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REVISÃO - DIREITO INTERNACIONAL


Pontos importantes:
1- Histórico - tratados
2- Fontes do direito internacional - primário e secundário
3 - Sujeitos de direito - personalidade, capacidade e reconhecimento de Estado
4 - Organização que se trata em relação ao tratado

HISTÓRICO: evolução > surge com a humanidade > (direito romano)


regras p/ comércio > conflitos > adoção de regras p/ evitar guerras;
- fim do império romano: sociedades feudais > não havia Estados > fim da idade média
> renascimento > início da idade moderna: revolução protestante > Guerra dos 30
anos (império dos absburgo) > Áustria/Espanha eram um império > sai derrotado >
necessidade de criação de regras de “não intervenção”, “autodeterminação dos
povos”;
- TRATADO DE VESTFÁLIA (1648) > marco inicial do Direito Internacional
(necessidade de evitar que uma nação se torne hegemônica) > PAZ de VESTFÁLIA:
- redesenhou fronteiras europeias; garantiu ideia de soberania dos Estados;
autodeterminação dos povos; não intervenção de um Estado no outro; queda do
absolutismo; iluminismo; revolução Francesa e guerras napoleônicas;
- TRATADO DE VIENA (1815): > Queda de Napoleão estabelece nova ordem jurídica
internacional (estabelecimentos de novas fronteiras); - Estabelecimento do
“Consenso” (diplomacia) entre os Estados (nova fase do direito internacional)
- Século XIX: revolução (industrial, russa, colonialismo) - 1º Guerra Mundial (1914-
1918) - Nações Aliadas x Alemanha / Império Autro-Hungaro;
- TRATADO DE VERSALHES (1919): > colocou fim à 1ª Guerra Mundial; - criou a liga
das Nações; Criação da OIT; - Estabeleceu novos paradigmas ao direito internacional
(sistematizou o direito internacional público - adoção de tratados, organismos
internacionais etc.); - Liga das Nações falhou > 2ª guerra mundial (1939-1945) -
horrores da segunda guerra mundial: novas consciência global
- CRIAÇÃO DA ONU (1945): - promoção da paz; - cooperação entre os povos; -
dignidade do ser humano; - evitar novos conflitos; - carta assinada em São Francisco
(1945) > ratificação do documento por China, EUA, França, Reino Unido e Ex-URSS;
● Finalidade de cumprir os objetivos: DUDH (Declaração Universal dos Direitos
Humanos - 1948) não é vinculante, mas compromisso entre as nações >
recomendação para leis, constituição, fundamentos;

DIREITO INTERNACIONAL: (regula as relações de uma sociedade internacional) conjunto


de princípios e regras jurídicas > disciplinam e regem a atuação e a conduta da sociedade
internacional (Estados, organizações internacionais governamentais e indivíduos) > alcançar
metas comuns da humanidade (paz, segurança e estabilidade das relações internacionais);

FONTES: normas de preceitos; > nasce de aspectos históricos e geopolíticos; > adoção do
tribunal para julgar > Corte Internacional de Justiça (Haia) - 1907 > fontes > (convenções,
costumes, princípios gerais, decisões judiciais,
● 2FONTES PRIMÁRIAS DO D.I. (regras jurídicas):

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Resumo: Nathália Ohashi
- Convenções e Tratados internacionais: documentos escritos > obrigações, direitos e
deveres, sanções;
> tratados: existem > regulam situações de tratados sobre tratados
- Costume internacional: vários países, questões religiosas, éticas, sociais e
econômicas;
> costume: surge em função de não existir um “Órgão central” de produção de norma
ou tratados; mesmo positivado em um tratado, não deixa de existir. (costume é prática geral
aceita como sendo o direito)
- Princípios Gerais do Direito: ex: dignidade da pessoa humana;
> “nações civilizadas não é mais aceito”;
> ideias universalmente aceitas, que nascem da ordem; não necessita ser aceita por
todos os países, mas que a maioria considere, como ex: direito à vida, boa-fé etc.

● FONTES SECUNDÁRIAS (não produz regra, serve para interpretar as regras):


- Doutrina internacional: influencia o pensamento jurídico;
> são meio auxiliares de interpretação das fontes e normas;
- Jurisprudência internacional: produzido por tribunais internacionais;
> decisões da corte, ex: CIJ, TPI, Corte Européia de D.I.; etc; (serve como meio
auxiliar de interpretação e não tem efeito normativo)

OBS: CLÁUSULA EX EQUO ET BONO: CIJ pode decidir uma questão > exige-se a
concordância > fonte suplementar de D.I.
> art. 38 CIJ > não é um rol taxativo e não apresenta hierarquia entre as fontes;
> Atos unilaterais dos Estados e Decisões de Organismos internacionais > não estão
no rol art. 38, mas servem de parâmetro e criação de regras voluntárias;

FUNDAMENTOS DO D.I: - Doutrina Voluntarista: Estados decidem por sua vontade; não
são cogentes;
Doutrina Objetivista: obrigatoriedade das normas advém da existência de princípios
superiores (direito natural); (cooperação, consenso);
Pacta sunt servanda: manifestação da vontade dos Estados em se obrigar, boa-fé dos
Sujeitos Internacionais.

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO X PRIVADO:


PÚBLICO: relações (Estados x Estados) (Estados x Organismo I, entre Organismos I);
PRIVADO: conflitos espaciais e se aplicam em questões de aplicação de leis às relações
jurídicas > ordenamento diferente países. (relação em nível internacional);

SUJEITOS DE D. I. PÚBLICO: (suportabilidade) entre os Estados; - sociedade internacional


é formada por sujeitos/atores de direito internacional;
- são os que tem capacidade de agir/influenciar no direito I.Pub. de forma direta ou
indireta, ativa ou passivamente;
- ex: Estados (países), organizações internacionais e indivíduos (ex: autor > corte
europeia de direitos humanos, réu > tribunal penal internacional);

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Resumo: Nathália Ohashi
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> PERSONALIDADE JURÍDICA INTERNACIONAL: pré-habilitação para ser considerado
sujeito de direito com capacidade de estabelecer relações jurídica ou titular de direitos no
plano externo (destinatário de normas e princípios);
OBS: todos tem personalidade jurídica: - Estado > capacidade ampla;
- Organizações internacionais > capacidade menos ampla (finalidade)
- Indivíduos > capacidade limitada (não celebram tratados, mas busca o tribunal
internacional)

> CAPACIDADE JURÍDICA: conjunto de direitos e deveres que podem estar inscritos na
esfera jurídico-internacional (aqueles que as normas estabelecem direitos/deveres);

> SUJEITO > ESTADO:- sujeitos clássicos, fundadores, primários e plenos do DIPUB,
- P.J.: originária (povo = conjunto de pessoas que habitam >, território = base física,
material como solo, rios, espaço de assento e governo = elemento político do Estado,
organização interna e externa)
- capacidade jurídica plena: exerce todos os atos

> RECONHECIMENTO DE UM ESTADO: (diferente de existência, pois pode apenas existir


com a capacidade e personalidade, mas isso não quer dizer que é reconhecimento)
Estado reconhece a existência de um outro Estado (art. 14 da OEA) > Estado outorga aceita
a personalidade do novo Estado com todos os direitos e deveres que, para um e outro,
determina o direito internacional;
● natureza jurídica: Declaratória > não cria outro Estado, só reconhece a pré-
existência;
Discricionária > Estado não é obrigado a reconhecer o outro, e nem se relacionar
(Estado é soberano para reconhecer ou não);
● Expresso (coloca em um tratado) ou tácito (quando prática atos de reconhecimento
como: recebe diplomatas, adota condutas de negociação);

OBS: tratados bilaterais: reconhecimento é necessário mútuo!

● ingressar na ONU como Estado-membro: concordância da Assembleia Geral (193) +


Conselho de Segurança (15);
● Reconhecimento de governo: necessidade quando > independência de um território;
manifestação de fenômeno sucessório e crise política institucional ou revoluçõe;
● Sucessão dos Estados: regra > continuidade dos Estados
- Tipos: fusão, agregação, desmembramento e transferência territorial;
- Efeitos jurídicos: nacionalidade, bens públicos, dívidas públicas;

> SUJEITO > ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: entidades criadas para atender


determinadas finalidades.
- elemento: associações voluntárias de Estados soberanos; estabelecidos em
tratados,
- PJ: própria e diversa dos criadores > OBS: não há necessidade de que a
personalidade esteja expressamente declarada no documento constitutivo. CARTA da
ONU.

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Resumo: Nathália Ohashi
- 4capacidade: própria a atender às finalidades específicas;
Exemplos: ONU, OMS, OEA, OIT;
- características: multilaterais, permanentes e institucionais, podem deixar de existir,
nasce da manifestação da vontade dos Estados, possuem regimento interno próprio;
- membros: pleno direito, associativos, parciais. critério temporal: originários e
derivado; (Órgãos: Plenário > 1 executivo, 1 secretaria, 1 representante)

● ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU): em (EUA), criação > Carta de São
Francisco (1945) > é um tratado sui generis (único, original, singular); Obs: estatuto
CIJ faz parte da carta da onu.
- substituiu a liga das nações > objetivo evitar a 2ª guerra m.
- propósitos: manter a paz e a segurança internacional, desenvolver relações
amistosas entre os Estados, resolver problemas com a cooperação
internacional e centro destinado a harmonização das Nações;
- conselho de tutela > extinto em 1997;
- Corte Internacional de Justiça (CIJ) > “poder judiciário da ONU”; > julgar
controvérsias; (15 juízes - 9 anos de mandato), sede em Haia; > quórum - 9
juízes;

● ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT): criada em 1919 > tratado


de Versalhes, sede Genebra (Suiça); - faz parte da ONU; estrutura tripartite
(trabalhadores + representantes dos empregadores + Governo), organização
internacional, multilateral, intergovernamental, especial, permanente e com
personalidade jurídica própria;
- membros: (qualquer Estado, da OIT ou não da ONU); direito a retirada com
requerimento ao Diretor-Geral;
- objetivos: promover princípios fundamentais do direito do trabalho, melhores
condições de emprego para homens e mulheres em condições livres de
escolha, não discriminação e dignidade; aumentar e eficácia da proteção
social, estimular e fortalecer o tripartismo e o diálogo social;
- Constituição da OIT 1946, substituiu a carta de 1919 - anexo a Constituição é
o principal documento da OIT;
- sistema normativo > Convenções - OBS: não são tratados e não necessitam
passar pelas fases. e Resoluções > decisões tomadas pela Comissão de
resoluções; anexo as convenções > suprir lacunas;

● ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC): 1994, acordo de Marrakesh, em


Genebra, NÃO faz parte da ONU; - 153 Estados membros (Brasil), - finalidade de
implementar acordos e servir como foro de negociações e monitorar políticas
comerciais em seus membros;
- multilateral, intergovernamental, permanente e com personalidade jurídica
própria;
- estrutura: conferência ministerial, conselho geral e secretariado; - princípios
como: não-discriminação, previsibilidade, concorrência leal;
- sistema de solução de controvérsias;

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Resumo: Nathália Ohashi
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ORGANIZAÇÃO ESTADOS AMERICANOS (OEA): 1948, carta de Bogotá, sede em
Washington, - organização internacional regional > 35 membros; - finalidade: criar
uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua
colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência;
- estrutura: assembleia geral, reunião de consulta dos ministros da relação
exterior e conselhos, comissões, secretaria geral, conferência especializada e
organismos especializados.

TRATADOS E CONVENÇÕES (OBS: prof disse que não seria cobrado nessa prova)
> Introdução: fonte de D.I.; (fonte mais segura e concreta das relações), > decorre >
“codificação do D.I.Pub.;
- histórico: 1º em 1280 a 1272 a.C. hititas e egípcios - fim da guerra síria; origens em
tradições costumeiras > antiguidade > base em princípios da boa-fé, livre
consentimento e do pacta sunt servanda; 1815 > tratados multilaterais; início séc XX
> organizações internacionais;
- conceito: o meio que tem os Estados e as organizações intergovernamentais >
acomodar seus interesses contrastantes e cooperar entre si para satisfação de suas
necessidades comuns;

> Convenção de Viena sobre direitos dos Tratados de 1969: principal documento > tratado
de Viena 1969 > ONU > internalizado pelo Decreto 7.030/2009; em vigor > 27/01/1980;
representa “codificação geral do direito costumeira internacional sobre tratados”;
- regula: questões pré-negociais (capacidade de concluir tratados e plenos poderes),
processo de formação, entrada em vigor, vigência, interpretação, nulidades,
suspensão e extinção da execução;
- fórmula regra como: pacta sunt servanda, vedação a inexecução de tratados, além
rebus sic standibus;
OBS: não trata de sucessão entre Estados, não aborda tratados entre Estados e
Organismos I.
- aplicação supletiva (não é superior hierarquicamente sobre os demais tratados)
● Definições: - Tratado: acordo internacional concluído por escrito entre Estados e
regido pelo D.I, conste por um ou mais instrumentos conexos;
- “ratificação, aceitação, aprovação e adesão”: ato internacional que estabelece no
plano internacional o consentimento em obrigar-se por um tratado;
- “plenos poderes”: documento expedido pela autoridade competente de um Estado
> designada a representar na negociação;
- “reserva”: declaração unilateral > com objetivo de excluir ou modificar o efeito
jurídico;
- “Estado negociador”: participou na elaboração e na adoção do texto;
- “Estado contratante”: consentiu em se obrigar pelo tratado, tenha ou não entrado
em vigor;
- “parte: consentiu em se obrigar pelo tratado;
- “terceiro Estado”: que não é parte no tratado;
● Terminologia: “tratado é gênero!
- 6Tratado: acordo internacional bilateral ou multilateral;

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Resumo: Nathália Ohashi
- Convenção: tipo de tratado solene, multilateral;
- Pacto: utilizado para nomear tratados que tem finalidade específica; Ex >
Pacto do aço (Berlim, 1939), Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Nova
York, 1966);
- Acordo: tratado de natureza econômica, financeira, comercial, entre outros;
Ex > GATT - Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio.
- Carta: instrumento constitutivo de organizações internacionais ou tratados
internacionais, que estabelecem direito e deveres; Ex: Carta de São Francisco;
- Protocolo: identifica resultados de uma conferência diplomática, ou identificar
acordo subsidiário; Ex > Protocolo de Kyoto (1997);
● Estrutura dos tratados: - título:
- preâmbulo:
- articulado (ou dispositivo):
- fecho:
- assinaturas:
● Classificação: - número de partes: bilateral ou multilateral;
- Tratado “guarda-chuva” (traçam “linhas mestras” e demandam complementação) e
Convenção-moldura (estabelecem grandes bases jurídicas de um acordo >
regulamentação para momento posterior);
- natureza jurídica: tratados-lei (normas gerais) ou tratados-contratos (resultam de um
negócio jurídico; são ajustes de convenções recíprocas);
- possibilidade de adesão: abertos (não participam das fases de formação dos
documentos aderirem posteriormente, pode ser: adesão limitada (com critérios
regionais) e adesão ilimitada (sem critérios para adesão), condicionadas (impõe
atendimento de alguma condição) e incondicionadas (não estabelecem condição para
adesão) e fechados (não permite adesão posterior)
● Procedimento Conclusão: Unifásico (assinatura > vigência e validade do tratado) ou
bifásico (negociação e assinatura > fase internacional e aprovação e promulgação >
fase interna);
● Processo de formação: ATOS SOLENES (formalidades) > fases > negociações e
assinaturas, aprovação parlamentar; depósito (ratificação); promulgação ou
publicação do texto.
- EFEITOS: (para serem válidos precisam): agentes capazes; pessoas com
poderes para tanto (pessoas capazes), mútuo consentimento; objeto lícito e
materialmente possível;
- Fases internacionais (NEGOCIAÇÕES): negociações preliminares (atos
iniciais); adoção do texto (ato jurídico); autenticação (torna o texto do
documento definitivo e autêntico); assinatura (é o último ato da 1ª fase);
- (RATIFICAÇÃO): ratificação (após a assinatura e antes do referendo
parlamentar - aprovação do projeto); adesão;
● Entrada em vigor e vigência: regulará > aplicação no tempo e no espaço;
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Interpretação dos tratados: Regra geral > ponto de partida é o texto da convenção
> pacta sunt servanda e boa-fé; obs: há exceções > interpretação for ao contrário ao
conteúdo do tratado;

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Resumo: Nathália Ohashi
● Vícios de consentimento e nulidade dos tratados: anulabilidade do consentimento
> governo manifesta sua concordância > erro > corrupção de representante > efeito
ex nunc > nulidade do consentimento > nulidade dos tratados > soluções;
● Extinção dos tratados: vontade comum das partes, causas extrínsecas
(impossibilidade superveniente em ex) ou vontade unilateral (denúncia);

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Resumo: Nathália Ohashi

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