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ESTUDO DE CASO

ENTRE PARES

Maria Gabriela Honorato Galvão


Discipulador: André Macêdo
TAMA - BRASIL - Nome: Maria
- 32, Brasília
1- INFORMAÇÔES GERAIS: - Missionária
- De sua família de origem, é a filha primogênita, tem um irmão. Casada, tem uma filha.
- Chegou querendo ser ver livre do que ela disse se chamar sentimento de rejeição, ela começou a
2- APRESENTAR O PROBLEMA:
sessão falando que sentia-se rejeitada pela presença da entiada.
3- DETALHE DO PROBLEMA: - Sentimentos:
Os sentimentos que Maria apresentou na primeira sessão foram tristeza, raiva, incompletude e
falta de pertencimento, sendo que trabalhamos durante a sessão o acesso ao sentimento mais
repetido que foi a tristeza e já no final da primeira sessão ela saiu acessando também o
sentimento de posse, e já nas últimas sessões foi que ela conseguiu apresentar e falar sobre o
medo, que até então ela não conseguia acessar.

- Comportamento:
Na primeira sessão era um comportamento defensivo, que queria racionalizar o que ela pensava,
e anular o que ela sentia a respeito da entiada, queria tratar e tratava com a entiada de forma
madura no pensamento e na atitude, mas dentro dela ela sentia-se rejeitada pelo marido por
causa da presença da entiada e então ela sentia raiva. Então, Maria começou a observar o seu
comportamento e disse que por ela todos da sua família ficariam dentro do espaço que ela criou,
onde a entiada não estaria presente. Com o passar do tempo ela assumiu comportamentos
controladores e possessivos. Percebeu que estava reproduzindo comportamentos da família
original com a filha e o marido, no que diz respeito que ela quer que eles façam tudo o que é
correto e ela não se importa com o que eles querem fazer ou sentem. Assumiu comportamentos
de dependência emocional do marido, disse que ele sabe fazer a leitura emocional dela melhor
que ela, depois admitiu que para ela pensar sobre seus sentimentos a cansa. Então ela entregava
na mão do marido pra evitar a fadiga.

- Crenças:
Rejeição, mundo ideal versus mundo real, ela acredita que pra sentir-se realizada só se seu
marido e filha fizerem o que ela quer. Ela acredita que precisa entender tudo, e o que não entende
e não racionaliza, ela descarta.

ESTUDO DE CASO
No começo me pareceu que o que ela estava chamando de sentimento de rejeição era ciúmes.
4- DESENVOLVIMENTO Mas ela não conseguia ver o ciúmes, depois, na segunda sessão a minha suposição seguiu sendo
DO PROBLEMA: confirmada, mas também alterada pois quando acessamos aos desenho, sentimento de posse e a
frustação do mundo ideal para o mundo real, ela conseguiu chegar e confessar o controle, e o
egoísmo, então é mais que ciúmes. A partir do controle identificado, a hipótese seguiu sendo
confirmada a partir das memórias e relações com o sistema familiar primário e a reprodução de
comportamentos, mas também me parecia que havia muito medo, porém ela não acessava o
medo.

Trabalhamos por emoções apresentadas, na primeira sessão a tristeza, na segunda tristeza e


raiva, na terceira o perdão (tanto liberado, quanto de arrependimento) ligado a tristeza e raiva e
também porque ela chegou a conclusão e chegou a falar: que nunca perguntou a Deus sobre o
que a Marília (filha) precisa, ela só criou a Marília com a bagagem que ela recebeu como filha, na
quarta sessão ainda trabalhamos o perdão, porque também ela conseguiu acessar e enxergar a
dependência emocional no marido, e o que me pareceu e depois foi confirmada com a própria fala
e conclusão da aconselhada, era que antes a dependência emocional dela estava nas mãos dos
pais, depois na juventude ela “assumiu” fez o que ela quis sem a direção e a orientação de Deus.
E depois entregou ao marido. Só na sessão de número 5, ela acessou o medo, que ao me ver na
sua história era a emoção base do controle que ela exercia sobre as pessoas a sua volta e
principalmente as pessoas do seu âmbito familiar (origem e nuclear).

O problema se desenvolveu segundo a compreensão dela na criação e na ausência de limites dos


pais para com ela, ela disse que tinha tudo que queria e que quando criança queria mandar em
tudo, e também na separação dos mesmos, com a questão da separação, ela quando criança
tinha o desejo de unir os pais, ela acreditava inclusive que depois que os pais voltaram a ficar
juntos, só voltaram por causa dela, e isso ela afirma, pois quando criança ouviu do pai a seguinte
fala: que só estava com a mãe por causa dela. A racionalização dela, afetou muito porque ela
minimiza, ou consola as emoções com a racionalização, ou justifica abafando o que
verdadeiramente sente com o pensamento correto. E comecei a compreender que até mesmo o
mecanismo de defesa (racionalização) era um padrão que ela aprendeu com a sua figura paterna,
e isso porque o que ela sentia na sua infância ela disse que não era validado, nem valorizado, e
ela acessou e perdou o pai, mas percebeu que era isso que estava fazendo com a sua família
nuclear, ela só tinha que fazer o que era correto quando criança, e agora ela só cobrova do seu
esposo e filha o mesmo, que eles fizessem o que era correto, ou como ela mesma disse: que ela
entende que seja correto.
Então me pareceu que o problema tinha muito a ver com a falta de percepção, valorização e
respeito (reconhecimento, acolhimento e regulação) das suas emoções, bem como também com a
falta da liberação de perdão aos pais e respeito e valorização das emoções principalmente da sua
família nuclear. Porque como ela minimiza os sentimentos, ela não consegue enxergar nem
valorizar seus sentimentos, porque ou minimiza ou nega, porque diz sempre entender que eles a
amavam, porém todas as vezes que prosseguimos na abordagem de associação aos seus
sentimentos, ela tinha uma memória ligada aos pais. Ou se não se via de modo controlador e
exigente, sem se preocupar se o esposo e filha estão emocionalmente bem, contato que eles
estejam fazendo o que é certo isso é o que importa e deixa ela realizada.
4- DESENVOLVIMENTO Os tijolos que construiram sua personalidade:
DO PROBLEMA: Ela viveu durante muito tempo na infância convivendo com com a tristeza, insegurança, se via
muitas vezes isolada e apática dos outros sentimentos, na sua criação não era importante o que
ela sentia e nem pensava, ela só tinha que fazer o que era correto, os pais meio que
compensavam ela sempre com o que ela queria. A medida que ela foi crescendo ela começou a
lidar com a rebeldia e hostilidade, por não ter as coisas saindo do jeito que ela queria. Ou pelos
pais não deixaram ela fazer o que ela queria do jeito que queria, os pais disseram que aos 18 ela
podia, então nessa faixa étaria foi que ela foi também experimentando ainda mais possessividade,
personalidade dominante, crítica, orgulhosa e competitiva.
5- RAÍZES CAUSAIS
-Eventos traumáticos:
A separação dos pais foi muito difícil para ela, incluso é fortemente perceptível perceber pela
memória que ela trouxe, ela disse que certa vez quando seu pai se separou, ela se viu entre o pai
e a mãe e o pai dela dando a mão para ela, e ela ficou no meio sem saber o que fazer, quando ela
falou esse memória ela disse sentir muita confusão, mas era perceptível que ela também ficara,
confusa, foi muito forte.

-Situações com a figura de autoridade que lhe feriram:


* A separação dos pais;
* O autoritarismo da mãe, o não se importar do pai sobre o que ela sentia e pensava.
* Ela mesma com o próprio coração

-Descreva os pecados:
Egoísmo, controle, posse, orgulho, falta de confiança em Deus (incredulidade), rebeldia,
hostilidade, competição.
-Qualquer outra raiz que tenha detectado:
Tristeza, frustração, medo, raiva, falta de pertencimento, rejeição, incompletude, isolamento,
apatia, insegurança, confusão.

Na primeira sessão como ela trouxe a questão da rejeição, então comecei perguntando: como
você se sente quando rejeitada? Ela respondeu: triste. E aí refleti: Então, você se sente triste aí
ela foi acessando a tristeza, percebeu que era muita tristeza e depois disse: na verdade é tristeza
com um pouco de raiva, e eu falei, tem um pouco de raiva , e ela foi acessando a raiva, e
6- REGISTRO acessando a raiva, voltou para tristeza, disse que era mais tristeza que raiva, e nesse troca eu
disse: é mais tristeza que raiva? E ela confirmou, mas disse que é uma tristeza misturada com
DO ESCUTAR ATIVO
raiva que faz ela se sentir incompleta, então refleti: me corrija se eu tiver errada, então quando
você percebe a rejeição, isso te faz sentir tristeza, e você percebe que é muita tristeza, mas que
também tem um pouco de raiva, mas na verdade é mais tristeza, e essa tristeza se mistura com a
raiva e isso te faz sentir incompleta? E então ela riu, ficou um pouco em silêncio e disse: é, é
assim, como se eu não me sentisse parte, como se eu não pertencesse
Ela teve mais consciência dela mesma, porque ela tinha determinadas reações, como por exemplo
sobre o foco principal que foi sobre controle e partir da necessidade que ela tinha de controlar, do
porque controlava e isso era devido a falta de confiança em Deus, que gerava medo, insegurança,
e nesse lugar de medo e insegurança ela sentia muita confusão e ela achava por bem ter o
controle da situação, porque no falso controle ela sentia-se tranquila e realizada, com isso ela se
viu egoísta, compreendeu a dependência emocional na pessoa do esposo, entendeu também que
o casamento não era mais importante para ela que a necessidade de ter razão. Acredito que ela
apenas deve seguir se aprofundando e permanecendo no que o Senhor já revelou, caminhando
com consciência, trabalhando a vulnerabilidade no lar, entre casal e entre mãe e filha.
7- TRATAMENTO
PARA O PROBLEMA Em todo esse autoconhecimento ela reconheceu e pediu perdão teve conversas com o marido,
começou um curso de pais e filhos, já nas últimas sessões percebi também um ordem nos seus
pensamentos e sentimentos, porque no começo tudo parecia embaralhado. Misturados. Ela
também percebeu essa melhora dela na maneira dela se ver, até falou isso na nossa última
sessão.Continuar na jornada de autoconhecimento com Deus, percebendo, respeitando e
valorizando suas emoções e sentimentos (reconhecendo, acolhendo e regulando), ser vulnerável
ao seu esposo e filha, acredito que é uma mulher bastante quebrantada, o que pude acompanhar
é que ela não conseguia enxergar, mas todas as vezes que ela enxergou (teve a revelação) ela
prontamente se arrependeu e pediu e liberou perdão.
Logo no começo da primeira sessão foi difícil o fato dela não acessar muito os sentimentos, então
procurei fazer perguntas abertas de como ela se sente, ou sentiu? E mesmo com as perguntas ela
trazia mais o evento e a situação. Então comecei a refletir os pensamentos, ajudou um pouco, mas
ainda não chegamos nos sentimentos. E ainda assim ela teve dificuldade de trazer o sentimento,
então o espírito me lembrou da metáfora, então aos 22 min do 2º tempo literalmente perto de
encerrar a sessão, sugeri a metáfora da miséria do nikanor, e na metáfora foi onde ela percebeu
que ela mesma se colocava no canto de uma sala. Então ela saiu um pouco da racionalização e
começou a expressar mais seus sentimentos, e aí foi quando ela começou a falar do bloco de
sentimentos e onde fui fazendo tanto o refletir, como o resumo reflexivo (tristeza, raiva,
incompletude, falta de pertencimento). E depois dessa metáfora ela trouxe um acenal de
lembranças e uma específica, onde ela fez uma associação com a história de hoje sobre falta de
8- PROCESSO pertencimento. Que era a própria metáfora pessoal que ela tinha, que na verdade era uma
DE MINISTRAÇÃO metáfora contaminada, que o que ela tinha mesmo era vontade de colocar todo mundo dentro
desse muro que ela viu, e perguntei o que o muro simbolizava para ela? E ela disse segurança,
então aí vi que estava contaminada, e na hora entendi que deveríamos orar e perguntar ao Senhor
sobre esse muro. Mas Ele não compartilhou nada com ela, compartilhou comigo uma dinâmica,
8- PROCESSO então fui lá e fiz: era como uma dinâmica de sondagem onde Ele me disse para pedir todas as
DE MINISTRAÇÃO coisas e pertences dela pra mim e ela relutou em me entregar, riu nervosa, e eu pedi mais, ela não
me deu, balançou a cabeça em negativa, riu, e aí pedia a terceira vez, aí ela bem sem querer me
dar, mas enfim me entregou, então o senhor pediu para fazer um paralelo entre o muro e a
8- PROCESSO dinâmica, e perguntar a ela o que ela entendia dele ter dado essa dinâmica quando perguntamos a
DE MINISTRAÇÃO
8- PROCESSO Ele sobre o muro? E prontamente ela respondeu: Sentimento de posse. E ficou em silêncio, meio
DE MINISTRAÇÃO
8- PROCESSO DE em choque por um tempo, como se uma ficha tivesse caindo. Aí encerramos.
MINISTRAÇÃO
Na segunda sessão: trabalhei a partir do sentimento de posse, sugerindo desenharmos as duas
metáforas de miséria, a que ela teve ao fechar os olhos e se ver sozinha no canto da sala, e a que
ela criou e já caminhava com ela que era a do muro, ouvi a reflexão dela, quando acessamos aos
desenhos e o sentimento de posse, fiz perguntas de juntar os pontos e confronto do mundo ideal
(o muro) e do mundo real (sentimento de sozinha no canto da sala), e ela percebeu que havia
muita frustação do mundo ideal para o mundo real, então refletimos sobre a frustração e
acessando a frustração ela conseguiu chegar e confessar o controle, e o egoísmo. Então o Senhor
foi comunicando que era isso que ela precisava se conectar com as suas memórias e sentimentos,
toda vez que ela silenciava para ir para esse caminho de se conectar com as suas memórias e
sentimentos, ela encontrava uma resposta do espírito. E a partir daí comecei só escutá-la,
esclarecia com as perguntas abertas, quando necessário confrontava e retornávamos para essa
conexão direta de perguntar a Deus. E assim vi o Senhor me comunicando a maneira com a qual,
ela saia da racionalização. Parando para ouví-lo. Então seguimos o ouvindo, agora sobre o
egoísmo, e quando o ouvimos sobre o egoísmo, ele foi mostrando a ela a verdade que ela queria
ser a dona do mundo, e que ninguém saberia cuidar do esposo e filha como ela, incluso Ele.
Nesse momento ela ficou muito quebrantada e começou a chorar, porque ela disse que tinha
compreendido porque ela queria mandar em tudo quando criança, por antes tinha vindo essa
Na primeira sessão não orientei o AC sobre os procedimentos do aconselhamento (horas, tempo,
confidencialidade, compromisso, uso de notas, gravações .), sendo assim reconheço que fui
adversa, apenas usei bloco de notas, porém mantive o tom de voz tranquilo, calmo. Receptiva na
comunicação não-verbal, mantendo meu olhar atento ao dela, deixei que ela se responsabilizasse
do seu problema, porém também em dado momento, errei porque usei o (se) e acredito que usei
de maneira errada, fiquei indecisa, e não fui cautelosa. Acabei que usei o se de modo sugestivo,
fiz um pergunta de por que e qual, mas uma vez adversa.
9- AVALIAÇÃO PESSOAL Na segunda sessão não consegui ainda estabelecer as metas, e percebi que preciso melhorar
minhas expressões não-verbais. Porém fiquei feliz comigo mesma, porque só obedeci a Deus
quando ele disse que era só conectar ela com as memórias e sentimentos levando ela a conversar
com ele. Literalmente um aconselhamento de oração. Ela falando com o pai e eu intercedendo por
ela a Ele mesmo.

Na terceira e na quarta sessão fiz comentário, infelizmente, e na quinta consegui um comunicação


9- AVALIAÇÃO PESSOAL não verbal melhor, só que na hora da apreciação, eu não aguentei e falei ai que lindo Jesus,
porque a apreciação dela foi muito linda.

Na sexta foi bem tranquilo, foi mais uma conversa de feedback e ajuste, acredito que trabalhei
muito na área da empatia, clareza, coerência e confronto, mas realmente preciso desenvolver e
aperfeiçoar a área de cuidado, respeito e acolhimento.

Me sinto grata por poder participar e ver a descoberta e a liberdade de não estar mas divagando
sobre si mesma. Mas compreender o ciclo de controle como acontece em sua vida, e isso a
despertar mas pra estar juntos dos seus não como a mãe e a esposa que só quer controlar tudo e
ter razão, mas alguém que anda junto e que se erra pode ajustar isso na caminhada dela. A leveza
dela compreender isso e de ainda entender que ela tem um longo caminho pela frente porque ela
reconheceu que ela amava andar no controle e tendo razão. Sim, foi desafiador, porque graças a
Deus a Maria é uma mulher forte e de muitas convicções, então pude aprender muito, pude me
desafiar a compreender e poder ouví-la melhor.

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