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Acompanhamento

Multiprofissional no Paciente
Diabético Portador de Feridas

Dr. Eduardo Zeilmann


Cirurgião Vascular

Laís Olivo Alberton


Enfermeira Estomaterapeuta
Atuação do Enfermeiro no Tratamento do
Pé Diabético
•O objetivo do
tratamento da úlcera
é conseguir um
fechamento rápido da
ferida para evitar
conseqüências graves,
como amputação e
redução da qualidade
de vida.
IDF Clinical Practice Recommendations on the
Diabetic Foot 2017
Atuação do Enfermeiro no Tratamento do
Pé Diabético
• A chave é tratar a doença
do pé diabético
preventivamente.
• Uma mudança de
paradigma:

Prevenção
Implicações DM no Tratamento
Implicações DM no Tratamento
• No diabetes, níveis
glicêmicos elevados
aumentam o risco de
complicações
microvasculares e
macrovasculares.
• A Neuropatia Periférica,
pode causar ulcerações nos
pés e levar a amputações de
membros inferiores.

IDF Clinical Practice Recommendations on the


Diabetic Foot 2017
Neuropatia Periférica
• É o mais importante • Sensorial
fator de risco para o • Motor
desenvolvimento de • Autonômico
úlceras do pé
diabético.
• DPN afeta as três
divisões do sistema
nervoso periférico:

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Neuropatia Periférica
• A neuropatia sensorial • A neuropatia autonômica
resultando em perda da reduz a sudorese e a secreção
sensibilidade protetora. de óleo, resultando em pele
seca que pode causar fissuras e
isso pode levar à ulceração.
Neuropatia Periférica
• A neuropatia motora causa • .
atrofia muscular intrínseca,
resultando em deformidades.

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Fisiopatologia da Ulceração

Neuropatia
Trauma
Isquêmia
Fisiopatologia da Ulceração
• A etiologia da úlcera do pé diabético (DFU) é
multifatorial. Nenhum fator de risco é
responsável por uma úlcera no pé.
• A incidência de úlceras do pé diabético é de até
25% ao longo da vida do paciente.
• Nos Estados Unidos, o diabetes é a principal
causa de amputações não traumáticas de pernas
e pés, e úlceras do pé diabético pode
frequentemente preceder as amputações.
IDF, 2017; Singh, 2005
Fisiopatologia da Ulceração
• No pé diabético, os processos normais de
cicatrização são prejudicados e qualquer ruptura
da pele resulta em uma ameaça iminente de
desenvolver uma úlcera crônica.
Falanga, 2005, Singer 1999, Hadar Lev-Tov et al, 2018
Como Tratar?
• A escolha da terapia
adequada para o
tratamento de feridas
consiste em um processo
sequencial com fatores
intimamente interligados.
Para que o tratamento de
uma lesão ocorra de
maneira efetiva.

IDF Clinical Practice Recommendations on the


Diabetic Foot 2017
Histórico do Paciente
História do Paciente História do Paciente
• Perfil sócio-econômico • Tem dor aguda nas pernas
• Hábitos pessoais: Higiene, (facada ou pontada)?
Tabagismo, Etilismo • Tem dor na perna ao caminhar
• Comorbidades: doenças e (Claudicação Intermitente)
medicamentos em uso • Qual é o nível de atividade do
• Sente paciente?
dormência e
• Presença ou história de feridas
formigamento nos pés? Piora à
abertas os pés?
noite ou quando fica em
repouso? (Neuropatia • Tem inchaço nas pernas ou pés?
Avançada) • Ao tocar os pés estão frios ou
quentes?
• Tem sensação queimação?
Exame Físico – Avaliação dos pés
• Inspeção da pele
• Unhas (onicomicose ou
onicocriptose)
• Calçados
• Edema
• Avaliar Pulsos distais: tibial
posterior e pedioso
• Fazer ITB: A calcificação
arterial dos vasos dos pés
ocasiona o endurecimento das
artérias, que provoca um
resultado falso positivo na
avaliação do índice isquêmico.
Exame Físico – Avaliação dos pés
Avaliação da Lesão
• Lesão cutânea prévia
• Amputação prévia
• Tempo da ferida (Biópsia)
• Tratamentos anteriores
• Perda tecidual: superficial (até
derme), profunda parcial (até
subcutâneo), profunda total
(estruturas mais profundas)
• Medidas: C x L x P
• Descolamento e tunelização
• Tipo de tecido: granulação,
esfacelo, escara
• Exsudato: seroso, purulento...
Avaliação da Lesão
• Desbridamento e desbate
hiperqueratose
• Sinais de infecção: Realizar
cultura da ferida (amostra de
tecido). Se o swab for o único
método disponível (desbridar
e limpar a ferida)
• Exames laboratoriais:
hemograma, Hb A1c,
albumina...
• Definir Conduta do
Tratamento
• Terapia compressiva
• Encaminhamento
Casos Clínicos
Paciente (M), 58 anos, lesão em halux E

Hist: DM II (descompensado), HAS

PO de amputação transmetatarsiana Jan/19

Inicio tratamento 16/02


Casos Clínicos

• Desbridamento

• Curativo diário

1. Hidrogel

2. AGE (Óleo de Girassol)


Casos Clínicos

• Cicatrização
em 60 dias

10/04
Casos Clínicos
Paciente (M) 74 anos, 25º PO de amputação halux
E, Lesão traumática e exserese da unha.

Hist: DM II, HAS

Iniciado tratamento 31/01


Casos Clínicos

• Retirada pontos

• Desbridamento
Casos Clínicos

• Hidratação da pele

• Curativo a cada 72 horas

1. Alginato cálcio AG

• Curativo secundário
diário

• Cicatrização em 45 dias
Casos Clínicos
Paciente (F) 64 anos, PO desbridamento de úlcera
em calcâneo

Hist: DM II (descompensada), HAS, Obesidade

Inicio tratamento em 26/08


Casos Clínicos
• Desbridamento Cirúrgico

• Terapia pressão negativa (Pos


Op)

• Curativos a cada 48h

1. PHMB+Alginato de cálcio
AG

• Curativo secundário diário

• Hiperbárica
Casos Clínicos
Casos Clínicos
Paciente (M) 64 anos, PO amputação transtibial,
teve queda mesmo nível, trauma em coto
amputação

Hist: DM II, HAS

Inicio tratamento em 04/04


Casos Clínicos

• Desbridamento

• Curativos a cada 72 horas

1. Alginato de cálcio AG

• Curativo secundário
diário
Casos Clínicos

• Terapia por Pressão


Negativa

02/05 • Sem AG

• 6 dias

• 50ml seroso
08/05
Casos Clínicos

• Curativo a cada 72 horas

1. Colágeno
2. Gaze não aderente

• Curativo Secundário
27/05 Diário
Casos Clínicos
Paciente (M) anos, PO amputação
transmetatarsica, deiscência de sutura.

Hist: DM II, HAS

Inicio tratamento em 17/05


Casos Clínicos

• Desbridamento

• Curativo a cada 72 horas

1. Alginato de cálcio AG

• Curativo secundário
diário
Casos Clínicos
Casos Clínicos

31/05
Casos Clínicos
Paciente (M) 77 anos, PO amputação hálux 30 dias
(cicatrizada), presença de calosidade no 2º dedo

Hist: DM II, HAS

Inicio tratamento em 27/05


Casos Clínicos

• Desbaste hiperqueratose

• Desbridamento

• Curativo Diário

1. AGE
Tratamento de Feridas
• O tratamento e a prevenção de feridas,
frequentemente, estão sob a responsabilidade do
enfermeiro, sendo de sua competência a avaliação
e a prescrição das melhores coberturas para o
tratamento da lesão.
• A este profissional cabe executar, orientar ou
supervisionar a equipe de Enfermagem na
execução do curativo. O cuidado com feridas
requer conhecimento específico, habilidade e
autonomia. (Santos, et al, 2017)
Tratamento de Feridas
• O assistência aos
paciente deve ser
realizado perante
protocolos técnicos
que garantam
respaldos legal,
técnico e científico ao
profissional.
(Santos, et al, 2017)
Tratamento de Feridas
• O tratamento de feridas
deve envolver uma equipe
multiprofissional: médico,
enfermeiro,
nutricionista,fisioterapeuta.

• O acompanhamento
multiprofissional aumentar
a aderência ao tratamento,
estabelecendo condutas
apropriadas para prevenção
de lesões
Educação ao Paciente

• O objetivo final da
educação dos
cuidados com os pés
para as pessoas com
diabetes é evitar a
ulceração do pé e as
amputações. 
Obrigada

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