a depender da demanda.

Nas salas amarela e verde, além da adequação dos espaços e dos mobiliários a uma
funcionalidade que facilite o processo de trabalho, é importante que se considere questões
relativas a som, cheiro, cor, iluminação, etc., uma vez que o tempo de permanência do
paciente nestas áreas é mais prolongado que na área vermelha.

Na sala vermelha, mesmo o paciente não permanecendo por um período prolongado,


também é importante observar os elementos acima apontados, modificadores e
qualificadores do espaço, de modo a propiciar um ambiente confortável e agradável para os
trabalhadores, além da funcionalidade necessária à realização do trabalho.

É indispensável que o posto de enfermagem nestas salas possa propiciar uma visão
ampla de todos os leitos e que áreas de apoio para os profissionais (conforto, copa, etc.)
sejam planejadas na proximidade das áreas de trabalho.

Questões relativas à privacidade e individualidade também devem ser observadas,


pois repercutem positivamente no processo terapêutico do paciente. A privacidade diz
respeito à proteção da intimidade do paciente e, muitas vezes, pode ser garantida com o uso
de divisórias, cortinas ou outros elementos móveis que permitam tanto a integração e a
facilidade de monitoramento pela equipe como momentos de privacidade dos pacientes e
seus acompanhantes.

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Unidade 3 – Missões do Acolhimento com Classificação de Risco

EIXO AZUL: é o eixo dos pacientes aparentemente não graves. O arranjo do espaço
deve favorecer o acolhimento do cidadão e a classificação do grau de risco. Esse eixo é
composto por ao menos três planos de atendimento, sendo importante que tenha fluxos
claros, informação e sinalização.

a. Plano 1: espaços para acolhimento, espera, recepção, classificação do risco e


atendimento administrativo. A diretriz principal, neste plano, é acolher, o que
pressupõe a criação de espaços de encontros entre os sujeitos. Espaços de escuta e de
recepção que proporcionem a interação entre usuários e trabalhadores, entre
trabalhadores e trabalhadores – equipes – e entre os próprios usuários, que sejam
acolhedores também no sentido de conforto, que pode ser produzido pelo uso de
vegetação, iluminação e ventilação naturais, cores, artes, entre outros exemplos
possíveis.

b. Plano 2: área de atendimento médico, lugar onde os consultórios devem ser


planejados de modo a possibilitar a presença do acompanhante e a individualidade
do paciente.

c. Plano 3: áreas de procedimentos médicos e de enfermagem (curativo, sutura,


medicação, nebulização). É importante que as áreas de procedimentos estejam
localizadas próximas aos consultórios, ao serviço de imagem e que favoreçam o
trabalho em equipe.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

04
PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO

O protocolo de classificação de risco é uma ferramenta útil e necessária, porém não


suficiente, uma vez que não pretende capturar os aspectos subjetivos, afetivos, sociais,
culturais, cuja compreensão é fundamental para uma efetiva avaliação do risco e da
vulnerabilidade de cada pessoa que procura o serviço de urgência. O protocolo não substitui
a interação, o diálogo, a escuta, o respeito, enfim, o acolhimento do cidadão e de sua queixa
para a avaliação do seu potencial de agravamento.

É a identificação dos pacientes que necessitam de intervenção médica e de cuidados


de enfermagem, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento,
usando um processo de escuta qualificada e tomada de decisão baseada em protocolo e aliada
à capacidade de julgamento crítico e experiência do enfermeiro.

Para a análise e construção do protocolo de classificação de risco, deve-se levar em


conta os seguintes fatores:

• Capacidade instalada de acordo com o número de atendimentos diários a serem


prestados nestas unidades;

• Horários de pico de atendimentos;

• Fluxos internos, movimentação dos usuários, locais de espera, de consulta, de


procedimentos, de reavaliação e “caminhos” entre eles;

• Análise da rede e do acesso aos diferentes níveis de complexidade;

• Tipo de demanda, necessidades dos usuários, perfil epidemiológico local;

• Pactuação interna e externa de consensos entre as equipes médicas, de enfermagem


e outros profissionais;

• Capacitação técnica dos profissionais.

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Unidade 4 – Processo de Classificação

Sendo assim, a finalidade da classificação de risco é a definição da ordem do


atendimento em função do potencial de gravidade ou de agravamento da queixa apresentada.
O protocolo se configura como uma ferramenta para auxiliar a avaliação da gravidade e do
risco de agravamento.

A classificação de risco é atividade realizada por profissional de enfermagem de nível


superior, preferencialmente com experiência em serviço de urgência, e após capacitação
específica para a atividade proposta. Contudo o protocolo deve ser apropriado por toda a
equipe que atua na urgência: enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, psicólogos,
assistentes sociais, funcionários administrativos;

Recomenda-se que o protocolo tenha no mínimo quatro níveis de classificação de


risco, realizando, preferencialmente, o sistema de cores, e não de números, para essa
classificação de risco (exemplo no caso de quatro níveis de classificação, do mais grave ao
menos grave: vermelho, amarelo, verde, azul).

A identificação da classificação pode ser feita na ficha de atendimento, e não


diretamente no usuário (pulseira, por exemplo), uma vez que a classificação não é
permanente e pode mudar em função de alterações do estado clínico e de reavaliações
sistemáticas.

A classificação de risco é dinâmica, sendo necessário que, periodicamente, se


reavalie o risco daqueles que ainda não foram atendidos ou mesmo daqueles cujo tempo de
espera após a classificação é maior do que aquele que foi estabelecido no protocolo. É muito
importante que a organização do atendimento na urgência por meio do acolhimento com
classificação de risco seja divulgada com clareza para os usuários.

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19
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

05
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

Os critérios para a classificação de riscos estão relacionados com:

• Apresentação usual da doença;

• Sinais de alerta (choque, palidez cutânea, febre alta, desmaio ou perda da


consciência, desorientação, tipo de dor, etc.);

• Situação – queixa principal;

• Pontos importantes na avaliação inicial:

• Sinais vitais

• Saturação de oxigênio

• Escala de dor

• Escala de Glasgow

• Doenças preexistentes

• Idade

• Dificuldade de comunicação (droga, álcool, retardo mental, etc.);

• Reavaliar constantemente poderá mudar a classificação.

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Unidade 5 – Critérios de Classificação

5.1 AVALIAÇÃO DO PACIENTE


(Dados coletados em ficha de atendimento)

• Queixa principal

• Início (evolução e tempo de doença)

• Estado físico do paciente

• Escala de dor e de Glasgow

• Classificação de gravidade

• Medicações em uso, doenças preexistentes, alergias e vícios

• Dados vitais: pressão arterial, temperatura, saturação de O2

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

06
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Segundo Nascimento et al, (2011), as dificuldades encontradas no setor de classificação de


risco é a falta de conhecimento da sociedade, alta demanda, precariedade do setor público,
recursos e número de profissionais insuficientes, falta de estrutura física, instalações e
equipamentos hospitalares, e falhas na gestão do serviço.

6.1 PRIORIDADE ZERO


Prioridade zero (vermelha), deve-se:

• Encaminhar diretamente para a sala de ressuscitação e avisar a equipe médica,


acionamento de sinal sonoro.

• Não perder tempo com classificação

• Atendimento de imediato

• Situação de morte iminente (exemplo: parada cardiorrespiratória, infarto, politrauma,


choque hipovolêmico, etc.)

6.2 PRIORIDADE UM
Prioridade I (amarela), deve-se:

• Encaminhar para consulta médica imediata;


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Unidade 6 – Classificação de Risco

• Situação de urgência, avaliação em, no máximo, 30 minutos.

• Elevado risco de morte (exemplo: trauma moderado ou leve, TCE sem perda da
consciência, queimaduras menores, dispneia leve a moderada, dor abdominal,
convulsão, cefaleias, idosos e grávidas sintomáticos, etc.)

6.3 PRIORIDADE DOIS


Prioridade II (verde), deve-se:

• Encaminhar para consulta médica;

• Situação com urgência menor;

• Avaliação em, no máximo, 1 hora;

• Reavaliar periodicamente.

• Sem risco de morte (exemplo: ferimento craniano menor, dor abdominal difusa,
cefaleia menor, doença psiquiátrica, diarreias, idosos e grávidas assintomáticos, etc.)

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

07
AVALIAÇÃO INICIAL

Essa Avaliação requer uma postura rápida e dinâmica, ancorada no A, B, C, D, onde o A diz
respeito a avaliação das VIAS AÉREAS; no B objetiva-se a visualização da RESPIRAÇÃO;
o C determina os fatores que integram a CIRCULAÇÃO e o D direciona a avaliação
NEUROLÓGICA do indivíduo.

Diante dessa avaliação o paciente pode encontrar-se:

7.1 COMPENSADO
A. CONVERSA

B. TAQUIPNÉIA LEVE FR: 20-30 IRPM

C. TAQUICARDIA LEVE FC: 100-120 BPM, PULSO RADIAL NORMAL.

D. NORMAL, CONFUSO, RESPONDE AO COMANDO VERBAL.

7.2 DESCOMPENSADO
A. ANSIOSO, CONVERSA POUCO.

B. TAQUIPNÉIA LEVE FR: 30-35 IRPM, ESFORÇO RESPIRATÓRIO, CIANOSE.

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Unidade 7 – Avaliação Inicial

C. TAQUICARDIA LEVE, FC: 120-140 BPM, PULSO RADIAL FINO, PULSO


CAROTÍDEO NORMAL.

D. NORMAL, CONFUSO, AGITADO, RESPONDE À DOR.

7.3. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA IMINENTE


A. RESPIRAÇÃO COM RUÍDOS

B. TAQUIPNÉIA OU BRADIPNÉIA, FR MAIOR 35 IRPM OU MENOR QUE 10


IRPM, GRANDE ESFORÇO RESPIRATÓRIO, CIANOSE.

C. TAQUICARDIA OU BRADICARDIA, FC MAIOR 140 BPM OU MENOR QUE


60 BPM, PULSO RADIAL NÃO PALPÁVEL, PULSO CAROTIDEO FINO.

D. LETÁRGICO, EM COMA, NÃO RESPONDE A ESTÍMULOS.

Nos casos relacionados a parada cardiorrespiratória deve-se iniciar prontamente as


manobras de reanimação cardiopulmonar conforme protocolo especifico da unidade, não
podendo perder tempo diante de tal situação.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

08
SINAIS DE ALERTA EM CASO DE
TRAUMA

Em todos os casos, deve se manter alerta diante das possíveis alterações dos quadros de
saúde do paciente, podendo haver piora no prognostico dos mesmos, principalmente, nas
situações relacionadas a seguir:

• Acidentes com veículos motorizados acima de 35 km/h

• Forças de desaceleração, tais como quedas ou explosões

• Perdas de consciência, mesmo que momentâneas após acidentes

• Acidentes com ejeção do veículo

• Negação violenta das óbvias injúrias graves, pensamentos de fuga e alteração do


discurso, respostas inapropriadas

• Fraturas de 1ª e 2ª costelas

• Fraturas da 9ª, 10ª e 11ª costela ou mais de 3 costelas

• Possível aspiração

• Possível contusão pulmonar

• Acidentes com óbito no local

• Atropelamento de pedestre ou ciclista

• Acidente com motociclista

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Unidade 8 – Sinais de Alerta de em Caso de Trauma

Estudos têm mostrado que o STM tem boa confiabilidade e validade para a triagem
de pacientes em serviços de urgência e emergência, embora ainda existam episódios de
subtriagem ou supertriagem (PARENTI, 2014; AZEREDO, 2015).

Pesquisas realizadas no Brasil revelaram o STM como bom preditor para os


desfechos clínicos de pacientes admitidos em serviços de urgência e emergência, uma vez
que os pacientes evoluem com níveis de gravidade diferentes entre os grupos de cores de
classificação (GUEDES, 2016; PINTO, 2012). Quando comparado com um protocolo
institucional brasileiro, estudo mostrou que o STM aumentou o nível de prioridade dos
pacientes, sendo esse sistema considerado mais inclusivo (SOUZA, 2011).

Entretanto, mesmo com resultados satisfatórios em termos de validade e


confiabilidade, o STM, por si só, parece não ser capaz de garantir qualidade e eficiência no
serviço de urgência e emergência.11 A literatura constatou que o tempo de espera foi mais
bem distribuído entre os níveis de urgência após a implantação do STM, porém sem redução
no tempo para atendimento (STORM-VERSLOOT, 2014).

Pesquisas demonstrando a performance do STM em relação ao tempo de espera por


atendimento são escassas, principalmente abordando a realidade dos serviços de saúde
brasileiros.

Na explicação para o Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR), o Ministério


da Saúde determina que esse instrumento constitui em uma diretriz operacional que uni as
ações de acolhimento com as de classificação de risco do usuário. Isso significa que, no
ACCR, o usuário que entra no Serviço Hospitalar de Emergência (SHE) é acolhido, ouvido,
guiado à consulta de enfermagem, classificado de acordo com o grau de risco de seu agravo
e atendido pelo médico segundo a urgência do caso (BELLUCCI JR, MATSUDA 2012).

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

09
ENTENDA A CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
PELA COR

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Unidade 10 – Atuação do Enfermeiro

10
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO

A atuação do enfermeiro no acolhimento “ultrapassados conhecimentos técnicos científicos


à capacidade de liderança, ao mesmo tempo em que desenvolve o senso crítico para avaliar,
ordenar e cuidar”. (ALBINO, GROSSEMAN, RIGGENBACH, 2010, p.72).

No Brasil, o papel do enfermeiro no acolhimento com classificação de risco está


previsto nas portarias do Ministério da Saúde que regulamentam os serviços de urgência e
emergência (CAVALCANTE, RATES & SILVA, 2012)

Segundo Mackaway-Jones (2010), o enfermeiro tem outras atividades previstas no


STM, como a prestação dos primeiros atendimentos em casos de reanimação, administração
de alguns medicamentos, conforme o protocolo individual de cada hospital, prestar
informações sobre encaminhamentos do serviço, o direcionamento para especialidades
conforme as conexões do serviço de emergência e a administração da sala de espera.

Segundo Souza (2010), a função do enfermeiro vem se destacando das demais por
sua autonomia nas tomadas de decisões, na capacidade de avaliar, ordenar e cuidar, tendo
como meta o acolhimento e a satisfação do usuário, garantindo a assistência resolutiva e o
comprometimento do bem-estar da equipe e do usuário.

Oliveira et al(2013), afirmam que a carga de trabalho aumentada para os profissionais


do serviço de emergência, em decorrência do número elevado de usuários não urgentes,
também contribui para a má qualidade do atendimento oferecido. Esforços para triar usuários
com pequenos agravos podem consumir o mesmo tempo gasto no seu tratamento, como
também se ressalta que esta grande demanda na emergência pode expor a equipe a acidentes
ocupacionais.

Observa-se que o profissional enfermeiro mesmo sendo capacitado para o trabalho,


encontra adversidades embutidas no cenário, dentre eles a dificuldade de adaptação dos
usuários e profissionais médicos ao novo protocolo, quadro de profissionais diminuídos,
falta de recursos, alta demanda, jornada de trabalho excessiva gerando estresse, desconforto
e por vezes desentendimentos por parte dos usuários

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

11
CONCLUSÃO

Um serviço de triagem pode resgatar os princípios e diretrizes do SUS e também garantir o


direito à cidadania, na medida em que realiza o acolhimento, orienta e encaminha o usuário
para o serviço adequado, atende necessidades do indivíduo e da instituição, ou seja, triagem
é muito mais que classificar doentes

Prestar atendimento digno, por meio de política de saúde descentralizadora,


estabelecendo as condições necessárias para melhorar o acesso, a qualidade da assistência,
a participação e a equidade nos campos da saúde, deve ser visto como pressuposto básico
para fazer valer os princípios do SUS.

Promover assim a tão sonhada humanização e respeito ao usuário do serviço público


de saúde faz parte de todo o processo de saúde como direito de todos. A satisfação do usuário
quanto ao atendimento está relacionada com as características facilitadoras do atendimento
e pela qualidade dos serviços prestados. A responsabilidade, vínculo e abordagem dos
indivíduos como sujeitos participantes de todo o processo de recuperação, resolução e
integração ao sistema de saúde são dimensões assistenciais que devem ser desenvolvidas no
serviço com intuito de buscar a melhoria da qualidade de vida e resgatar a saúde como direito
de todos.

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30
Urgência e Emergência
Nice Dias Gonçalves

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

01
INTRODUÇÃO

Os serviços de emergência / urgência prestam cuidados a milhões de pessoas por ano. As


constantes mutações no atendimento são inúmeras e dependem da natureza de cuidados que
os mesmos implicam e de muitas outras condições inerentes à condição humana.

A utilização do Serviço Hospitalar de Urgência (SHU) no Brasil tem sido motivo de


inquietação para gestores dos sistemas de saúde, profissionais e a sociedade em geral, pois
o seu uso tem se tornado crescente. A maioria desses serviços funciona acima de sua
capacidade instalada, com profissionais sem capacitação, gerenciamento inefetivo, ausência
de planejamento, excesso de demanda e demanda inadequada (O’DWYER; OLIVEIRA;
SETA, 2009).

De acordo com Garlet et al. (2009), ressaltam-se ainda o crescente aumento do


atendimento no SHU relacionado ao aumento dos acidentes e da violência urbana, às
questões socioeconômicas, à falta de leitos para internação na rede pública, ao aumento da
longevidade da população, assim como à falta de agilidade e de resolutividade dos serviços
de saúde (VALENTIM; SANTOS, 2009). A crise no SHU é agravada, também, pela procura
por pessoas em situação de urgência, juntamente com aquelas em condições de saúde não
graves, dificultando o estabelecimento de prioridades (MARQUES; LIMA, 2008).

As principais situações que envolve as urgências e emergências são as situações de


traumas, se configurando estatisticamente como a principal causa de morte em pessoas entra
1 a 44 anos de idade, sendo responsável por mais de 70% das mortes entre as idades de 18 e
24 anos, e mais de 40% entre as idades de 1 a 14 anos.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os acidentes de trânsito são um


enorme problema de saúde pública, ocasionando essas situações de traumas, e levando a
1,24 milhão de óbitos por ano em todo o mundo.

Sendo assim, é importante ajustar os serviços de urgência e emergência, com equipe


multidisciplinar e tecnologias, associado a estratégias de gestão para intervir nessa situação
exposta.

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Unidade 1 – Introdução

Para Bellucci Júnior e Matsuda (2012), quando se pensa em qualidade nos serviços
hospitalares, surge a necessidade de discutir formas de gestão que deem suporte às
instituições para que possam atender às necessidades e exigências do usuário em todas as
suas dimensões. Nesse contexto é que o governo federal propõe a reorganização e a
normatização do atendimento no SHU em todo território nacional, por meio da Política
Nacional de Atenção às Urgências e da Política Nacional de Humanização, contemplando
estratégias para o Acolhimento com Classificação de Risco (BRASIL, 2009).

Essas políticas visam ampliar o acesso, reduzir as filas e o tempo de espera para o
atendimento, diminuir o risco de mortes evitáveis, a extinção das triagens por profissional
não qualificado e a priorização de acordo com critérios clínicos em vez da ordem de chegada
(BRASIL, 2009). Configura-se como ação potencialmente decisiva na reorganização dos
serviços de saúde em rede por propiciar assistência resolutiva e humanizada àqueles em
situações de risco (SOUZA ET AL., 2011).

No Brasil, o Ministério da Saúde propõe a implantação de um sistema com


denominação de Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) em vez de triagem, por
pressupor que o verbo triar exprime exclusão (DURO; LIMA, 2010).

A identificação da demanda de acesso dos usuários aos serviços de saúde é


fundamental no gerenciamento da capacidade de utilização dos recursos disponíveis, assim
como a superlotação nos serviços de emergência com problemas de saúde não urgentes tem
atraído atenção mundial e motivado vários estudos nesta área (VAN UDEN et al., 2005).

Assim, ainda na década de 1960, nos Estados Unidos da América, iniciou-se a


implantação de sistemas de triagens em serviços de atendimento às urgências. Paralelamente,
no Canadá foi desenvolvido um sistema que somente em 1995 tornou-se realidade. Na
Austrália, uma escala de classificação das urgências foi adotada em 2000, porém foi no
Reino Unido que, em 1997, iniciou-se a triagem de Manchester, reconhecida
internacionalmente e mais utilizada nos dias atuais, pois apresenta os critérios de gravidade,
do tempo alvo de atendimento e de reavaliação do paciente. A partir de 2001, na Espanha,
também foi introduzido um sistema classificatório de urgências hospitalares (DURO; LIMA,
2010).

As ações de acolhimento podem ser realizadas por qualquer profissional de saúde,


desde que capacitado. Entretanto, cabe ao enfermeiro reunir as condições necessárias, as
quais incluem linguagem clínica orientada para os sinais e sintomas, para a realização das
escalas de avaliação e classificação de risco do usuário de acordo com o grau de urgência de
seu agravo, com base em um sistema predefinido: emergência, urgência, menor urgência e
baixa complexidade (BRASIL, 2009).

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

02
DEFINIÇÕES DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA

A definição de urgência, segundo a Resolução 1451/95 do Conselho Federal de Medicina,


é "a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo
portador necessita de assistência médica imediata", e emergência como "a constatação
médica de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente de vida ou
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato" (CONSELHO,
2014).

A área de Urgência e Emergência, segundo o Ministério da Saúde (2002),


constitui-se em um importante componente da assistência à saúde, assim, é necessário
definir esses termos utilizados cotidianamente. As definições são as mais diversas
possíveis de vários autores, todavia todas concluem os mesmos significados.

URGÊNCIA EMERGÊNCIA

Do latim urgentia, que significa Do latim emergentia, que


Dicionário qualidade de urgente; caso ou significa ação de emergir;
Aurélio situação de emergência, de situação crítica, incidente; caso
urgência. de urgência.

Constatação médica de
Quando há ocorrência
condições de agravo à saúde que
imprevista de agravo à saúde,
Ministério da impliquem em risco iminente de
com ou sem risco potencial de
Saúde morte ou sofrimento intenso,
morte, cujo portador necessite
exigindo, portanto, tratamento
de assistência imediata.
médico imediato.

Fonte: Dicionário Aurélio (2010) e Ministério da Saúde (2010).

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34
Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência

De acordo com Ferreira (1988) Urgência e Emergência se configuram da seguinte


maneira: ‘urgência’ faz referência a ‘urgente’ e ‘urgir’ que significa urgência. (do lat.
urgentia) = Qualidade de urgente; Caso ou situação de emergência, de urgência; Urgência
urgentíssima. Ao passo que ‘emergência’ é vista por essa ótica como sinônimo, se
configurando com emergência (do lat. emergentia) = Ação de emergir; Nascimento (do
Sol); Situação crítica; acontecimento perigoso ou fortuito; incidente; caso de urgência, de
emergência: emergências médicas; emergências cardíacas.

A literatura biomédica já traz um esclarecimento maior sobre essa discussão, a


definição de urgência, segundo a Resolução 1451/95 do Conselho Federal de Medicina,
é "a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou se risco potencial de vida, cujo
portador necessita de assistência médica imediata", e emergência como "a constatação
médica de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente de vida ou
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato" (CONSELHO,
2014).

Os termos urgência e emergência geram muitas dúvidas no meio da saúde, por


esta razão passou-se a utilizar somente o termo “urgência”, para os casos que necessitem
de cuidados imediatos. Classificam-se os vários graus de urgência da seguinte forma:
nível 1, emergência ou urgência de prioridade absoluta, casos em que há risco imediato
de morte ou perda funcional grave; nível 2, urgência de prioridade moderada, casos de
necessidade de atendimento médico não imediato, porém dentro de poucas horas; nível
3, urgência de prioridade baixa, com necessidade de avaliação médica, podendo aguardar
várias horas; nível 4, urgência de prioridade mínima, situações em que o médico pode
fornecer orientações por telefone (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009).

A Portaria Nº 354, de 10 de Março de 2014, que relata sobre boas práticas para
organização e funcionamento de serviços de urgência e emergência, traz como
significado:

Emergência: constatação médica de condições de agravo à


saúde que impliquem sofrimento intenso ou risco iminente de
morte, exigindo, portanto, tratamento médico imediato.
Urgência: Ocorrência imprevista de agravo à saúde como ou
sem risco potencial a vida, cujo portador necessita de
assistência médica imediata. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2014).

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

Assim, entende-se por emergência entidades patológicas que acarretam risco de


morte imediato ou debilitação relevante e devem ser tratadas em poucos minutos,
enquanto que as urgências são aquelas que necessitam de tratamento em um tempo menor
que 12 horas.

Os serviços de urgência e emergência são caracterizados pelo atendimento a


pacientes em situações agudas com risco de morte e/ou sofrimento intenso, porém a
maioria dos usuários que procuram estes serviços poderiam ter seus problemas resolvidos
na atenção primária “Unidade Básica de Saúde” – UBS (LOPES JB, 2011).

O atendimento de urgência/emergência, na maior parte dos hospitais públicos do


Brasil, é ineficaz, resultando num atendimento de pouca qualidade, demora na espera e
acumulo de pacientes nos corredores das unidades de pronto atendimento. Esses fatos são
concedidos pelas insuficiências do andamento da atenção básica e refletem na grande
demanda das unidades de pronto atendimento (OLIVEIRA, 2013).

O Enfermeiro destaca-se pelas suas características generalistas, que lhe permitem


na realização de triagem no setor de emergência assumir a responsabilidade pela
avaliação inicial do paciente, iniciar a obtenção do diagnóstico, encaminhar paciente para
a área clínica adequada, supervisionar o fluxo de atendimento, ter autonomia e dirigir os
demais membros da equipe. Sendo ainda prioritário um conjunto de conhecimentos,
atitudes, capacidades e aptidões que habilitam o profissional a um atendimento
humanizado (CORENDF, 2010).
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Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência

Urgência e emergência são termos usados na área da medicina, que muitas vezes
são confundidos por usuários e também pelos profissionais de saúde. Urgência é uma
situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível que não ultrapasse a duas
horas, a fim de evitar complicações e sofrimento emergência é toda situação em que há
ameaça eminente à vida, sofrimento intenso ou risco de lesão permanente, havendo
necessidade de atendimento imediato (OLIVEIRA GN et al., 2011).

Os serviços de emergência hospitalares no Brasil são um fenômeno mundial


caracterizado por todos os leitos da unidade de emergência ocupados, pacientes acamados
nos corredores, tempo de espera para o atendimento acime de uma hora, alta tensão na
equipe assistencial, grandes pressões na demanda do atendimento o que pode resultar em
baixo desempenho do sistema de saúde (BITTENCOURT; HORTALE, 2009).

O atendimento de urgência e emergência é essencial para manutenção da vida. Por


tanto se torna necessário a capacitação das equipes de saúde em todos os âmbitos da
assistência, a partir de um enfoque estratégico promocional, abarcando toda a gestão e
atenção extra hospitalar fixa e móvel, hospitalar e pós-hospitalar, envolvendo
profissionais de nível superior e de nível técnico, em comum acordo com as diretrizes do
SUS e alicerçada nos polos de educação onde deve estar estruturado o atendimento de
urgência e emergência normatizado pelas leis vigentes do Ministério da SAÚDE
(SOUSA; DIAS; OLIVEIRA, 2011).

Nos últimos anos tem se estudado amplamente os Serviços de Urgência e


Emergência o mundo, devido ao aumento exagerado na utilização deste serviço pelos
usuários. Conforme Marques et.al. (2007):

A falta de definições políticas, a baixa resolutividade e a


qualidade oferecida nos serviços, aliada à dificuldade de
mudança nos hábitos culturais e crenças da população tem
levado o usuário a buscar a assistência médica onde exista a
porta aberta. Algumas situações podem ser identificadas na
maioria das unidades públicas de urgência do Brasil,
interferindo consideravelmente o processo de trabalho e a
qualidade do cuidado prestado à população, pois os serviços
hospitalares de atendimento ficam abertos 24 horas e assim,
apresentam situações que vão desde aquelas de sua estrita
responsabilidade, até atendimentos com um volume
considerável de ocorrências não urgentes que poderiam ser
atendidos em estruturas de menor complexidade (GARLET et.
al., 2009).

Um estudo realizado por Furtado et. al. (2004), em um hospital geral de


Pernambuco, constatou que 74,5% dos atendimentos poderiam ser realizados na atenção
básica, por não se caracterizar como urgências, pois eram queixas típicas. Com esta
demanda os casos graves e agudos acabam prejudicados, acarretando no acúmulo de
tarefas e ainda no aumento de custos de atendimento e a sobrecarga da equipe dos
profissionais de saúde.

E ainda existem situações extremas que dificultam a capacidade de resolutividade


dos serviços, com o encaminhamento dos pacientes para outros hospitais, tornando as

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

salas de observação, que deveriam ser de permanência temporária dos pacientes, em alas
de internação, sem as devidas condições de estrutura e equipe para cuidados contínuos,
expondo os pacientes a riscos (GIGLIO-JACQUEMOT 2005).

Com base neste contexto, os usuários utilizam os serviços hospitalares de urgência


e emergência por entenderem que esta alternativa é mais resolutiva, pois recebem um
somatório e recursos, como: consultas, remédios, exames, procedimentos de enfermagem
e internações (MARQUES et. al. 2007).

Os serviços de atendimento as urgências e emergências seguem instituídos pela


Política Nacional de Atenção as Urgências (PNAU), tendo como finalidade atender
usuários em estado grave, como também casos não urgentes que deverão após ser
encaminhados aos serviços ambulatoriais ou especializados da rede de atenção à saúde.

O Ministério de Saúde (2002) define:

Pronto atendimento: Unidade prestadora de atendimento dentro do horário de


funcionamento do estabelecimento de saúde.

Unidade de Atendimento de Emergência: Unidade prestadora de atendimento


24 horas por dia, realizando o primeiro atendimento, e, após, encaminhados para os
centros de especialidades.

Pronto Socorro: Deverá prestar atendimento 24 horas do dia e dispõe apenas de


leitos de observação.

A rede de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) é estruturada de forma que


cada tipo de atendimento tem um destino certo. A rede é dividida em atenção básica –
UBS e equipes de Saúde da Família; nível intermediário feito pelo Serviço de
Atendimento Móvel as Urgência (Samu) e UPAs; e o atendimento de média e alta
complexidade é feito nos hospitais.

As UBS são locais onde os usuários do SUS podem receber atendimento médico
para diagnóstico e tratamento de cerca de 80% dos problemas de saúde dos usuários. É
nessas unidades que a população tem acesso a medicamentos gratuitos e vacinas, faz
atendimento pré-natal, acompanhamento de hipertensos e diabéticos e de outras doenças
como tuberculose e hanseníase. As UBS são a porta de entrada do SUS, e contribuem
para o aumento da qualidade de vida e para a redução dos encaminhamentos aos hospitais.

Já as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) funcionam 24 horas por dia, sete


dias por semana e podem resolver grande parte das urgências e emergências, como
pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. A estrutura simplificada, com
Raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação,
colabora para a diminuição das filas nos prontos-socorros. Quando o paciente chega às
unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico.
Nas localidades em que estão em pleno atendimento, as unidades têm capacidade para
atender sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro hospitalar mais de 90%
dos pacientes.

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Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência

2.1 DIFERENÇA ENTRE UBS E UPA

Segundo o Ministério da Saúde, os serviços de urgência e emergência têm como


objetivo diminuir a morbi-mortalidade e as sequelas incapacitantes. Para tanto, é preciso
garantir os elementos necessários para um sistema de atenção de emergência,
considerando recursos humanos, infraestrutura, equipamentos e materiais, de modo a
assegurar uma assistência integral, com qualidade adequada e contínua (BRASIL, 2009).

NASCIMENTO et al(2011), complementa informando que a grande procura por


atendimento nos serviços de urgência hospitalar tem inúmeras causas que podem estar
associadas ao aumento de acidentes e da violência urbana, as questões socioeconômicas,
a falta de leitos para internação na rede pública, o aumento da longevidade da população.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

03
SITUAÇÕES QUE MOTIVAM À PROCURA
DO SERVIÇO DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA

No Brasil as Unidades de Urgência e Emergência, contrariando o que para elas havia sido
planejado tornaram-se, principalmente a partir da última década do século passado, as
principais portas de entrada no sistema de atenção à saúde, eleitas pela população como
o melhor local para a obtenção de diagnóstico e tratamento dos problemas de saúde,
independentemente do nível de urgência e da gravidade destas ocorrências (GALLO,
MELLO, 2009).

Assim um grande número de pacientes prefere abrir mão do atendimento


oferecido nos postos de saúde, apesar de sua maior acessibilidade, para se dirigir às
Unidades de Urgências e Emergências que oferecem, em geral, atendimento de 24 horas,
maior oferta de clínicas especializadas, exames de maior complexidade e, caso
necessário, a possibilidade de internação (PAIVA et al., 2010).

Segundo Giglio-Jacquemot (2005), as percepções de profissionais e usuários do


Sistema de Saúde sobre urgências são distintas. Para os profissionais, situações de
urgências são aquelas em que há o risco de vida a partir de definições biomédicas. Em
contrapartida, os usuários julgam como urgências problemas que atrapalham gravemente
sua vida cotidiana.

A mesma autora cita que os Serviços de Urgência e Emergência, quando


observados, podem ser um panorama do funcionamento do Sistema de Saúde da região
onde estão inseridos. A irritação frequente de usuários pode ser resultado de obstáculos
na utilização da rede de serviços, tais como a dificuldade no acesso e/ou pouca
resolutividade nos Serviços da Rede Básica.

A procura frequente por parte de alguns usuários pode estar relacionado à


condição crônica de saúde. E essa condição necessita de um gerenciamento contínuo por
anos, exigindo esforço do Sistema de Saúde, pois requer ações tanto de caráter continuado
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Unidade 3 – Situações quem Motivam à Procura do Serviço de Urgência e Emergência

quanto de pronto atendimento, no qual o uso de Serviços de Emergência se torna


imprescindível (MATTOS, 2008).

No entanto, as exacerbações e agudizações de condições crônicas, poderiam ser


evitadas com um bom manejo e assistência da Rede Básica (SCHULL, 2005), retomando
a hipótese de que os Serviços de Urgência estão atendendo pacientes com problemas que
seriam resolvidos na Atenção Primária.

De acordo com Dallari et al(2009), a atenção em urgência, o crescimento do


número de acidentes, a violência urbana e a insuficiente estruturação da rede de serviços
de saúde são fatores que têm contribuído decisivamente para a sobrecarga dos serviços
hospitalares. O conhecimento desta realidade em nosso meio é de importância
fundamental, no sentido de evidenciar a necessidade de reestruturação do atual sistema
de saúde, na perspectiva de consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde
(SUS).

A Portaria GM 2048/2012 alerta para uma preocupante realidade, na necessidade


de escoar a demanda não absorvida pela atenção básica, com um crescente número de
Pronto Atendimento (PA), com atendimento médico, mas sem estrutura e apoio de
diagnósticos, sem elucidação diagnóstica, sem equipamento, sem estrutura e fora da rede
de assistência, colaborando para um atendimento de baixa qualidade sem resolutividade,
oportunizando um retorno para estas unidades de saúde.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

04
ACESSO E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS
DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Superlotação, demora no atendimento e custos cada vez mais altos são apenas algumas
das consequências causadas pelo uso inadequado do serviço dos prontos atendimentos.

A área de urgência e emergência sempre foi considerada uma área crítica na


implementação do SUS, tendo em vista que a falta ou mesmo a desorganização da atenção
nesta área provoca crises envolvendo gestores, prestadores de serviços e os usuários, estes
os mais prejudicados. (SILVA, 2011).

De acordo com Marques (2010) e Pasarín (2006), a utilização do Serviço de


Urgência e Emergência se inicia pela percepção que o usuário tem quanto aos Sinais e
Sintomas que são valorizados por eles, como perda ou comprometimento da saúde. A
partir disso, as pessoas utilizam mecanismos simbólicos que os levam à decisão do que
poderá ser feito para investigar o problema ou para recuperar a normalidade perdida.

De um modo geral, a utilização é descrita pela soma dos fatores relacionados à


necessidade de saúde, ao usuário, ao prestador de serviços, à organização e a política. A
necessidade de saúde diz respeito à morbidade, gravidade e urgência da doença de quem
procura o Serviço. A escolha quanto ao serviço que deverá ser procurado, é, também,
fortemente influenciada pela busca por profissionais competentes para o atendimento e
pela confiança na experiência e capacidade dos membros da equipe de saúde. A satisfação
do usuário com o serviço é determinante para a sua reutilização.

No entanto, conforme descrito por Batistela et. al. (2008), o conhecimento da


população sobre a qualidade da assistência, pode ser confundida pela crença de que em
hospitais serão mais bem atendidos do que em outros Serviços de Saúde. Essa crença é
voltada para o modelo assistencial biomédico, em que os hospitais são a peça central do
sistema de saúde e a rede básica é considerada desqualificada.

Atualmente em nosso país, o acesso aos serviços de saúde é articulado e


complementado pelo Acolhimento, que foi implantado em 2003 pela Política Nacional

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Unidade 4 – Acesso e Utilização dos Serviços de Urgência e Emergência

de Humanização (PNH), que trata de uma proposta de reorganização da lógica e


funcionamento dos serviços de saúde, em que o serviço garante o acesso assumindo a
função de acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas aos usuários. E dentre as
propostas de acolhimento, está a avaliação e classificação de risco para os Serviços de
Urgência e Emergência (BRASIL, 2004).

Porém, esse modelo de atendimento, requer uma melhora em nossa Atenção


Básica de Saúde, pois prepara o usuário que não tem necessidade de estar utilizando os
serviços de Pronto Atendimento, para que procure a rede básica de saúde. Mas, de nada
vai adiantar se o usuário procurar esse serviço primário e este não funcionar de acordo
com a sua necessidade, que com certeza da próxima vez procurará o Pronto Atendimento,
pois a seu ver “resolve o seu problema”.

Considerando a importância da área de Urgência e Emergência enquanto


componente da assistência à saúde, o crescimento da demanda por serviços nesta área e a
insuficiente estruturação da rede assistencial o Ministério da Saúde em parceria com as
Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, em novembro de
2002, editou a Portaria 2048/GM que dispõe sobre o regulamento técnico dos sistemas
estaduais de urgências e emergências, estabelecendo normas e critérios de funcionamento
para o atendimento pré-hospitalar, atendimento pré-hospitalar móvel, atendimento
hospitalar, transporte inter-hospitalar, prevê a criação de Núcleos de Educação em
Urgências e a proposição de grades curriculares para capacitação de recursos humanos
nesta área (BRASIL, 2006).

A Política Nacional de Atenção às Urgências foi instituída pela Portaria 1863/GM,


de setembro de 2003, para garantir a organização dos sistemas regionalizados, a
universalidade, equidade e integralidade no atendimento às urgências clínicas, cirúrgicas,
gineco obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e as relacionadas às causas externas
(BRASIL, 2006).

A necessidade de reordenar os fluxos de referência e contra referência de pacientes


no SUS, de integrar os serviços de urgência hospitalar aos demais níveis de atenção, seja
por meio da regulação médica das urgências ou de outras centrais do complexo regulador
da atenção no SUS, justificou em setembro de 2004, a publicação da Portaria 1828/GM,
que estabeleceu as atribuições gerais e específicas das Centrais de Regulação Médica de
Urgências e o respectivo dimensionamento técnico para estruturação e operacionalização
destas centrais (BRASIL, 2006).

Não é possível organizar hospitais terciários de urgência e emergência sem retirar


deles o grande número de pessoas portadoras de urgências menores. Por outro lado, para
que as pessoas com situações de urgências que requerem menor densidade tecnológica
possam ser atendidas na atenção primária à saúde, faz-se necessário implantar um modelo
de atenção adequado às demandas das condições crônicas para que assim possa atender
às urgências menores e, no médio e longo prazos, diminuir a demanda às unidades de
urgência e emergência maiores (MENDES, 2009).

De acordo com o Ministério da Saúde, os principais problemas da assistência às


urgências e emergências no Brasil são: estrutura física e tecnológica inadequada,
insuficiência de equipamentos, recursos humanos limitados e com capacitação
insuficiente para trabalhar em emergências, baixa cobertura do atendimento pré-

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

hospitalar móvel, número insuficiente de unidades de pronto atendimento não-


hospitalares e que têm baixa resolutividade, insuficiente retaguarda para transferência de
doentes, entre outros (BRASIL, 2005).

A assistência às urgências e emergências há muitas décadas é um dilema para o


sistema público de saúde. Considerando as mudanças do perfil demográfico e de
morbimortalidade ocorridas no país nos últimos anos, tendo como um dos principais
destaques o aumento dos casos de acidentes e violência, podemos afirmar que hoje os
serviços de UE exercem um papel muito relevante dentro da assistência à saúde no Brasil.
O aumento desse tipo de demanda assistencial começou a pautar fortemente o Sistema
Único de Saúde e cada vez mais tornou-se latente a necessidade de se pensar políticas que
possibilitassem a organização, qualificação e consolidação da atenção às urgências e
emergências. Embora continuasse a priorizar a Estratégia da Saúde da Família enquanto
proposta de reorientação do modelo assistencial, o Ministério da Saúde, a partir da década
de 2000, começa a se dedicar a organizar a atenção às urgências e emergências no país
(MACHADO; BAPTISTA; NOGUEIRA, 2011).

Segundo Machado et al. 2001 o processo de construção da política federal de


atenção às urgências pode ser dividido em três momentos. Um primeiro período envolveu
as primeiras iniciativas de regulamentação, localizado entre 1998 e 2002. No período
seguinte, entre 2003 e 2008, identifica-se a formulação e implantação da Política Nacional
de Atenção às Urgências, com priorização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU) e, por fim, desde 2008 temos como foco a continuidade do SAMU e a
implantação das Unidades de Pronto Atendimento. Essas iniciativas visaram organizar e
direcionar a atenção às urgências e emergências no país e, apesar das dificuldades,
alcançaram alguns avanços no que tange à definição de conceitos, organização do sistema
em rede, incorporação de novas tecnologias e financiamento dos serviços. Através delas
foi possível reorganizar os serviços e a assistência de forma a envolver todos os níveis de
atenção à saúde, desde a atenção básica até os hospitais de grande porte, definindo assim
a competência de cada um dos serviços pertencentes à rede assistencial do SUS, não
ficando mais restrito somente às unidades de pronto socorro e hospitalares.

Além disso, foi instituído que as unidades de UE também funcionassem como


uma das portas de entrada do SUS, com possibilidade de reordenamento do fluxo de
referência e contrarreferência e de integrá-las através da regulação médica (ODWYER,
2009).

A Política Nacional de Atenção às Urgências está estruturada em: componente


Pré-Hospitalar Fixo, componente Pré-Hospitalar Móvel, componente Hospitalar e
componente pós-hospitalar (BRASIL, 2003).

O componente Pré-Hospitalar Fixo é composto por unidades básicas de saúde e


unidades de saúde da família, equipes de agentes comunitários de saúde, ambulatórios
especializados, serviços de diagnóstico e terapias, e unidades não-hospitalares de
atendimento às urgências, como as UPA’s (Unidades de Pronto Atendimento), por
exemplo. O componente Pré-Hospitalar Móvel é composto pelo SAMU (Serviço de
Atendimento Móvel de Urgências) e os serviços associados de salvamento e resgate. O
componente Hospitalar são os hospitais gerais de pequeno, médio e grande porte, bem
como todos os leitos de internação, passando pelos leitos gerais e especializados de
retaguarda, de longa permanência e os de terapia semi-intensiva e intensiva, mesmo que
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44
Unidade 4 – Acesso e Utilização dos Serviços de Urgência e Emergência

esses leitos estejam situados em unidades hospitalares que atuem sem porta aberta às
urgências. O componente Pós-Hospitalar é composto pela atenção domiciliar, hospitais-
dia e projetos de reabilitação integral com componente de reabilitação de base
comunitária. A atual Política Nacional de Atenção às Urgências (PNAU) tem como
principais focos o SAMU e as UPA’s.

O SAMU é um componente fundamental dentro da PNAU, pois tem como


objetivo chegar precocemente à vítima de um agravo à saúde (de natureza clínica,
cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica e entre outras) e possa prestar os
primeiros atendimentos o mais rápido possível. O SAMU tem unidades de suporte básico
de vida (equipe composta por técnicas de enfermagem) e unidades de suporte avançado
de vida (equipe composta por médico e enfermeira), sendo ambas coordenadas por uma
central de regulação. O atendimento deste serviço pode ser tanto primário, quando o
pedido de socorro for oriundo de um cidadão, quanto secundário, quando a solicitação
parte de um serviço de saúde no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento
(BRASIL, 2011).

No início da implantação da PNAU esse componente foi eleito como prioridade.


Isso foi justificado pelo Ministério da Saúde devido aos índices de morbimortalidade
relativa ao trauma e a violência no país e também pela insuficiência na oferta de serviços
de atendimento pré-hospitalar móvel22. Com a consolidação do SAMU o próximo passo
foi a implantação/adequação das UPA’s e Salas de Estabilização (BRASIL, 2008).

O projeto das UPA’s 24h integra a Política Nacional de Urgência e Emergência,


lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, e baseou-se em experiências de cidades como
Campinas (SP), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG). Mesmo sendo criado em 2003, a
denominação UPA 24 h só começa a se tornar usual a partir de 2008 e, quando há um
maior esforço por parte do Governo Federal em normatizar esse tipo de serviço de saúde.
Nos anos subsequentes foram publicadas mais sete portarias sobre o tema estabelecendo
uma nova prioridade para o Governo Federal, que disponibilizou recursos financeiros
para sua implementação (BRASIL, 2011).

A implantação da UPA é feita de acordo com a população da região a ser coberta,


o que irá condicionar a capacidade instalada (área física, número de leitos disponíveis,
recursos humanos e capacidade diária de atendimentos médicos). A partir desses critérios,
as UPA’s são classificadas em três diferentes portes (BRASIL, 2009).

• UPA Porte I: tem de 5 a 8 leitos de observação. No mínimo 2 médicos por plantão


(um pediatra e um clínico geral). Capacidade de atender até 150 pacientes por dia.
População na área de abrangência de 50 mil a 100 mil habitantes.

• UPA Porte II: 9 a 12 leitos de observação. No mínimo 4 médicos por plantão


(distribuídos entre pediatras e clínicos gerais). Capacidade de atender até 300
pacientes por dia. População na área de abrangência de 100 mil a 200 mil
habitantes.

• UPA Porte III: 13 a 20 leitos de observação. No mínimo 6 médicos por plantão


(distribuídos entre pediatras e clínicos gerais). Capacidade de atender até 450
pacientes por dia. População na área de abrangência de 200 mil a 300 mil
habitantes.

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45
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

As UPA’s são unidades não-hospitalares de atendimento às urgências. Elas


podem ser compreendidas como estabelecimentos de saúde de complexidade
intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospitalar.
As principais competências das UPA’s são (BRASIL, 2011):

• Funcionar de modo ininterrupto nas 24 horas, em todos os dias da semana,


incluídos feriados e pontos facultativos;

• Acolher todos os pacientes e seus familiares sempre que buscarem atendimento;

• Implantar processo de Acolhimento com Classificação de Risco, em ambiente


específico;

• Prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por


quadros agudos ou agudizados de natureza clínica, e prestar primeiro atendimento
aos casos de natureza cirúrgica e de trauma, estabilizando os pacientes e
realizando a investigação diagnóstica inicial, de modo a definir, em todos os casos,
a necessidade ou não de encaminhamento a serviços hospitalares de maior
complexidade;

• Fornecer retaguarda às urgências atendidas pela Rede de Atenção Básica;

• Funcionar como local de estabilização de pacientes atendidos pelo SAMU 192;

• Realizar consulta médica em regime de pronto atendimento aos casos de menor


gravidade;

• Manter pacientes em observação, por período de até 24 horas, para elucidação


diagnóstica e/ou estabilização clínica;

• Encaminhar para internação em serviços hospitalares os pacientes que não tiverem


suas queixas resolvidas nas 24 horas de observação, por meio das centrais
reguladoras;

Essas competências atribuídas às UPA’s demonstram o seu caráter assistencial,


sobretudo sua natureza de pronto atendimento, ao definir o acolhimento de todos os
pacientes que buscarem atendimento, mesmo os casos de menor gravidade. Desse modo,
temos uma lógica de trabalho mais permeável às demandas consideradas não urgentes,
operando assim como um contraponto às expectativas dos profissionais que esperam
atender somente casos urgentes na unidade (KONDER, 2013).

A atuação das UPA’s em rede se expressa na obrigatoriedade dessas unidades se


articularem com outros componentes da rede, sendo retaguarda para SAMU e atenção
básica e recorrendo aos hospitais e centrais de regulação, através da pactuação de grades
de referência e contrarreferência. Essa articulação entre os níveis de atenção é
fundamental, pois como se sabe, não cabe a essas unidades, considerando tanto seus
objetivos, quanto sua estrutura física, permanecer com pacientes por mais de 24 horas
(BRASIL, 2011). Também destacamos entre as competências atribuídas as UPA’s a
implantação do acolhimento com Classificação de Risco. Em consideração a Política

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46
Unidade 4 – Acesso e Utilização dos Serviços de Urgência e Emergência

Nacional de Humanização (PNH), editada em 2004, essa estratégia deve fazer parte do
funcionamento de todas as UPA’s.

O acolhimento com classificação de risco baseia-se em um processo dinâmico que


visa identificar os usuários que necessitam de tratamento imediato de acordo com o
potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento, proporcionando atenção
centrada na complexidade da demanda e não na ordem de chegada. Para tanto, preconiza
a agilidade no atendimento com base em uma análise sob a ótica de protocolos clínicos
pré-estabelecidos e do grau da necessidade de acesso ao serviço de saúde do usuário
(BRASIL, 2004).

A terminologia Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco foi proposta


em substituição ao termo triagem, empregado no Brasil, historicamente, com o objetivo
de classificar as necessidades de cuidados dos usuários visando à exclusão, ou seja,
decidir quem será ou não atendido. Essa nova nomenclatura remete à ideia de
estratificação dos pacientes entre aqueles que necessitam ser atendidos primeiro, aqueles
que podem aguardar, e até mesmo os que podem ser encaminhado a outros serviços, sendo
necessário realizar efetivamente o encaminhamento, de modo a garantir o atendimento ao
usuário (SANTOS, 2010).

Quando falamos de acolhimento não estamos falando de um espaço ou de um


local, mas de uma postura ética, que não pressupõe hora ou profissional específico. Todos
os profissionais de saúde devem fazer o acolhimento, tomando para si a responsabilidade
de “abrigar e agasalhar” as demandas dos outros com a resolutividade necessária para
cada caso em questão. Todavia, nas “portas de entrada”, os serviços de saúde podem
demandar a necessidade de um grupo de profissionais de saúde preparado para promover
o primeiro contato com o usuário, identificando sua demanda, orientando-o quanto aos
fluxos internos do serviço e quanto ao funcionamento da rede de saúde local. Esse
processo denominado classificação de risco é uma ferramenta que ajuda a organizar a fila
de espera e propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada. Além disso,
tem outros objetivos importantes como, por exemplo, garantir o atendimento imediato do
usuário com grau de risco elevado e informar o paciente que não corre risco imediato,
assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera (BRASIL, 2009).

Geralmente, os serviços de saúde dispõem de uma técnica de enfermagem já na


porta de entrada para realizar um primeiro contato com o usuário, que a depender da
unidade pode consistir em atividades variáveis, como uma orientação, uma avaliação de
sinais vitais, entre outras. Após isso, esses usuários são identificados e passam pela
classificação de risco, executada por enfermeiras, sendo que algumas unidades funcionam
com uma enfermeira e outras com duas (KONDER, 2013).

A classificação de risco ocorre de acordo com um protocolo elaborado pelo


Ministério da Saúde, oriundo da modificação de um protocolo internacionalmente
conhecido, denominado Manchester. Esse protocolo é composto de quatro estratos de
gravidade, identificados por cores: azul, verde, amarelo e vermelho, representando
gravidade progressivamente maior (KONDER, 2013).

Considerando a lógica do acolhimento com classificação de risco, o próprio


espaço físico das unidades deve ser pensado tendo como base a diversidade e os níveis de
complexidade da assistência prestada nos serviços de UE.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

A construção do acolhimento com classificação de risco significou um avanço no


sentido de humanizar a assistência e priorizar os casos mais graves. Também serviu para
normatizar e orientar as unidades em relação às adequações necessárias dos espaços
físicos quanto ao atendimento das demandas assistenciais das urgências e emergências.

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48
Unidade 5 – Classificação de Risco

05
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Diante das peculiaridades da população que busca assistência e, também, dos problemas
vivenciados nas UPAs, a priorização dos atendimentos, de acordo com a ordem de
chegada, não é efetiva, tornando-se premente estabelecer critérios clínicos de
classificação e avaliação dos usuários a serem atendidos. Destarte, no ano de 2004, o
Ministério da Saúde estabeleceu a Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS), a
qual, dentre as suas diretrizes, propõe a reestruturação dos Serviços de
Urgência/Emergência, com a implantação do Acolhimento com Classificação e
Avaliação de Risco (ACCR).

A classificação de risco é uma ferramenta que, além de organizar a fila de espera


e propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, tem também como
objetivo garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado; informar
o paciente que não corre risco imediato, sobre o tempo provável de espera; promover o
trabalho em equipe; dar melhores condições de trabalho para os profissionais; aumentar
a satisfação dos usuários e principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a
construção de redes internas e externas de atendimento (BRASIL, 2010).

O protocolo de Manchester como guia orientador na gestão do atendimento


favorece um fluxo adequado no processo de trabalho, na organização e uso do espaço e
clareza no atendimento. Este protocolo é composto por dois extremos e áreas que
evidenciam os níveis de risco dos pacientes. Sendo um denominado vermelho que
identifica o paciente grave com risco de morte e o outro denominado azul que identifica
o paciente aparentemente não grave, mas que necessita ou procura o atendimento de
urgência (BRASIL, 2010).

Cada uma destas áreas possui atuações diferente, de acordo com a clínica do
paciente e os processos de trabalho que nele se estabelecem, sendo que essa identificação
também define a composição espacial por dois acessos diferentes (BRASIL, 2010).

A área vermelha está relacionada a clínica do paciente grave com risco de morte
e é composta pelo o seguinte agrupamento: vermelha, laranja, amarela e verde de acordo
com a gravidade, sendo a vermelha a mais grave e necessita de intervenção imediata e a

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49
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

verde a menos grave, mas não necessariamente sem importância. E a área azul que
representa os pacientes não graves, mas que necessitam de acolhimento e classificação
do grau de risco para facilitar o fluxo de atendimento (BRASIL, 2010).

O Sistema de Triagem por Prioridades foi implantado na cidade de Manchester na


Inglaterra em 1997. Esse método consiste em promover um atendimento de acordo com
o critério clinico definindo qual o tempo recomendado para o atendimento médico. O
protocolo de Manchester norteia uma triagem baseada nos sintomas do doente e o
classifica por cores, que representa o grau de gravidade e o tempo de espera recomendado
para o atendimento (MADEIRA; LOUREIRO; NORA, 2010).

O acolhimento com classificação de risco pelo sistema de triagem é apresentado


na figura 1 encontramos o sistema de cores cuja classificação corresponde à priorização
no atendimento ao paciente, lembrando que para cada uma delas será delimitado o tempo
de espera no atendimento (COREN-SP, 2012, 2012).

O protocolo de Manchester só pode ser realizado por enfermeiros ou médicos e


tem como finalidade garantir critérios uniformes com as diferentes equipes, acabar com
a triagem sem fundamentação científica, garantir a segurança do paciente e profissional
de saúde, aumentar o nível de prioridades dos pacientes, oferecer maior segurança e
neutralidade nos processos de classificação feita pelo enfermeiro (LOPES, 2011).

É importante ressaltar que para utilização de protocolos de avaliação com


classificação de risco enfermeiros e médicos devem ser certificados por meio de
capacitação proporcionada pelo Grupo Brasileiro de Classificação de Risco
(GONÇALVES, 2011).

Figura 1. Classificação de Risco – Protocolo de Manchester

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50
Unidade 5 – Classificação de Risco

Assim o acolhimento com avaliação e classificação de risco pode resultar em um


processo dinâmico de identificação das condições dos usuários que necessitam de
tratamento imediato, de acordo com o seu potencial de risco, agravos à saúde ou grau de
sofrimento; o profissional de saúde deverá ser capacitado para ouvir as queixas, medos e
expectativas do usuário, humanizando o atendimento e oferecendo resolutividade para o
problema apresentado.

A triagem de Manchester também prevê a re-triagem do doente quando o seu


estado clínico se agrava durante o tempo de espera para o atendimento médico devendo
nestas situações ser re-triado para prioridade superior à anterior. Contudo, a re-triagem
também poderá ser efetuada quando um doente refere melhoria da dor após analgesia,
implementada segundo protocolo na triagem, mas ainda aguarda pela observação clínica.
Neste caso específico visto existir melhoria da dor o mesmo poderá ser re-triado para
prioridade inferior à atribuída anteriormente.

A escala de Manchester prevê uma prática fiável, uniforme e objectiva ao longo


do tempo sendo passível de ser auditada quer interna ou externamente. Todos os termos
encontram-se definidos de uma forma precisa a fim de garantir a uniformidade do
entendimento e aplicação dos conceitos.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

06
AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES QUE
ENVOLVEM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Os sinais vitais (SSVV) são os principais indicadores do estado de saúde e da garantia


das funções circulatórias, respiratória, neural e endócrina do corpo. Podem servir como
mecanismos de comunicação universal sobre o estado do paciente e da gravidade da
doença. Esses parâmetros, medidos de forma seriada, contribuem para que o profissional
identifique a gravidade da situação, avalie as intervenções implementadas e tome decisões
sobre a resposta do paciente à terapêutica e classifique a necessidade de assistência desse
paciente.

As medições estão ancoradas na verificação da temperatura, do pulso, da pressão


arterial, da frequência respiratória, seguida da avaliação da dor, se configurando como o
5º sinal vital.

TEMPERATURA: A temperatura reflete o balanceamento entre o calor


produzido e o calor perdido pelo corpo.

RESPIRAÇÃO: A finalidade é a troca gasosa entre o sangue e o ar dos pulmões.


A avaliação da respiração como sinal vital inclui: a frequência (movimentos respiratórios
por minuto), caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular e irregular). Método de
verificação: ver, ouvir e sentir.

PULSO: O pulso é causado pela pressão do sangue contra a parede arterial em


cada batimento cardíaco. O pulso é tomado onde uma artéria possa ser comprimida contra
um osso. Verifica-se a: Frequência, ritmo e volume.

PRESSÃO ARTERIAL: é a força exercida sobre a parede de uma artéria pelo


sangue pulsante sob a pressão do coração. O pico máximo da pressão no momento em
que a ejeção ocorre é a pressão sistólica. Quando os ventrículos relaxam, o sangue que
permanece nas artérias exerce uma pressão mínima ou pressão diastólica, ela é a pressão
mínima exercida contra as paredes arteriais. A pressão arterial reflete as inter-relações do
débito cardíaco, resistência vascular periférica, volume do sangue, viscosidade do sangue

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Unidade 6 – Avaliação das Situações que Envolvem Urgência e Emergência

e elasticidade da artéria. A unidade padrão para medir a pressão arterial é dada em


milímetros de mercúrio (mmHg).

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

07
ASSISTÊNCIA AS SITUAÇÕES DE
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Todos esses fatores que compõe os sinais vitais são considerados essências e base na
assistências as urgências e emergências.

Contudo algumas analises ainda são fundamentais para determinar a criticidade


do paciente. Em pacientes traumáticos o atendimento deve ser de imediato, realizado por
meio de uma sequência denominada A, B, C, D, E do trauma, onde o controle da cervical
faz-se de grande importância nessa assistência, prevenindo possíveis agravamentos e
lesões de coluna cervical, contudo, também seguindo um padrão de prioridades vitais na
avalição do ser humano.

Esse famoso mnemônico do trauma "abcde" guia o socorrista que padroniza o


atendimento inicial ao paciente politraumatizado e define prioridades na abordagem ao
trauma, no sentido de agilizar o atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e fácil de
memorizar todos os passos que devem ser seguidos com o paciente em politrauma.

Ele foi pensado para identificar lesões potencialmente fatais ao indivíduo, e é


aplicável a todos as vítimas com quadro crítico, independentemente da idade. O protocolo
tem como principal objetivo reduzir índices de mortalidade e morbidade em vítimas de
qualquer tipo de trauma.

Antes de iniciar a abordagem ABCDE, é relevante ressaltar que a última


atualização do PHTLS, na sua na 9ª edição trouxe uma nova letrinha para esse mnemônico
do trauma. O "x' de hemorragia exsanguinante ou seja hemorragia externa grave. Ainda
não publicado oficialmente e não traduzido, mas já fica aqui registrado essa alteração, a
qual vai dá ênfase às grandes hemorragias externas, antes mesmo do controle cervical ou
da abertura das vias aéreas.

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Unidade 7 – Assistência as Situações de Urgência e Emergência

7.1 SIGNIFICADO DAS LETRAS ABCDE

7.1.1 (X) – Exsanguinação

Contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta, deve ser antes mesmo do
manejo das vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias
aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no
trauma são as hemorragias graves.

A. Vias aéreas e proteção da coluna vertebral

No A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No atendimento pré-hospitalar, 66-


85% das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas. Para manutenção das
vias aéreas utiliza-se das técnicas “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula.

Fig. Manobra de chin Lift Fig. Manobra de Jaw Thrust

A manobra de “chin Lift” também é uma técnica muito utilizada para a abertura
de vias aéreas, contudo nos pacientes vítimas de trauma é contra indicada por
hiperextender o pescoço, e gerar maior dano na cervical.

No A também, realiza-se a proteção da coluna cervical. Em vítimas conscientes,


a equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que mova a
cabeça para os lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares.

A imobilização deve ser de toda a coluna, não se limitando a coluna cervical. Para
isso, uma prancha rígida deve ser utilizada.

Considere uma lesão da coluna cervical em todo doente com traumatismos


multissistêmicos.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

B. Boa Ventilação e Respiração

No B, o socorrista deve analisar se a respiração está adequada. A frequência respiratória,


inspeção dos movimentos torácicos, cianose, desvio de traqueia e observação da
musculatura acessória são parâmetros analisados nessa fase.

Para tal, é necessário expor o tórax do paciente, realizar inspeção, palpação,


ausculta e percussão. Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado.

C. Circulação com Controle de Hemorragias

No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros de análise.


A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco. A Hemorragia é
a principal causa de morte no trauma.

Essa parte refere-se a hemorragias internas, onde deve-se investigar perdas de


volume sanguíneo não visível, analisando os principais pontos de hemorragia interna no
trauma (pelve, abdomem e membros inferiores), avaliando sinais clínicos de hemorragia
como tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria e pegajosa e comprometimento
do nível e qualidade de consciência.

D. Disfunção Neurológica

No D, a análise do nível de consciência, tamanho e reatividade das pupilas, presença de


hérnia cerebral, sinais de lateralização e o nível de lesão medular são medidas realizadas.

Nessa fase, o objetivo principal é minimizar as chances de lesão secundária pela


manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral. Importante aplicar a escala de goma
de Glasgow atualizada.

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Unidade 7 – Assistência as Situações de Urgência e Emergência

Fig. Escala de Coma de Glasgow

E. Exposição Total do Paciente

No E, a análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da


hipotermia são as principais medidas realizadas. O socorrista deve analisar sinais de
trauma, sangramento, manchas na pele etc.

A parte do corpo que não está exposta pode esconder a lesão mais grave que
acomete o paciente.

7.2 CHOQUE E SUAS CONSEQUENCIAS NO ORGANOSMO


Nas situações de intensa gravidade do paciente politraumatizado, apesar da execução de
todas as manobras para minimizar os danos gerados pelo trauma, é imprescindível ficar
atento a situações que podem ocorrer, as quais exigem condutas emergências para
salvaguardar a vida.

Nesse atendimento é essencial a identificação de risco iminente de morte, causado,


principalmente por fatores externos e imediatos, mas quando exercidas as devidas atitudes
pode não só evitar graves danos a vida como também evitar fatalidades.

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57
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

Um fator muito constante encontrado em muitas emergências é a presença do


choque. Sendo este uma manifestação clínica de profunda desorganização celular, que
por sua vez pode ser causado por inúmeros fatores subjacentes que acarreta um distúrbio
funcional e se não tratado de imediato pode acarretar a morte.

O choque também pode ser definido como uma síndrome que gera anormalidades
no sistema circulatório, resultando em inadequada perfusão orgânica e oxigenação
tecidual. Outras definições abordam também a síndrome do choque como uma sequência
de eventos iniciada por um fator agressor, seguida de respostas endócrino-metabólicas e
falência na manutenção dos mecanismos de homeostasia, com decréscimo da perfusão
tecidual.

Esta síndrome atinge todos os sistemas corporais, podendo desenvolver-se de


forma acelerada ou muito lenta, dependendo da causa subjacente. Durante o processo de
choque, o organismo esforça-se para sobreviver, exigindo que todos os mecanismos
homeostáticos restaurem o fluxo sanguíneo e a perfusão tecidual.

A problemática do choque está na hipoperfusão dos tecidos vitais. Após a


diminuição da perfusão, o oxigênio (O²) torna-se insuficiente para o metabolismo aeróbio,
as células mudam para o metabolismo anaeróbio com aumento do dióxido de carbono
(CO²) e acúmulo de ácido lático. Com a diminuição da função celular e persistência do
choque, podem ocorrer danos irreversíveis e morte celular. A isquemia em qualquer
região do organismo irá disparar uma resposta inflamatória que terá um impacto sobre
órgãos não-isquêmicos, mesmo após ter sido restaurada a adequada perfusão sistêmica.

Comumente a causa do choque é mal definida num primeiro momento. O


diagnóstico do choque é eminentemente clinico, sendo assim, a história clinica deve ser
evidenciada para que seja direcionada à procura da etiologia, fornecendo assim subsídios
para a terapêutica mais adequada e eficaz dessa síndrome clínica.

As manifestações clínicas resultam, por um lado, da resposta neuroendócrina à


hipoperfusão, e, por outro, da disfunção orgânica induzida pela lesão celular. Deste modo,
o choque caracteriza-se clinicamente pela combinação de hipotensão (PAM<60 mmHg),
podendo a pressão arterial estar normal ou mesmo aumentada na fase inicial do choque,
taquicardia, taquipneia, hipersudorese e sinais de hipoperfusão periférica caracterizando-
se por palidez, cianose, extremidades frias e húmidas, oligúria, acidose metabólica,
alterações sensoriais e do estado de consciência.

Quando o choque é persistente ou muito grave, o transporte inadequado de O²


causa lesão irreversível; assim a rápida restauração do transporte de O² pode reverter a
progressão do estado de choque. Por isso, a abordagem terapêutica fundamental é
reconhecer o choque e intervir de forma emergencial para restaurar a perfusão, o que
frequentemente requer a expansão ou reexpansão do volume sanguíneo intravascular.
Simultaneamente, deve ocorrer o controle de qualquer processo patológico que
desencadeou essa ação.

Atualmente a compreensão da fisiopatologia do choque em que a falência


circulatória promove resposta sistêmica compensatória que gera metabolismo anaeróbio,
aumento do consumo de oxigênio, liberação de substâncias de efeito deletério para o
organismo e risco de colapso de múltiplos órgãos e sistemas, tem sido primordial para o

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Unidade 7 – Assistência as Situações de Urgência e Emergência

fornecimento da assistência adequada e manejo destes pacientes, usando de intervenções


rápidas para reverter essa situação de tanto risco ao organismo.

Então, se houver um diagnóstico precoce acompanhada a uma boa assistência,


onde haja os subsídios necessários para cessar o mecanismo que gera toda essa disfunção
orgânica, estabilizando-se hemodinamicamente e combatendo o fator que gera esse
estresse celular, seja ele uma bactéria, como acontece no choque séptico ou perda de
líquido por hemorragia, como no hipovolêmico, é totalmente viável a recuperação do
indivíduo.

7.3 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA


Uma das principais consequências do choque é a parada cardiorrespiratória (PCR), sendo
assim, está também se configura como uma relevante emergência.

O Sistema Cardiovascular é responsável por fornecer e manter o fluxo sanguíneo


adequado aos diversos tecidos do organismo. E o coração se configura como protagonista
desse sistema, ficando apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade
torácica, no mediastino, entre os pulmões, sendo a força motriz para que a circulação
ocorra e leve nutrientes para toda a parte do corpo.

Na ocorrência de um distúrbio nesse sistema ocorre essa parada cardíaca, se


configurando como ausência de bombeamento cardíaco para garantir a circulação
sanguínea do indivíduo e de respiração adequada para promover a oxigenação. Tendo
como característica a irresponsividade, ausência de respiração e de pulso.

Assim, faz-se uso da corrente da sobrevivência, isto é, reconhecimento imediato


da PCR e acionamento do serviço especializado de emergência, ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) precoce com ênfase nas compressões torácicas, rápida
desfibrilação, suporte avançado de vida eficaz e cuidados pós PCR integrados.

O objetivo da RCP é dar suporte ou restabelecer a circulação e a boa oxigenação


e ventilação até que se possa restabelecer a circulação espontânea ou iniciar as
intervenções de suporte avançado.

A Ressuscitação Cardiorrespiratória se dá:

• Avaliar responsividade e presença de respiração

• Na vítima irresponsiva com respiração ausente, lenta ou agônica: Suspeitar de


PCR

• Solicitar DEA

• Verificar a presença de pulso central

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

• Se pulso central ausente, caracteriza-se a PCR. Iniciar 30 compressões torácicas.

• Abrir vias aéreas e realizar 2 ventilações

• Manter 30:2 por 2 minutos. Reavaliar responsividade, respiração e pulso.

• Se ausentes, reiniciar 30:2 por 2 minutos

OBS: Em crianças usa-se somente uma das mãos na massagem cardíaca,


mantendo-se 15:2 por 2 minutos, se houver dois socorristas.

7.4 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)


São sinais súbitos e rapidamente evolutivos de déficit neurológico focal ou global com
duração maior que 24 horas ou levando à morte, sem outra causa aparente que não a de
origem vascular. Se caracteriza uma situação de urgência e emergência, sendo um grave
problema de saúde pública.

É de imensa relevância por estar entre as principais causas de morte no país, a


maior em idosos. Daqueles que conseguem sair da emergência 8% dos permanecem
inválidos.

O AVC pode ser causado por uma trombose aterosclerótica, um ataque isquêmico
transitório, embolias cerebrais, arterites, tromboflebite cerebral, distúrbios
hematológicos, traumas, hipotensão associada a estenose arterial, enxaqueca com déficit
persistente além de causas indeterminadas.

O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico, o primeiro se caracteriza pela


obstrução de um vaso no cérebro, impossibilitando a passagem de sangue para a região
subsequente. No hemorrágico há um rompimento do vaso, gerando uma grave hemorragia
no cérebro.

Os sinais de alerta para a suspeita de AVC incluem quaisquer déficits neurológicos


de início súbito, especialmente os localizados, destacando a fraqueza muscular súbita ou
alteração sensitiva súbita unilaterais; dificuldade repentina para falar ou compreender;
perda visual súbita, especialmente se unilateral; perda súbita do equilíbrio ou
incoordenação motora repentina, rebaixamento súbito do nível de consciência e cefaleia
súbita.

Sendo assim, no AVC isquêmico vai ocorrer diminuição do fluxo sanguíneo


cerebral, diminuição da oferta de oxigênio, de glicose e do pH intracelular, podendo haver
edema cerebral.

A apresentação clássica dos AVC hemorrágico é um déficit neurológico focal


súbito que progride em minutos ou horas, com rebaixamento do nível de consciência,
acompanhado por cefaleia, náusea, vômitos e elevação da pressão arterial. As principais

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Unidade 7 – Assistência as Situações de Urgência e Emergência

alterações fisiopatológicas para a gênese do AVCH ocorrem nas pequenas artérias e


arteríolas por efeito da hipertensão arterial. No entanto, outras causas podem ser
encontradas em AVCs hemorrágicos.

Medidas terapêuticas gerais visam favorecer a viabilidade do tecido cerebral,


através da adequação e estabilização de certos parâmetros fisiológicos. Como realizar
monitoramento multiparamétrico contínuo pelo menos durante as primeiras 24 horas de
evolução do AVC; manter o paciente em decúbito elevado a 30 graus; manter a saturação
de oxigênio 95% da maneira menos invasiva possível (cateter nasal, máscara, CPAP ou
BIPAP); considerar intubação orotraqueal (IOT) para proteção de vias aéreas em
pacientes com rebaixamento do nível de consciência ou disfunção bulbar que traga risco
de broncoaspiração; manter a temperatura corpórea; corrigir hipotensão e hipovolemia
para manter os níveis sistêmicos de perfusão necessários para suportar a função orgânica,
utilizando solução salina isotônica e, se necessário, infusão de aminas vasoativas
(dopamina 2 – 20 µg/kg/min ou noradrenalina 0,05 – 0,2 µg/kg/min). Evitar o uso das
soluções glicosadas conhecidas como soro de manutenção, reduzindo assim o risco de
hiperglicemia e distúrbios do sódio.

Dessa forma, as melhores evidências clínicas disponíveis no momento


demonstram que o atendimento adequado, rápido e bem estruturado aos pacientes com
AVC reduz a mortalidade e a morbidade dos mesmos.

7.5 TRAUMA CRANIO ENCEFALICO (TCE)


O TCE é uma das causas mais frequentes de morbidade e mortalidade em todo o mundo,
com impacto importante na qualidade de vida. Embora ocorra em questão de segundos,
seus efeitos perduram por longos períodos sobre a pessoa, seus familiares e a sociedade.

Esse trauma se configura como qualquer lesão decorrente de um trauma externo,


que tenha como consequência alterações anatômicas do crânio, como fratura ou laceração
do couro cabeludo, bem como o comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou
seus vasos, resultando em alterações cerebrais, momentâneas ou permanentes, de
natureza cognitiva ou funcional.

Múltiplos são os fatores que determinam as lesões causadas pelo TCE. Há


mecanismos que começam a agir tão logo o TCE ocorre, bem como outros que vão se
estender por dias, semanas ou meses após o evento. Há ainda fatores sistêmicos que
podem agravar o quadro neurológico, levando a um pior prognóstico. Assim, pode-se
dividir as lesões cerebrais em primárias e secundárias.

As lesões primárias são aquelas que ocorrem como resultado imediato e direto do
trauma. Exemplo: em um ferimento por arma branca que penetra o crânio, a lesão
primária é aquela que vem em decorrência do trauma direto ao parênquima cerebral.

As lesões secundárias são aquelas que se iniciam após o momento da agressão.


Podem decorrer da interação de fatores intra e extracerebrais, levando à morte de células

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

que não foram afetadas no momento exato do acidente, mas que sofrem consequências
posteriores.

O atendimento aos pacientes vítimas de TCE grave deve ter enfoque na prevenção
das lesões secundárias, uma vez que as lesões primárias, causadas pelo choque mecânico
direto, não sofrem influência da terapêutica. As lesões secundárias, entretanto, podem ser
prevenidas, se o atendimento for conduzido corretamente, proporcionando oxigenação
adequada, equilíbrio hemodinâmico e tratamento da hipertensão intracraniana,
permitindo perfusão cerebral adequada. O cuidado deve ser contínuo, pois a
desestabilização de quaisquer destes parâmetros pode causar ou aumentar, em qualquer
momento, a lesão secundária.

A prevenção do agravamento da lesão cerebral inicial requer atendimento


imediato e a rápida estabilização cardiopulmonar. A parada respiratória transitória e a
hipóxia são comuns e podem causar lesão cerebral secundária. A intubação endotraqueal
precoce, portanto, deve ser feita em doentes comatosos.

A hipotensão arterial sistêmica precisa ser evitada, uma vez que pode causar
redução no fluxo sanguíneo cerebral. De maneira geral, ela não representa consequência
isolada da lesão cerebral, desde que a hemorragia intracraniana não determine choque
hemorrágico. A reposição volêmica deve ser feita enquanto se tenta determinar a causa
da hipotensão.

O exame neurológico necessita ser feito de forma rápida e objetiva, após a


estabilização do estado cardiopulmonar do doente. É fundamental a avaliação do valor da
Escala de Coma de Glasgow e a resposta pupilar ao estímulo luminoso. Exames
neurológicos seriados devem ser realizados para detectar piora neurológica, logo que
possível.

Para a classificação de gravidade do TCE utiliza-se a Escala de Coma de Glasgow


– ECG. Esta é uma escala mundialmente aceita, já que constitui um método fácil para
avaliar não só a gravidade do TCE, mas também da deterioração do quadro neurológico
à medida que se deve repetir a aplicação da escala ao longo do atendimento clínico.
Permite, portanto, a construção de um parâmetro mensurável sobre a evolução do quadro
clínico do paciente. Além disso, esta escala uniformiza o atendimento, dando aos
profissionais uma maneira simples e rápida de comunicação ao citar a “nota” dada ao
paciente após cada avaliação.

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Unidade 7 – Assistência as Situações de Urgência e Emergência

Fig. Escala de Coma de Glasgow

Seguindo esta escala, o TCE pode ser classificado como leve (13 a 15 pontos),
moderado (9 a12 pontos) ou grave (3 a 8 pontos). Pela gradação obtida com a aplicação
da Escala de Glasgow, pode-se ter uma indicação dos cuidados assistenciais requeridos
pela pessoa com TCE. Assim, sabe-se, por exemplo, que todo o paciente com ECG < 8
deve ser intubado para proteção de vias aéreas e manutenção da ventilação. Os demais
cuidados preconizados serão descritos mais detalhadamente no item de cuidados à pessoa
com TCE.

Após a avaliação inicial do paciente, podem ser acrescentados dados referentes à


manutenção ou não da consciência e da memória, assim como a duração destes sintomas.
Isso permite um refinamento da classificação e, consequentemente, do atendimento ao
TCE, com a utilização ainda da ECG com algumas modificações baseadas na
sintomatologia apresentada.

O suporte hemodinâmico se configura pela implementação de estratégias para a


manutenção da pressão arterial sistêmica, baseado na forte associação entre hipotensão
arterial sistêmica e prognóstico ruim. As soluções salinas intravenosas precisam ser
administradas, conforme a necessidade. Recomenda-se o uso de solução NaCl 0,9% ou
de Ringer lactato. Não devem ser usadas soluções hipotônicas. As aminas vasoativas
podem ser utilizadas no choque associado.

Deve ser realizada a tomografia computadorizada de crânio-encéfalo (TCC) de


urgência, como forma de confirmação do diagnóstica, tão logo seja possível, após a

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

normalização hemodinâmica. Deve ser repetida sempre que houver mudança no estado
clínico do doente e rotineiramente 12 e 24 horas após o trauma, quando há contusão ou
hematoma, identificado a tomografia computadorizada inicial.

Algumas medidas são consideradas para neuroproteção, tais como: elevação da


cabeceira a 30° (se PAM > 65 mmHg) e posição centrada da cabeça, controle glicêmico
– máx. 150 mg%, profilaxia de trombose venosa profunda, profilaxia de úlceras de
pressão, profilaxia de hemorragia digestiva alta, balanço hídrico rigoroso, cuidados com
cateteres e sondas e fisioterapia respiratória e motora precoces.

Outras posturas básicas também devem ser relevantes como a correção de


distúrbios ácido-básicos e hidroeletrolíticos, nutrição precoce adequada, monitorização
não-invasiva e controle rigoroso da temperatura.

Apesar de todos esses cuidados, o TCE pode resultar em algumas incapacidades,


podendo ser divididas em três categorias: físicas, cognitivas e
emocionais/comportamentais. As físicas são diversificadas, podendo ser motoras, visuais,
táteis, entre outras. As cognitivas frequentemente incluem principalmente problemas de
atenção, memória, e funções executivas. As incapacidades comportamentais/emocionais
são, em geral, a perda de autoconfiança, motivação diminuída, depressão, ansiedade,
dificuldade de autocontrole, está representada mais comumente por desinibição,
irritabilidade e agressão. Os prejuízos físicos são os mais aparentes, mas, a longo prazo,
os problemas com cognição, personalidade e comportamento são mais importantes para
a qualidade de vida da pessoa acometida.

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Unidade 8 – O Trabalho da Enfermagem em Urgência e Emergência

08
O TRABALHO DA ENFERMAGEM EM
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Durante o ato de classificação de risco o enfermeiro pode avaliar sinais vitais e dosagem
de glicemia, realizar exame físico, estabelecendo a gravidade do paciente que procura o
serviço de urgência e emergência da instituição (BELLAGUARDA, 2009).

O profissional enfermeiro considera-se capacitado para a função, pois em sua


formação é enfatizada a valorização das necessidades do paciente, as biológicas, as
sociais e psicológicas. Além disso, o enfermeiro está habituado a ser líder, o que o leva a
ter uma visão abrangente do setor incluindo recursos humanos, área física e fluxo de
pacientes. (GATTI, 2008).

Para ser um enfermeiro de triagem devem-se apresentar três habilidades


consideradas fundamentais: avaliação, conhecimento e intuição. A intuição se desenvolve
com experiência, sensibilidade e o uso da observação. (GATTI, 2008). O enfermeiro é o
primeiro contato da equipe multidisciplinar com o paciente, pois ele coleta dados sobre a
sintomatologia, medicações em uso e detecta possíveis déficits de conhecimento nesses
aspectos, ou ainda relativos à questões de fluxo e especificidade de atendimento do setor.
Quando da realização do registro, da entrevista e do exame físico, realizados com ênfase
na observação do comportamento, expressão verbal e não verbal de dor, postura e sinais
clínicos, determina-se a classificação da prioridade do atendimento. (GATTI, 2008).

A enfermagem organiza-se e expressa sua ação no cuidado ou na assistência ao


indivíduo em vários ambientes, nas suas condições de saúde. A saúde é definida como
um fenômeno multidimensional, com características individuais e coletivas, que envolve,
de forma dialética, aspectos físicos, psicológicos e sociais da natureza humana. Todo o
contexto, as multiplicidades de fatores que condicionam o bem-estar, o estado de saúde
das pessoas, são objetos de preocupação do profissional de enfermagem. O exercício
desta profissão tem significado, alcança sua finalidade, ao voltar a atenção ao agir
especificamente em favor das pessoas (JORDI et al., 2015).

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65
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

A abundante demanda nas emergências é um problema importante e tem como


resultado o estresse dos profissionais, a sobrecarga de trabalho, a insuficiência de recursos
humanos, materiais e tecnológicos para satisfazer a demanda, pacientes mal atendidos,
enormes filas de espera por atendimento, entre outros problemas. Percebeu-se que um dos
mais importantes determinadores da superlotação dessas unidades é a carência da
assistência prestada pela rede de atenção primária (OLIVEIRA, SILVA, COSTA, 2012).

É fundamental apontar quanto à qualidade da assistência prestada ao paciente pela


profissional enfermeira, pois esta, se associa diretamente com a condição de saúde/doença
da população já carente de tais serviços. Entretanto, essa profissional precisa de condições
de trabalho que beneficiam a melhor execução possível de suas práticas, a diminuição da
sobrecarga de trabalho, a realização dos programas de capacitação e reconhecimento
profissional. Diversos estudos já foram realizados com a finalidade de apresentar soluções
para o problema, mas não se mostraram efetivos. Frente a esses desafios, na tentativa de
reduzir as incoerências entres os testes realizados, esse estudo busca agregar
conhecimento de como as variáveis podem influenciar nos resultados obtidos
(OLIVEIRA, SILVA, COSTA, 2012).

Segundo Azevedo et al (2010), nos serviços hospitalares de atenção à urgência e


emergência, a atuação do enfermeiro envolve especificidades e articulações
indispensáveis à gerência do cuidado a pacientes com necessidades complexas, que
requerem aprimoramento científico, manejo tecnológico e humanização extensiva aos
familiares pelo impacto inesperado de uma situação que coloca em risco a vida de um
ente querido. Esse conjunto de elementos justifica um olhar pormenorizado para a
organização desses serviços.

De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem (2013) cabe ao enfermeiro


à direção do serviço de enfermagem em instituições de saúde e de ensino, públicos,
privados e a prestação de serviço, as atividades de gestão como planejamento da
assistência de enfermagem, consultoria, auditoria, consulta de enfermagem, a prescrição
da assistência de enfermagem, os cuidados diretos a pacientes com risco de morte e todos
os cuidados de maior complexidade técnica. De acordo com Galvão & Wehbe (apud
Fincke, 2011), o papel do enfermeiro na unidade de emergência consiste em obter a
história do paciente, fazer exame físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando
a manutenção da saúde e orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e
medidas vitais.

O enfermeiro que atua nesta unidade necessita ter conhecimento científico, prático
e técnico, a fim de tomar decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda
equipe e principalmente diminuindo os riscos que ameaçam a vida do paciente.

Segundo Galvão & Wehbe (2006) dentre as atividades assistências exercidas pelo
enfermeiro no setor de emergência as principais são:

a. Fornecer cuidado ao paciente juntamente com o médico;

b. Preparar e administrar medicamentos;

c. Proporcionar a realização de exames especiais procedendo à coleta;

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66
Unidade 8 – O Trabalho da Enfermagem em Urgência e Emergência

d. Instalar sondas nasoenterais e vesicais em clientes;

e. Realizar troca de traqueostomia, punção venosa com cateter, punção arterial entre
outros;

f. Realizar curativos de maior complexidade;

g. Dispor instrumentos para intubação, aspiração, monitoramento cardíaco e


desfibrilação, auxiliando a equipe médica na execução dos procedimentos
diversos;

h. Aferir sinais vitais;

i. Realizar a sistematização da assistência de enfermagem e evolução dos pacientes,


fazer anotações em prontuários;

j. Fiscalizar as ações dos profissionais da equipe de enfermagem;

k. Conferir os materiais permanentes e psicotrópicos do setor;

l. Priorizar o atendimento aos pacientes dependendo do grau de complexidade;

m. Realizar relato em livro de ordens e ocorrências;

n. Liderar a equipe de enfermagem no atendimento dos pacientes críticos e não


críticos;

o. Observar as deficiências da equipe e realizar educação continuada.

Segundo Thompson (apud Galvão & Wehbe,2006, p. 01), a Associação


Americana de Enfermagem (ANA), em 1983, estabeleceu os "Padrões da Prática de
Enfermagem em Emergência", classificando os enfermeiros de emergência em três níveis
de competência:

a. Primeiro nível: requer competência mínima para o enfermeiro prestar atendimento


ao paciente traumatizado;

b. Segundo nível: o profissional necessita de formação específica em enfermagem


de emergência;

c. Terceiro nível: o enfermeiro deve ser especialista em área bem delimitada e atuar
no âmbito pré e intra hospitalar.

Para Coutinho, Cecílio e Mota (2012), nos serviços hospitalares de atenção à


urgência e emergência, a atuação do enfermeiro envolve especificidades e articulações
indispensáveis a gerencia do cuidado a pacientes com necessidades complexas, que
requerem aprimoramento científico, manejo tecnológico e humanização extensiva aos
familiares pelo impacto inesperado de uma situação que coloca em risco a vida de um
ente querido.

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autor (Artigo 29).
67
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

09
CONCLUSÃO

A assistência às urgências e emergências forma um importante componente da rede de


saúde, sendo de forma costumeira realizada por serviços de Pronto Socorro e de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Esses, por sua vez, se apresentam pela
prestação contínua de serviço nas 24 horas, pela ordem dos atendimentos segundo a
procura dos usuários e pelo foco no imediato da atenção.

A alta quantidade de pacientes que almeja por atendimento nas filas de espera é
uns dos principais motivos que interferem de maneira negativa a qualidade do
atendimento. O cliente, muitas vezes, não é atendido com presteza, de forma humanizada
e acolhedora, devido ao grande número por serviços, da ausência de profissionais
qualificados e pela falta de sistematização no ambiente de trabalho. Nesse sentido, os
danos aos usuários podem ser incalculáveis, pois “muitos serviços de atendimento às
urgências vivem com grandes filas onde as pessoas disputam o atendimento sem nenhuma
norma, a não ser à hora da chegada.

Acredita-se que o Acolhimento com Classificação de Risco seja um dos


instrumentos fundamentais de auxílio para alcance da qualidade no atendimento “de
porta” dos serviços de emergências dos hospitais brasileiros. O Ministério da Saúde
ressalta que cabe ao profissional enfermeiro, fazer, por meio da Consulta de Enfermagem,
a Classificação de Risco que resulta na organização dos usuários para o atendimento,
segundo o nível de prioridade de cada caso.

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68
Avaliação dos Sinais Vitais
Nice Dias Gonçalves

Com certificado
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autor (Artigo 29).
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

01
INTRODUÇÃO

A atenção especial aos sinais vitais foi estabelecida, desde a antiguidade, por Hipócrates,
como um dos mais importantes dados do exame físico. Essas medidas são indicadores do
estado de saúde, devido a sua importância elas são referidas como sinais vitais, porém, nos
dias atuais, são frequentemente tratados com negligência. Os sinais vitais permitem
diagnosticar doenças como hipertensão arterial, choque, entre outras, assim como
monitorizar diariamente a evolução das doenças (SOUZA e MOZACHI, 2005).

1 DEFINIÇÃO
Os sinais vitais (SSVV) são indicadores do estado de saúde e da garantia das funções
circulatórias, respiratória, neural e endócrina do corpo. Podem servir como mecanismos de
comunicação universal sobre o estado do paciente e da gravidade da doença. Esses
parâmetros, medidos de forma seriada, contribuem para que o enfermeiro identifique os
diagnósticos de enfermagem, avalie as intervenções implementadas e tome decisões sobre a
resposta do paciente à terapêutica.

As observações dos sinais vitais são algumas das ações mais comuns e frequentes
que a equipe de enfermagem realiza em relação ao cuidado do cliente/paciente. Eles são
indicadores do estado de saúde, pois revelam a eficácia das funções corporais circulatória,
respiratória, renal e endócrina.

São definidos como sinais vitais: Temperatura -T, Respiração –R, Pulsação –P,
Pressão Arterial – PA e atualmente a Dor, que tem sido considerada como o 5º sinal vital,
devido à sua importância e por seus parâmetros serem regulados por órgão vitais, revelando,
assim, o estado de funcionamento deles (SANTOS e VIANA, 2008; MURTA et al., 2009).

Os sinais vitais são um modo eficiente e rápido de monitorar a condição do cliente


ou de identificar problemas e avaliar a resposta do cliente a uma intervenção. Como

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70 expressa do autor (Artigo 29).
Unidade 01 - Introdução

indicadores do estado de saúde, essas medidas indicam a eficiência das funções circulatória,
respiratória, neural e endócrina do corpo. Os sinais vitais devem ser medidos (POTTER;
PERRY, 2010):

• Na admissão aos serviços de cuidados da saúde;

• Quando avaliar o cliente em visitas domiciliares;

• No hospital, em esquema de rotina conforme prescrições do prestador de cuidado ou


os padrões de prática do hospital;

• Antes e após um procedimento cirúrgico ou um procedimento diagnóstico invasivo;

• Antes, durante e após uma transfusão de sangue e hemoderivados;

• Antes, durante e após a administração de medicamentos ou terapias que afetam as


funções de controle cardiovascular, respiratório ou de temperatura;

• Quando as condições físicas gerais do cliente são alteradas;

• Antes e após intervenções de enfermagem que influenciam os sinais vitais;

• Quando o paciente informa sintomas inespecíficos de aflição física.

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expressa do autor (Artigo 29). 71
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

02
TEMPERATURA CORPORAL

O ser humano é mantido em uma temperatura constante em torno de 37ºC, sendo que as
extremidades do corpo podem se apresentar em menor temperatura. Os limites de
temperatura em que o metabolismo pode apresentar falhas são de menos que 21ºC e maior
que 42ºC. Perda ou ganho excessivo de calor pode levar a morte.

Temperatura corpórea externa refere-se ao calor produzido pelo organismo para


manter a homeostase corporal, tendo como centro de regulação da temperatura o hipotálamo.
A temperatura do corpo humano varia entre 35,8 e 37,2ºC. Em média, consideram-se
temperaturas normais: a oral de 37ºC, a axilar de 36,4ºC e a retal de 37,6ºC. (POTTER;
PERRY, 2010).

A termorregulação consiste em mecanismos fisiológicos ou comportamentais que


regulam o equilíbrio entre calor perdido e calor produzido, sendo o hipotálamo que controla
a temperatura corporal do mesmo modo como um termostato funciona (POTTER; PERRY,
2010).

2.1 FATORES QUE AFETAM A TEMPERATURA CORPORAL


• Recém-nascido: mecanismos de controle de temperatura são imaturos.

• Idoso: possui uma faixa de regulação mais estreita, temperatura oral normal em dias
frios 35ºC, corporal 36ºC, deterioração dos mecanismos de controle.

• Exercício: aumenta o metabolismo, atividade muscular (exercícios enérgicos de


longo período) ex.: corrida delonga distância, podem elevar a temperatura corporal
em até 41ºC temporariamente.

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72 expressa do autor (Artigo 29).
Unidade 02 – Temperatura Corporal

• Nível hormonal: variações hormonais durante o ciclo menstrual. Quando o nível de


progesterona está baixo, a temperatura da mulher se encontra mais baixa do que o
valor basal até que ovulação ocorra aumentando o nível de progesterona subindo a
temperatura para o nível basal ou superior. Ocorrem também na menopausa (“ondas
de calor”) devido à instabilidade dos controles de vasodilatação e vasoconstrição.

• Estresse: estresse físico ou emocional eleva a temperatura do corpo através de


estímulos hormonal e neural. Aumento do metabolismo.

• Ambiente: ambientes muito frio ou muito quentes influenciam na nossa regulação.


Lactantes e idosos são mais afetados, pois seus mecanismos reguladores estão menos
eficientes.

• Febre ou pirexia: ocorre devido à incapacidade dos mecanismos de perda de calor


acompanhar o ritmo de uma produção excessiva de calor, resultando em aumento
anormal da temperatura. Geralmente, uma febre não é perigosa se permanece abaixo
de 39 ºC. Uma febre verdadeira resulta da alteração do ponto de ajuste hipotalâmico.
Os padrões de febre diferem dependendo do pirógeno (POTTER; PERRY, 2010):

• Febre sustentada: uma temperatura corporal constante, continuamente acima de 38


ºC e com pouca flutuação;

• Febre intermitente: picos de febre intercalados com temperatura em níveis usuais.


A temperatura retorna a níveis aceitáveis pelo menos uma vez em 24h;

• Febre remitente: picos e quedas de febre sem retorno à temperatura normal;

• Recidivante: períodos de episódios febris e períodos com valores de temperatura


aceitáveis. Períodos de episódios febris e períodos de normotermia muitas vezes
duram mais de 24h.

• Hipertermia: elevação da temperatura corporal acima do ponto de regulação térmica,


relacionada com a incapacidade do organismo de promover perda de calor ou de
reduzir sua produção. A hipertermia maligna é uma condição hereditária em que há
produção incontrolada de calor, ocorrendo quando pessoas suscetíveis recebem
certas drogas anestésicas (POTTER; PERRY, 2010).

• Hipotermia: redução da temperatura corporal para valores ↓35°C, classificada em


acidental (primária) ou devido disfunção do centro regulador hipotalâmico
(secundária).

A perda de calor durante a exposição prolongada ao frio sobrepuja a capacidade do


organismo de produzir calor, causando hipotermia. A hipotermia é classificada por meio de
mensurações da temperatura central em: (POTTER; PERRY, 2010):

• Leve: 36-34 ºC;

• Moderada: 34-30 ºC;

• Grave:< 30 ºC.
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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

2.2 LOCAIS DE AFERIÇÃO


O local onde a temperatura é mensurada (oral, retal, axilar, membrana timpânica), é um fator
que determina a temperatura do paciente (POTTER; PERRY, 2010).

Oral: 37ºC - leitura lenta (cerca de 7 min.) risco de contaminação por fluidos, não
indicado para pacientes que não colaboram ou inconsciente.

Retal: 37,5ºC - maior precisão, método desagradável, risco de exposição a fluidos,


risco de lesão, contra indicado para RN e pacientes com doenças retal.

Axilar: 36.5ºC - local menos preciso, sudorese pode interferir, longo período de
mensuração.

Timpânica: 37ºC - aferição rápida, custo elevado, presença de cerume pode interferir
na leitura, contra indicado para paciente submetidos a cirurgia auditiva (POTTER; PERRY
2009).

VALORES NORMAIS E SUAS VARIAÇÕES

Temperatura axilar 35.5ºC – 37.0ºC

Temperatura bucal 36.0ºC – 37.4ºC

Temperatura inguinal 35.5ºC – 37.0ºC

Temperatura retal 36.0ºC – 38.0ºC

Temperatura timpânica 36.0ºC – 38.2ºC

Febrícula (Taxilar) 37.1ºC – 37.5ºC

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Unidade 02 – Temperatura Corporal

2.3 TIPOS DE TERMÔMETROS

2.4 MATERIAIS UTILIZADOS PARA VERIFICAÇÃO DA


TEMPERATURA (MOZACHI, NELSON, 2011)

• Bandeja

• Termômetro

• Algodão

• Álcool

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

2.5 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO


1. Higienizar as mãos antes e após o procedimento;

2. Selecionar a via e os aparatos corretos;

3. Avaliar fatores que possam interferir na determinação da T (ambiente, atividade


prévia do paciente);

4. Cumprimente e explicar o procedimento ao paciente;

5. Posicionar o paciente em posição confortável e adequada;

6. Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool (haste para bulbo) antes e
após a realização do procedimento;

7. Certificar-se que a coluna de mercúrio está igual ou inferior a 35ºC;

8. Retirar o termômetro após 5 min;

9. Comparar o valor obtido com a temperatura basal e com a variação de T apresentada


pelo paciente;

10. Registrar corretamente o procedimento no prontuário.

O paciente/cliente que apresenta alterações na temperatura, em relação ao seu


aumento ou à sua diminuição, pode indicar ao técnico de enfermagem diversas situações não
fisiológicas, como por exemplo: infecções, diversos tipos de choque e outros. Ao possuir
esses dados, o cuidado de enfermagem pode ser realizado mais rapidamente para que se tente
reestabelecer o padrão fisiológico do paciente/cliente. A temperatura, assim como o pulso, é
essencial na monitorização fisiológica do paciente/cliente.

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Unidade 03 – Pulso

03
PULSO

O exame do pulso arterial é muito importante na avaliação do sistema cardiocirculatório,


pois pode fornecer informações valiosas sobre o estado funcional da circulação, a frequência
e o ritmo cardíaco.

A frequência da pulsação é número de pulsações em 1min. De acordo com Porto e


Viana (2010); Silva e Silva (2010) e Murta et al., (2009), o pulso é a contração e dilatação
de uma artéria que corresponde aos batimentos cardíacos. Ele indica dados da estabilidade
cardíaca do paciente e pode ser controlado com frequência por esse profissional.

O pulso arterial deve ser palpado de maneira sistematizada, seguindo-se a sequência:


artérias radiais, braquiais, carótidas, aorta, femorais, tibiais posteriores e dorsais dos pés,
sempre que possível em ambientes aquecidos, para evitar vasoconstrição. Em alguns casos,
pode-se também palpar as artérias poplíteas e pesquisar pulsações e sopros em outras
regiões. Desses, o que mais representa fielmente o pulso aórtico central é o carotídeo.

3.1 FATORES QUE INFLUENCIAM (POTTER; PERRY, 2010)

• Exercício;

• Temperatura;

• Emoções;

• Drogas;

• Hemorragia;

• Mudanças posturais;

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

• Distúrbios pulmonares.

FATOR ↑ FREQ. PULSO ↓ FREQ. PULSO

Exercício Curta duração Atleta condicionado

Temperatura Febre e calor Hipotermia

Dor aguda e ansiedade ↑ Dor intensa ↑ estímulo


Emoções
estímulo simpático parassimpático

Medicamentos
Medicamentos
Drogas cronotrópicos +
cronotrópicos –(digitálicos)
(epinefrina)

Hemorragia ↑ atividade simpática

Mudanças posturais Levantar e sentar Deitar-se

Distúrbios pulmonares Precária oxigenação

Qualquer artéria pode ser acessada para tomar a pulsação, mas geralmente as mais
escolhidas são as artérias radiais ou carótidas porque elas permitem uma palpação mais fácil
(POTTER; PERRY, 2010).

3.2 CARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIAL


As características do pulso arterial podem ser descritas em relação à frequência, ritmo,
amplitude e contorno.

3.2.1 Frequência e ritmo

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Unidade 03 – Pulso

Em um adulto sadio em repouso, a frequência cardíaca encontra-se na maioria das vezes,


entre 70 e 80 batimentos/min. Denomina-se taquicardia quando a frequência é igual ou maior
que 100 e bradicardia quando é igual ou inferior a 60.

A palpação dos pulsos arteriais também permite que se façam inferências sobre o
ritmo cardíaco, ou seja, se esse é regular ou se há arritmias. Porém, frequências consideradas
normais e sucessão regular do pulso não excluem arritmias cardíacas, o que pode ocorrer por
diversos motivos, como: distúrbios na condução intraventricular do estímulo, como os
bloqueios de ramo; extra-sístoles ventriculares bigeminadas resultando em contrações
miocárdicas ineficazes para produzirem uma onda de pulso detectável; ritmo idioventricular
acelerado; taquicardia atrial paroxística com bloqueio atrioventricular e ritmo funcional
acelerado. Da mesma forma, o achado de frequência anormal ou irregularidade na sucessão
dos pulsos são dados insuficientes para esclarecer o tipo ou significado clínico de
determinada arritmia cardíaca, sendo necessários exames complementares para investigação
das arritmias.

É possível ocorrer dissociação entre a frequência cardíaca palpada pelo examinador


no pulso arterial e pela ausculta cardíaca, num fenômeno denominado dissociação pulso-
frequência. Isto pode ocorrer por batimentos (pulsos) não sentidos pelo examinador, pelo
fato de serem fracos, em geral consequentes à taquiarritmias de ritmo irregular (fibrilação
atrial mais comumente)

3.2.2 Amplitude e contorno

Os fatores que definem a amplitude e contorno do pulso arterial são: volume de ejeção do
ventrículo esquerdo, velocidade de ejeção, complacência e capacidade do sistema arterial,
ondas depressão que resultam do fluxo anterógrado do sangue e reflexo do pulso de pressão
arterial que retorna da circulação periférica. O pulso normal pode ser representado pela
figura:

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

A transmissão rápida da ejeção ventricular esquerda resulta em um pico na sístole precoce,


que corresponde à onda de percussão, que é palpada. O segundo pico representa a representa
a onda refletida pela periferia, chamada onda de refluxo, que normalmente não é palpada. À
medida que a onda de pulso vai para a periferia, a porção ascendente torna-se mais
espiculada, seguida pela onda dicrótica, mas o pulso geralmente demonstra um único pico
evidente.
Quando há maior rigidez dos vasos arteriais, como em idosos ou na aterosclerose, ou um
aumento da resistência vascular periférica, a onda de pulso fica maior e mais rápida.

Ao palpar o pulso arterial, deve-se sempre comparar o pulso de uma artéria com sua
contralateral, buscando-se determinar se os pulsos são simétricos, ou seja, têm a mesma
amplitude e contorno, ou são assimétricos. É possível encontrar os pulsos dos membros
superiores reduzidos ou assimétricos em diversas situações: êmbolo arterial, trombose, na
estenose aórtica supravalvar e na dissecção de aorta. Assimetria de pulsos poplíteos indica
obstruções iliofemorais, enquanto pulsos finos em territórios radial, tibial posterior e pedioso
indicam insuficiência arterial. Na coarctação de aorta os pulsos dos MMSS são amplos e os
dos MMII são reduzidos.

3.3 TIPOS DE PULSOS

3.3.1 Pulso de Pequena amplitude

É percebido como uma elevação pequena, um impacto suave, pulso parvus com pico mal
definido, às vezes retardado, prolongado (tardus). Quando em uma única artéria, significa
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Unidade 03 – Pulso

processo obstrutivo nela localizado. Quando presente em todas as artérias, indica


cardiopatia, como: estenose aórtica, estenose ou regurgitação mitral, comunicação interatrial
ou interventricular, derrame pericárdico, pericardite constritiva, miocardiopatias restritivas
e insuficiência circulatória.

3.3.2 Pulso de Grande Amplitude:

Esse tipo de pulso arterial normalmente está relacionado com o aumento do volume sistólico
ou redução da resistência vascular periférica ou da distensibilidade arterial. É encontrado em
estados hiperdinâmicos, fisiológicos patológicos. O exemplo mais importante é o pulso de
Corrigan ou pulso em martelo d’água, encontrado na regurgitação aórtica. É reconhecido
pela elevação muito rápida e de grande amplitude, seguida de descida também rápida (pulso
colapsante).

3.3.3 Pulso de Duplo Pico:

É um tipo de pulso em que duas ondas são palpadas durante cada ciclo cardíaco. Quando
essas duas ondas de pulso ocorrem na sístole, o pulso é denominado de bisferiens ou de
bífido, se uma das ondas ocorre na sístole e outra na diástole, é denominado dicrótico:

Pulso Bisferiens: as duas elevações acontecem antes de B2, o que pode ser percebido
quando se palpa o pulso de modo simultâneo com a ausculta cardíaca. É encontrado em
condições onde grande volume sistólico é ejetado rapidamente na aorta, sendo mais comum
quando existe associação de regurgitação aórtica grave e estenose aórtica discreta, mas
também regurgitação aórtica grave isolada. O primeiro pico corresponde a onda de
percussão, relacionada com a ejeção de sangue na aorta, a depressão que se segue é
decorrente do efeito Bernoulli nas paredes da aorta ascendente, causando redução súbita da
pressão lateral. Essa redução se deve a ejeção rápida de sangue na aorta, o que significa que
a contratilidade do VE é normal. Após a depressão do contorno do pulso arterial que reflete
a redução da pressão, observa-se o segundo pico devido a onda maré (refletida).

Pulso Bífido: A onda de percussão acentuada é também causada pela rápida ejeção
de sangue na aorta, imediatamente ao se iniciar a sístole. O declínio do contorno do pulso,
na mesossístole, coincide com o instante em que ocorre a obstrução ao fluxo de sangue
causado pela estenose subvalvar. Esse declínio é seguido pela segunda onda refletida.

Pulso Anacrótico: O duplo pico sistólico causado por entalhe acentuado no ramo
ascendente da onda de pulso (entalhe anacrótico). Distingue-se do pulso bisferiens por ser
um pulso de pequena amplitude, de elevação lenta. É reconhecido em alguns pacientes com
estenose aórtica.

Pulso Dicrótico: Há um pico na sístole e o segundo na diástole (onda dicrótica após


B2). Pode acontecer em indivíduos normais com resistência periférica reduzida por
condições como a febre. É também reconhecido na insuficiência circulatória devido a

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

insuficiência cardíaca grave, choque hipovolêmico e tamponamento cardíaco em indivíduos


jovens.

3.3.4 Pulso com Variação Rítmica da Amplitude

Existem três tipos de pulso arterial em que esse fenômeno acontece, são denominados pulso
paradoxal, alternante e bigeminal.

Pulso Paradoxal: constitui um exagero da redução fisiológica da diminuição da


pressão arterial sistólica durante a inspiração. É característico de tamponamento cardíaco,
mas também pode ser detectado em pacientes com enfisema, asma, pericardite constritiva,
embolia pulmonar, ICC, cardiopatias entre outros.

Pulso alternante: os batimentos ocorrem a intervalos constantes mas com uma


alternância regular do pico depressão de pulso. Ocorre em função de uma contração
ventricular prematura e indica depressão grave da função do ventrículo.

Pulso Bigeminal: é provocado por batimentos prematuros ventriculares, ocorrendo


uma vez a cada dois batimentos. Após o batimento prematuro vem uma pausa
compensatória, a qual é seguida por um pulso mais forte. O primeiro batimento, mais forte,
se deve à contração ventricular em resposta ao ritmo sinusal e o segundo, mais fraco, ao
ritmo ectópico.

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Unidade 03 – Pulso

3.4 LOCAIS DE AFERIÇÃO


Os locais utilizados para mensuração da frequência de pulso são: (POTTER; PERRY, 2010).

• Temporal: acima do osso temporal da cabeça, acima do e lateral ao olho;

• Carótida: ao longo da extremidade medial do músculo esternocleido mastoideo no


pescoço;

• Apical: 4º a 5º espaços intercostais na linha clavicular média esquerda (com


estetoscópio);

• Braquial: sulco entre os músculos bíceps e tríceps na fossa antecubital;

• Radial: no pulso do antebraço, na lateral radial ou no lado do polegar;

• Ulnar: no lado ulnar do pulso do antebraço;

• Femoral: abaixo do ligamento inguinal, a meio caminho entre a sínfise púbica e a


espinha ilíaca anterossuperior;

• Poplíteo: atrás do joelho na fossa poplítea;

• Tibial posterior: lado interno do tornozelo, abaixo do maléolo medial;

• Artéria dorsal do pé: ao longo da parte de cima do pé, entre a extensão dos tendões
do dedo maior.

Uma avaliação do pulso radial inclui a medida de sua frequência, ritmo, força e
igualdade. Ao auscultar o pulso apical, avalia-se apenas a frequência e o ritmo (POTTER;
PERRY, 2010).

Normalmente ocorre um intervalo regular entre cada pulso ou batimento cardíaco.


Um intervalo interrompido por um batimento precoce ou tardio, ou por um batimento
perdido, indica um ritmo anormal ou disritmia (POTTER; PERRY, 2010).

A força ou amplitude de um pulso reflete o volume de sangue ejetado contra a parede


arterial a cada contração cardíaca e a condição do sistema vascular arterial levando ao local
de pulsação. Pode ser fraca, forte, imperceptível ou limitada (POTTER; PERRY, 2010).

O pulso de ambos os lados do sistema vascular periférico devem ser acessados para
avaliar a sua igualdade, onde se comparam as suas características (POTTER; PERRY, 2010).

O técnico de enfermagem deve possuir conhecimentos sobre os limites de


normalidade do pulso para cada idade, pois assim saberá intervir em cada procedimento que
o paciente/cliente necessitar.

Para uma correta palpação dos pulsos, pode-se seguir tal roteiro:

a. Usar a polpa digital do 2º e 3º dedo de uma das mãos.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

b. Evitar usar a polpa do polegar pela possibilidade da percepção do próprio


pulso oriundo das artérias que irrigam esta extremidade.

c. De início, deve-se procurar o pulso radial, pela maior facilidade e praticidade.


Avaliar:

d. Frequência cardíaca – e m 1 m i n u t o c o n s e c u t i v o ( e v i t a r p a l p a r p o r
poucos segundos e fazer multiplicações para estimativa em 1 minuto)

e. Regularidade – regular, irregularmente regular, irregularmente irregular

f. Formato da onda de pulso

g. Avaliar simetria dos pulsos, palpando-os bilateralmente simultaneamente.

Palpar os pulsos periféricos: temporal, braquial, radial, ulnar, poplíteo, tibial posterior e
pedioso.

a. Palpar os pulsos centrais: carotídeo e femoral.

b. O pulso carotídeo é o que mais representa o pulso aórtico.

c. Atentar para o formato do pulso normal:

d. O pico é facilmente sentido, a incisura dicrótica raramente é percebida.

e. Palpar simultaneamente pulso radial e femoral

f. Palpar pulso simultaneamente à avaliação de pulso venoso jugular, ictuse ausculta


cardíaca.

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Unidade 03 – Pulso

3.5 VARIAÇÕES ACEITÁVEIS DA FREQUÊNCIA CARDÍACA

VARIAÇÕES ACEITÁVEIS DA FREQUÊNCIA CARDÍACA

Idade Frequência cardíaca (bpm)

Lactente 120 - 160

Infante (Toddler) 90 - 140

Pré-escolar 80 - 110

Escolar 75 - 100

Adolescente 60 - 90

Adulto 60 - 100

3.6 TERMINOLOGIAS
• Normocardia: frequência cardíaca normal;

• Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do normal;

• Taquicardia: frequência cardíaca acima do normal;

• Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico;

• Raquisfigmia: pulso fino e taquicárdico.

3.7 MATERIAL UTILIZADO PARA VERIFICAÇÃO DO PULSO


(MOZACHI, NELSON, 2011)

• Relógio

3.8 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO


• Mãos previamente lavadas;

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

• Cumprimente e explique o procedimento ao paciente;

• Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado, porém sempre com


o braço apoiado e com a palma da mão voltada para baixo;

• Com os dois dedos (indicador e médio) da mão, localizar a artéria radial na face
interna do punho, do lado do polegar;

• Quando sentir a artéria, pressionar levemente contra o osso (rádio) e contar os


batimentos durante um minuto inteiro;

• Registrar os valores no prontuário.

De acordo com estudos, a frequência cardíaca é avaliada pela sensação ondular


palpada em artérias periféricas, produzida pelas contrações ventriculares em um minuto. No
adulto, encontra-se normalmente na faixa de 60-100 batimentos por minuto. Conforme
proposto, a observação, pelo enfermeiro, de aspectos comportamentais e fisiológicos é
imprescindível para a identificação de alterações patológicas. Mesmo diante dos empecilhos
verbais para uma ampla interpretação dos sintomas relatados pelo paciente, a análise de
sinais fisiológicos associados, na forma de taquicardia, aumento da pressão arterial,
taquipneia, palidez, sudorese ou alterações da tensão muscular pode ser sugestiva de
respostas pós-operatórias inadequadas.

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Unidade 04 – Respiração

04
RESPIRAÇÃO

Outro sinal vital relevante é a respiração, mecanismo que o corpo utiliza para trocar gases
entre a atmosfera e o sangue e entre o sangue e as células, definida como a troca gasosa
(oxigênio e gás carbônico) efetuada entre o organismo e o meio externo, verificada pelos
movimentos respiratórios de inspiração e expiração (PORTO e VIANA, 2010; SANTOS e
VIANA, 2008).

Ao se verificar a respiração de qualquer cliente/paciente, o técnico de enfermagem


consegue realizar assistência quando ocorre qualquer alteração, com cuidados simples, como
a elevação da cabeceira do paciente em posição de Fowle (posição semi-sentada, 45º), com
o objetivo de proporcionar uma melhor ventilação ao paciente, facilitando a realização da
troca gasosa. Este mecanismo envolve (POTTER; PERRY, 2010):

• Ventilação: a movimentação de gases para dentro e para fora dos pulmões;

• Difusão: a movimentação do oxigênio e do dióxido de carbono entre os alvéolos e as


hemácias;

• Perfusão: a distribuição das hemácias para os capilares sanguíneos e a partir deles.

Durante a avaliação da frequência respiratória, não se deve permitir que o paciente


saiba, pois a consciência da avaliação pode alterar a frequência e profundidade deste
parâmetro. Alguns fatores influenciam a característica da respiração (POTTER; PERRY,
2010):

• Exercício;

• Dor aguda;

• Ansiedade;

• Tabagismo;

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

• Posição corporal;

• Medicações;

• Lesão neurológica;

• Função da hemoglobina.

A avaliação dos valores de frequência respiratória é baseada na quantidade de


ventilações apresentadas na pessoa durante um minuto. Tais valores são aceitáveis quando,
no adulto, esses resultados se mostram na faixa de 14-18 movimentos respiratórios por
minuto (mrpm) para homens e 16-20 (mrpm) para mulheres.

4.1 RITMOS RESPIRATÓRIOS


Taquipnéia: respiração rápida e superficial. Diversas condições podem cursar com
taquipnéia, tais como síndromes restritivas pulmonares (derrames pleurais, doenças
intersticiais, edema pulmonar), febre, ansiedade, etc.

Hiperpnéia: aumento da frequência respiratória com ao aumento da amplitude dos


movimentos respiratórios. Pode estar presente em diferentes situações tais como acidose
metabólica, febre, ansiedade.

Bradipnéia: redução do número dos movimentos respiratórios, geralmente abaixo


de oito incursões por minuto. Pode surgir em inúmeras situações, tais como presença de
lesões neurológicas, depressão dos centros respiratórios por drogas. Pode preceder a parada
respiratória.

Apnéia: interrupção dos movimentos respiratórios por um período de tempo


prolongado. Pacientes com síndrome da apnéia do sono podem permanecer sem respirar

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88 expressa do autor (Artigo 29).
Unidade 04 – Respiração

durante minutos, cursando com hipoxemia acentuada e riscos de arritmias cardíacas e morte.
Indivíduos em apnéia necessitam de suporte respiratório ou progredirão para óbito.

Respiração suspirosa: entrecortada por suspiros freqüentes, promovendo


desconforto e fadiga ao paciente. Origem relacionada a conflitos emocionais.

As mensurações objetivas do estado respiratório incluem a frequência e a


profundidade da respiração e o ritmo dos movimentos ventilatórios (POTTER; PERRY,
2010).

VARIAÇÕES ACEITÁVEIS DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

Idade Frequência (irpm)

Recém-nascido 30-60

Lactente 30-50

Criança pequena (2 anos) 25-32

Criança 20-30

Adolescente 16-19

Adulto 12-20

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

Alterações no padrão respiratório (POTTER; PERRY, 2010)

Alteração Descrição

Bradipneia FR é regular, porém anormalmente lenta (< 12 irpm).

Taquipneia FR é regular, porém anormalmente rápida (> 20 irpm).

Hiperpneia A respiração é difícil, com profundidade e frequência aumentadas (> 20 irp

Apneia A respiração cessa durante vários segundos. Quando está para é persistente

Hiperventilação A frequência e a profundidade respiratórias aumentam. Algumas vezes oco

Hipoventilação FR é anormalmente lenta e a profundidade da ventilação está deprimida. A

A frequência e a profundidade respiratórias são irregulares, caracterizadas


hiperventilação.
O ciclo respiratório começa com respiração lenta e superficial que au
Respiração de Cheyne-Stokes
profundidade
O padrão se reverte, a respiração se torna lenta e superficial, chegando ao c
da respiração.

Respiração de Kussmaul A respiração é anormalmente profunda, regular e de alta frequência.

Respiração de Biot A respiração é anormalmente superficial para duas ou três respirações segu

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Unidade 04 – Respiração

Material utilizado para verificação da Frequência Respiração (MOZACHI, Nelson,


2011):

1. Relógio

2. Técnica:

3. Mãos previamente lavadas;

4. Reunir o material;

5. Não deixar o paciente perceber que está observando seu movimento respiratório.
Contar visualmente ou colocando-se a mão sobre o tórax (pegue o pulso do paciente
como uma maneira de simular a tomada de pulso, mas na realidade olhe para o tórax
do paciente para contar o número de respirações durante um minuto);

6. Contar quantas incursões respiratórias por minuto (irpm);

7. Lavar as mãos;

8. Registrar os valores no prontuário.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

05
PRESSÃO ARTERIAL

A temperatura, o pulso e a respiração são essenciais, assim como a pressão arterial, para a
verificação dos sinais vitais. Denominam-se pressão arterial a força exercida pelo sangue
circulante sobre as paredes das artérias, que depende da força de contração do coração, da
quantidade de sangue circulante e da resistência das paredes dos vasos sanguíneos. O pico
máximo de pressão no momento em que a ejeção ocorre é a pressão sistólica. Quando os
ventrículos relaxam, o sangue que permanece nas artérias exerce uma pressão mínima ou
pressão diastólica. A diferença entre as pressões sistólica e diastólica é a pressão de pulso.
A unidade padrão para medir a PA é dada em milímetros de mercúrio (mmHg) (POTTER;
PERRY, 2010).

Os valores da pressão arterial podem ser tecnicamente mensuráveis com o auxílio de


esfignomanômetros e estetoscópios. Conforme consta na VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial, as medidas de PA, em pessoas a partir de 18 anos, são satisfatórias
quando a pressão arterial sistólica (PAS), que demonstra a contração miocárdica, apresenta-
se em valores entre 130-139 mmHg e a pressão arterial diastólica (PAD), que representa o
relaxamento cardíaco no enchimento de sangue pelo coração, oscila em até 85-89 mmHg.

Segundo Portela e Correa (2007); Santos e Viana (2008), Porto e Viana (2010) e
Silva e Silva (2010), essa pressão é obtida por meio de valores, como a pressão sistólica ou
máxima (é o pico máximo da pressão devido à ejeção sanguínea), e pressão diastólica ou
mínima (quando os ventrículos relaxam, o sangue permanece nas artérias exercendo uma
pressão mínima contra as paredes arteriais em todos os momentos).

Ao se realizar a aferição da pressão arterial, podem-se observar alterações


fisiológicas correspondentes a cada situação que o individuo apresente. Algumas alterações
levam ao aumento da pressão arterial e são comuns conforme o hábito de vida de cada
pessoa, como o sedentarismo, o fumo, o uso contínuo do álcool, má alimentação, ansiedade,
dor, entre outros. Ocorre com menor frequência, a sua diminuição como, por exemplo, em
casos de desnutrição, de jejum prolongado, de calor excessivo, entre outros. Outro dado
importante para o técnico de enfermagem, ao se verificar esse parâmetro, é perceber se o
paciente/cliente está realizando a autoadministração de anti-hipertensivos, ou se necessita

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92 expressa do autor (Artigo 29).
Unidade 05 – Pressão Arterial

iniciar o tratamento para hipertensão arterial, devendo, assim ser orientado a procurar um
médico.

A alteração mais comum da PA é a hipertensão, que muitas vezes é assintomática,


sendo a principal fator por trás das mortes por acidente vascular encefálico e é um fator
contribuinte para o infarto agudo do miocárdio (POTTER; PERRY, 2010).

Ocorre hipotensão quando a pressão sistólica cai para 90 mmHg ou menos. Apesar
de alguns adultos terem PA normalmente baixa, para a maioria das pessoas pode ser um
achado anormal associado à doença. A hipotensão ortostática ou postural ocorre quando uma
pessoa normotensa apresenta sintomas e pressão baixa ao se mover para uma posição mais
elevada (POTTER; PERRY, 2010).

5.1 ATORES QUE AFETAM


A pressão arterial não é constante e muitos fatores influenciam-na como, por exemplo
(POTTER; PERRY, 2010):

• Idade;

• Estresse;

• Etnia;

• Sexo;

• Ritmo circadiano;

• Medicações;

• Atividade e peso;

• Tabagismo.

Os procedimentos de medida da pressão são simples e de fácil realização, contudo,


nem sempre são realizados de forma adequada. Pode ser realizada pelo método indireto com
técnica auscultatória com uso de esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneroide
devidamente calibrados, ou com técnica oscilométrica pelos aparelhos semiautomáticos
digitais de braço validados estando também calibrados (POTTER; PERRY, 2010).

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

5.2 VARIAÇÕES DA PRESSÃO ARTERIAL

CLASSIFICAÇÃO DA PA (> 18 anos)

V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006 (SBC, SBN, SBH)

CLASSIFICAÇÃO PAS (mmHg) PAD (mmHg)

Ótima 120 80

Normal 130 < 85

Limítrofe 130 – 139 85 – 89

HIPERTENSÃO

Estágio I (leve) 140 – 159 90 – 99

Estágio II (moderado) 160 – 179 100 – 109

Estágio II (grave) ≥ 180 ≥ 110

Sistólica isolada 140 90

O valor mais alto de sistólica ou diastólica estabelece o quadro hipertensivo. Quando


as pressões sistólicas situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para
classificação do estágio.

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Unidade 05 – Pressão Arterial

5.3 LOCAIS DE AFERIÇÃO

5.4 TIPOS DE MEDIDORES DE PRESSÃO ARTERIAL

(ESFIGMOMANOMETRO) MISSOURI
ANEROIDE - COM APOIO PARA MESA,
INSTALAÇÃO EM PAREDES OU COM
PEDESTAL SOBRE BASE COM RODÍZIOS
DESLIZANTES DE BAIXO RUIDO.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

APARELHO DE P.A.
ESFIGMOMANÔMETRO ANERÓIDE -
VERIFICADO E APROVADO PELO
INMETRO - MANGUITO COM PERA
EM PVC DE QUALIDADE SUPERIOR
- DISPONIBILIDADE DE
BRAÇADEIRAS EM NYLON OU
ALGODÃO E COM FECHOS DE
VELCRO.

5.5 MATERIAIS UTILIZADOS PARA VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO


ARTERIAL (MOZACHI, NELSON, 2011)

• Esfigmomanômetro

• Estetoscópio

• Algodão com álcool

• Caneta (é necessário em todos os procedimentos em que se vai anotar o valor no


prontuário)

5.6 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO


1. Mãos previamente lavadas;

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Unidade 05 – Pressão Arterial

2. Cumprimente e explique o procedimento ao paciente;

3. Ambiente calmo e agradável;

4. Certifique-se de que o paciente não praticou atividade física, não fumou, não ingeriu
bebida alcoólica, café, ou qualquer coisa que possa alterar o exame;

5. Localizar a artéria braquial;

6. Colocar o manguito 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de


borracha sobre a artéria braquial;

7. Manter o braço relaxado na altura do coração;

8. Palpar o pulso radial, inflar o manguito até o desaparecimento do pulso para estimar
o nível da pressão sistólica. (Método Palpatório);

9. Colocar o estetoscópio no ouvido com a curva virada para cima;

10. Posicionar o diafragma do estetoscópio sobre a artéria na fossa antecubital;

11. Inflar o manguito até ultrapassar 20 a 30 mmHg do nível estimado da pressão


sistólica;

12. Proceder a deflação (soltar o ar devagar);

13. Aparecimento do primeiro som: valor da pressão sistólica;

14. Desaparecimento do som: valor da pressão diastólica;

15. Registrar os valores no prontuário.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

06
DOR

A dor, ao lado da temperatura, pulso, respiração e pressão arterial, é considerada como o 5º


sinal vital pela Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e a Sociedade
Americana de Dor (APS) (PORTO e VIANA, 2010; BOTTEGA e FONTANA, 2012;
SOUZA, 2012).

Desde janeiro de 2000, a Joint Commission on Accreditation of Healthcare


Organizations (JCAHO) - Comissão de Credenciamento e Classificação das Organizações
de Cuidadores de Saúde - publicou norma que descreve a dor como quinto sinal vital.
Portanto, ela deve ser sempre avaliada e registrada ao mesmo tempo em que são verificados
os outros sinais vitais (PEDROSO e CELICH, 2006; FONTES e JAQUES, 2007; PORTO e
VIANA, 2010).

Vale ressaltar que a equipe de enfermagem é quem efetivamente convive mais tempo
com cliente; dessa forma, faz-se necessário que saiba conhecer os sinais de dor para, assim,
buscar intervir corretamente no seu alívio. A queixa de dor deve ser sempre valorizada e
respeitada devido ao desconforto que manifesta (PEDROSO e CELICH, 2006).

A dor é uma condição extremamente complexa. Não se trata apenas de uma forma
de sensação, mas também de reações reflexas, aprendizado, memorização, respostas
emocionais e comportamentais frente a uma situação dolorosa (PORTO, 2008; SILVA e
SILVA, 2010). É uma das principais causas do sofrimento humano, suscitando
incapacidades, comprometimento da qualidade de vida e imensuráveis repercussões
psicossociais e econômicas, o que a torna um problema de saúde pública (BOTTEGA e
FONTANA, 2010).

A dor deve ser sistematicamente avaliada, levando-se em consideração as suas


características semiológicas: localização, irradiação, qualidade ou caráter, intensidade,
duração, evolução, relação com funções orgânicas, fatores desencadeantes ou agravantes,
fatores atenuantes e manifestações concomitantes (PORTO, 2008).

Podemos citar alguns tipos de dor, são elas: aguda (protetora e rápida), crônica (dura
mais de 6 meses, constante ou recorrente), episódica crônica (esporádica durante um período

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Unidade 06 – Dor

prolongado de tempo), oncológica, idiopática, dor por inferência de processo patológico.


Podendo ainda ser classificada segundo sua localização em: superficial (cutânea), profunda
(visceral), referida ou irradiada (POTTER; PERRY, 2013).

No entanto, é importante considerar que temperatura, pulso, respiração e pressão


arterial podem ser mensurados objetivamente por meio de instrumentos físicos,
distinguindo-se da dor, que é inerentemente subjetiva, portanto, o relato do paciente é o
indicador mais seguro da sua intensidade (SOUSA, 2002; FONTES e JAQUES, 2007;
PORTO, 2008).

Avaliar a dor e empenhar medidas para seu alívio, proporcionando conforto e bem
estar ao sujeito, podem ser considerados como dispositivos capazes de promover a saúde
durante a internação hospitalar ou em cuidados domiciliares (BOTTEGA e FONTANA,
2010).

A dor é avaliada por meio de escalas, vejamos algumas delas:

Mesmo acontecendo iniciativas a partir de vários estudos, citados no trabalho de


Fontes e Jaques (2007) e considerando-se a dor como 5º sinal vital nas instituições
hospitalares, conceito este elaborado pela Sociedade Americana de Dor que já completou
dez anos, a dor ainda não é prioridade para os pacientes internados. Em nosso cotidiano,
observa-se o convívio dos profissionais com a dor do outro, resultando em uma negativa
identificação e observação para possíveis tratamentos (FONTES e JAQUES, 2007).

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

07
CONCLUSÃO

A aferição dos SSVV parece simples, mas pode interferir na evolução e desfecho do quadro
clínico e cirúrgico dos pacientes. É uma atividade independente e rotineira da enfermagem,
pois não requer aparelhagem específica e o seu produto é utilizado por todos os demais
profissionais da equipe de saúde.

Cabe à enfermagem o controle ou monitoração dos dados referentes aos sinais vitais,
de modo que as alterações sejam comunicadas para realização das intervenções necessárias
(PORTO e VIANA, 2010).

A aferição de SSVV constitui em importante indicador de resultado do cuidado


seguro, sendo seu efetivo controle influenciado por uma cultura organizacional de segurança
ativa, que deve estar em consonância com a revisão dos processos de trabalho, da
acessibilidade de materiais básicos e, especialmente, considerar os profissionais de saúde os
principais parceiros da qualidade da assistência.

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Avaliação

AVALIAÇÃO

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superior a 60% para poder emitir o seu certificado.

1. O acolhimento com classificação de risco vem sendo cada vez mais realizada nos
serviços de saúde que prestam atendimentos de urgência e que organizam o atendimento
com base nos níveis de prioridade. O modelo proposto pelo Ministério da Saúde divide o
serviço em eixos e áreas, identificados por cores que irão determinar o tipo de atendimento
prestado. Com base nesse modelo assinale a alternativa que corresponde às características
da área amarela.

a. Área na qual está a sala de emergência para atendimento imediato dos pacientes com
risco de morte e a sala de procedimentos especiais invasivos.

b. Área das salas de observação, que devem ser divididas por sexo (feminino e
masculino) e idade (crianças e adultos), a depender da demanda.

c. Área de consultas, procedimentos médicos e de enfermagem (curativo, sutura,


medicação e nebulização).

d. Área composta por uma sala de retaguarda para pacientes já estabilizados, mas que
ainda requerem cuidados especiais (pacientes críticos ou semicríticos).

2. Analise as afirmativas relacionadas aos objetivos da classificação de risco:

I. Avaliar o paciente logo na sua chegada ao pronto socorro humanizando o


atendimento.

II. Determinar a área de atendimento primário, devendo o paciente ser encaminhado


diretamente às especialidades.

III. Informar o tempo de espera.

IV. Retornar informações a familiares.

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Atualização em Triagem, Urgência e Emergência

São verdadeiras:

a. I e II

b. I, III e IV

c. SOMENTE III

d. Todas As Alternativas

3. São pacientes que recebem classificação verde segundo o protocolo humaniza SUS
do Sistema Único de Saúde, exceto:

a. Retorno inferior a 24 horas devido a não melhora do quadro

b. Deficientes físicos

c. Atendimento imediato

d. Situação com menor urgência

4. A Classificação de Risco é um processo dinâmico de identificação dos pacientes que


necessitam de tratamento imediato, de acordo como potencial de risco, agravos à saúde ou
grau de sofrimento. Dessa maneira assinale a alternativa que justifique a utilização da
Classificação de Risco:

a. Ampliar o acesso sem sobrecarregar as equipes, sem prejudicar a qualidade das


ações, e sem transformar o serviço de saúde em excelente produtor de procedimentos.

b. Superar a prática tradicional, centrada na exclusividade da dimensão biológica, de


modo que amplie a escuta e que recoloque a perspectiva humana na interação entre
profissionais de saúde e usuários.

c. Reconfigurar o trabalho médico no sentido de superar o papel central que ele vem
ocupando e integrá-lo no trabalho da equipe.

d. Reorganização do fluxo de circulação dos usuários de forma humanizada e resolutiva


nas diversas áreas dos serviços de saúde, principalmente nos Pronto-Socorro devido
à crescente demanda e procura dos serviços de urgência e emergência.

5. Há muitas condições e sinais de alerta, chamadas “bandeiras vermelhas”, que deverão


ser levados em consideração, pois podem representar condições em que o paciente
poderá piorar repentinamente. Assinale abaixo a alternativa que não caracteriza bandeira
vermelha:

a. Acidentes com veículos motorizados acima de 35 km/h.

b. Forças de desaceleração tais como quedas ou em explosões.


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Avaliação

c. Fraturas fechadas de MMSS e MMII.

d. Perda de consciência, mesmo que momentânea, após acidente.

6. Em situações de urgência e emergência, uma das ações do profissional de enfermagem


deve ser a verificação dos sinais vitais da vítima. Quanto aos parâmetros considerados
como sinais vitais, assinale a alternativa correta.

a. Temperatura corporal, pulso, respiração e pressão arterial.

b. Temperatura corporal, pulso, transpiração, respiração e pressão arterial.

c. Temperatura corporal, pulso, dilatação pupilar, respiração e pressão arterial.

d. Temperatura corporal, resposta a estímulo doloroso, pulso, respiração e pressão


arterial.

7. Nas ações de urgência e emergência deve-se levar em consideração os princípios éticos.


Um desses princípios é o da:

a. Autonomia: deve ser respeitado, sempre que possível, o direito do paciente em


aceitar ou recusar o tratamento proposto.

b. Justiça: cabe à equipe médica decidir quais ações serão desenvolvidas por cada
profissional da saúde, supervisionar e avaliar as ações desenvolvidas por cada um
deles.

c. Empatia: cabe ao profissional de enfermagem estabelecer as prioridades no


tratamento de acordo com a gravidade do caso.

d. Maleficência: diz respeito a reduzir ao máximo os efeitos negativos impostos pela


urgência, ou seja, evitar os riscos de iatrogenia que tendem a aumentar quando os
procedimentos são realizados em caráter de urgência.

8. Suspeita-se de traumatismo cranioencefálico (TCE) em uma vítima de atropelamento.


Neste caso, na unidade de Pronto-Socorro, uma das medidas prioritárias no atendimento
imediato é:

a. Considerar a presença de anisocoria como sinal de normalidade neurológica.

b. Considerar TCE grave quando a pontuação na escala de coma de Glasgow situar-se


entre 13 e 15.

c. Monitorar sinais vitais, avaliar a necessidade de oxigênio complementar e


encaminhar para exames.

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d. Atendimento imediato e a rápida estabilização cardiopulmonar, para evitar lesões


secundárias.

9. Quanto a sinais vitais e cuidados de enfermagem, assinale a alternativa correta.

a. O pulso é contado utilizando a polpa do dedo polegar no intervalo ideal de 15


segundos.

b. A frequência cardíaca no adulto varia de 50 a 90 batimentos, sendo considerado


taquicardia abaixo de 50 batimentos e bradicardia acima de 90 batimentos.

c. Antes da verificação da frequência respiratória, o paciente deve ser avisado para que
ele respire de forma mais natural e espontânea.

d. A verificação da pressão arterial permite saber a pressão diastólica, a sistólica e a


pressão de pulso.

10. Estancar hemorragias é essencial para o cuidado e a sobrevivência de pacientes em uma


circunstância de emergência. Uma hemorragia que acarreta a redução do volume
sanguíneo circulante é causa primária de choque, situação clínica que exige do
enfermeiro conhecimentos para avaliar sinais e sintomas. Com relação a esses sinais e
sintomas, assinale a alternativa correta.

a. Pele fria e úmida, aumento da pressão arterial, bradicardia, retardo do enchimento


capilar e volume urinário aumentado.

b. Poliúria, hipertensão, bradipneia e alcalose metabólica.

c. Alteração da consciência, poliúria, polifagia e dislalia

d. Pele fria e úmida, pressão arterial em queda, frequência cardíaca em elevação, retardo
do enchimento capilar e volume urinário diminuído.

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Referências

REFERÊNCIAS

Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda


mais o seu conhecimento.

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