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ASPECTOS RELEVANTES

NA APURAÇÃO DO
ASSÉDIO MORAL E SEXUAL
NA PMPR

Cap. QOPM Carolina Pauleto Ferraz Zancan


Comissão de Prevenção e Combate ao Assédio Moral e Sexual da PMPR
Relembrando: o que caracteriza cada conduta?
Ah, pronto! Não pode Ode ao moralismo e
mais namorar na PM! puritanismo!!
Dependendo da situação, pode caracterizar outros
crimes, principalmente a importunação sexual (CP)
Assédio sexual Importunação sexual
Art. 216-A. Constranger alguém com Art. 215-A. Praticar contra alguém
o intuito de obter vantagem ou e sem a sua anuência ato
favorecimento sexual, prevalecendo- libidinoso com o objetivo de
se o agente da sua condição de satisfazer a própria lascívia ou a
superior hierárquico ou ascendência de terceiro:
inerentes ao exercício de emprego, Pena - reclusão, de 1 (um) a 5
cargo ou função. (cinco) anos, se o ato não
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 constitui crime mais grave.
(dois) anos.
https://www.gov.br/mdr/pt-br/acesso-a-informacao/governanca/programa-
integridade/campanhas/Cartilha_Informativa_sobre_Assedio_Sexual.pdf
Em termos de
ambiente de trabalho:
SIM é SIM!

O resto é
NÃO!
CONSENTIMENTO
Relembrando: o que caracteriza cada conduta?
Tempos difíceis! Pois é... “não aguenta,
pede baixa.”
Ninguém aguenta nada!
Povinho quer ser tratado
como se aqui fosse a casa da
Tudo é assédio!
vovó!

Imagina se entrassem na Qualquer pressão, já


PM no meu tempo... espanam!
Orientação: produza provas...
• Como o assédio moral é uma conduta reiterada, sugere-se o
registro do que ocorre, quando, como e etc. Pode ser em um
caderno, que servirá como referência posterior, trazendo maior
robustez à reclamação;
• Comente com seus colegas de trabalho sobre o que acontece.
Procure auxílio psicológico;
• Ainda, deve-se ter em mente que algumas condutas, pela carência
de reiteração, podem não caracterizar assédio moral. Porém,
transgressão disciplinar da mesma forma.
REGULAMENTO DISCIPLINAR DO EXÉRCITO
3. Concorrer para a
discórdia ou a desarmonia 40. Portar-se de maneira 46. Disseminar boatos no
ou cultivar inimizade entre inconveniente ou sem interior de OM ou concorrer
militares ou seus compostura; para tal;
familiares;

100. Ofender, provocar,


desafiar, desconsiderar ou
procurar desacreditar outro + Código de Ética + Agravantes
militar, por atos, gestos ou
palavras, mesmo entre civis.
CRIMES CONTRA A
ASSÉDIO MORAL
DIGNIDADE SEXUAL

IPM
SINDICÂNCIA

Art. 9, II, COM (crimes


previstos no CPM e na
legislação penal)
Primeira “fase”: não é bem isso o
que está acontecendo, você que
entendeu errado.

É o jeito da Foi só uma


Mi, mi, mi
pessoa brincadeira!

Ahh! Já é Muda de escala


Sempre foi
antigão! Não vai para evitar
assim!
mudar! Releva! problema!
“CARGA MENTAL
E EMOCIONAL”

Que tal
“compartilhar”?
CARGA MENTAL: pessoa em situação de assédio
CARGA MENTAL: perpetrador do assédio
Eu tenho uma O que a minha
Como fica a minha
carreira ilibada com mulher (meu esposo)
reputação no
xx anos!! Nunca vai falar? Acabaram
quartel?
respondi nada! com a minha família!

Tenho que ser


Não tenho mais os O clima no ambiente
transferido?? Isso vai
meus amigos. As de trabalho ficou
atrapalhar a minha
pessoas me evitam! péssimo!
rotina!

Terei que gastar


dinheiro com
advogado!
Fase “atual”: precisa mesmo de tudo
isso???

Nossa!! Foi só uma


Mas ele é um
mensagem! Olha o
ótimo profissional
transtorno!

Que exagero! Não Chama os dois


precisa apurar! aqui, vamos tentar
Vamos resolver por compor para não
aqui! repercutir!
Consequência do
“instante de prazer e satisfação (ou
tentativa) violando a intimidade e a
dignidade de um terceiro”...
É mais fácil “deixar
para lá” ou “varrer
para debaixo do
tapete”....
Só que não é uma estratégia inteligente a curto,
médio e longo prazo...
Condutas que violam a intimidade e a dignidade do
profissional degradam o ambiente de trabalho e
impactam negativamente na sensação de
“pertencimento”.
Refletem a imagem de uma Corporação
descomprometida com seus colaboradores e,
portanto, com a sociedade em geral.

PERDA DA CREDIBILIDADE E DO RESPEITO.


Reflexos administrativos:
Reflexos cíveis:
Reflexos penais:
Reflexos sociais:
PREVENÇÃO:
não apenas
“Depois não para as vítimas,
diga que eu não mas também
avisei.” para os
assediadores.
Mesmo ciente de tudo
isso, o sujeito ainda
insiste na conduta?

A percepção da
certeza da impunidade
Saiba que uma
apuração por
assédio moral ou
sexual, por si só,
já é um
desgaste.
Porém, é
necessário
enfrentar o
problema para
promovermos
uma evolução
cultural
institucional.
Procurar ajuda para falar a respeito já é
uma superação!
Primeiro passo: acolhimento!
Sugestão de avaliação e acompanhamento psicológico de todos
os envolvidos (perpetrador, vítima, testemunhas, etc)!
Necessidade de
“personalização”...
Ainda existe!
O que não se deve falar:

Por qual motivo Você já saiu com


Com que roupa
você não outras pessoas do
você estava?
denunciou antes? quartel? Quantas?

Você não reagiu na O que você acha Saiba que é a sua


hora? Por qual que fez para palavra contra a
motivo? provocar isso? do assediador.
Ainda assim...
Verifact
whatsapp
Ata notarial
“É a palavra da vítima contra a do
assediador”

Pode até ser, mas a palavra da pessoa em


situação de crimes sexuais tem sim um
peso maior!
O que mais eu devo observar?
Estado emocional, psicológico...

Em que contexto a pessoa procurou ajuda


(indignação, medo, vergonha, limite psicológico)

Coerência e plausabilidade do relato


x
falta de uma versão crível e coerente pelo assediador
O que mais eu devo observar?
POR QUAL MOTIVO A VÍTIMA
“INVENTARIA” A RECLAMAÇÃO?
Processo desgastante:
“não tenho o que fazer, vou ali denunciar alguém por
assédio para dar uma agitadinha” !!!!
Elementos relevantes..

O Encarregado deve perguntar à vítima se mais alguém presenciou o fato e não


somente quem for mencionado inicialmente. Ex: festinha do quartel;

Pergunte se a vítima conversou com alguém a respeito. Para esta pessoa indicada,
pergunte o que lhe foi contado e qual o estado emocional dos envolvidos;

Muitas vezes, a pessoa será testemunha da angústia, do sofrimento, do medo, da


tristeza, da indignação, do abalo emocional;

Sensibilidade: condutas subjetivas! Aquilo que É fazendo parecer que NÃO É!


Ainda....
Pergunte se a vítima quer falar e se deseja que alguém a acompanhe. Peça para relatar o que ocorreu
com detalhes, pois a coerência do discurso e a sequência de fatos muitas vezes, por si só, constituem
elemento de convicção. Preferencialmente, grave esta oitiva.

Infelizmente, a pessoa acaba sendo ouvida mais de uma vez: observe se o discurso é harmônico e
continua igual. Em ambas as partes. Ex: Caso Daniel Alves

A vítima tinha algum problema de relacionamento com o assediador?

Por qual motivo o assediador acha que ela faria uma “denúncia falsa”?

E a testemunha abonatória?
Sensação constante de
vigilância, cuidado e
proteção!
POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ
Nós fazemos a diferença!

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