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Objetivo do Encontro:
Conhecer o paciente Felipe, de 12 anos. Buscar compreender a real demanda do
adolescente e sua perspectiva.
Procedimentos:
Associação livre, escuta ativa e criação de vínculo.
Para o primeiro contato com o paciente descrito como “articulado” e” falante” planejei
uma sessão livre, como material apenas jogos como jenga, lego e a caixinha de puxar
conversa com a intenção de usá-los como ferramentas para uma associação livre.
Felipe chegou acompanhado da mãe Alessandra, logo na recepção pude perceber
que ambos se sentavam muito perto um do outro. Assim que chamei ele se aproximou
e respondeu as minhas investidas de assunto com muita facilidade, sem nenhum
problema com o contato, nos dirigimos então para a sala de atendimento.
Assim que entramos, Felipe foi logo em direção a mesa, sem demostrar grande
interesse nos brinquedos separados na bancada de apoio, mas sim, por uma
conversa, esboçar nenhuma vergonha com a interação. Depois que nos
apresentamos fiz algumas perguntas básicas, como por exemplo o que ele fazia com
a outra psicóloga, se ele gostava da escola, tinha dificuldade em fazer amigos, e a
grande parte das respostas mantinha-se igual constava nos relatórios de atendimento
do ano passado com exceção de um pequeno comentário feito ainda dentro dos
primeiros 20 minutos da sessão, com muita vergonha e receio o menino contou que
já havia visto os pais fazerem sexo algumas vezes e que aquilo o deixou muito
desconfortável, tanto que depois queria dormir entre os dois para evitar que
acontecesse novamente.
Com certa insistência de minha parte no assunto, ele deu mais detalhes, informando
que na época não sabia o que era, mas que não demorou muito tempo para entender,
deveria ter por volta dos sete anos e se deparou com a cena assim que abriu os olhos
ao acordar. Após pedir para mudar de assunto porque estava com muita vergonha se
dirigiu aos brinquedos separados na bancada de apoio, depois de começou a brincar
foi um pouco difícil extrair mais informações já que o menino fazia muitas
onomatopeias, mas de maneira geral os pontos que mais chamavam a atenção foram
os seguintes:
Graduação em Psicologia
Estágio de Atendimento Supervisionado
Impressões Pessoais:
Felipe me parece um menino muito esperto, já que percebeu todas as minhas
tentativas de direcionar a conversa. Ao mesmo tempo em que pareceu buscar por
Graduação em Psicologia
Estágio de Atendimento Supervisionado
autonomia, por ser bem articulado, assim que entrou em contato com a mãe voltou a
uma posição mais infantilizada. Vi como necessária mais uma sessão focada em
estabelecer vínculo, pois em sua resistência para adentrar nos assuntos referentes
aos seus medos pude perceber que não foi consolidado.
O menino pareceu testar minha postura com ele em diversos momentos, como
derrubando minhas torres e falando que não gostou de como falei com ele. Me
remeteu muito uma abordagem de filho único, já que eu também sou filha única,
pareceu um comportamento familiar. Creio que por isso senti ainda dificuldade com o
manejo, como se eu não tivesse real controle do meu trabalho com ele.