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Direito da Família – 1º semestre – 4º Ano – CASOS PRÁTICOS

28.09.2022

CASO PRÁTICO:

 Ana, solteira, é mãe da Carolina e do Diogo. O Diogo é casado com a Francisca. O Hugo e a Inês são filhos do Diogo
e da Francisca. O João é filho de uma relação anterior da Francisca. O Eduardo é marido da irmã do Diogo. A
Gabriela é prima do Hugo e da Inês, filha dos seus únicos tios.

Qualifique as diversas relações jurídico- familiares em presença, efetuando a contagem das linhas e graus de parentesco
ou afinidade.

(DESENHAR À MÃO UMA HIERARQUIA. APAGAR ISTO QUANDO FOR IMPRIMIR)

EDUARDO E ANA: Relação de afinidade em 1º grau de linha reta.

CAROLINA E ANA: Relação de parentesco em 1º grau de linha reta.

GABRIELA E ANA: Relação de parentesco em 2º grau de linha reta.

GABRIELA E EDUARDO: Relação de parentesco em 1º grau de linha reta.

GABRIELA E CAROLINA: Relação de parentesco em 1º grau de linha reta.

EDUARDO E DIOGO: Relação de afinidade em 2º grau de linha colateral.

CAROLINA E DIOGO: Relação de parentesco em 2º grau de linha colateral.

CAROLINA E FRANCISCA: Relação de afinidade em 2º grau de linha colateral.

GABRIELA E DIOGO: Relação de parentesco em 3º grau de linha colateral.

GABRIELA E FRANCISCA: Relação de afinidade em 3º grau de linha colateral.

GABRIELA E HUGO: Relação de parentesco em 4º grau de linha colateral.

GABRIELA E INÊS: Relação de parentesco em 4º grau de linha colateral.

EDUARDO E HUGO: Relação de afinidade em 3º grau de linha colateral.

EDUARDO E INÊS: Relação de afinidade em 3º grau de linha colateral.

CAROLINA E HUGO: Relação de parentesco em 3º grau de linha colateral.

CAROLINA E INÊS: Relação de parentesco em 3º grau de linha colateral.

DIOGO E ANA: Relação de parentesco em 1º grau em linha reta.

DIOGO E HUGO: Relação de parentesco em 1º grau de linha reta.

DIOGO E INÊS: Relação de parentesco em 1º grau de linha reta.

DIOGO E JOÃO: Relação de afinidade em 1º grau de linha reta.

FRANCISCA E ANA: Relação de afinidade em 1º grau de linha reta.


FRANCISCA E HUGO: Relação de parentesco em 1º grau de linha reta.

FRANCISCA E INÊS: Relação de parentesco em 1º grau de linha reta.

FRANCISCA E JOÃO: Relação de parentesco em 1º grau de linha reta em linha materna.

HUGO E INÊS: Relação de parentesco em 2º grau de linha colateral em linha materna e paterna.

HUGO E JOÃO: Relação de parentesco em 2º grau de linha colateral em linha materna.

INÊS E JOÃO: Relação de parentesco em 2º grau de linha colateral em linha materna.

JOÃO E ANA: Não têm.

JOÃO E CAROLINA: Não têm.

JOÃO E GABRIELA: Não têm.

JOÃO E EDUARDO: Não têm.

EDUARDO E FRANCISCA: Não têm.

Resolução CP:

→ Ana e Carolina e Diogo - relação mãe/filhos relação de parentesco, o parentesco que une duas pessoas em consequência
de elas descender da outra ou de ambas procederem de um progenitor comum- artigoº 1578, ora no caso estamos perante uma
relação de parentesco porque a Carolina e o Diogo descendem da Ana, primeiro grau da linha reta materna- artigo 1580º, nº1 e
artigo 1581º nº1. Como estamos perante relação mãe/filhos a mesma situação vai verificar-se entre C e E em relação a G, e D
e F em relação a H e I e F em relação a J - todos estes sujeitos relação de parentesco em primeiro grau da linha reta porque um
descende do outro.

→ A ligação a Ana que tem com o G, H e I é uma relação de parentesco do segundo grau da linha reta porque descendem de
A, não há progenitor comum

→ Relativamente à relação entre E a A e a F e A afins no primeiro grau da linha reta afinidade relação jurídico-familiar de
vínculo do cônjuge aos parentes dos outros – artigo 1584º- para a afinidade e são então afins no primeiro grau da linha reta

→ Não existe relação entre A e J, não há descendência nem progenitor comum

→ Carolina e Diogo relação de parentesco no segundo grau da linha colateral materna existência de um progenitor comum-
Artigo 1581º nº2.

→ Relação entre cunhados C e F e D e E relação de afinidade porem segundo grau da linha colateral.

→ E e F não têm relação porque afinidade não gera afinidade.


→ Em relação agora tios/sobrinhos C e H, C e I, D e G - parentes porque têm um progenitor comum que é Ana terceiro grau
da linha colateral.

→ Relação entre E e H e E e I e F e G relação de afinidade terceiro grau da linha colateral.

→ Relação entre D e J afinidade no 1º grau da linha reta.

→ H e I relação de parentesco em segundo grau da linha colateral materna e paterna o que os une é o facto de descenderem
de progenitor comum, são irmãos germanos.

→ Relação H J e I J são parentes do segundo grau da linha colateral materna, irmãos uterinos.

→ Relação entre H e G e I e G relação de parentesco em quarto grau da linha colateral.


→ Entre J e G não há relação nenhuma.

06.10.2022

Caso prático 2:

Considere as seguintes hipóteses:

a) André pretende casar com Beatriz. Antes de casarem chegam à conclusão de que não queriam ter filhos. Faz
alguma diferença casarem civil ou catolicamente?

Sim faz diferença porque á luz do direito civil não tem qualquer importância pois a procriação não é um fim essencial do
casamento, conforme resulta do art.º 1577 CC, onde encontramos a noção de casamento apenas se refere que este visa a
constituição de família em plena comunhão de vida, no entanto a constituição de família não é sinonimo de família com
filhos, art.º 36 CRP, o direito a constituir família é independente do direito a contrair casamento. Para o direito civil noa
fazia qualquer diferença. No caso do casamento católico esta procriação é uma finalidade relevante, prevista no cânone
1055 Código do direito canónico diz que a procriação é um dos fins de casamento por isso se casarem catolicamente o
André e a Beatriz estariam a incorrer numa simulação parcial que à luz do cânone 1101 paragrafo 2 Gera a invalidade
do casamento, basta um deles não querer ter filhos.
b) André pretende, na mesma, casar com Beatriz, mas é impotente ainda que Beatriz não se importe de não ter filhos.
Fará alguma diferença optar por uma ou outra modalidade de casamento?

A impotência antecedente e perpetua configura um impedimento matrimonial para o direito canónico que está no cânone
1084 logo não poderiam casar pela igreja católica, caos o fizesse o casamento seria invalido, pelo contrário pelo direito
civil a impotência não há um impedimento, portanto eles poderiam casar livremente ou na modalidade de casamento civil
obrigatório ou então se alguns deles professa-se alguma outra religião no casamento civil religioso. Isto significa que a
causa seja desconhecida, se o casamento não for consumado, há possibilidade de recorrer à figura da dispensa do
casamento rato e não consumado.

c) André e a Beatriz frequentam as sessões dominicais organizadas pelo Pastor Ricardinho. Este, depois de ter
professado várias religiões, decide fundar a sua própria comunidade religiosa, em Portugal, no ano de 2016. André
e Beatriz pretendem casar e organizam a cerimónia numa sessão do culto criado por Ricardinho e oficiada por ele,
que, assim, os declara marido e mulher. Que valor jurídico tem esta cerimónia?

Não tem valor jurídico. Estamos perante a primeira modalidade do casamento civil facultativo, em que as formas de
celebração são diferentes, mas o regime jurídico é o mesmo estando o casamento sujeito à lei civil. O casamento sobre a
forma religiosa abrange todas as comunidade religiosas que esteja radicada em PT. A qualificação de igreja ou
comunidade radicada em PT deve ser atestada pelo ministério da justiça atendendo ao número de crentes e da história da
existência da igreja ou da comunidade em Portugal apos ser ouvida a comissão da liberdade religiosa. A atestação só pode
ser requerida apos 30 anos da presença dessa igreja ou da comunidade no nosso país exceto se se tratar de igreja ou de
comunidade criada no estrangeiro há mais de 60 anos, art.º 33 e ssg da lei da liberdade religiosa. No nosso caso, o
Ricardino o pastor, fundou recentemente a sua comunidade em 2016 o que significa que ainda não é reconhecido a esta
comunidade religiosa quaisquer poderes de celebração do casamento e, portanto, o André e a Beatriz obrigatoriamente
para que o casamento produzisse efeitos, teriam de casar na modalidade de casamento civil obrigatório porque esta
cerimónia não via produzir quaisquer efeitos.

d) André casou catolicamente com Beatriz em 20 de Maio de 1942. Passados longos anos de vida em comum, André
quer terminar o casamento e, seguindo o exemplo de uma prima que, estando casada civilmente, pediu o divórcio,
pretende divorciar-se de Beatriz. Poderá fazê-lo? E poderá André casar novamente com Cátia?

O casamento foi celebrado numa altura em que a concordata de 1940 proibia o divorcio a quem tivesse casado
catolicamente art.º 24 concordata, isto significa, se o pedido de divorcio ocorreu nesta altura o André não se podia
divorciar da Beatriz, se o pedido ocorreu apos o protocolo adicional de 1975, que veio alterar o art.º 24 passando a
admitir o divorcio, alteração que foi integrada na revisão constitucional de 1976 e no CC de 1977, nesta altura o A já se
poderia divorciar de B e voltar a casa embora à luz da igreja católica, embora admita o divorcio há uma espécie de dever
moral de continuar casado e de não recorrer ao divorcio. Ou seja, se o André quiser casar com a Cátia, ele pode à luz da
lei civil, mas não à luz da igreja católica. Para o direito canónico existe impedimento.
Direito da Família – 1º semestre – 4º Ano – CASOS PRÁTICOS

12.10.2022

CASO PRÁTICO Nº3:

Vítor propõe a Fátima, e esta aceita, casamento. Fátima começa desde logo, a preparar a cerimónia, o banquete,
encomenda o vestido e restante enxoval, tendo também celebrado um contrato-promessa de compra e venda de um
imóvel que seria a casa de morada de família.

Considere as seguintes hipóteses:


a) Instado a fazer análises pela noiva, Vítor descobre que é seropositivo e cancela o casamento.
b) Vítor apaixona-se por Madalena e cancela o casamento.
c) Fátima descobre que Vítor mantem um relacionamento com Idalina e cancela o casamento.

Questões:
1º Em qualquer destas 3 hipóteses poderá́ Fátima exigir de Vítor indemnização pelas despesas já́ efetuadas e pelos
danos morais sofridos?
2º Poderá́ Fátima exigir de Vítor a restituição dos donativos que lhe havia feito, mantendo aqueles que Vítor e os
demais convidados lhe haviam oferecido?

Identificação da questão jurídica: Estamos perante uma promessa de casamento cujo regime legal nos artigos 1591º a 1595º
CC. A promessa de casamento é um contrato pelo qual os nubentes se comprometem a contrair matrimónio. Temos um
contrato em que a obrigação assumida é de natureza pessoal, a obrigação de casar e, por isso, não é permitida a execução
específica. Remissão do artigo 1591º para o 830º (pode se meter um X para dizer que não é permitida a execução especifica).
Temos um contrato que está sujeito com as devidas adaptações ao regime dos contratos, nomeadamente contrato de promessa,
não esta sujeito a forma- artigo 219º. Este contrato apenas em caso de incumprimento dá possibilidade de reclamar as
indemnizações previstas no artigo 1594º mesmo que, as partes tenham estipulado uma cláusula penal ou a indemnização por
danos morais. Isso não esta coberto pelo artigo 1594º. Os principais efeitos jurídicos da promessa de casamento são
basicamente 3- por um lado temos 2 obrigações de casar ficando as partes vinculadas a este contrato, com a ressalva da questão
da execução específica. Outro efeito é o direito a certas indemnizações, as do artigo 1594º e, por fim, o direito à restituição
dos donativos – artigo 1592º e 1593º.
A Fátima pede danos morais. Estes danos não são indemnizáveis porque o artigo 1594º restringe a indemnização às despesas
feitas e obrigações contraídas na previsão do casamento, ou seja, só estamos a falar de danos patrimoniais que são danos
emergentes.
A indemnização podia efetivamente ser pedida pela Fátima se esta for o esposado inocente, mas para que ela tenha direito à
indemnização é necessário que se verifique uma das situações elencadas no artigo 1594º e que constituem as causas que
legitimam a Fátima a pedir a indemnização. Nas 3 hipóteses elencadas no enunciado houve incumprimento na promessa de
casamento. Haverá lugar a indemnização se houver as hipóteses do artigo 1594º: - rompimento sem justo motivo; - o
rompimento ou retratação em virtude de culpa do outro nubente. O outro nubente deu causa com culpa. – Em caso de
incapacidade dolosa. Esta incapacidade dolosa diz respeito a uma incapacidade negocial. São 3 situações que justificam a
indemnização.

Na 1º hipótese, quem rompeu foi o Vítor. O Vítor rompe a promessa ao descobrir que é seropositivo. Será que nesta hipótese o
Vítor tem de indemnizar a Fátima?
Não temos um facto imputável ao outro nubente, não temos um caso de incapacidade dolosa. Resta saber se há justo motivo ou
não para o Vítor romper? Ele só será obrigado indemnizar se houver justo motivo. O justo motivo é um conceito
indeterminado, no entanto devemos atender às concessões dominantes da esfera social dos nubentes e, perguntar se a
continuação do noivado e a celebração do casamento seria razoavelmente exigida a um ou a ambos. O Vítor pode entender que
tinha justo motivo por que a doença embora já tenha tratamentos, se considerarmos que ele tem justo motivo a Fátima não teria
direito a indemnização.
Pelo contrário, não há justo motivo, embora a doença seja grande porque há formas alternativas para a procriação e os
tratamentos já estão a evoluir, a própria ideia do casamento, mesmo no católico é na saúde e na doença e a própria Fátima
poderia querer continuar o casamento. Nesta hipótese de que não há justo motivo, o Vítor era o nubente culposo. A Fátima
nubente inocente teria direito a indemnização.

Na 2º hipótese: é um rompimento por parte do Vítor porque se apaixonou, Fátima não tem culpa e não há capacidade dolosa.
Temos de ver se o Vítor é doloso e terá de indemnizar a Fátima. Não é razoável impor a um dos nubentes a manutenção da
promessa e celebrar o casamento se deixaram de gostar um do outro, devendo considerar que o Vítor teve justo motivo para
romper a promessa porque a partir do momento que deixa de gostar dela, não é razoável obrigá-lo a continuar a promessa. Até
porque continuar com o casamento haveria violação do dever de fidelidade. Portanto, neste caso, a Fátima não teria direito a
indemnização. O Vítor não é nubente culposo.

3º hipótese: Aqui o Vítor mantinha uma relação com outra pessoa, Idalina, e a Fátima descobre e cancela o casamento. Neste
caso, o rompimento partiu da Fátima por facto que é imputável ao Vítor. Temos uma situação em que, o nubente inocente por
facto imputado culposo ao outro. Há aqui um comportamento culposo por parte do Vítor e, por isso mesmo, a Fátima terá
direito a indemnização nos termos do artigo 1594º. O Vítor mesmo que gostasse da outra, ao prometer casamento com a
Fátima não podia manter relação com as 2.

3º hipótese e, eventualmente a 1º: Esta indemnização abarca apenas as despesas e obrigações contraídas na previsão do
casamento e ficariam de fora os danos não patrimoniais. A Fátima teria direito a ser indemnizada no vestido, banquete... O
artigo 1594º, nº3 dá ao juiz um critério de flexibilidade para determinar o valor da indemnização e não ficar apenas adstrito as
despesas do casamento, mas também tudo aquilo que já pode ter em vista o casamento como é o caso do contrato de promessa.
Vamos incluir tudo o que está no enunciado.
Ao lado destas indemnizações vamos ter a obrigação de restituição- artigo 1592º – quer o nubente inocente quer o culpado tem
de restituir os donativos feitos um ao outro, os que receberam para o casamento, só não tem de restituir o que já haja sido
consumido.

A ação a pedir a indemnização e donativos por parte da Fátima tem de ser feita no prazo de um ano a contar da data do
rompimento- artigo 1595º.

CASO PRÁTICO Nº4:

Considere as seguintes hipóteses:


1. António promete casamento a Benedita. Fá́ -lo, contudo estando ainda casado com Clara, desconhecendo Benedita tal
facto. Quid iuris?

2. António promete casamento a Benedita, porém falece três meses antes da cerimónia. Quid iuris?

Promessa de casamento—noção e onde está consagrado- efeitos desta promessa- explicar em abstrato quem é que pode pedir a
indemnização em caso de incumprimento e quais são as causas que justificam o direito à indemnização- artigo 1594º.

Na 1º hipótese, estamos perante uma incapacidade dolosa porque o António era casado. Estamos perante um impedimento
dirimente absoluto- artigo 1601º, c). O António era casado e, mesmo assim fez a promessa de casamento e, embora António
tivesse capacidade negocial em geral, não tinha capacidade negocial de gozo para casar face ao impedimento matrimonial. O
contrato promessa sendo um contrato aplicamos as regras gerais dos contratos, nomeadamente a questão da capacidade, só que
a promessa de casamento tem a finalidade da celebração de outro negócio que é o casamento.
Existe doutrina que defende que só tem capacidade para celebrar a promessa quem tem a capacidade para casar - duplo limite.
Tal significa que por esta doutrina minoritária ao se exigir a capacidade negocial de gozo para casar quanto a promessa de
casamento se o Antônio não era capaz a promessa seria ineficaz, por isso não iria produzir efeitos, nem dar direito a
indemnizações. Esta minoritária entra em confronto com o artigo 1594° n°2 CC, porque a própria lei vem dizer que a
incapacidade dolosa é uma causa que justifica a indemnização, a própria lei equipara a incapacidade dolosa à falta de justo
motivo e, portanto, a Benedita teria causa para pedir uma indemnização ao António porque esta promessa não poderia ser
cumprida e, ao descobrir que de facto a Benedita tem justo motivo para o rompimento logo, teria direito a receber pela despesa
do casamento e ainda restituição do artigo 1592º.

A última hipótese- Mantém-se tudo o que foi dito na alínea anterior para a promessa de casamento. No caso a promessa foi
incumprida por motivo involuntário, a morte de um dos comitentes, não há, portanto, direito a indemnização, mas a Benedita
tem direito a restituição dos donativos nos termos do artigo 1593º, podendo optar por ficar com donativos que recebeu do
falecido sendo que, neste caso não pode pedir a restituição dos que fez ou então pede a restituição dos donativos que fez e aí
terá de devolver os do falecido com exceção de cartas e retratos pessoais que pode ficar com elas.

13.10.2022
Caso Prático nº5: Consentimento
Lucas e Cláudia pretendem casar (ou civil ou catolicamente), mas estão decididos a não estabelecer qualquer forma de
vida em comum. O seu único objetivo é evitar que o filho que Cláudia espera nasça fora do casamento.
a). Suponha que casamento é celebrado. Será válido?
b). E se Lucas fosse impotente as soluções seriam as mesmas?

Resposta:
a) Suponha que casamento é celebrado. Será válido?
Pensando em possibilidade de casamento civil.
Será que ao terem este objetivo estão a invalidar o casamento? É revelante porque a regra é a que vimos atendendo à
característica.
1º Identificar a questão jurídica. Parece que está em causa uma questão de invalidade do casamento e para isso é necessário
saber e foram cumpridos os requisitos nomeadamente para o casamento ser valido independentemente das modalidades o
casamento tem de obedecer a certos requisitos, requisitos de fundo e requisitos de forma, no caso concreto face aos factos
apresentados está em causa o requisito de fundo consentimento.
O consentimento é um requisito de validade do casamento, exigida a prestação do consentimento para a constituição do
casamento, não basta a mera vontade de casar, essa intenção tem de ser manifestada noa to de celebração do casamento. O
consentimento para ser valido tem que por sua vezes obedecer a certas características (identificamos as características, não
temos de explicar todas, só as que interessam para a questão em causa), tem de ser atual (art.º 1617), tem de ser pessoa art.º
1619, tem de ser puro e simples art.º 1618 e perfeito art.º 1636 CC.
No nosso caso o problema refere-se à característica do consentimento ter de ser manifestado de forma pura e simples.
O lucas e Claúdia apenas têm como objetivo beneficiarem da presunção de paternidade tanto parece que só querem um
dos fins do casamento, só que acontece desde logo que o art.º 1577, não determina propriamente os fins do casamento, apenas
nos diz que o casamento é o acordo entre duas pessoas que pretendem estabelecer vida em comum, ora o art.º 1618 CC, diz-
nos que a vontade de contrair casamento importa a aceitação de todos os efeitos legais do matrimonio, sejam efeitos
patrimoniais ou pessoais, exceto aqueles que vão puder ser determinados por acordo antinupcial.
Caso contrário se querem este ato de submeter a vida em comum, tem de se submeter a todos os efeitos imperativos do
casamento, é por isso que qualquer estipulação seja por escrito seja verbal no sentido de modificarem só efeitos imperativos
do casamento ou então submeter esse feito a um termo ou condição, serão totalmente irrelevantes considerando-se o casamento
valido como se tivesse sido prestado consentimento de forma pura e simples. Isso significa que no nosso caso, não querer um
efeito de casamento ou se pretender dos efeitos do casamento será irrelevante. Basta querer um efeito para que se entenda que
vão ser queridos todos os efeitos.

Neste caso, o lucas e a cláudia querem beneficiar de um efeito do casamento ao nível do estabelecimento da filiação e por
isso considera que vão querer todos os efeitos do casamento, porque a simulação relativa não tem relevância, não afeta a
validade do casamento.

Esta situação seria diferente se o casamento entre a Claúdia e lucas fosse celebrado na modalidade de casamento civil
facultativo ou católico. No caso do casamento católico basta os nubentes não quererem um dos efeitos do casamento que se
refiram aos fins essenciais do casamento para que se gere uma invalidade. Da noção de casamento católico resulta de um dos
fins do casamento é a procriação, a coabitação e, portanto, os nubentes têm de aceitar todos os fins do casamento, se só
quiserem alguns, se estivermos perante uma simulação relativa esta é motivo para justificar a nulidade do casamento.
b) E se o lucas fosse impotente as condições seriam as mesmas?
A impotência é um impedimento para contrair casamento atendendo à finalidade que é a procriação. No casamento civil a
impotência não é impedimento.
Será que a impotência poderia ter alguma relevância no âmbito desta matéria? A única situação seria através do erro art.º
1636 CC, numa hipótese limitada, de ter relevância se existir erro se estivermos perante um problema de liberdade do
consentimento.

Para levantar a hipótese do erro teríamos de verificar se estão preenchidos os requisitos do art.º 1636 CC, erro tem de recair
sobre a pessoa, tem de ser uma qualidade natural, tem de ser um erro desculpável e próprio e tem de ser determinante ou
essencial (subjetiva e objetiva). Só se estes 5 requisitos estivessem preenchidos é que e podíamos dizer que a Claúdia tem
legitimidade para intentar a ação no prazo de 6 meses.
Direito da Família – 1º semestre – 4º Ano – CASOS PRÁTICOS

19.10.2022

Caso prático n.º 6

Bento e Júlia pretendem casar. Encontrando-se Bento em missão militar na Síria, telefona ao seu irmão Joaquim e pede-
lhe que o represente na cerimónia do casamento.

No dia do casamento Júlia envia um fax a Bento onde informa que, na medida em que Bento pretende permanecer por
tempo indeterminado na Síria, não tenciona cumprir o dever de fidelidade.

Perante esta informação, Bento resolve cancelar o casamento; mas quando contacta o irmão, este informa-o que o
casamento já foi celebrado.

Como poderá Bento proceder?

Resposta:

O caso pratico refere-se com a validade do casamento parecendo estar em causa o requisito do consentimento. Para que
seja validamente celebrado independentemente das modalidades ou sistemas patrimoniais terá de obedecer sempre a certos
requisitos: de forma (Existem formalidade previas, formalidades relacionadas com a celebração e formalidades
posteriores) e de fundo (questão da capacidade e consentimento).

No caso apresentado está em causa o requisito do consentimento nomeadamente porque foi celebrado um casamento por
procuração, e alem disso a Júlia não tinha a intenção de cumprir o dever de fidelidade. Estando perante um caso de
consentimento à de explicar a importância deste requisito e explicar as características.
Começamos por dizer que a constituição valida do casamento pressupõe a prestação do consentimento pelos nubentes, isso
significa que para a constituição do vínculo patrimonial não é suficiente a vontade de contrair casamento (elemento interno), é
necessário a manifestação expressa dessa vontade, têm de manifestar essa vontade através do consentimento. O ato de
consentir é um ato solene e formal, a própria lei vai dizer como devem prestar o consentimento.

As características do consentimento podem várias consoante a modalidade do casamento, no sistema matrimonial do


casamento civil obrigatório e no casamento civil facultativo na primeira modalidade (celebrado sob a forma religiosa) as regras
do consentimento estão consagradas no CC é a lei civil que regula a questão do consentimento. No caso do casamento civil
facultativo na segunda modalidade (casamento católico) é o direito canónico que regula a questão do consentimento, não
havendo indicação em contrário no enunciado presumem que estão perante um casamento civil.

As caraterísticas do consentimento podem variar consoante a modalidade do casamento, no sistema matrimonial do


casamento civil obrigatório e no casamento civil facultativo na primeira modalidade (aquele que é celebrado sobre a forma
religiosa) a regras do consentimento estão consagradas no CC, é a lei civil que vai regular. No caso do casamento civil
facultativo na 2º modalidade que é do casamento católico é o direito canónico que regula a questão do consentimento. Não
havendo indicação em contrário no enunciado presume-se que estamos perante um casamento civil. O consentimento tem de
ser atual – artigo 1617º; pessoal – 1619º CC ; puro e simples – 1618º; perfeito – 1635º e livre 1636º CC.

No caso concreto temos dois problemas em torno do consentimento prestado para este casamento. Começando com a questão
do casamento celebrado por procuração, neste estão em causa quais características? Neste caso estão aqui as características do
carater pessoal do consentino, de acordo com o artigo 1619º são os próprios nubentes que tem de prestar o consentimento, a
exceção é o casamento por procuração que está regulado no art.º 1620, 1621 CC e art.º 43 e 44 CRC.

Para que o Bento possa casar por procuração é necessário o cumprimento de certos requisitos nomeadamente os requisitos de
forma e de fundo (materiais). Desde logo, quanto à forma, a procuração de acordo com as regras do CRC, a procuração deve
revestir a forma do documento assinado pelo representado com reconhecimento presencial de assinatura ou por instrumento
publico sobre pena que se não for cumprida a forma, ocorrerá a nulidade nos termos gerais.

Se não for cumprida a forma a procuração é nula, art.º 220 CRC.

Só foi feito o telefonema e não foi emitida a procuração nos termos anteriormente verificados, é nula porque só foi verbal.
Podemos dizer que presumimos que foi cumprida a forma porque não sabemos a distância.

Requisitos matérias, para a validade do casamento por procuração, temos 2 requisitos principais. À luz do art.º 1620 nº1 CC
e art.º 44 CRC, quem pode estar representado? Ambos? Não! Só um dos nubentes pode estar representado que é o nosso caso
porque apenas o Bento estaria representado. Por outro lado, um segundo requisito impõe que não procuração deva constar um
conjunto de informações obrigatórias sob pena de nulidade da própria procuração. De acordo com art.º 1620 nº2 CC e art.º 44
nº2 CRC, a informação que deve constar é, atribuição de poderes especiais para o ato, é necessário também individualizar e
identificar o outro nubente e ainda a indicação da modalidade do casamento, se faltar algum destes requisitos materiais com
exceção da modalidade do casamento, qual é a consequência em relação ao próprio casamento? Gera a inexistência do
casamento, no art.º 1628 c) e d) CC, e o casamento inexistente por força do art.º 1630 não produz qualquer efeito. Não
dizendo nada no caso prático podemos presumir que foram cumpridos os requisitos.

O problema é que o Bento decide revogar a procuração, mas o motivo que o leva querer cancelar o casamento é no próprio dia.
Ele pode revogar o casamento? De acordo com o art.º 1621 nº2 CC o constituinte o Bento pode revogar a procuração a todo o
tempo tendo como limite naturalmente a celebração do casamento e os efeitos da revogação produzem-se no preciso momento
em que esta é revogada não dependendo do conhecimento do procurador, ele pode revogar a todo o tempo a procuração.
Nos casos em que o casamento é celebrado por procuração depois de terem cessado os efeitos desta, tem por consequência a
inexZistência art.º 1628 d) CC.

Se esta revogação foi feita antes da celebração do casamento, este seria inexistente sendo que o constituinte nestas situações é
em regra responsável pelo prejuízo que causar se por culpa sua não fizer a revogação a tempo de evitar a celebração do
casamento.

Neste caso dificilmente o nosso bento teria culpa, ele só teve reconhecimento no próprio dia do casamento. Admitiria e porque
o enunciado não é claro, que dissessem que se a revogação foi feita apos a celebração do casamento este seria valido, não há
qualquer causa inexistência.

Há aqui um outro argumento a discutir que é a vontade da Júlia não cumprir o dever de fidelidade. Esta vontade vai ser
analisada na perspetiva da Júlia e do Bento.

Na perspetiva da Júlia, tem alguma relevância apara a vaidade do casamento a Júlia não querer cumprir o dever de
fidelidade? Não! O facto de uns nubentes não querer cumprir uns efeitos é irrelevante para a validade. Esta vontade esta
relacionada com a característica do consentimento ser puro e simples estar prevista no art.º 1618 CC este art.º diz que o
consentimento é puro e simples, ou seja, a vontade de contrair casamento implica a aceitação de todos os efeitos legais do
matrimonio, sejam pessoais sejam patrimoniais, exceto daqueles efeito que podem ser objeto de um acordo antinupcial.

Qualquer estipulação do nubentes no sentido de modificar os efeitos imperativos do casamento ou submeter o casamento a
uma condição, a um termo, é totalmente irrelevante. Considera-se que o casamento é valido porque se entende que o
casamento foi prestado de forma pura e simples isso significa que no nosso caso é irrelevante a pretensão da Júlia querer
afastar um efeito pessoa do casamento não afeta a valida deste. No casamento civil não afeta, mas no casamento católico é
relevante.

Na perspetiva do Bento, ele só teve conhecimento desta pertençam da Júlia no próprio dia do casamento, se ele soubesse que
ela não iria cumprir os deveres de fidelidade reria casado? Poderá estar em causa uma questão de erro. A vontade declarada
será diferente da vontade hipotética.

Esta em causa neste momento o requisito do consentimento ser livre, significa isto que não podem existir vícios da vontade, ou
seja, não pode existir uma divergência entre a vontade hipotética e a vontade declarada, de acordo com o requisito da
liberdade, a vontade tem de ser formada com exato conhecimento das coisas, tem de ser esclarecida, o que significa que não
pode haver um erro, e por outro lado também não pode ser formada com ameaça ou força, e portanto não pode existir um caso
de coação moral, sob pena de anulação.

Temos de ver se o erro é relevante para efeitos do CC, para que o casamento seja anulável, art.º 1631 b) tem as causa de
anulabilidade, estas causa implica que seja intentada uma ação de anulação e art.º 1632 CC, a estes artigos vamos então ao
art.º 1636 CC onde está consagrado o erro.

Um primeiro requisito para que o erro seja causa de anulabilidade, o erro deve recair sobre a pessoa com quem se realiza
casamentos, que é o nosso caso, o erro cai sobre a Júlia, este erro recai sobre uma qualidade essencial dessa pessoa que pode
ser uma qualidade natural, jurídica. A fidelidade é uma qualidade essencial, esta essencialidade tem de ser determinante quer
de forma subjetiva quer de forma objetiva, é subjetiva quando a circunstância sobre a qual se está em erro foi determinante
para prestar o consentimento, pois se soubesse dessa circunstância nunca teria casado, isto na perspetiva do Bento, porque mal
soube dessa situação tentou anular o casamento. Esta modalidade é essencial no âmbito subjetivo. O facto de o casamento ser
celebrado por procuração vai afetar esta questão? Imaginemos que ele até tinha comunicado com o procurador, o
procurador podia não celebrar o casamento? Sim o procurador não é um mero núncio do nubente, te, capacidade natural de
entender e portanto se à data da celebração do casamento, o procurador soubesse a intenção da Júlia não cumprir o dever de
fidelidade, certamente também não celebraria o casamento em norma do irmão.

Do ponto de vista objetivo a essencialidade, à luz da condição social que rodeia os nubentes, também qualquer outra pessoa
naquelas circunstâncias não deveria contrair o casamento, critério do padrão do homem medio, em geral, se soubesse deste
elemento a pessoa não contraia o casamento e assim estão preenchidos os requisitos da essencialidade.

Alem disso o erro tem de ser desculpável, não é um erro grosseiro. O erro desculpável é aquele que num clima de confiança
entre os nubentes noa era possível aperceber-se da situação, mesmo tomando as diligencias necessárias. Eles estão separados
por uma grande distancia mas presumimos que a Júlia só o avisou no dia do casamento, ou seja, ele não soube antes, então é
erro desculpável. E por fim o erro tem de ser próprio. A circunstância sobre a qual recai o erro não pode ser motivo de
anulação ou inexistência do casamento por outro fundamento esta circunstância tem de ser a única causa para se conseguir
anular o casamento, se essa circunstância poder ser invado por exemplo, por um impedimento patrimonial já não é um erro
próprio. Neste caso o erro é um erro próprio, não há outra forma de o Bento invocar este argumento para afetar a invalidade do
casamento.

Portanto, preenchidos todos os requisitos pelo art.º 1636 CC, isso significa que o Bento pode intentar a ação de anulação do
casamento com base no erro, ele tem legitimidade, e em que prazo pode intentar esta ação? No art.º 1641 CC, tem 6 meses a
contar da data que ele descobre, art.º 1635 CC.

Direito da Família – 1º semestre – 4º Ano – CASOS PRÁTICOS

Caso Prático nº 7:

Tiago e Alice contraíram casamento civil em 2017. Um ano após o casamento, Alice vem a descobrir que Tiago tinha
sido casado com Inês, de quem se divorciara em 2015. Por esse motivo, Alice propõe ação de anulação do casamento,
baseando a sua argumentação no facto de desconhecer o verdadeiro estado civil de Tiago ao tempo do casamento. Tiago
contesta dizendo que o pedido de anulação não tem viabilidade pois Alice teve a possibilidade de conhecer o seu verdadeiro
estado.

Quid iuris?

Resposta: estamos perante um problema do consentimento, identificada a questão falamos do consentimento noção geral e
quais são as características. Apos isto centramo-nos no problema, a Alice só tem conhecimento que Tiago foi casado e
divorciou-se.

Requisito da liberdade, explicar o que significa o consentimento tem de ser livre, vontade declarada e vontade hipotéticas, para
que a ação de anulação intentada pela Alice que tem legitimidade nos termos do art.º 1641 é necessário que esteja em causa
um erro nos termos do art.º 1636 CC. Ver os 5 requisitos do erro:
- erro recair sobre a pessoa sobre a pessoa que se contrai casamento, que é o caso recai sobre o Tiago, tem de recair sobre uma
qualidade dessa pessoa,

- pode ser qualidade natural ou jurídica, é uma qualidade jurídica, o estado de divorciado, mas essa qualidade tem de ser vita
numa perspetiva subjetiva e objetiva. A qualidade ser essencial do ponto de vista subjetivo significa que a circunstância pelo
qual recai o erro foi determinante na prestação do consentimento pois se soubesse que o Tiago era divorciado, não teria casado.
A essencialidade também tem de ser objetiva, tem de ser analisada à luz da qualidade essencial no sentido de naquelas
circunstância qualquer outra pessoa se tivesse conhecimento do estado civil do Tiago não teria casado, isto à luz do critério do
homem medio. Pois estamos perante uma comunidade pequena e podia não ser bem vista, mas esta qualidade hoje em dia a
essencialidade teria preenchida.

E o erro é desculpável? Logo pelo processo preliminar havia forma de Alice saber, não é um erro que seja desculpável porque
existe este processo preliminar e há forma de saber o estado civil de cada nubente.

Por fim, o erro tem de ser próprio, neste caso o erro seria próprio, noa há uma outra forma de a Alice poder anular o
casamento, porque não há um impedimento matrimonial, é uma circunstância própria para anular o casamento. Estes requisitos
são cumulativos, isto significava que no nosso caso, não estão preenchidos todos os requisitos para que a ação intentada pela
Alice sejam julgadas procedente com base no erro, isto significa que o casamento é válido.

CASO PRÁTICO N.º 9

Algum tempo depois do falecimento da sua mulher, José quer casar civilmente em segundas núpcias. Para o efeito
pondera várias hipóteses:
a) Casar com a irmã solteira da sua mulher;
b) Casar com a sua prima;
c) Casar com a sobrinha, filha mais velho do seu irmão, aliás bastante mais velho que ele;
d) Casar com a ex-companheira do seu filho mais velho que vivia em união de facto;
e) Casar com a mulher divorciada do seu irmão mais velho.

Considere cada uma das hipóteses, analisando os graus de parentesco e de afinidade, e indique se existe algum
impedimento matrimonial.

Resposta:

a) Casar com a irmã solteira da sua mulher:

José e a irmã eram afins em 2º grau da linha colateral, relação familiar art.º 1576, 1584 CC. Noção de afinidade art.º 1584
CC. A afinidade conta-se art.º 1585 conta-se pelos mesmo graus e linhas do parentesco e não cessa pela dissolução do
casamento por morte, só vai cessar pelo divorcio. Mesmo apos a morte da sua mulher e a irmã de M continuam a ser afins no
2º grau da linha colateral, isto porque se conta da mesma forma do parentesco, a M e a irmã eram parentes em 2º grau da linha
colateral porque tinham um progenitor comum.
Verificar a existência de impedimento matrimonial, em regra todos temos capacidade de contrair casamento art.º 1600 CC, os
impedimento matrimonias são determinadas circunstâncias que se podem substanciar em verdadeiras legitimidade ou
incapacidades que impedem a celebração do casamento, sob pena de gerar a anulabilidade ou outras consequências jurídicas
nomeadamente a nível patrimonial.
Essa admissão deve ser à data da celebração do casamento e existem vários tipo de impedimento, dirimente, impediente, os 1ºs
geram a anulabilidade e os 2ºs valido mas geram consequências económicas etc.
No nosso caso sendo então o José e a irmã de M afins em 2º grau não há impedimento matrimonial e portanto poderia contrair
casamento art.º 1627 CC.

b) Casar com a sua prima


José e a prima são parentes porque tem um progenitor comum, parentes em 4º grau (para isto podemos contar os traços até
chegar ao outro interveniente, ou a quantidade de intervenientes. Art.º 1576 CC 1578 CC 1580 nº1 2ª parte, art.º 1581 nº2
CC.
Não existe nenhum impedimento, o casamento seria valido art.º 1627 CC porque não há impedimento matrimonial.

c) Casar com a sobrinha, filha mais velho do seu irmão, aliás bastante mais velho que ele;
Relação de parentesco no 3º grau da linha colateral
Impedimento matrimonial, impedimento impediente relativo porque este casamento não poderia ser celebrado mas se José
casar com a sobrinha ele será considerado válido embora possa ser sujeito a consequências de ordem patrimonial, não gera a
anulabilidade só gera consequências patrimoniais. É impedimento relativo art.º 1604 c) porque só limita o casamento entre os
dois.
É um impedimento que também é dispensável significa que poderia fazer um pedido de dispensa ao conservador do registo
civil, art.º 253 e 254 CRC. Se fosse dispensado o impedimento o casamento além de ser considerado valido não estaria sujeito
às consequências do art.º 15650 nº2 CC. Se não houvesse dispensa, a consequência art.º 1650 nº2, proibições de doações e
testamento.

d) Casar com a ex-companheira do seu filho mais velho que vivia em união de facto;
a união de facto é considerada auma relação parafamiliar, que têm garantias próximas do casamento no entanto a união
familiar não vai ter os mesmo efeitos sejam pessoais ou patrimoniais. Noa há uma relação familiar entre José e a Ex
companheiro do filho porque a união de facto não faz criar afinidade.
Art.º 1600 tem capacidade noa existindo impedimento matrimonias.

e) Casar com a mulher divorciada do seu irmão mais velho.


Entre o José a mulher divorciada no irmão mais velho não há relação.
Durante o casamento do irmão o José tinha uma relação de afinidade com a mulher do irmão, relação de afins no 2º grau da
linha colateral. É afim durante o casamento, a partir do momento em que o irmão se divorciou cessou a afinidade que cessa
com o divorcio, ou seja, não há impedimento matrimonial. A afinidade só é considerada um impedimento no caso da linha reta.
A afinidade só limita casamento na linha reta (casar com o sogro, mães, pais etc.)

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