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Graduação em Psicologia

Estágio de Atendimento Supervisionado

Relato Semanal de Atividades

Nome: Heloisa Lima


R.A.: 19059532
Local de estágio: Unicesumar- sala de atendimento
Data: 28/03/2023
Horário: 14:00pm-15:00pm

Objetivo do Encontro:
Conhecer os pais (Jeverson e Alessandra) do paciente Felipe, de 12 anos, e coletar
assinaturas de documentos. No restante da sessão buscar o máximo de informações
sobre o paciente e sua rede familiar.
Procedimentos:
Coleta de assinaturas, anamnese e escuta ativa.

Descrição Detalhada da Atividade: atendimento 1, entrevista com responsáveis.

Antes do atendimento propriamente dito, li o prontuário do ano passado, já que esse


adolescente já havia sido atendido por uma aluna do quinto ano 2022.
Marcado para as 14h de terça feira, quem compareceu à sessão inicial foi o pai de
Felipe, Jeverson. A princípio o recebi, me apresentei e reforcei como seria a
modalidade de atendimento, coletei as assinaturas da documentação e então
iniciamos a sessão. Fiz perguntas seguindo a anamnese da clínica e relacionadas as
demandas do atendimento do ano anterior, sem dizê-lo que eu já sabia qual era.
O menino tem boa relação com a família de modo geral, sempre foi um ótimo aluno,
única questão levantada é o medo de se separar da mãe Alessandra, o ciúme da
relação dela com o pai e o fato de ter muitos medos sem sentido, como medo de chuva
ou céu, medo de vultos que circulam pela casa e do fato de não dormir sozinho até
alguns meses atras (antes dos atendimentos com a última estagiária).
Ao adentrar tentando entender possíveis origens para essa demanda, segundo a
perspectiva do pai, perguntei de forma geral o que ele poderia me dizer sobre a família
deles e de onde ele achava que poderia vir tais comportamentos.
Jeverson contou da família de sua esposa (mãe de felipe) que tem depressão, diz ver
vultos pela casa, e teve duas tentativas de suicídio. Segundo ele tudo começou depois
do nascimento do menino, onde ela começou a ficar extremamente “grudada” com
ele, depois de alguns meses quando voltou para o trabalho estava estranha,
acreditava que os demais funcionários conspiravam contra ela e a queriam fazer mal,
parou de trabalhar e ficou em casa cuidando do filho, e então a relação começou a
ficar ainda mais próxima. Quando Felipe tinha dois anos, ela teve uma tentativa de
suicídio, e novamente quando ele tinha quatro, nesse episódio foi ele quem a
encontrou. Precisou ficar internada alguns dias e não quis ver o filho, o que segundo
Jeverson pode ter contribuído para esse medo de ficar sem a mãe. Logo que voltou
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para casa a relação mãe e filho ficou ainda mais próxima, de forma que eles nunca
mais dormiram separados do menino.
Me chamou muita a atenção quando Jeverson comentou sobre o restante da família
da esposa terem os mesmos comportamentos que ela e o filho, então perguntei se
havia alguma característica da família dela que ele considerava “estranho”. Muitos
membros da família de Alessandra têm histórico de depressão e três deles (avô
materno, tia, mãe) cometeram suicídio. É uma prática comum na família dela o
casamento entre primos, informou Jeverson, apesar de não ser uma regra apenas ela
e uma irmã se casaram com pessoas fora do laço familiar. Segundo ele ainda,
aparentemente não tiveram problemas, já que “as crianças algumas são meio
estranhas, mas nada muito diferente”.
Depois dos atendimentos do ano passado, Felipe passou a dormir durante a noite e
em uma cama apenas dele ao lado da cama dos pais, já que não tem outro quarto na
casa para ele. Um fator que pode ser preocupante nesse cenário é que os pais
passaram a ter seus momentos de intimidade no mesmo quarto do filho, enquanto ele
“dorme”.
Após verificar a documentação e as informações coletadas na anamnese, foi dado
espaço para Jeverson tirar possíveis dúvidas. Sem apresentar nenhuma foi feito o
fechamento e encerrada a sessão.

Impressões Pessoais:
Busquei muitas informações sobre a família do paciente e sobre a sua relação com
ela, pois acredito que antes de conhecer o adolescente se faz interessante saber a
origem de seus comportamentos e como o meio irá conspirar para as intervenções
terapêuticas. Pensando nisso, com o pouco de informação coletada inicialmente,
minha primeira hipótese é que o adolescente repete boa parte dos comportamentos
sintomas da mãe, devido a relação extremamente próxima que os dois apresentam.
Outro detalhe que me chamou muita a atenção é o costume da família de relacionar-
se com seus primos próximos, possivelmente perpetuando geneticamente os
sintomas depressivos. Provavelmente o gatilho para os sintomas de Alessandra foi o
parto.
Para a próxima sessão, planejarei o primeiro encontro com o adolescente, pretendo
entender a queixa que ele traz e se difere da trazida pelo pai. Apenas a título de
curiosidade, já que o foco do atendimento é o Felipe.

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