Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas afirma que
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão
e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade".
A ideia de "direitos humanos" tem origem no conceito filosófico de direitos naturais que
seriam atribuídos por Deus; alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os
direitos humanos e os direitos naturais e veem na distinta nomenclatura etiquetas para uma
mesma ideia. Outros argumentam ser necessário manter termos separados para eliminar a
associação com características normalmente relacionadas com os direitos naturais, sendo John
Locke talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria.
Desenvolvimento
Após a Revolução Francesa em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
concedeu liberdades específicas da opressão, como uma “expressão da vontade geral”. O povo
de França levou a cabo a abolição da monarquia absoluta e o estabelecimento da primeira
República Francesa.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (DDHC) foi um marco histórico muito
importante para o mundo ocidental, pois representou a base do sistema democrático
ocidental e que até hoje influencia a vida dos cidadãos, principalmente porque significa mais
do que um sistema de governo, uma modalidade de Estado, um regime político ou uma forma
de vida. A democracia, inserida na Declaração dos Direitos Humanos, nesse fim de século,
tende a se tornar, ou já se tornou, o mais importante direito dos povos e dos cidadãos. É um
direito de qualidade distinta, de quarta geração que garante aos cidadãos a liberdade
conquistada através da democracia plena.
Com a Revolução Francesa e a defesa dos ideais “liberté, égalité, fraternité’, houve a
derrubada de um dos mais importantes símbolos do totalitarismo francês, conhecida como A
Queda da Bastilha. Foi neste momento que a Assembleia Nacional Constituinte da França
aprovou, em 26 de agosto de 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Centrada na ideia de definir os direitos individuais e coletivos dos homens como universais, o
documento se propõe a promover a liberdade, igualdade e fraternidade. O documento, com
17 artigos e um preâmbulo dos ideais libertários e liberais da Revolução Francesa, representa
um marco importantíssimo, pois foi a partir dele que outros surgiram, sempre defendendo os
direitos da pessoa humana.
Comitê de Direitos Humanos da ONU
O Comitê dos Direitos Humanos é o órgão criado em virtude dos art.º 28.º do Pacto
Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos com o objetivo de controlar a aplicação, pelos
Estados Partes, das disposições deste instrumento (bem como do seu segundo Protocolo
Adicional com vista à Abolição da Pena de Morte). Nos termos do art.º 40.º do Pacto (e o at.º
3.º o segundo Protocolo), os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde enunciam
as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições destes tratados. Os relatórios são
analisados pelo Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado Parte em causa,
após o que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: salientando os
aspectos positivos bem como os problemas detectados, para os quais recomenda as soluções
que lhe pareçam adequadas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento base não jurídico que
delineia a proteção universal dos direitos humanos básicos, adotada pela Organização das
Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, elaborado principalmente pelo jurista canadense
John Peters Humphrey, contando com a ajuda de várias representantes de origens jurídicas e
culturais de todas as regiões do planeta.
Abalados pela recente barbárie da Segunda Guerra Mundial, e com o intuito de construir um
mundo sob novos alicerces ideológicos, os dirigentes das nações que emergiram como
potências no período pós-guerra, liderados por Estados Unidos e União Soviética,
estabeleceram, na Conferência de Yalta, na Rússia, em 1945, as bases de uma futura paz
mundial, definindo áreas de influência das potências e acertando a criação de uma organização
multilateral que promovesse negociações sobre conflitos internacionais, para evitar guerras e
promover a paz e a democracia, e fortalecer os Direitos Humanos.
Embora não seja um documento com obrigatoriedade legal, serviu como base para os dois
tratados sobre direitos humanos da ONU de força legal: o Pacto Internacional dos Direitos Civis
e Políticos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, além de
inspirar os artigos de constituições de democracias recentes. Continua a ser amplamente
citado por acadêmicos, advogados e cortes constitucionais. Especialistas em direito
internacional discutem, com frequência, quais de seus artigos representam o direito
internacional usual.
A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o
ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada
indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce,
através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela
adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu
reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios
estados-membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem
fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e
imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a
resistência à opressão.
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação,
nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, o
exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que
asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas
podem ser determinados pela lei.
Art. 5º. A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei
não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer,
pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para
todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e
igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua
capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e
de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou
mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou
detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de
resistência.
Art. 8º. A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém
pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e
legalmente aplicada.
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar
indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser
severamente reprimido pela lei.
Art. 10º. Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde
que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.
Art. 11º. A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do
homem. Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo,
todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 12º. A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública. Esta
força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem
é confiada.
Art. 14º. Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, da
necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e
de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração.
Art. 15º. A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua
administração.
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida
a separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser
privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob
condição de justa e prévia indenização.
A Declaração contribuiu para a positivação de importantes direitos inerentes à toda pessoa
humana, que hoje estão positivados em todos os textos referentes aos direitos humanos, bem
como em todas as legislações constitucionais dos países democráticos.
Conclusão
Um marco para a concretização da dignidade do povo francês, que se via encurralado pela
opressão do Regime Absolutista, e procurava meios para a sua libertação. As principais ideias
da Declaração Universal dos direitos do Homem e do Cidadão são a liberdade, a propriedade, a
segurança e a resistência à opressão. A difusão pelo mundo do lema de liberdade, igualde e
fraternidade humanas, acima de quaisquer dos interesses de qualquer particular.
Um dos principais desafios encontrados pelas Nações Unidas é seu limitado poder, devido à
falta de autoridade sobre os estados membros. A ONU normalmente condena violações aos
direitos humanos e outros atos de terror; porém, a não ser que apoiada por seus membros,
tem pouco poder de ação. Muitos países o relutam em ceder sua própria autoridade e seguir
as ordens da ONU. A finalidade do órgão é manter a paz e a segurança internacional, bem
como desenvolver a cooperação entre os povos. Busca solucionar os problemas sociais,
humanitários, culturais e econômicos, promovendo o respeito às liberdades fundamentais e
aos direitos humanos.
A garantia dos direitos humanos universais é feita por lei, através de tratados internacionais
que nada mais são do que acordos entre os países que se comprometem a cumprir regras
específicas. Eles podem ser elaborados por meio de pactos, cartas, protocolos, convenções ou
acordos. A Declaração dos Direitos Humanos na atualidade é um mediador que visa equilibrar
as relações entre as nações e entre a própria nação e seu povo, visando propagar o respeito, a
dignidade, a liberdade e a igualdade como forma de lançar o homem à frente da ordem
econômica e política.
Referências Bibliográficas
Direitos Humanos. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos Acesso em: 22 jan. 2023
VIVA, MARCUS CLÁUDIO ACQUA; APUD. FERREIRA FILHO, MANOEL G. ET. ALLI. In Textos
Básicos sobre Derechos Humanos. Madrid. Universidad Complutense, 1973. Liberdades
Públicas São Paulo, Ed. Saraiva, 1978.