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18.02.2021
o O Tratado de Westfália de 1648 abre o período clássico e abrange a primeira parte da história do DI.
Origens no sec. XV, com a divisão do cristianismo que acaba por provocar a emergência do
protestantismo, com efeitos pertinentes nas RI – divisão da Europa crista em duas partes (a católica e a
protestante) como a guerras sanguinárias entre essas duas partes.
o Essas guerras de religião vão terminar com o tratado de Westfália (1648), que consagra a coexistência na
Europa entre Estados protestantes e católicos e o princípio do “equilíbrio europeu”.
o Assim, a data que tem sido tradicional para o nascimento do DI é da formação do fim das guerras de
religião, plasmada no Tratado de Westfália, celebrado em 1648.
→ Igualdade formal dos Estados e coexistência entre os Estados iguais católicos e protestantes (1ª
“Carta Constitucional da Europa”).
o Esta preocupação de equilíbrio não foi suficiente para evitar novas guerras. De facto, as Descobertas
inauguraram novos mercados. O interesse económico divergente entre os estados originou novas
guerras.
o O conhecimento da Africa, Asia e da América, e a entrada em contacto com outros povos desses
continentes, vão mundializar as relações internacionais.
Secção III. Período moderno do Direito Internacional: modelo da CNU (carta das nações unidas)
o Estamos no 2º período da história do DI – que se iniciou no sec. XX (1914) – caracteriza-se por vários
fenómenos indo no sentido de desagastarem a soberania estadual:
→ Consolidação das OI, no âmbito do supra-nacionalismo, bem como do multilateralismo;
→ Afirmação dos novos Estados, com a descolonização, e a nova ordem internacional económica,
de cooperação e de desenvolvimento;
→ Afirmação da proteção internacional dos DH e da proibição do uso da força pelos Estados.
o Todas estas características têm um ponto comum, impor relações de subordinação dos direitos internos,
é um ramo que se vai aperfeiçoar e vai agir em nome de uma vontade internacional. Esta modelo é de
subordinação.
→ Este modelo não significa que o de Westfália tenha desaparecido. O DI passou a ser revelador de
uma tensão dialética entre as instituições do período clássico, que subsistem, e as instituições
do período moderno, que com aquelas convivem.
o A SdN nunca atingiu a desejada universalidade, nem conseguiu o seu objetivo de manutenção da
paz.
o A estrutura interna da SdN tinha sido mal concebida, o que levou a uma grande deficiência
funcional dos seus órgãos, em especial dos 2 principais, o Conselho e a Assembleia.
o Proibição geral do uso da força pelos estados : Fim da Lei do Talião (dente por dente olho por olho,
o que fizeres eu faço-te de volta), esta já não é utilizada. Fica assim definitivamente abolida a justiça
privada na esfera das regiões internacionais.
1. Os argumentos negadores
o Duvidam da natureza jurídica das normas internacionais, como se os estados não estivessem a
respeitar estes aspetos. Hoje já não existem autores que negam a existência do direito internacional,
embora haja argumentos negadores com 2 grupos distintos de objeções à natureza jurídica da
norma de direito internacional:
→ 1º grupo de argumentos: Resulta de uma prévia tomada de posição filosófica do estado como
encarnação absoluta do ideal na história, consagração da soberania como um absoluto.
O estado não pode submeter-se a uma autoridade superior, isto resulta na negação do
direito internacional e da sua existência e a única resolução dos litígios é entrar em guerra
ou então tentar construir um direito internacional, mas apenas com base na vontade dos
estados;
Negação em direito internacional da existência da comunidade internacional, ou seja, o
direito tem que ser sempre vinculado a uma sociedade, não existiria verdadeiramente
nenhuma comunidade superior aos estados.
→ 2º grupo de argumentos: Resulta da análise da ordem jurídica internacional, há outros autores
que analisam a ordem jurídica internacional e vêm dizer que estas normas não são jurídicas:
Não existiria na escala mundial, um parlamento mundial, um governo mundial, e uma
política mundial. Não há a separação dos poderes no direito internacional, não estando
num verdadeiro ramo de direito, mas sim perante normas de cortesia sem imposição
jurídica.
→ Existem muitas relações jurídicas, existindo sim uma comunidade internacional pelo menos
como ficção jurídica, havendo imensas normas que foram elaboradas com vista à comunidade
internacional
o 2º grupo de argumentos:
→ Existência de normas:
Na comunidade internacional é verdade que não há legislador central, exatamente
porque o direito internacional não se transformou, nem o irá fazer, em direito mundial.
Este direito é fragmentário onde há zonas sem normas, é um direito rudimentar, mas é
certo que existem zonas onde já existe legislador (exemplo: organizações internacionais
que podem concluir tratados, pactos, diretivas), portanto é falso dizer que não há de todo
legislador. Mesmo que não houvesse de todo legislador, não quer dizer que não haja
direito, pensando bem em direito interno, a lei não é a única fonte de direito havendo
outras fontes, como por exemplo um contrato de trabalho. Em direito internacional
também há várias fontes de direito, como o costume que é muito importante neste
direito, mas há também os tratados, são fontes que vão produzir normas jurídicas
obrigatórias e vinculativas.
→ Relativamente à inexistência de órgãos jurisdicionais:
Existem tribunais internacionais que são aceites pelos estados e só assim estes podem
julgar esses estados. As partes têm de aceitar esse tribunal para este os julgar. Em DI o
tribunal mais importante é o tribunal internacional de justiça que julga os estados que
aceitam os tratados que prevêem esse tribunal. Quanto ao DI consuetudinário, a
competência dos tribunais internacionais é facultativa. Mesmo no DI convencional a
submissão de um litígio a um tribunal internacional, continua a depender da prévia
aceitação das partes.
Mas já são muitas as convenções que atribuem jurisdição obrigatória ao TIJ. E já há
organizações internacionais cujos tribunais têm sempre jurisdição obrigatória (UE).
Existência de sanções:
→ A sanção é um elemento de eficácia de uma regra mas não é necessariamente uma característica essencial
da norma jurídica.
→ Não se pode concluir que as normas de DI estão desprovidas de sanções. No domínio do DI convencional e
no das organizações internacionais, a regra é, pelo contrário a existência de sanções. Por exemplo em
direito constitucional a maioria das normas têm sanções quando violadas (uma norma não precisa
necessariamente de estar vinculada a uma norma). Não é correto dizer que no direito internacional não há
sanções, neste direito há sim sanções (exemplo: quem não respeitar as normas da União Europeia pode ser
excluído ou podem proibir o seu direito de voto). O problema aqui é aplicar as sanções porque por vezes essa
aplicação é desmentida pela realidade da vida internacional onde se pode assistir ao triunfo do mais forte, é
mais complicado aplicar sanções por exemplo aos EUA do que a um estado mais fraco como Portugal. Os
direitos não devem ser violados, mas podem quando esta é pontual e os estados reclamam quanto a isso.
Embora o direito internacional possa ser violado, o mais importante é aplicar todos os dias normas
internacionais que correm bem.
→ Enfim, embora o DI possa ser violado como qualquer outro ramo de direito, a esmagadora maioria das
normas internacionais são aplicadas todos os dias sem dificuldades.
25.02.2020
Questões:
o O costume é uma fonte importante pois é privilegiada e pressupõe uma elevada taxa de cumprimento,
há mais violação dos tratados do que dos costumes. O costume está na origem das primeiras
positivações jurídicas, a primeira fonte que apareceu foi o costume e em direito internacional esta fonte
conserva uma grande importância.
→ Ordem Internacional:
Decisões das instâncias jurisdicionais e sentenças arbitrais internacionais, importante
no sentido em que se pronuncia sobre a existência de um costume, facilita o
conhecimento do direito.
Tratados, pois podem codificar o costume, e também podem dar nascença a um
costume em paralelo, os tratados tanto podem codificar um costume, mas um tratado
sendo só tratado no início pode através da sua aplicação reiterada, criar uma prática
que mesmo os que estão fora a pratiquem, isso vai dar origem a um costume.
Atos das Organizações Internacionais (OGs), participam muito na formação do
costume, existem cerca de 300 organizações internacionais, elas produzem direitos e
resoluções, permitem comentários por partes dos governos, tudo isto contribui para a
criação de costumes, mesmo que as resoluções não sejam obrigatórias, a substância
dessa resolução pode evoluir para um carácter obrigatório se houver ao seu lado uma
prática reiterada com a convicção dos estados podemos concluir que paralelamente à
resolução há um costume obrigatório.
1. Definição:
o Ato praticado por um só sujeito do DI, ou a vários conjuntamente desde que, neste último caso, o
conteúdo do ato seja o mesmo.
o Inicialmente só existia atos unilaterais dos Estados, mas com a importância das organizações
internacionais essas passaram a adotar atos unilaterais
2. O reconhecimento – ato pelo qual o estado verificando a existência de cetos factos/atos jurídicos
declara que os considera como elementos a ter me conta nas suas relações internacionais.
3. A promessa – ato pelo qual um estado declara a outro ou outros que se obriga a adotar um certo
comportamento. A expressão da vontade é obrigatória. Exemplo: caso que opôs a Dinamarca à
noruega a propósito da Gronelândia oriental. O rei da Dinamarca tinha prometido renunciar um
território da Gronelândia e essa promessa vou reconhecida como vinculativa pelo juiz internacional.
Exemplo: França e outros dois estados a austrália e a nova Zelândia em relação aos ensaios
nucleares. A França para experimentar as bombas nucleares, tem que o fazer numa ilha na polinésia
francesa, mas ao fazer isto cria consequências nuclear negativas para os países vizinhos (austrália e
nova Zelândia). Estes dois estados foram contestar estas experiências francesas a dizer que estavam
a ser prejudicados. O presidente francês disse que só ia fazer testes subterrâneos. Os pedidos foram
tomados como sem objeto, porque reconheceu que a promessa é um ato vinculativo para o estado.
6. A denúncia – ato pelo qual um estado se declara desvinculado de um tratado, sabendo que há
condições a respeitar.