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Foco Narrativo
1. O Burrinho Pedrês - terceira pessoa.
2. A Volta do Marido Pródigo - terceira pessoa.
3. Sarapalha - terceira pessoa.
4. Duelo - terceira pessoa.
5. Minha Gente - primeira pessoa.
6. São Marcos - primeira pessoa.
7. Corpo Fechado - terceira pessoa.
8. Conversa de Bois - terceira pessoa.
9. A Hora e a Vez de Augusto Matraga - terceira pessoa.
Tempo
Tudo se passa no começo do século XX.
Cenário
Cada história desse livro é encenada no sertão de Minas Gerais.
Linguagem
A linguagem de Guimarães Rosa não pode ser meramente
enquadrada como regionalista. Ele se vale de um dialeto sertanejo
nas páginas de seu livro e o mescla aos célebres neologismos e a
inúmeros arcaísmos.
Conversa de bois
Neste conto o autor destaca quatro fatores essenciais do sertão
mineiro. Um deles é o carro de bois que atravessa a região
transportando rapadura e um corpo, o do pai de Tiãozinho. Os
animais são o segundo elemento; os outros são o condutor do carro e
o guia, o menino Tiãozinho.
Oito bois movem o carro, Buscapé e Namorado, Capitão e Brabagato,
Dançador e Brilhante, Realejo e Canindé. Na parte superior vai o
carreiro, Agenor Soronho. O morto era também um guia da boiada. O
garoto vive sua dor da perda; ele tem que enfrentar igualmente a
exaustão e a forma cruel como Agenor o trata, incitando os bois sem
dó ou piedade. Agora o garoto está sujeito à boa-vontade do
condutor, que promove a sobrevivência dos familiares de Tiãozinho
porque quer conquistar a mãe dele, a qual já era sua amante antes
mesmo da morte do pai do garoto, Januário, que vivia paralisado e
cego há algum tempo, sem condições de trabalhar. Enquanto Agenor
adormece e o personagem mergulha numa espécie de transe, os bois
conversam entre si. Os animais eram solidários ao menino e, a um
comando dele, eles saltam adiante e provocam a queda de Agenor. O
carreiro morre e a viagem segue mais leve.
Corpo fechado
Trabalhar não é com Manuel Fulô. Ele adora mesmo é contar histórias
regadas a uma boa cachaça. O homem propõe ao narrador, médico
em Lajinha, que seja seu padrinho de casamento. Ele conta que
tinha uma mula, Beija-Fulô, enquanto Antonico é proprietário de uma
sela do México.
Desta forma ele desafia Targino e, para surpresa do povo, acaba com
a vida dele com uma singela faca que mais parecia um canivete.
Manuel se casa com a amada e em algumas ocasiões ainda pode
tomar por empréstimo sua mula de estimação. Além do mais, torna-
se o novo valentão das redondezas.
São Marcos
O narrador é José, conhecido como Izé, médico graduado há pouco
tempo e novo no Calango-Frito. João Mangolô era considerado um
feiticeiro poderoso na região. José sempre zombava do preto-velho,
desprezando seu saber e considerando tudo que o envolvia como
pura superstição. Mas ele exagerava no preconceito e sempre dizia
que todo negro era vagabundo, cachaceiro e feiticeiro.
Sem nada respeitar, o médico começa a declamar a oração de São
Marcos quando encontro Aurísio Manquitola, que foge com medo.
Minha gente
O narrador vai de visita à propriedade rural de seu tio, no momento
preocupado em ganhar as eleições do lugarejo. Ele cai de amores por
Maria Irma, sua prima. Mas esta paixão não é correspondida. Um
belo dia a jovem é visitada por Ramiro, e o protagonista fica
enciumado.
Sarapalha
Em um vilarejo quase deserto, às margens do Rio Pará, um surto de
malária levou a população a partir. Em uma propriedade rural vazia,
restaram três habitantes: Primo Ribeiro, Primo Argemiro e uma preta
velha que todos os dias prepara a refeição. Não há como trabalhar
nessa região.
O fantasma da morte assombra os primos. Um dia Ribeiro, achando
que vai morrer, conta ao Primo Argemiro que a esposa partiu com um
boiadeiro, deixando-o sozinho. Ele quis seguir os dois, mas se os
achasse teria que assassinar o casal e lhe faltava ousadia para tanto.
Duelo
Turíbio Todo foi a uma pescaria e disse à esposa que retornaria
apenas no dia seguinte. Na margem do rio o protagonista sofreu um
incidente e acabou voltando ao anoitecer. Então ele flagrou a esposa
com Cassiano Gomes, ex-policial e perito em armas. Turíbio fingiu
nada ter visto e teceu um plano. Dias depois, pronto para a fuga, ele
foi à residência do rival e atirou na nuca dele, um tiro certeiro, mas
por engano matou o irmão dele, Levindo Gomes. Após o enterro,
Cassiano se fechou no interior de sua morada. Preparou tudo e então
iniciou a vingança.
Um mês se passa e Maria Rita está arrasada. Três meses depois, ela
já vivia com Ramiro. Todos acreditavam que Lalino tinha negociado a
própria esposa. Mais de meio ano após esses fatos, ele já viveu
muitas peripécias em terras cariocas. Mas agora o homem está
prestes a ficar sem nada e começa a ficar saudoso. Resolve então
retornar para casa.
Porém o Major tem princípios morais rígidos e não quer dar uma
chance para alguém que vendeu a própria família. Tio Laudônio,
irmão de Anacleto, que vê em meio á escuridão e tem os sentidos
apurados além da conta, intervém a favor de Lalino e consegue
demover o Major de sua recusa. Ele pede que Lalino o procure um dia
depois. Mas o protagonista só se apresenta na quarta-feira e dá de
cara com Anacleto.
Tudo vai bem para Lalino até que Ramiro o entrega para o Major. O
espanhol conta que ele vinha mantendo amizade com Nico, filho de
Benigno. Tocavam e bebiam juntos, inclusive na companhia de
Estevão. Anacleto ficou furioso. Porém o mulato o persuade de que
tudo faz parte de seus planos para obter informações.
Após um tempo, Lalino pediu que Oscar fosse até Ritinha e falasse
com a mesma sem contar que ia a pedido de Lalino. Ele fez o oposto
do pedido, inventando intrigas e tentando roubar um beijo da mulher.
Ela o mandou embora alegando que era mesmo apaixonada pelo ex-
marido. Mas Oscar relata ao protagonista que a ex-esposa tinha, na
verdade, se apaixonado por Ramiro.
Uma tarde Ritinha vai até a fazenda e aos prantos implora ao Major
que a proteja, pois Ramiro, enciumado, desejava assassinar Lalino e
ela; depois ele se mataria. Quando Anacleto exige que lhe tragam o
mulato, descobre que ele estava tomando uns drinques com
estranhos recém-chegados em um carro. Irado, acreditando ser seus
opositores, vê o homem chegar com pessoas do governo, entre eles o
Secretário do Interior. Feliz, o Major interveio para reconciliar Lalino e
a mulher dele.
O Burrinho Pedrês
Este conto se passa na Fazenda da Tampa, de propriedade do Major
Saulo. Seus serviçais estão escolhendo os cavalos que transportarão
os homens sertão afora com o objetivo de tanger um rebanho de bois
de corte. Infelizmente o burrinho Sete-de-Ouros é um dos animais
selecionados para esse trabalho. João Manico é o vaqueiro que o
montará.
https://www.infoescola.com/livros/resumo-sagarana/
A) da elite nacional
B) dos proletários urbanos
C) dos povos indígenas
D) dos malandros de subúrbio
E) da gente rústica do interior
A) “É aqui, perto do vau da Sarapalha: tem uma fazenda, denegrida e desmantelada;
uma cerca de pedra seca, do tempo de escravos; um rego murcho, um moinho parado;
um cedro alto, na frente da casa; e, lá dentro uma negra, já velha, que capina e cozinha
o feijão.”
B) “Olha o rio, vendo a cerração se desmanchar. Do colmado dos juncos, se estira o
vôo de uma garça, em direção à mata. Também, não pode olhar muito: ficam-lhe
muitas garças pulando, diante dos olhos, que doem e choram, por si sós, longo
tempo.”
C) “É de-tardinha, quando as mutucas convidam as muriçocas de volta para casa, e
quando o carapana mais o mossorongo cinzento se recolhem, que ele aparece, o
pernilongo pampa, de pés de prata e asas de xadrez.”
D) “Estava olhando assim esquecido, para os olhos... olhos grandes escuros e meio de-
quina, como os de uma suaçuapara... para a boquinha vermelha, como flor de suinã....”
E) “O cachorro está desatinado. Pára. Vai, volta, olha, desolha... Não entende. Mas sabe
que está acontecendo alguma coisa. Latindo, choramingando, chorando, quase uivando.”
A) os animais justiceiros, puxando um carro, fazem uma viagem que começa com
o transporte de uma carga de rapadura e um defunto e termina com dois.
B) a viagem é tranqüila e nenhum incidente ocorre ao longo da jornada, nem com
os bois nem com os carreiros.
C) os bois conversam entre si e são compreendidos apenas por Tiãozinho, guia
mirim dos animais e que se torna cúmplice do episódio final da narrativa.
D) a presença do mítico-lendário se dá na figura da irara, “tão séria e moça e
graciosa, que se fosse mulher só se chamaria Risoleta” e que acompanha a
viagem, escondida, até à cidade.
E) a linguagem narrativa é objetiva e direta e, no limite, desprovida de poesia e
de sensações sonoras e coloridas.
Sarapalha
– É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres vestidas de cor de água, sem olhos
na cara, para não terem de olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E
eu já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não vem!... Foi, rio abaixo, com o
outro... Foram p’r’os infernos!...
– Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem de ferro que levou...
– Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a maleita é quem sobe e desce,
olhando seus mosquitinhos e pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a
estória, Primo? Como é?...
– O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é bom variar...
– O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... “Foi o moço bonito que apareceu,
vestido com roupa de dia de domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a
moça p’ra ir se fugir com ele”...
– Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das outras... Cada qual mais
bonita... Mas eu não quero, nenhuma!... Quero só ela... Luísa...
– Prima Luísa...
A novela Sarapalha apresenta uma estória dentro de outra, por meio da qual a
personagem masculina da narrativa principal (Primo Argemiro) alude a uma mulher da
narrativa secundária (a moça levada pelo capeta). O mesmo procedimento ocorre em
Fonte: https://www.passeiweb.com/preparacao/banco_de_questoes/
portugues/sagarana