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Dos Legados (Arts. 1.

912 e seguintes)

1. Conceito “Transmissão de bem específico, determinado, a alguém que se chama de


legatário.” Transferência de um bem específico/determinado a alguém.

A vantagem de ser legatário é que, se no momento do recebimento, não houver dinheiro para
pagar todo mundo, o legatário tem preferência com relação ao herdeiro testamentário.

2. Partes a) Legante: o testador. b) Legatário: Aquele que receberá o bem específico e


determinado.

c) Onerado: O herdeiro legítimo do legante. Ficam com o ônus do cumprimento do legado.

3. Sublegado: Exemplo - O testador A deixa uma casa para B, desde que este compre/entregue
um carro a C.

Se B não concordar/não entregar o carro, não receberá a casa. Portanto, nem B e nem C serão
beneficiados. Assim, o bem voltará para o monte.

4.1. Partes a) Sublegante aquele que somente receberá o bem se cumprir determinada
condição. b) Sublegatário aquele que será o beneficiário final da condição estipulada pelo
legante.

5. Bem especificado apenas pelo gênero (Art. 1.951/1.929) Se o bem for especificado somente
pelo gênero, os demais herdeiros deverão providenciar a compra do bem de qualidade
intermediária. Ex. Deixo um relógio para Daniel.

O legado pode caducar, como por exemplo: Deixo meu carro para Daniel. Caso o carro seja
roubado, Daniel não receberá o carro. Art. 1.951.

Pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião de sua
morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua
morte, a certo tempo ou sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica de
fideicomissário. Art. 1.929.

Se o legado consiste em coisa determinada pelo gênero, ao herdeiro tocará escolhê-la,


guardando o meio-termo entre as congêneres da melhor e pior qualidade.

6. Legatário vs. herdeiro testamentário 6.1. Legatário O legatário recebe BEM ESPECÍFICO e
DETERMINADO. Ex. Um carro

6.2. Herdeiro testamentário O herdeiro testamentário recebe PORCENTAGEM ou FRAÇÃO DA


HERANÇA. Ex. 15% do patrimônio do falecido.

O legado pode ser de usufruto (Art. 1.921), de alimentos (Art. 1.920), de dinheiro, de Bens
móveis/imóveis, semoventes, de perdão de dívida (Art. 1.918), de crédito de dívida, “pode ser
de tudo.”
(1) Legado de usufruto e de alimentos: Se não houver especificação de tempo, considera-se
que este será vitalício.

Art. 1.921. O legado de usufruto, sem fixação de tempo, entende-se deixado ao legatário por
toda a sua vida. Art. 1.920. O legado de alimentos abrange o sustento, a cura, o vestuário e a
casa, enquanto o legatário viver, além da educação, se ele for menor.

Art. 1.918. O legado de crédito, ou de quitação de dívida, terá eficácia somente até a
importância desta, ou daquele, ao tempo da morte do testador. § 1o Cumpre-se o legado,
entregando o herdeiro ao legatário o título respectivo. § 2o Este legado não compreende as
dívidas posteriores à data do testamento.

9. Legado alternativo (Art. 1.932) Aquele em que o testador deixa uma opção. O testador
poderá elencar alguém para fazer a escolha. Em caso de omissão, a escolha caberá ao
onerado/herdeiro. Ex. Deixo ou minha casa ou cem mil reais. Art. 1.932. No legado alternativo,
presume-se deixada ao herdeiro legítimo a opção.

Imóveis contíguos¹ (1) Imóveis contíguos: Imóvel ao lado/que faz divisa com o primeiro imóvel.
Os imóveis contíguos não são incorporados ao legado. Somente serão incorporados se houver
cláusula expressa.

Benfeitorias: As benfeitorias posteriores ao testamento se incorporam o legado. Ex. Deixa-se


um sítio a Rubens. Todavia, quando o “de cujus” morre, várias benfeitorias posteriores já
haviam sido feitas. Neste caso, Rubens terá direito ao sítio com todas as benfeitorias, não
tendo dever de indenizar nada.

Da caducidade dos legados(Art. 1.939) O legado caduca quando a natureza da coisa for
modificada a tal ponto de que esta não possua a mesma denominação.

Art. 1.939. Caducará o legado: I - se, depois do testamento, o testador modificar a coisa
legada, ao ponto de já não ter a forma nem lhe caber a denominação que possuía; II - se o
testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; nesse caso, caducará
até onde ela deixou de pertencer ao testador; III - se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou
morto o testador, sem culpa do herdeiro ou legatário incumbido do seu cumprimento; IV - se o
legatário for excluído da sucessão, nos termos do aart. 1.815; V - se o legatário falecer antes
do testador.
Da Sucessão por estirpe ou por representação (Arts. 1.851 a 1.856 do CCB)

A sucessão pode ser por direito próprio ou por cabeça ou por representação ou por estirpe.

(1) Sucessão por estirpe ou representação: Acontece quando uma pessoa é chamada a receber
a herança no lugar de um herdeiro faltante como se ele fosse vivo. Será sempre em linha reta
descendente. Ex. Neto recebendo herança do avô, tendo em vista que seu pai morreu.

(2) Sucessão por cabeça ou direito próprio: Acontece quando a pessoa recebe a herança por
seu próprio direito. Se não houver ninguém da geração mais próxima (filhos), os da mais
distante (netos) receberão por direito próprio, isto é, dividir-se-á igualmente entre todos. Ex.
Se um avô morre e deixa 03 filhos e um quarto filho pré morto, os netos deste quarto filho
receberão ¼ da herança como se o pai fosse vivo.

Mas, se todos os quatro filhos eram pré-mortos e no total havia 09 netos, divide-se a herança
pelo número de netos, por direito próprio, por cabeça.

Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder
em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse. Art. 1.852.

O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente. Art.
1.853.

Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos


do falecido, quando com irmãos deste concorrerem. Art. 1.854.

Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.
Art. 1.855.

O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes. Art. 1.856. O


renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.

A segunda hipótese de representação acontece nos casos de filhos de irmãos pré-mortos. Se A


não era casado, não tinha descendentes ou ascendentes, mas deixou 03 irmãos e um quarto
irmão pré-morto, B, a herança de A será dividida em 4 partes iguais sendo a parte de B
entregue aos sobrinhos de A, filhos de B.
Substituição Arts. 1947 e seguintes

Indicação de uma ou mais pessoas para receber o direito hereditário caso o legatário nomeado
venha a faltar.

Motivos: I. pré-morte; II. exclusão por indignidade; III. renúncia IV. descumprimento de
condição.

Substituição (vulgar ou ordinária): a) Simples: uma pessoa substituindo outra; b) Coletiva: mais
de uma pessoa substitui herdeiro faltante; c) Recíproca: os beneficiários em um grupo vão se
substituindo reciprocamente (mais de um bem), na forma de colegado ou um bem para cada
pessoa.

Exemplo de substituição recíproca: A deixa uma fazenda à B, C e D. Se B faltar sua parte será
dividida entre C e D automaticamente. Isso é co-legado.

Outra forma. A deixa um lote para B, um apto para C e um sítio para D em substituição
recíproca. Se B faltar, o lote será dividido entre C e D. Se D faltar, o sítio tocará à C e A, etc.

No colegado os colegatários são substitutos recíprocos automaticamente. - Se colocou


proporção e 1 não herdar, obedece proporção na divisão - Se entrar um de fora, a parte do
que faltar é dividida sem observar as proporções.

Substituição especial ou fideicomissária – arts. 1961 e ss – cc Beneficiam-se 02 pessoas com 1


disposição testamentária, com um mesmo bem.

Partes: O testador é o fideicomitente, o intermediário é o fiduciário e o beneficiário final o


fideicomissário.

Fideicomisso pode ser: a) Vitalício (intermediário fica com o bem até morrer) b) A termo, o
intermediário fica com o bem até certa data c) Condicional.

Se não houver prazo é sempre vitalício. O beneficiário final é uma pessoa que ainda nem foi
concebida, sempre filha de alguém determinado.

Exemplo: deixo meu apartamento à B e quando este completar 70 anos, o imóvel deve ser
entregue ao filho de C. Exemplo de fideicomisso à termo.

Exemplo de fideicomisso condicional: deixo meu apartamento à B e quando o filho de C se


formar em curso superior o imóvel pertencerá à ele.

Caso não tenha sido concebida até a morte do testador e não havendo estipulação de outro
prazo, espera-se 02 anos após a morte do testador.

Se depois do prazo não houver filho, o bem fica definitivamente com o fiduciário.

Se entre redação do testamento e a morte do testador o fideicomissário nascer ele passa a ser
proprietário e o intermediário usufrutuário - O intermediário é proprietário de propriedade
resolúvel (vai se extinguir), mas pode alienar, exceto se houver cláusula de inalienabilidade.
O fideicomisso só se opera até o 2º grau de transmissão. São apenas dois beneficiários. Não se
trata de grau de parentesco, mas de grau de transmissão.

Da concorrência entre tios e sobrinhos – art. 1843 CC – Os sobrinhos, equiparando-se aos


descendentes, tem preferência com relação aos tios, embora ambos sejam parentes em
terceiro grau.

Da concorrência entre irmãos - Concorrência entre irmãos unilaterais (mesmo pai/mãe


diferentes ou mesma mãe e pais diversos) e bilaterais (mesmo pai e mãe) art. 1841 a 1843. Os
irmãos bilaterais recebem o dobro dos unilaterais.

Sobrinhos bilaterais (filhos de irmãos bilaterais) também herdam o dobro em comparação aos
sobrinhos unilaterais (filhos dos irmãos unilaterais).

Havendo apenas irmãos unilaterais ou sobrinhos unilaterais, estes herdam da mesma forma.
Da ação de petição de herança (Arts. 1.824 e seguintes do Código Civil)

Ação proposta no caso em que um herdeiro foi afastado da herança, com conhecimento ou
não dos demais quanto à existência daquele.

1. Herdeiro aparente é quele que tem a aparência de herdeiro, porém não é o herdeiro ou não
é o único.

2. Súmula 149 – STF Prazo – não é uma ação imprescritível.

3. Alienação e terceiros de boa fé - aquele que ajuizou a ação pedirá o dinheiro que foi
apurado com a venda.

4. Doação a terceiros Aquele que ajuizou a ação pedirá bem que foi doado.

5. Prazo: não existe prazo específico. Prazo geral de 10 anos da abertura da sucessão

6. Após a citação: posse de má-fé. Numa ação de petição de herança, os herdeiros aparentes
são considerados possuidores/proprietários de má-fé após a citação. Até a citação, todas as
benfeitorias serão indenizadas. Após a citação, não deve realizar benfeitorias, pois só as
necessárias serão indenizadas.

Da ação de sonegados

1. Sonegados são os bens que deveriam entrar na partilha, porém foram ciente e
conscientemente dela desviados, quer por não terem sido descritos ou restituídos pelo
inventariante ou por herdeiro, quer por este último não os haver trazido à colação, quando
esse deve se lhe impunha.

2. Arts. 1992 e seguintes 3. Penalidade ao herdeiro que oculta bens ou sabe que alguém o faz e
silencia. Sempre há má fé, porque se um bem for descoberto após a partilha, será feita a
sobrepartilha.

4. Sonegação realizada pelo inventariante (Art. 1.993)

5. Sonegação realizada pelo testamenteiro: perde-se o cargo, a testamentaria, se praticada


pelo inventariante perde-se a inventariança.

6. Prazo: não há prazo específico, então aplica-se o prazo geral de 10 anos, contados da
abertura da sucessão/morte.

7. Efeitos Penalidade ao herdeiro que oculta bens ou sabe que alguém o faz e silencie: Perderá
qualquer direito relacionado aos bens, exceto indenização por benfeitorias necessárias, para
se evitar enriquecimento ilícito. Se ocultar dinheiro em poupança.

8. Ação de sonegados

9. Termo inicial de sonegação A petição inicial de inventário deve constar: - Qualificação do de


cujus - Qualificação dos herdeiros - Os bens (endereço, banco...) No fim do processo de
inventário podem ser feitas as últimas declarações. É a partir das últimas declarações que um
herdeiro pode ser acusado de sonegação.
10. alienação Venda – o herdeiro prejudicado pedirá o dinheiro apurado com a venda à
terceiro de boa-fé. Se foi doação, pede-se o próprio bem de volta.

Da partilha

1. Conceito
“Divisão dos bens da herança segundo o direito hereditário dos que sucedem.” – Clóvis
Beviláqua

A partilha é um direito dos herdeiros. O dono da herança não pode criar uma cláusula dizendo
que seus bens são impartilháveis.

Pode, somente, gravar seus bens com as cláusulas de incomunicabilidade, impenhorabilidade e


inalienabilidade.

A partilha extingue o condomínio dos herdeiros, tendo em vista que divide os bens, isto é, direciona os
bens a cada herdeiro.

Após a partilha, o herdeiro sabe sobre o que o seu direito vai recair.

Em caso de um imóvel, por exemplo, ficará este em nome de todos os herdeiros. Nesta
situação, não há extinção do condomínio.

2. Principal efeito (Arts. 1.784 e 1.791)


O principal efeito será estipular qual será o direito do herdeiro sobre cada um dos bens.
Quando a partilha é feita dividindo cada bem para um herdeiro, seu efeito principal será
acabar com o condomínio.

Partilha Consensual: Ocorre quando todos os herdeiros são maiores e capazes e concordam com a
partilha.
Pode haver diferença de valor entre os herdeiros no que se refere ao inicial estipulado, mas, neste caso,
a SEF cobra imposto de doação sobre a diferença, como se o herdeiro que recebeu menos tivesse doado
a diferença aos demais.
É proposta pelos próprios herdeiros.
O juízo não decide a partilha, se houver consenso, mas somente a homologa.

Termo nos autos: Uma ou todas as partes requerem ao advogado que peticione na vara de sucessões
que lavre um termo no qual constará a quem pertencerá cada bem.

Escritura pública: pede-se ao tabelião do cartório de notas que lavre uma escritura pública de partilha.

Nota:
Escrito particular: Faz-se uma petição ao juízo descrevendo a quem pertencerá cada bem. É necessário
advogado e inventariante, mesmo em um inventário administrativo.

Partilha litigiosa: A partilha litigiosa sempre será judicial, não podendo ocorrer em cartório.

Se houver herdeiro menor ou incapaz, a partilha também sempre será judicial.


4. Partilha em vida 02 formas
a) Feita quando o autor da herança faz um testamento ou documento autêntico distribuindo
tudo o que tem entre os herdeiros.
Ou
b) Quando a pessoa pega tudo o que ela tem em vida e doa para os filhos com reserva de
usufruto.

Todo inventário que tem testamento é judicial.

O de cujus deve, sempre, respeitar a legítima.


Ex. A diferença entre a herança dos filhos não pode afetar a legítima. Assim, deve, cada um, receber o
mínimo que lhe é devido.

5. Sobrepartilha (Arts. 2.022 e seguintes)


Quando é descoberto bem após a partilha. Incide multa. É a partilha de um bem feita depois
de outra partilha.
Depois da partilha, a família descobre um novo bem pertencido ao falecido que não foi
dividido.
Paga-se 1% de juros de multa ao mês.
Se a má-fé for de todos os herdeiros, dividir-se-á a multa entre todos.
Todavia, se a má-fé for de um herdeiro em relação a outro, tratar-se-á de sonegação. Neste
caso, o herdeiro sonegador perderá seu direito sobre o bem.

6. Ação anulatória de partilha – Prazo 01 ano


A partilha CONSENSUAL está sujeita à ação anulatória de partilha no prazo de 01 ano.
Parágrafo único. O direito de propor ação anulatória de partilha amigável prescreve em 1
(UM) ANO, CONTADO ESTE PRAZO:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessou;
II - no de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato;
III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.
7. Ação rescisória de partilha
Arts. 657 e 658 CPC.

A partilha consensual, pedida pelos herdeiros está sujeita à ação anulatória de partilha.
A partilha judicial está sujeita à rescisória.

Da garantia dos quinhões hereditários – Arts 2023 e ss

1. Evicção por fato anterior à partilha


Quando, após a partilha, um dos herdeiros ou mais, perdem seus bens, pois descobrem que o
bem não era do testador, deve haver uma redivisão e o herdeiro que perdeu seu bem por
evicção, fica com o direito de ser indenizado pelos outros, que são responsáveis solidários.

2. Herdeiro insolvente
Se após a evicção, um dos irmãos que deveria indenizar o herdeiro prejudicado não tiver mais
dinheiro, pois tinha credores, a indenização da parte dele será dividida entre todos os irmãos,
inclusive o que é credor da indenização.

3. Evicção por culpa do herdeiro


1) Se a evicção ocorrer por culpa do herdeiro, este não terá direito à garantia dos quinhões
hereditários.

Ex. Herdeiro que não pagou condomínio, que foi intimado sobre audiência de usucapião e não
compareceu.
2) Também não há garantia se a evicção vier por fato posterior à partilha.

4. (Arts. 2.023 e seguintes)

Do testamenteiro (Arts. 1.976 e seguintes)


Pessoa de confiança do testador para fiscalizar se as disposições estão sendo cumpridas/se a
vontade do testador está sendo cumprida.
Recebe ou um bem deixado pelo testador ou remuneração – fixada pelo juiz – chamada
vintena (não pode ultrapassar 5% da herança líquida).

1. Funções
Se alguém atacar testamento, o testamenteiro é o defensor do testamento.
- Cargo chama: testamentaria
- Fiscaliza se as disposições testamentárias estão sendo cumpridas
- Se a vontade do testador está sendo cumprida.

2. Remuneração
Chamada vintena fixada pelo juiz quando o testador não deixa nenhum bem para
testamenteiro.
Não pode ultrapassar 5% da herança líquida.

3. Testamenteiro vs. inventariante vs. administrador provisório


a) Testamenteiro
Pessoa de confiança do testador para fiscalizar.
b) Inventariante
Da andamento ao processo de inventário.
Anexa os documentos nos autos, providencia as CND’s. Recolhe ITCD.
c) Administrador provisório
Está na posse dos bens até o juiz determinar o inventariante.
Indenizado pelas despesas, mas não recebe pelo exercício cargo.

4. Mais de um testamenteiro
Cada um responsável por uma parte ou todos por tudo. Todos vão receber.
5. Falta do testamenteiro
Quando não há testamenteiro o juiz nomeia o cônjuge ou um filho que não receberá nada,
pois já está recebendo a herança. Sua função de testamenteiro não se transfere aos filhos
deste.

6. Prazo
180 dias para fiscalizar se o testamento está sendo cumprido.
Pode-se aumentar o prazo dependendo da complexidade do caso.
Inicia-se a contagem do prazo da aceitação da testamentaria, isto é, após a aceitação por parte
do testamenteiro.
Quando toda a herança estiver distribuída em legados, o inventariante será o testamenteiro.

Direito de acrescer entre herdeiros e legatários


No co-legado, quando um dos herdeiros não puder receber herança, a mesma será redividida
entre os co-legatários, não voltando ao monte.
Herança Jacente e Herança Vacante (Arts. 1819 e seguintes do CCB)
1. Conceito
1.1. Ausência de herdeiros legítimo, testamentário ou legatário, como também quando todos os
herdeiros renunciam/são excluídos por indignidade
São aquelas que, aparentemente, não têm dono.
Quando a pessoa não tem herdeiro legítimo e não deixa um herdeiro testamentário, tratar-se-á de
herança jacente.

Ocorre também quando todos os herdeiros renunciam à herança ou são excluídos por
indignidade.
Nestes casos, a herança é pertencente ao Estado.

1.2. Ausência de quem represente, delibere em nome do acervo hereditário

2. Procedimento
2.1. Após 01 ano da publicação do primeiro edital: sentença de vacância.
O juiz mandará publicar 3 editais para convocação dos possíveis herdeiros. Será qualificado
quem morreu.
Após um ano da publicação do primeiro edital, será prolatada a sentença de vacância¹ (não há
herdeiros), sendo nomeado curador para a herança.
Sentença de vacância: Aquela na qual se indica que não há herdeiros.

4. Após 05 anos da abertura da sucessão os bens passam para o domínio


público
Abertura da sucessão: O prazo da abertura da sucessão se inicia após a morte do de cujus. Assim, pode-
se dizer que são 05 anos após a morte do autor da herança.
Após 5 anos do prazo da abertura da sucessão, a herança passa para domínio público.

5. Efeitos da sentença de vacância


Após 01 ano da publicação do primeiro edital é prolatada a sentença de vacância.
Neste caso, se aparecerem parentes colaterais, estes não terão direitos à herança.
6. Arts. 738 e seguintes do CPC
Da colação (Arts. 2.002 e seguintes do CCB)
1. Devolução ao monte partível, para abatimento na herança das doações recebidas em vida
do autor da herança.

Devolução ao monte das doações feitas em vida pelo de cujus/autor da herança aos seus
herdeiros necessários para abatimento na herança.

2. Obrigados: herdeiros necessários


São os herdeiros necessários obrigados colacionarem.

3. Dispensa de colação - formas


A dispensa deve ser feita por meio de testamento ou inserido no instrumento da doação.
Somente se dá nos casos em que os bens doados não ultrapassam 50% do patrimônio total
do autor da herança.

Se o herdeiro for obrigado a colacionar, a doação advirá da parte indisponível da herança.


Caso contrário, advirá esta da parte disponível da mesma.

Nota:
O bem vendido ao filho deve possuir a assinatura de todos os demais filhos do vendedor.
Tal obrigação, por outro lado, não é característica na doação, uma vez que o bem deverá ser
colacionado após a morte do de cujus.

4. O neto está sujeito à colação?


Se no momento da doação pelo avô, o pai do neto era vivo (filho deste avô), não é necessário
colacionar.
Todavia, se no momento da doação pelo avô, o pai do neto já estava morto, será necessário
colacionar, tendo em vista que o neto é representante do pai.
5. Despesas não colacionáveis
- Não são colacionáveis:
Não são colacionáveis: Não podem ser abatidas da herança do filho.
a) Todas as despesas dos pais com os filhos MENORES com saúde, educação, vestuário, moradia, etc.
b) Despesas que os pais tiverem para defender o filho em processo criminal.
c) Despesas nupciais.

Apura-se o patrimônio na data da morte do autor da herança.

Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as
dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.

6. Bens alienados
Voltam ao monte com o valor da época da doação corrigidos monetariamente.

Na colação, em princípio, devolve-se o rpórprio bem para que seja abatido da herança do
herdeiro beneficiado, mas, caso o bem tenha sido alienado, adota-se o valor da doação apenas
corrigido monetariamente.

7. Benfeitorias
Benfeitorias não devem ser colacionadas, sendo o donatário restituído pelo valor das mesmas.
Frutos e rendimentos anteriores à morte não devem ser colacionados.
Todavia, os frutos e rendimentos posteriores à morte devem ser colacionados.
- Das regras para redução das disposições testamentárias
Ocorre quando o testador deixa mais de 50% do que ele tem, ocorre redução.
Ou seja, reduz para o máximo que pode deixar em testamento (50%). Quando o bem é
indivisível.
- Bem divisível ou porcentagem: O excedente voltará para o monte, aos herdeiros necessários.
Nota:
O próprio testador pode colocar no testamento quem irá receber caso não tenha bens
suficientes no momento da morte. Se não há disposição, o legatário tem preferência.
- (Art. 1.967) quando a parte que ultrapassar a metade disponível for superior a ¼ do valor do
bem, o bem fica com os herdeiros e o legatário é indenizado.
- Se a parte que ultrapassar a metade disponível não for superior a ¼ do valor do bem, o bem
fica com o legatário e ele indenizará os herdeiros.

Do pagamento das dívidas – art. 965 do CCB


Quando há morte de alguém, em primeiro lugar, paga-se as dívidas, antes de calcular o valor
da parte disponível. Depois que é retirada a dívida do patrimônio serão 50% dos herdeiros
necessários e 50% é a parte disponível.
Os herdeiros receberão apenas se sobrar alguma coisa.

- Ordem de preferência para pagamento dos credores – art 965 do CCB.


Primeiro paga-se os credores listados no artigo 965. Depois receberão os credores que
possuírem alguma garantia, os credores pignoratícios, e depois os quirografários, sendo que
receberão primeiro aqueles que habilitarem seus créditos primeiramente.

- Habilitação dos credores


Inventário também serve para habilitação dos credores, dentre outras funções.
Do inventário Judicial – Arts 610 e SS NPCP

Sempre que houver testamento, ou herdeiro menor ou interditado e, ainda, sempre que
houver desacordo entre os herdeiros, o inventário será obrigatoriamente judicial. Nos demais
casos a família pode optar pelo inventário administrativo.

Prazo – No CPC o prazo é de 60 dias e no CCB de 30. Mas, em Minas Gerais, o que importa é o
prazo de 180 dias para o recolhimento do ITCD, prazo a partir do qual começa a incidir a multa.
Se o imposto for recolhido nos primeiros 90 dias do óbito é dado 15% de desconto.

Questões de alta indagação – questões de alta indagação são aquelas que não são da
competência do juízo da Vara de Sucessões. Como, por exemplo, uma ação de reconhecimento
de união estável, que tem reflexos sucessórios, mas é da competência da Vara de Família.
Deve-se pedir reserva de bens na Vara de Sucessões e esperar a decisão da vara de Família.

Administrador provisório – é a pessoa que tem a posse e a administração do patrimônio do de


cujus, enquanto não nomeado o inventariante. Art. 1797 CCB.

O inventariante cuidará do patrimônio deixado, providenciará a documentação e


certidões necessárias, prestará as primeiras e as últimas declarações, dará andamento
ao processo de inventário e é o responsável fiscal pelo recolhimento do ITCD.

O inventariante pode ser removido e substituído se for suspeito e não tiver dando
andamento ao processo ou se não estiver agindo com diligência.

Primeiras declarações – peça processual em que são qualificados herdeiros e descritos


detalhadamente todos os bens deixados pelo de cujus.

No final do processo do inventário o Juiz abre espaço para acrescentar algum bem ou
herdeiro que tenha ficado de fora através das últimas declarações. É a partir deste
momento, inclusive, que se pode acusar algum herdeiro ou o inventariante de
sonegação.

A própria família pode sugerir a divisão dos bens através do plano de partilha.

Quando todos os herdeiros forem maiores e capazes e concordarem com a divisão, o


inventário seguirá o rito simplificado de arrolamento. (Arrolamento comum).

Também seguirá o rito de arrolamento, independentemente se consensual ou não,


heranças com o valor de 1.000 salários mínimos. Art 664 do CCB.

Após apresentadas todas as certidões negativas de débito (estadual, municipal e


federal) e após comprovação de pagamento de ITCD o juiz proferirá sentença,
decidindo, ele a divisão, ou homologando a divisão proposta pelas próprias partes, e
mandará expedir formal de partilha.

O formal de partilha será levado ao cartório de registro de imóveis onde estão


registrados os bens deixados pelo de cujus e através de seu registro o nome dos
herdeiros passa a constar como proprietários do imóvel.
O pagamento do ITCD atualmente é obtido através do preenchimento dos formulários
da Secretaria de Estado da fazenda/ITCD, disponíveis no site da SEF, com o envio dos
documentos necessários e preenchimento e pagamento do DAE.

Do inventário Administrativo – Lei 11441/2007.

É uma opção para as famílias em que todos os herdeiros são maiores e capazes e o
inventário consensual.

A competência é do cartório de notas.

Requer também a assinatura de advogado.

Também é necessário o recolhimento do ITCD e apresentação das certidões negativas


de débito, certidão atualizada do imóvel, certidão de feitos ajuizados na justiça comum
e trabalhista.

A qualificação das partes e descrição detalhada dos bens é feita em uma minuta
apresentada ao tabelião, no lugar das primeiras declarações, que seriam apresentadas
a um juiz.

Também há escolha de um inventariante.

Não há sentença ou formal de partilha. O que os herdeiros levam para registro no


cartório de registro de imóveis para inserir o nome dos herdeiros como proprietários
dos bens é a escritura pública de inventário, lavrada pelo tabelião do cartório de
notas e assinada por todos os herdeiros e cônjuges e pelo advogado.

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