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A história do DIP começa por ter na base as relações inter-estaduais. (direito externo
do estado, para um positivista)
Período formativo
1) Antiguidade clássica- implicou o desenvolvimento (principalmente no direito
romano) com o ius gentium/ direito das gentes – o equivalente a regulação dos
estrangeiros em Roma, mas também regulava os tratados de Roma com outros
Estados.
2) Idade média- pequena comunidade inter-reinos: ideia de povo não era clara. A
ideia de fronteiras e de povo era uma realidade imperfeita. DIP estava ligado à
respublica cristiana, onde o papa desempenhava um importante papel
enquanto intermediário das relações internacionais. O reconhecimento dos
reinos dependia do papado. Esteve a religião também no seio de guerras de fé.
(guerra dos 30 anos pex)
Idade moderna: é marcada pelas expansões territoriais (tratado de tordesilhas,
inicialmente)
O ius gentium foi reaproveitado por espanhóis (escola espanhola de direito natural/
escola de sevilha) – francisco vitoria e francisco suarez – ius gentium tranforma-se num
ius inter-gentium. Direito relacional entre Estados e OUTROS ESTADOS.
2º período:
Surge:
Principio da autodeterminação
Principio de que cada estado manteria as fronteiras que detinha antes da
independencia.
2º fase do segundo período: surge a sociedade das nações, cuja destinação se prendia
com o afastar da possibilidade do recomeço de uma grande guerra.
Problemas da Sociedade das Nações:
1) EUA e URSS não ratificam o tratado
2) Não impediram Itália de anexar a etiópia
2ª aula:
O que é o dip?
Critério dos sujeitos – normas que regulam a relação entre estados (insuficiente nos
nossos dias com a imposição das organizações internacionais, principalmente
organizações de estados); há ainda movimentos de independencia nacional, governos
no exilio....
Critério positivista (de André Gonçalves Pereira) (/critério das fontes): “conjunto de
normas jurídicas criados pelos processos de criação e regulação normativa própria da
comunidade internacional”
-insatisfatório por não definir as normas jurídicas imanentes do Costume
A única fonte que pode ser considerada no seu sentido próprio é o poder constituinte.
(sem limitações internas, para os positivistas, com a limitação do direito natural para
os jusnaturalistas)
No dip sempre se falou em fontes (descentralização e autonomia dos modos de
produção de normas jurídicas internacionais)
O DIP é um direito cuja sanção é débil. A sociedade internacional não consegue aplicar
completamente o Direito que a rege. É um direito imperfeito, face à falta de coerção
que lhe é imanente pela sua própria natureza (descenteralizada)
Atos jurídicos unilaterais auto-normativos: como é o caso da promessa, o Estado
assume um compromisso para se auto-regular mas que pode ter consequências nos
outros
A maioria dos atos jurídicos unilaterais estarão numa posição secundária à das
convenções
Interação de fontes:
Tribunais: competence competence
Se as definições dos institututos forem importante para interpretação das
constitucionais, em caso de duvida o tc pode definir a sua própria competência. Isso
passou a costume internacional, e isso foi positivado num tratado 36/6 ETIJ
Patamares de hierarquia
(há direito cogente mas ninguém sabe qual é. Nenhuma norma de direito positivo foi
declarada inválida por contrariedade ao ius cogens)
Blanco entende que existe ius cogens- normas sem as quais não há mínima convivência
social.
-tratamento de prisioneiros de guerra (4 convenções de Genebra quanto a isto)
- proibição de crimes de genocídio
Costume internacional
Elementos do costume
Material- prática reiterada (dos sujeitos de Direito Internacional) – conjunto de atos
dos sujeitos pelos quais esses sujeitos vão determinar a sua posição quanto a
determinada questão.
Quantos estados devem fazer parte da prática para que se forme um costume? Não há
regra, depende da questão e da consistência (não existirem objeções)
Práticas de alguns estados valem mais do que outros? Prof diz que não (princípio da
igualdade soberana entre estados)
Estados dissidentes podem obstar à formação do costume, mas nem por isso deixa de
estar vinculado quando o costume se formar. (há divergência doutrinária)
Teoria do objetor persistente – o estado que tenha objetado desde o inicio até ao fim
está dispensado de obedecer ao costume. Eduardo Correia Batista não concorda com
esta posição. Ela na prática não é muito utilizada e é difícil de manter.
Novos Estados não têm hipótese de protestar contra costumes já em vigôr. Tentaram
os novos estados que isso se tornasse uma realidade, mas isso não teve adesão da
comunidade internacional. (mas não está sujeito aos tratados – livro do André
Gonçalves Pereira “a sucessão de Estados”)
Tratados:
CV sobre o direito dos tratados
Tratado nos termos do artigo 2º da CV. Antes desta positivação só havia um costume
sobre o direito dos tratados
Criou-se um direito especial que prevalece sobre o direito geral (de origem
costumeira)
Há estados não vinculados à convenção de viena, que aplicam ainda o direito
consuetudinário.
A CV de 69 trata dos tratados entre Estados Soberanos
Tratado- acordo concluído entre 2 ou mais sujeitos do DIP, com capacidade de celebrar
tratados. (mais do que os Estados, também os sujeitos insurrectos, governos no
exilio...)
Fases:
1) Negociação pelos plenipotenciários (que deve ter poderes de representação e
não se afastar das suas vinculações limitativas) (chefes de estado, chefes de
governo, ministros dos N.E, chefes diplomáticos – plenipotenciário é só o chefe
da negociação) - Estado pode confirmar a atuação de quem não tinha poderes
de representação.1
Elaboração do texto: fases do processo
Nos tratados bilaterais há rondas negociais (delegação a ir para um pais e a outra
delegação a ir para o outro país, sucessivamente)
Os técnicos participam nas negociações mas apenas a titulo delegado às ordens e
subordinação do plenipotenciário
Entre duas rondas negociais não está tudo parado (fazem-se propostas de redação e a
comunicar com técnicos de outra parte)
Governo tem competência para ajustar convenções internacionais. Cabe
primacialmente ao ministro dos negócios estrangeiros.
Pode fazer-se assinatura ad referêndum (só se torna oficial quando assinado pelo
primeiro-ministro ou pelo ministro dos negócios estrangeiros)
Vinculação por
1) Tratados solenes (assinatura e ratificação dá-se num momento
necessariamente distinto) (na crp o ato definitivo compete ao PR) (PR pode
recusar a ratificação de tratados e serve de veto de gaveta)
2) Acordos sob forma simplificada (no momento em que o plenipotenciário
assina, exprime, simultaneamente, a vinculação definitiva do Estado)
3) (não há acordos sob forma simplificada na nossa ordem interna)
A CV vem positivar uma forma de tratar das ratificações imperfeitas diferente da que
advinha do “pacta sunt servanta”. É o que está estatuído no artigo 46º da CV
46º:
a) So se pode alegar a invalidade do consentimento se existir
inconstitucionalidade orgânica
b) Há características a atender: tem de ser um vício claro e extensivo e que possa
a outra parte razoavelmente conhecer
c) Tem de haver desrespeito por uma norma de importância fundamental (em
termos formais) (se não se pode cumprir o acordo internacional, simplesmente
incorre-se em responsabilidade pelo desrespeito/não acatamento)
Fase da eficácia: entra, nos termos do 24º da CV, quando o próprio tratado o estipular
É Importante que as convenções sejam publicadas internamente e externamente (art
102 carta das nações unidas)
Fase do consentimento:
1) Convenções abertas (negociadas, vinculadas e ratificadas pelos estados
elaborantes, mas outros estados podem aderir ao tratado posteriormente)
2) Convenções fechadas (celebradas por conjunto de estados, só eles se podendo
vincular
3) Convenções mistas/semi-abertas/semi-fechadas (para além dos Estados
aderentes, alguns estados e só esses poderão aderir. Ex: Angola não pode, em
função da sua geografia, aderir à EU)
Adesão é a vinculação definitiva dos estados nas convenções internacionais.
Convenções multilaterais conferem a figura do depósito. (custódia ou guarda dos
tratados) (muitas vezes o secretário geral ou um dos estados participantes na
negociação)
Artigo 57: funções do depositário
1) Tem de ser uma figura imparcial
2) Estabelecer cópias autenticadas
3) Recepção de assinaturas
4) Verificar a regularidade das assinaturas
5) Informar os estados terceiros do conteúdo da convenção
Vícios de consentimento (46º permite que o Estado invoque junto de outros estados a
nulidade em caso de violação do Direito Constitucional, mas quando haja
inconstitucionalidade formal) (não cai a juridicidade do tratado, somente a vinculação
do sujeito ao tratado)
Nulidade relativa:
-erro
-problemas com os plenipotenciários
41º - pode haver uma modificação entre dois estados no âmbito de um tratado
multilateral embora sujeita a limites:
1) Tratado pode impor que esses acordos estejam sujeitos a autorização
2) Tratado pode proibir acordos modificativos
3) Acordos não podem violar o objeto e os fins do tratado
4) Não pode a alteração em causa ofender os direitos ou prerrogativas de outros
estados
Denuncia ou recesso
(denuncia por iniciativa de uma das oartes – afastamento de clausulas ad aeternum
Deve ser dado um pre-aviso em força do principio da boa fé necessária entre estados.
Recessos são possíveis (desde que tenham admitido fora da conferencia, ou possa ser
induzido do próprio tratado) (12 meses de antecedência é o mínimo para o recesso,
mas este é um critério subsidiário)
55º - não se estingue o tratado com o recesso do numero mínimo de estados
necessários para a entrada em vigor de um tratado
TC entendeu que não há clausula de supremacia do DUE sobre os Estados. Normas que
permitem ao Direito Europeu vigorar são precisamente as normas constitucionais,
dentro dos seus parâmetros.
8/4.
Constitucionalistas (JOMI, Blanco, Otero) entendem que o direito aplicável é o direito
convencional, em conjugação com o 6/7.
Poiares Maduro, Jonas Machado entendem que essa é uma visão demasiado estreita,
e que também a jurisprudência do TJUE também deve ser entendido como vigorando
na ordem jurídica interna.
288 do Tratado de Lisboa determina a prevalência. Supressão do artigo 6º da
constituição europeu tem significado jurídico, na opinião do Blanco.
Compete à AR
AR aprova tratados e acordos da sua matéria reservada.
161/I remete para o 164 e 165
Assembleia aprova estes tratados por maioria simples
TC entendeu que o designadamente não abrange mais matérias – Jorge Sampaio usou
o argumento do Reis Novais (contrário a este entendimento) – acordao 434/99.
279/2 – tratados e decretos, ambos podem ser confirmados por 2/3 – opinião de CBM
Sujeitos de DIP
Estados (soberanos)
Grande parte dos aspetos relativos a DIP reportam-se a algo de semelhante ao dos
estados, o sujeito paradigmático
Estado tem competência genérica, não está sujeita a normas de competência nem
especialidade
Parecer do TIJ foi irresponsável e abriu uma caixa de pandora ao abrir a possibilidade
de declaração unilateral de independencia
Beligerante tem personalidade jurídica, insurrecto não, mas houve evolução posterior,
no pos guerra fria
Podem haver medidas provisorias que garantam a utilidade da decisão final (evitar a
execução de dois alemães – tema de oral do Tito)
Tribunal não vai substituir os factos alegados no direito interno, a não ser em casos
claramente excepcionais
A logica é de reposição natural, mas nem sempre é possível (veja-se o caso em que o
individuo é preso individamente)
Cabe ao estado definir como vai fazer restituição in natura, mas isso não pode levar a
uma suspensão do estipulado na convenção.
Nações unidas eram as potências do eixo. Carta é iniciada num contexto ainda dentro
da conjuntura da 2ª guerra mundial
Nações Unidas sucederam à sociedade das nações, que é instituída após o termo da
primeira guerra mundial.
SDN não é ratificada pelos EUA. Mais ainda, o critério da unanimidade paralisava as
suas ações
N.U – decisões por maioria qualificada, não obstante o veto permanente junto do
Conselho de Segurança
OIT
OIDPI
OMS, ambas são exemplo de organizações que operam junto das nações unidas.
Fins estruturantes:
1º - paz e segurança internacionais
Igualdade de direitos entre estados
Autodeterminação dos povos – faculdade dos povos que se encontram sob domínio
poderem decidir livremente o seu próprio futuro, aos quais é concedida a faculdade de
escolherem independencia, autonomia ou manutenção da relação de ocupação.
Cooperação internacional
Cumprimento da boa fé (lealdade à carta)
Resolução Pacífica de conflitos
(nº7 – reserva de jurisdição interna relativamente a matérias que lhe dizem respeito)
(mas não é essa a interpretação que vem surgindo do artigo) “essencialmente” é uma
espada de dois gumes.
Caso namibia: resolução foi sucessivamente repetida durante duas décadas, razão pela
qual se poderá ter criado um costume favorável à descolonização.
Se o poder central aceitar, dentro da sua ordem jurídica, uma parcela do seu território
em separar-se, as nações unidas aceita-lo-iam (ex: Checoslováquia, Canadá – mas não
se deve ter esta possibilidade de referendos como modelo. Impoe-se a unidade
constitucional no plano interno)
Carta das nações unidas tem a si acopulada a declaração universal dos direitos do
homem. Estado Portugues procedeu a uma recepção constitucional da mesma. (16/2)
Se estado for objeto de agressão, nem por isso terá direito a retaliação. (Blanco
discorda, e acha que é o pão nosso de cada dia)
Doutrina Stinson está aqui presente (não pode o Estado invadir a esfera/fronteira de
outro Estado)