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i)
Exequibilidade extrínseca (703º, 1, b). no caso em análise o contrato de garantia autónoma foi
celebrado por escritura pública. Para que a mesma constitua título executivo torna-se necessário
que o mesmo importe a constituição ou o reconhecimento de uma obrigação.
Nesta medida o credor pode intentar uma ação executiva contra o devedor para obter a reparação
efetiva do seu direito, i.e, a prestação de facto jurídico
A obrigação diz-se certa quando está determinada em relação à sua qualidade, o que implica que o
objeto da prestação se encontre delimitado ou individualizado. No caso a obrigação exequenda é
certa, na medida em que está em causa a prestação pecuniária.
A obrigação exequenda diz-se exigível quando já se encontra vencida ou quando o seu vencimento
depende da simples interpelação do devedor. No caso não havia cláusula de garantia on first
demand, mas pode assumir-se que se trata de uma obrigação pura. Neste caso a obrigação torna-se
exigível por interpelação judicial (777º,1).
Por último a obrigação diz-se líquida quando se encontra determinada em relação à sua quantidade,
i.,e, quando se sabe exatamente quando se deve ou quando essa quantidade é facilmente
determinável através da operação de simples cálculo aritmético, com bases em elementos
constantes do próprio título.
ii )
confissão de dívida: nos termos do 458ºCC se alguém por simples declaração reconhecer uma dívida,
sem indicação da respectiva causa, fica o credor dispensado de provar a relação fundamental, cuja
existência se presume até prova em contrário.
iii)
Exequibilidade extrínseca:
A ata da reunião da assembleia de condóminos que tiver deliberado o montante das contribuições
devidas ao condomínio ou quaisquer despesas necessárias à conservação e fruição das partes
comuns e ao pagamento de serviços de interesse comum, que não devam ser suportadas pelo
condomínio, constitui título executivo contra o proprietário que deixar de pagar, no prazo
estabelecido, a sua quota-parte
Acórdão que afirma que a ata que constitui título executivo à face da lei, é a ata da
reunião da assembleia de condóminos que documente a deliberação da qual nasce a
obrigação de pagamento da contribuição por parte do condómino e estipule prazo e
modo de pagamento e não já a que declare, tão só, o montante da dívida,
desacompanhada dos elementos que contenham a fixação da quota-parte devida a
título de contribuição de condomínio.
Por outro lado, a nosso ver, o que a lei pretende ao atribuir força executiva à acta da
reunião da assembleia de condóminos é possibilitar ao condomínio um meio célere e
logo executivo para obter o cumprimento das suas deliberações quanto ao
pagamento dos montantes das quotas-partes a cargo de cada um dos condóminos
da aprovada quantia coletiva global necessária para executar as suas competências
de administração das partes comuns e não para, sem recurso à acção declarativa,
no caso o condómino não esteve presente, nem assinou a ata: art. 1432º nos termos do
qual é-lhe dada a possibilidade de discordar da deliberação e em que o silêncio tem valor de
aprovação.
Exequibilidade intrínseca:
6º,3: força executiva da ata da assembleia de condóminos não depende da
liquidação do montante concreto da dívida de cada condómino, bastando que os
dados da ata e demais documentos que a completam permitam a determinação de
tal valor. (liquidez)
Exigível: obrigação com prazo ou pura (777º,1 e 805º,2,a);
Certa: obrigação pecuniária (555º e ss CC).
iv)
PROBLEMA SUSCITA-SE A NÍVEL DA EXEQUIBILIDADE EXTRÍNSECA
EXIGIBILIDADE
LIQUIDEZ
CERTEZA
V)
exequibilidade extrínseca
exequibilidade intrínseca
vencimento: pura ou com prazo, sendo pura vence-se com a interpelação judicial, tendo
prazo com o decurso do prazo estabelecido.
certeza: a prestação pecuniária não é certa, mas condicional, uma vez que a sua
determinação depende do valor das uvas colhidas nas vindimas daquele ano.
o quando a obrigação esteja dependente de condição suspensiva incumbe ao credor
alegar e provar documentalmente, no próprio requerimento executivo, que se
verificou a condição. No caso a colheita das vindimas.
liquidez: a liquidez é afetada igualmente pela condição, uma vez que o montante da
obrigação fica dependente da colheita das vindimas. A obrigação é ilíquida e o exequente
vii )
exequibilidade extrínseca
Artigo 14.º-A da Lei 6/2006, 27 de Fevereiro aditada pela Lei n.º 31/2012, de 14 de Agosto
ARTIGO 14.º-A
TÍTULO PARA PAGAMENTO DE RENDAS, ENCARGOS OU DESPESAS
Caso 2
Saber a extensão que devemos dar a sentença condenatoria- diferença entre 10 e 703 há quem diga
q sentença condenatória e de condenação não são o mesmo
Na doutrina atual, MTS defende que pode haver sentenças de simples apreciação ou
constitutivas (era o caso) que contenham de forma implícita, a condenação num dever de
cumprimento, podendo, nesse caso, servir de título executivo. A condenação implícita teria
lugar quando o pedido não tivesse utilidade económica distinta e por isso, se tivesse tido
lugar a sua efetiva dedução, estar-se-ia perante uma cumulação aparente.
Posição de RUI PINTO:
Assistente não concorda- efeitos resultam da lei, não há imprivisibilidade da sentença
No caso dos títulos extrajudiciais é manifesto que, em especial, ao 703º,1,b, basta que os
títulos materiais importem a constituição ou reconhecimento de uma obrigação. Essas
obrigações tanto podem ser típicas, como atípicas, fundadas na vontade das partes.
o Para executar a prestação de entrega do imóvel vendido é suficiente o respetivo
contrato de C/V, que tem por efeito a constituição dessa obrigação, ex vi do 879º,b,
bem como para executar a cláusula pela qual o vendedor se obriga a mandar fazer
obras no imóvel antes de o entregar.
o Um título recognitivo, maxime, a confissão de uma dívida, apenas serve para
executar as obrigações que reconhece.
o Nos exemplos dados, para efeitos do 703º, 1, b, o mesmo contrato de C/V importou
a constituição de ambas as obrigações, mas com uma diferença importante: a
obrigação típica não carece de enunciação expressa, enquanto a obrigação atípica,
naturalmente que sim.
Quanto aos títulos judiciais: Devem ser excluídas as sentenças de que não decorre a
constituição de obrigações, mas apenas a constituição ou o reconhecimento de direitos.
Trata-se de sentenças de ações reais. Razões da sua exclusão são as mesmas de ordem
material que radicam nas escrituras constitutivas ou enunciativas de direitos reais.
Quanto às demais sentenças não é correto falar em sentença de condenação implícita. O
que é rigoroso afirmar é que certas sentenças, constitutivas e de simples apreciação,
têm um efeito constitutivo não expresso, derivado da procedência do pedido
constitutivo ou de simples apreciação.
o Sentença de execução específica importa a constituição da obrigação de entregar o
imóvel vendido e de pagar o preço, sentença de preferência real; sentença de
declaração de nulidade do contrato importa constituição da obrigação de devolver
as prestações já efetuadas e a sentença de declaração de ilicitude do despedimento
importa a constituição da obrigação de reintegração do trabalhador.
o Portanto certas sentenças têm uma eficácia constitutiva implícita.
As condenações implícitas são, afinal, efeitos constitutivos implícitos, pelo
que as respetivas sentenças não têm força executiva.
CASO A
Nesta semana os jornais económicos e desportivos têm capas semelhantes: Xavier, futebolista e
antiga glória da seleção nacional, faz parte das listas de devedores de mais um Banco prestes a
rebentar (“BPR”) e pode ver os seus bens penhorados no âmbito de um processo de execução.
Segundo o notário que falou com os jornalistas, Xavier terá celebrado, na sua presença, dois
contratos:
(i) Um contrato de abertura de crédito com o BPR, que tinha sede em Lisboa, nos
termos do qual este se obrigava a disponibilizar ao cliente, durante um ano, um
montante máximo de 100.000,00 €, podendo Xavier solicitar a qualquer momento
os montantes que desejasse. O contrato teria comissões com uma taxa de 3,5% (que
incidiam sobre o montante imobilizado) e uma taxa de juro de 6,5% (sobre o
montante solicitado). Diz-se terem sido os valores solicitados utilizados para cobrir
as despesas que Xavier foi acumulando recentemente decorrentes de um vício na
aplicação para telemóvel Football Manager Mobile, que o parece ter prendido ao
seu telemóvel para constantemente;
(ii) Um contrato de compra e venda , também com o BPR, através do qual este vendeu a
Xavier um imóvel de que se queria desfazer, um pequeno terreno para este usar
como campo de futebol. O preço deste bem deveria ser pago em dez prestações
mensais de 10.000,00 €.
Xavier só terá assegurado o pagamento das três primeiras prestações.
No dia seguinte, o BPR emitiu um comunicado em que afirmava que já tinha encarregado os seus
advogados de, tão rápido quanto possível, intentarem uma única ação executiva contra Xavier para
conseguirem recuperar todos os créditos em dívida.
Exequibilidade extrínseca:
Obrigação não se encontrava vencida nos termos do 713º; estando provavelmente sujeita a
prazo, só após o decurso do mesmo teremos obrigação exequenda.
Liquidez: obrigação no valor de 75.000
Certeza: obrigação pecuniária (550º).
2. Será que o Banco pode mesmo intentar uma única ação executiva, com base naqueles
dois contratos, contra Xavier?
4. Suponha que aqueles contratos não tinham sido celebrados na presença de um notário,
mas que ambos incluíam a seguinte cláusula: «O presente documento constitui título
executivo». Poderiam estes contratos ser executados?
“i) Deixo à Carolina a minha mansão em Vilamoura, a qual se encontra hipotecada a favor de
João. ii) Todos os meus restantes bens deverão ficar para a minha única herdeira, a minha
filha Eva. iii) Reconheço que a hipoteca que recai sobre a mansão em Vilamoura a favor de
João é garantia dos € 500.000,00 que lhe devo a título de pagamento do preço de uma
empreitada que executou.”
Beatriz vem a morrer em janeiro de 2022, tendo Carolina e Eva, aceitado o legado e a herança,
respetivamente. Já após a partilha da herança e atribuição dos legados, com receio de perder as suas
garantias, João decide intentar uma ação executiva para obter o pagamento nos € 500.000,00 que
Beatriz lhe devia.
1. Imagine que, exatamente por conhecer da aceitação do legado e da herança por Carolina e
Eva, João intentou ação executiva apenas contra Eva apresentando como título executivo o
testamento. Eva veio defender-se dizendo que sempre a ação executiva deve iniciar-se pelo bem
hipotecado, a mansão em Vilamoura. Quid iuris?
Só os herdeiros respondem, nos termos da herança, pelas dívidas do falecido (2068ºCC),
logo só eva seria responsabilizada.
Eva tinha legitimidade nos termos do 54º,1, uma vez que houve sucessão mortis causa na
obrigação, devendo a execução correr entre os sucessores das pessoas que no título figuram
como credor ou devedor da obrigação exequenda. No próprio requerimento para a
execução o exequente deduz os factos constitutivos da sucessão.
Eva beneficiava do benefício da excussão real (697º): o devedor que for dono de coisa
hipotecada tem direito de se opor não só a que outros bens sejm penhorados na execução
enquanto see não reconhecer a insuficiência da garantia, mas ainda que, relativamente aos
bens onerados, a execução se estenda além do necessário além do necessário à satisfação
do direito do credor.
2. Já na pendência da ação executiva, João constata que os bens herdados por Eva serão
insuficientes para cobrir e satisfazer o valor total da obrigação exequenda, pretendendo agora
demandar também Carolina que se defende dizendo que ao ter executado apenas Eva, João
renunciou tacitamente à hipoteca. Terá Carolina razão?
Se o exequente não pretender fazer valer a garantia colocará apenas a ação contra o
devedor, legitimado pelo 53º, 54º,1 ou 55º.
Anselmo de castro afirmava que o credor não podia prescindir da garantia, contudo tal não é
conforme à disponibilidade substantiva de uma garantia real. O credor pode escolher não
exercer o direito de garantia real no ato processual devido.
O não exercício da garantia real traduziu-se em o credor não indicar o terceiro (carolina)
garante como executado no requerimento executivo (724º,1, a).
Por esta ausência de indicação o agente de execução não pode penhorar o bem do terceiro
onerado pela garantia real, pois a execução não foi movida contra ele (735º,2).
Esta não execução do terceiro não constitui renúncia, i,e extinção unitária e voluntária da
garantia.
Uma renúncia à garantia real só pode ser feita segundo os modos previstos na lei civil para
renúncia a direito real: declaração expressa, nos casos de hipoteca sobre imóvel (730º, d e
731ºCC)
o Uma renúncia válida e eficaz é a que foi feita extrajudicialmente, maxime, antes da
execução, segundo a forma válida, ou no próprio requerimento executivo quando a
forma legal o consinta
3. Aproveitando a circunstância, João pretende agora executar Eva, numa única ação, por uma
sua dívida própria por uma empreitada no valor de € 100.000,00 que nunca pagou e pela qual até já
foi devidamente condenada por sentença em ação declarativa, bem como pela dívida de Beatriz nos
termos já descritos. Pode?
Não: o 711º apenas permite a cumulação de pedidos fundados numa mesma sentença.
O objeto são os pedidos julgados procedente numa mesma sentença e não os
pedidos julgados por sentenças diferentes
4. Ainda na pendência da ação executiva, o Agente de Execução informa que os bens herdados
indicados à penhora não foram encontrados, até porque Eva terá, de má fé, alienado os mesmos a
O 818ºCC prevê que o direito de execução pode incidir sobre bens de terceiro quando sejam
objeto de ato praticado em prejuízo do credo, que este haja procedentemente impugnado.
Trata-se de terceiro contra quem tenha sido obtida com sucesso sentença de impugnação
paulina. Titulo executivo é a sentença.
616ºcc autoriza a que o credor possa executar esses bens no património de terceiro sem
necessidade prévia de restituição ao património do executado.
Caso 11
Fausto pode propor a ação executiva ao abrigo do 53º,1, o qual enuncia que a execução tem
de ser promovida pela pessoa que no título executivo figure como credor. É o caso, no
contrato foi aposta a assinatura de Fausto.
Quando a Helga deve apelar-se à legitimidade aberta, estando-se perante um caso de
indeterminação do credor em face do título, uma vez que estamos em face de um contra a
favor de terceiros (443º).
Caso prático 14
Diga se o tribunal em causa é competente para as seguintes ações executivas, referindo ainda as
consequências de uma eventual incompetência:
ii) Ação executiva proposta no Juízo de execução de Lousada, residente no Porto, contra
Óscar, residente em Viseu, para execução de uma decisão judicial da 1.ª secção cível do
Tribunal Judicial da Comarca do Porto (resultante de recurso interposto para o Tribunal
da Relação do Porto), que condenou Óscar a pagar 50.000 EUR a Nando;
iii) Ação executiva proposta no Juízo de execução de Lisboa por Móveis Luisinha, Lda., com
sede em Lisboa, contra Madeiras Pimpão, Lda., com sede em Vila Real, para execução de
uma sentença proferida na 1.ª Secção de comércio do Tribunal Judicial da Comarca de
Lisboa e cuja obrigação exequenda ascende a 500.000,00 EUR.
Competência em razão da hierarquia
Os tribunais judiciais ou comuns têm, em razão da matéria, competência primária
para a execução dos títulos relativos a direitos privados a uma prestação e
competência secundária residual para realizar a execução de todo e qualquer título
não reservado a um tribunal de outra ordem jurisdicional (40º,1 LOSJ).
Os tribunais superiores não têm competência executiva. São tribunais de rescurso e de
resolução de conflitos de jurisdição, nos termos do 42º,2, 52º-55º e 72º-74LOSJ. Em
consequência, no plano da hierarquia, apenas os tribunais de primeira instância têm
competência executiva.
NO CASO A AÇÃO EXECUTIVA FOI PROPOSTA NA 1ªINSTÂNCIA DO JUÍZO DE EXECUÇÃO DE
LISBOA, PELO QUE NÃO HÁ INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DA HIERARQUIA.
Competência em razão da matéria
79ºcompetência em razão da matéria, tribunais de comarca de primeira instância.
81ºLOSJ passou a determinar que os tribunais de comarca desdobram-se em juízos a
criar por DL, que podem ser de competência especializada, de competência genérica
ou de proximidade.
Dentro dos juízos de competência especializada, a seção de execução designa-se
atualmente juízo de execução, conforme o art.81º,3, j LOSJ e tanto os juízos de
execução, como os de família e menores, trabalho e comércio, não viram alteradas
as suas competências.
Decorre do 129º que nas comarcas onde existam juízos de execução toda e qualquer
execução da competência material dos tribunais judiciais, seja sentença, seja título
iv) Ação executiva proposta no Juízo de execução do Porto por Eva, residente no Porto,
contra Fabiana, residente em Beja, para execução de um requerimento de injunção ao
qual foi aposta fórmula executória e cuja obrigação exequenda ascende a 5.000,00
EUR.
Competência em razão da hierarquia
Os tribunais judiciais ou comuns têm, em razão da matéria, competência primária
para a execução dos títulos relativos a direitos privados a uma prestação e
competência secundária residual para realizar a execução de todo e qualquer título
não reservado a um tribunal de outra ordem jurisdicional (40º,1 LOSJ).
Os tribunais superiores não têm competência executiva. São tribunais de rescurso e de
resolução de conflitos de jurisdição, nos termos do 42º,2, 52º-55º e 72º-74LOSJ. Em
v) Ação executiva proposta no Juízo de execução de Lisboa por Take Away Custodio, Lda.,
com sede em Lisboa, contra Frangos Damião, Lda., com sede em Castelo Branco, para
execução de uma dívida titulada por contrato celebrado no Porto, cuja obrigação
exequenda ascende a 20.000 EUR e que tem como garantia uma hipoteca constituída
sobre um imóvel situado na
Guarda;
vi) Ação executiva proposta no Juízo de execução de Oeiras por Catarina Modista, Lda.,
contra Roupas Caló, ambas com sede em Lisboa, para execução de uma dívida titulada por
contrato de fornecimento, cuja obrigação exequenda ascende a 10.000 EUR, tendo sido indicado
à penhora no requerimento executivo um armazém da executada, sito em Almada;
Caso 18
4)
7)
Na execução sem citação prévia, seja do 727º, seja do 855º e ss., o exequente está sujeito a
responsabilidade civil, multa e responsabilidade criminal, nos termos do 858º e, por
remissão, do 724º,4. A finalidade destas sanções é a tutela do devedor que foi executado
com base na aparência de dívida decorrente de título, sem possibilidade de contraditório
prévio.
Pressupostos comuns são a procedência da oposição à execução e dispensa de citação
prévia.
Pressupostos especiais apenas da responsabilidade civil de exequente devem ser
considerados: o ato, a culpa, o nexo causal e o dano na esfera jurídica do executado.
o Esta sequência inicia-se com o requerimento executivo, mas não é suficiente para a
produção do dano, haverá ainda que ocorrer um ato concretamente causador de
dano: o ato de penhora será o ato mais potencialmente, mas também o poderá ser a
simples contituição do putativo devedor como executado, pela citação, dados os
gastos que este terá de fazer para se defender.
o Os danos devem emergir em nexo causal daquela sequência de atos.
o A culpa consiste em o executado não ter atuado com a prudência normal (858º). A
espécie de TE é um dos fatores a ponderar no juízo de culpa e na aferição da
prudência normal: quanto maior a segurança formal do título, menor o grau de
culpa.
A ação de responsabilidade será colocada de modo autónomo?
o Por um lado, a ligação material e prejudicial com execução e com a oposição à
execução, sugeririam que a ação de indemnização corresse por apenso,
eventualmente aos autos de oposição à execução.
o Por outro lado, se os embargos ditaram a extinção total da execução, o julgamento
da ação de indemnização levaria a que se prolongasse uma execução despida de
causa. Alem do mais se corresse por apenso à oposição à execução ter-se-ia de
reabrir a instância dos embargos.
Lesado deve fazer valer os seus direitos em ação condenatória autónoma à
semelhança do que sucede com o 374º,1.
Apenas se os embargos extinguiram a instância executiva em parte, é que
pode ser colocada ação de indemnização como incidente da execução, não
já dos extintos embargos.depois de a execução se vier a extinguir, ação
prosseguirá autonomamente até ao seu termo.
Caso 20
Reforma de 2013
Professor Rui Pinto não concorda com os acórdãos: a presença de uma preclusão associada
a um ónus de exercício do direito de defesa em tempo adequado implica equiparação à
sentença para efeitos de embargos de execução.
Por outro lado, passou a prever-se que os fundamentos de defesa podem ser alargados em
duas importantes exceções:
a. Por conseguinte, por força da remissão do 857º,1 para o 729º o executado, podia
invocar, com as devidas adaptações, a falta ou irregularidade da notificação no
procedimento de injunção quando o requerido, ora executado, nele não tenha
intervindo. 729º,d.
A falta de notificação do requerido no procedimento de injunção determina a nulidade de
tudo o que se processe depois do requerimento inicial, designadamente da fórmula
executória dada à execução. TR ÉVORA.
b. No que concerne à alegação de factos modificativos ou extintivos da obrigação, a lei
apenas permite que o executado invoque factos posteriores ao termo do prazo de
oposição no procedimento de injunção, ficando por isso impedido de alegar factos
modificativos ou extintivos da obrigação que fossem anteriores ou contemporâneos
do prazo de oposição à injunção e que não tenham sido invocados no respetivo
procedimento.
o Se o requerido podia e devia ter concentrado toda a sua defesa na oposição à
injunção e de forma voluntária não o fez, tal omissão não pode deixar de ser
sancionada com a preclusão da possibilidade de invocar mais tarde, em
embargos de executado, todos os fundamentos de defesa que fossem
admissíveis
a)
Dívida comum (1691º,1,a), ambos os devedores constam do TE, pelo que têm legitimidade passiva
nos termos do 53º,1.
A dúvida que se deverá colocar é se o credor que executa uma dívida comum em face do
título pode optar por propor a ação executiva apenas contra um dos devedores ou se deve
colocá-la sempre contra os dois consortes, por força do 34º,3 e do 1695º.
b)
Ambos os devedores constam do TE, pelo que têm legitimidade passiva nos termos do
53º,1. Em suma: à responsabilidade subjetiva comum corresponde uma legitimidade passiva
executiva comum
Ii
a)
dívida contraída por A, mas comunicável nos termos do 1691º,b
Nas dívidas comunicáveis apenas um dos cônjuges surge como devedor no TE, pelo que são
forlmalmente dívidas próprias. Por isso serão executadas como dívidas próprias, salvo se for
processualmente demonstrado que a dívida contraída singularmente preenche algum
pressuposto de comunicabilidade (1691º, a, 2ªP, b, e 2, 1693º,2 e 1694º,1.
b)
c)
Quanto a C pode alegar a comunicabilidade da dívida até ao início das diligências para venda
ou adjudicação, porém, não o tem de fazer (741º,1). O incidente de comunicabilidade é
facultativo e constando apenas A do TE, não haveria preterição do litisconsórcio necessário.
O cônjuge é então citado nos termos do 741º,2, no prazo de 20 dias, para declarar se aceita
a comunicabilidade da dívida, baseada no fundamento alegado.
Iii
Caso 23
1.
O fiador goza do benefício da excussão prévia, i.e, pode recursar o cumprimento enquanto o
credor não tiver excutido todos os bens do devedor sem obter satisfação integral do seu
crédito, salvo se tiver renunciado a esse benefício (628º e 640º, a CC).
Se for movida uma ação executiva apenas contra o devedor subsdiário e se este invocar, de
forma fundamentada, o benefício da excussão prévia, no prazo da oposição à execução, seja
negando a renúncia alegado pelo exequente, seja indicando bens do devedor principal, não
podem ser pennhorados os seus bens enquanto não estiverem excutido todos os bens do
devedor principal.
3.
745º,4: tendo os bens do devedor sido excutidos em primeiro lugar, pode o devedor
subsidiário fazer sustar a execução nos seus próprios bens, indicando bens do devedor
principal que hajam sido posteriormente adquiridos ou que não fossem conhecidos.
5.
6.
Caso 28
1.
Titularidade do direito:
No plano da posse:
No plano da detenção
o A posse do depositário é a posse que tem no Estado o seu titular, é uma posse
necessariamente precária ou temporária.
o depositário, agente de execução, ao apreender está a exercer poderes do estado: o
estado é possuidor em nome próprio e o depositário é detentor, enquanto
possuidor em nome do estado (1253º, c).
Lei consagrou a via da ineficácia relativa dos atos de disposição e oneração do direito
penhorado.
Trata-se de uma ineficácia. Os atos de disposição e oneração que o executado pratique não
têm efeitos enquanto os bens estiverem penhorados. A execução prossegue como se esses
bens ainda pertencessem ao executado.
MTS: é como se não tivesse havido qualquer disposição ou oneração do bem ou direito
penhorado ou se não tivesse verificado a extinção do crédito penhorado
Não está em causa uma invalidade: a penhora não retira ao executado os poderes de livre
disposição e oneração, pelo que os seus atos não são ilícitos. Por isso se a penhora for
levantada os efeitos suspensos terão lugar retroativamente à data do ato.
Ineficácia não é absoluta: decorre da letra do 819º e 820º que os atos de disposição ou de
oneração são ineficazes apenas em relação à execução. Os atos em questão produzem
efeitos perante quem não for parte na execução. Há uma eficácia externa dos atos de
disposição e oneração de bens penhorados praticados pelos executado, internamente
ineficazes.
4.
Natureza real
Alberto dos Reis: entendida que a penhora produz um direito real de garantia a favor
do exequente e dos credores concorrentes. Estes beneficiam de um direito de
sequela, que os autoriza a fazer valer a garantia perante aqueles a quem os bens
forem transmitidos.
Teixeira de sousa: não encontra nela nem sequela, nem inerência, caracteres reais
que justificam que a garantia acompanhe a transmissão do bem e possa ser invocada
contra quem for o seu proprietário ou possuidor no momento da execução. Em vez
de acompanhar o bem transmitido e de sujeitar o adquirente à execução, a
penhora ignora a transmissão do bem e rejeita qualquer substituição do
executado. A penhora é fonte de uma preferência sobre o produto da venda dos
bens penhorados, todavia ela não é um direito real de garantia, porque embora seja
inerente a uma coisa e afete a execução desta à satisfação do crédito do exequente,
a sua função é conservatória, sendo esta função que justifica a regra de
inoponibilidade dos atos de disposição ou oneração posteriores a ela. A penhora
não é um direito real, mas uma situação em que são colocados certos bens e
direitos.
Rui Pinto: quando falamos de natureza real da penhora estamos a falar:
o 1. Da ineficácia relativa dos atos de disposição ou oneração (819ºCC e
820ºCC);
o 2.Da preferência em relação a credor sem melhor causa de preferência
(822º)
o 3.Ou ambas?
5.
Impugnação pauliana
Os atos que envolvam diminução da garantia patrimonial do crédito (1) e não sejam de
natureza pessoal (2) podem ser impugnados pelo credor, se concorrerem as seguintes
circunstânciais:
3.resultar do ato impossibilidade para o credor de obter satisfação integral do seu crédito
ou agravamento dessa impossibilidade
Embora a devedor C conste do título como executada, a adquirente pode nos termos do
818ºCC ser demandada “o direito de execução pode incidir sobre bens de terceiro, quando
sejam objeto de ato praticado em prejuízo do credor, que este haja procedentemente
impungado.
Caso 29
2)
iii)
embargos de terceiro:342
2. ofensa ou ameaça (350º autoriza que basta a ameaça de ofensa à posse ou direito de
terceiro).
o A penhora é ofensiva por força do seu âmbito quando a sua extensão formal,
maxime, a levada a registo, é subjetivamente mais vasta que o âmbito subjetivo
legalmente admitido
o A penhora é ainda ofensiva se apesar de o âmbito formal ser adequado, a penhora
for em concreto realizada contra terceiro.
Em relação a MAURO:
Trata-se de um direito de terceiro que goza de oponibilidade forte, i.e, é oponível erga
omnes. Direito real de propriedade oponível à penhra.
Em relação a JUVENAL:
IV)
são oponíveis à penhora os direitos de terceiro que gozam de oponibilidade forte, por
serem oponíveis erga omnes, mesmo ao tribunal. Direitos reais de gozo, garantia ou de
aquisição. Quanto aos direitos reais de gozo na titularidade de terceiro são sempre direitos
incompatíveis com a penhora:
V)
Caso 40
Duas fases:
1. Reclamação de créditos tout cour: credores vêm à ação executiva pedir registo dos
creditos
2. Sentença de graduação de créditos.
Bens penhorados:
1. Direito de retenção
2. Salários
3. Direito de retenção
4. Casa- hipoteca
Quanto à hipoteca: H tem legitimidade para reclamar o crédito? Tem garantia real,
tem titulo exequível, titulo contra executado, certo e líquido. Pode, logo tem
legitimidade. Como se processa? Como é que ela sabe que há ação executiva em
curso? São citados nos termos do 786º,1,b e 3.
O que acontece se credor reclamante não é citado? 786,6, bem como intervenção
espontânea.
Terminada a fase da penhora o agente de execução deve proceder à venda dos bens ou
qualquer outra forma de pagamento da obrigação.
No entando, a lei impõe que sejam citados os cônjuges nos termos do 786º,1,a e 5 e certos
credores. Nos casos de bem imóvel ou estabelecimento comercial ou havendo
comunicabilidade da dívida.
Reclamação de créditos
Património do devedor é o património que responde por qualquer dívida (601º CC), todos
os credores estão, em princípio, em pé de igualdade.
São citados os credores com direitos reais de garantia (788º,1 e 786,1, b e c).
credores vão à execução fazer valer a garantia. O credor reclamante executa o seu
direito de garantia, i.e, o direito a que se refere a garantia. Diferentemente do
credor exequente singular que pode executar qualquer bem para satisfazer o seu
crédito.
A penhora está abrangida (794º): agente de execução susta a segunda execução
daquele bem e notifica o exequente que já existe outra penhora- Ou desiste da
penhora ou intervém na primeira penhora como credor reclamante, quando for feita
a graduação de créditos ficará em segundo lugar.
O credor reclamante não é parte principal na AE. O que interessa é pagar a dívida
exequenda e não do credor reclamante.
Credor citado por AE tem 15 dias para fazer a reclamação de crédito (788º,2). São
notificados o exequente, o executado e os demais credores, o quais têm 15 dias para
impugnar a reclamação (789º), podendo haver resposta do reclamante (790º).
Procedimento
Sentença declara quais os créditos que existem e não existem e vai graduá-los. A graduação
não é feita segundo a data dos créditos, mas segundo os critérios da lei substantiva. P.e: o
direito de retenção, mesmo que seja mais recente que a hipoteca prevalece sobre a mesma.
A sentença de graduação impõe ao AE a ordem pela qual distribuirá o produto da venda dos
bens.
2.
Concurso de penhoras;
Há quem entenda que se o credor reclamante é obrigado a ver parada a sua execução e a
execução anterior estiver parada, este pode substituir-se para a prática do ato processual
em falta.
RP: é adequada, mas leitura cum granus salis- não é sempre assim, há que distinguir o
motivo pelo qual ação está parada:
3.
Das duas uma: ou se apercebe que não foi citado até às diligências da venda e pode intervir
espontâneamente ou se a venda já ocorreu, ressalva-se a venda executiva e ele tem direito
a ser ressarcido, seja através do executado, seja através dos credores reclamantes que
ficaram à frente.
4.
5.
Quer dividir a garantia: metade reclama e em relação a tudo o resto mantém a garantia.
6.
Alguém pode vir impugnar créditos reclamados? Pode, 789º,1 e 3- qualquer pessoa
envolvida na AE nesta fase pode impugnar créditos.
7.
8.
9.