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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos ............................................................................2
Precedentes Históricos do processo de Internacionalização e Universalização dos Direitos Humanos ...............2
Afirmação Internacional Dos Direitos Humanos .........................................................................................................3

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos


Precedentes Históricos do processo de Internacionalização e Universali-
zação dos Direitos Humanos
O processo de internacionalização e universalização dos Direitos Humanos, ou seja, a expansão
dos Direitos Humanos, no cenário internacional, surge com o final da SEGUNDA GUERRA
MUNDIAL e seu desenvolvimento pode ser atribuído às atrocidades cometidas durante os seis anos
de Guerra, uma vez que se acreditava que as violações dos Direitos Humanos, realizadas naquele
período, poderiam ter sido evitadas se houvesse um sistema efetivo de proteção internacional de
Direitos Humanos.
Nesse cenário do Pós-Guerra, começa-se a discutir os limites da soberania dos Estados e a pos-
sibilidade de sua mitigação. Isso significa que a soberania estatal não deveria mais ser considerada
como um princípio absoluto que pudesse justificar a violação de Direitos Humanos.
Esse novo posicionamento determinou: (i) a afirmação internacional dos Direitos Humanos e
(ii) o desenvolvimento de um sistema de proteção internacional de tais Direitos; através de atuação
política ou por meio jurisdicional.
Antes de abordarmos os principais documentos e modelos de proteção e afirmação interna-
cional dos Direitos Humanos, alguns precedentes históricos devem ser relembrados, uma vez que
foram determinantes para o processo de internacionalização dos Direitos Humanos, pois projeta-
ram direitos e obrigações a serem implementados, independentemente dos interesses exclusivos dos
Estados.
Direito Humanitário
É também conhecido como Direito de Guerra, Ius in Bellum, e tem sua origem nas Convenções
de Genebra, sendo a primeira assinada em 1864 pelas potências europeias. São as normas mais im-
portantes para limitar a barbárie da guerra, uma vez que estabelecem princípios éticos mínimos que
devem ser seguidos pelos Estados. Por exemplo: não maltratar militares feridos ou prisioneiros, não
bombardear a população civil, entre outros.
De acordo com Thomas Buergenthal: “é o ramo do Direito dos Direitos Humanos que se aplica
aos conflitos armados internacionais e, em determinadas circunstâncias, aos conflitos armados na-
cionais.”
O Direito Humanitário foi a primeira expressão de que, no plano internacional, há limites à li-
berdade e à autonomia dos Estados, ainda que no conflito armado.
Após a Batalha de Solferino, Jean Henri Dunant e quatro cidadãos genebrinos, em 1863, criaram
o Comitê Internacional de Ajuda aos feridos, com o objetivo de promover a criação de sociedades na-
cionais de socorro para prestar ajuda humanitária, no mínimo médica, aos combatentes e não com-
batentes. Esse comitê ficou conhecido internacionalmente como Comitê Internacional da CRUZ
VERMELHA, a qual é considerada, hoje, uma organização não governamental, de modo que os
locais onde estiver instalada são considerados territórios neutros, não podendo ser atacados.
Assim, pode-se afirmar que os países ao acordarem que, mesmo na guerra, existem direitos
mínimos que devem ser protegidos, ratificam as Convenções de Genebra e acabam por autorizar a
limitação de sua soberania em prol dos Direitos Humanos, fato que gera interferência no funciona-
mento interno dos Estados.
Liga Das Nações Ou Sociedade Das Nações
Com o final da Primeira Guerra Mundial (1914/1918), os países vencedores se reuniram em

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Versalhes, na França, em janeiro de 1919, na chamada Conferência da Paz, para firmarem um


tratado que tinha como um de seus objetivos a criação de um órgão internacional, que tivesse como
finalidade assegurar a paz mundial e a segurança internacional, em virtude dos traumas do Pós-
Guerra. É o Tratado de Versalhes.
Assim, em 1920 em Genebra, Suíça, ocorreu a primeira Assembleia Geral da LIGA DAS
NAÇÕES, com o objetivo de impedir as guerras e manter a paz, através de ações diplomáticas. A
Assembleia estabelecia ainda sanções econômicas e militares a serem impostas pela comunidade in-
ternacional contra os Estados que violassem suas obrigações, ou seja, procurava proteger os Direitos
Humanos.
É antecessora da Organização das Nações Unidas.
Organização Internacional Do Trabalho (Oit) E Suas Convenções
Constituída através do Tratado de Versalhes, em 1919, a Organização Internacional do Trabalho,
sediada em Genebra, visa ao estabelecimento de patamares mínimos de proteção dos trabalhadores,
um padrão justo e digno nas condições de trabalho, buscando equilibrar a eficiência econômica e a
equidade social.

Afirmação Internacional Dos Direitos Humanos


O Pós-Guerra:
Como já mencionado, a verdadeira consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos
surge com o final da Segunda Guerra Mundial, isso porque a Guerra significou a ruptura com os
Direitos Humanos e o Pós-Guerra deveria ser a sua reconstrução.
A valorização do ser humano, como detentor de direitos, e o respeito à sua dignidade não se
reduzem ao âmbito reservado de um Estado, pois constituem tema de interesse internacional, de
modo que a criação de um sistema internacional de proteção tornaria possível a responsabilização
do Estado quando as suas instituições nacionais fossem omissas ou insuficientes para a proteção dos
Direitos Humanos.
Exemplo desse movimento de internacionalização foi o TRIBUNAL DE NUREMBERG, que
tinha competência para julgar os crimes cometidos pelo Nazismo.
A Carta Das Nações Unidas
A Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1945, é uma organização internacional,
formada por países que se reuniram voluntariamente para trabalhar pela paz e pelo desenvolvimen-
to mundiais.

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A CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS – documento de fundação da Organização – expressa os


ideais e os propósitos dos povos cujos governos se uniram para constituir as Nações Unidas, bem
como estabelece obrigações de proteção dos Direitos Humanos.
Para o atendimento desses objetivos, as Nações Unidas foram estruturadas em órgãos. Para
os mais importantes concursos públicos, é importante que se conheçam, ao menos, os principais
órgãos:
ASSEMBLEIA GERAL: a Assembleia Geral da ONU é o principal órgão deliberativo da ONU. É
lá que todos os Estados-Membros da Organização (193 países) se reúnem para discutir os assuntos
que afetam a vida de todos os habitantes do planeta. Na Assembleia Geral, todos os países têm direito
a um voto, ou seja, existe total igualdade entre todos seus membros.
CONSELHO DE SEGURANÇA: é o órgão da ONU responsável pela paz e pela segurança inter-
nacionais. ÚNICO com poder decisório. Ele é formado por 15 membros: cinco permanentes, que
possuem o direito a veto – Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China – e dez membros
não permanentes, eleitos pela Assembleia Geral por dois anos, considerando a contribuição dos
membros para o propósito das Nações Unidas e a distribuição geográfica equitativa.
O CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL (ECOSOC): é o órgão coordenador do trabalho econô-
mico e social da ONU, das Agências Especializadas e das demais instituições integrantes do Sistema
das Nações Unidas. O Conselho formula recomendações e inicia atividades relacionadas com o
desenvolvimento, comércio internacional, industrialização, recursos naturais, direitos humanos,
condição da mulher, população, ciência e tecnologia, prevenção do crime, bem-estar social e muitas
outras questões econômicas e sociais.
SECRETARIADO: presta serviço a outros órgãos das Nações Unidas e administra os progra-
mas e políticas que elaboram. Seu chefe é o Secretário-Geral, que é nomeado pela Assembleia Geral,
seguindo recomendação do Conselho de Segurança. Cerca de 16 mil pessoas trabalham para o Se-
cretariado, nos mais diversos lugares do mundo.
A CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA: com sede em Haia (Holanda), é o principal órgão
judiciário das Nações Unidas. Todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte – que é parte da
Carta das Nações Unidas – podem recorrer a ela. Somente países, nunca indivíduos, podem pedir
pareceres à Corte Internacional de Justiça. É composta por quinze Juízes chamados “Membros” da
Corte, eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança.
CONSELHO DE TUTELA: lutava pelo processo de descolonização e autodeterminação dos
povos. Suspendeu suas atividades em 1994.

Além da Carta das Nações Unidas, a criação da ONU levou a edição de outros impor-
tantes instrumentos internacionais, em especial a chamada: CARTA INTERNACIONAL DE
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Direitos.
A Carta Internacional de Direitos Humanos é constituída pelos seguintes documentos in-
ternacionais de proteção dos Direitos Humanos:
˃ Declaração Universal dos Direitos Humanos – 1948.
˃ Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e culturais – PIDESC – 1966.
˃ Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos – PIDCP - 1966, e seus dois Protocolos Facul-
tativos.
No âmbito da ONU, para o reconhecimento internacional dos Direitos Humanos, decidiu-se que
seria elaborada, primeiramente, uma declaração dos direitos universais. Na sequência, a Assembleia
Geral pediu às Comissões que elaborassem, ainda, dois pactos sobre Direitos Humanos, sendo um
relativo aos direitos civis e políticos e o outro, aos direitos econômicos, sociais e culturais; sendo
assim, os referidos pactos foram adotados pela Assembleia Geral, através da sua resolução 2200 A
(XXI), de 16 de Dezembro de 1966.
Esses instrumentos acabaram por flexibilizar o conceito tradicional de soberania nacional
absoluta, na medida em que a valorização das pessoas humanas, no plano internacional, insere-os
como sujeitos de Direito Internacional Público, ou seja, os indivíduos podem pleitear direitos em
órgãos internacionais (Comissões ou Comitês) e podem ser responsabilizados (ex.: réus no Tribunal
Penal Internacional).
Assim, entende-se que o Direito, tanto o nacional quanto o internacional, devem existir para
proteger o ser humano. Aliás, em eventual conflito entre esses direitos, deve-se aplicar sempre a
norma mais benéfica ao ser humano.
Anotações:
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EXERCÍCIOS
01. O Direito Internacional dos Direitos Humanos, fenômeno que antecedeu a Primeira Guerra
Mundial, pode ser conceituado como uma construção consciente, vocacionada a assegurar a
dignidade humana.
Certo ( ) Errado ( )
02. O regime objetivo das normas internacionais de Direitos Humanos refere-se às várias obri-
gações dos Estados com os indivíduos que estão sob sua jurisdição, independentemente da
nacionalidade da pessoa.
Certo ( ) Errado ( )
03. A natureza diplomática da proteção internacional dos Direitos Humanos atribui aos Estados
o dever de proteger tanto os nacionais quanto os estrangeiros que se encontrem em território
pátrio, do que se depreende que a nacionalidade tem especial importância, nesse contexto.
Certo ( ) Errado ( )
04. A Carta das Nações Unidas não integra o núcleo de Direito Internacional dos Direitos
Humanos, pois apenas institui um organismo internacional.
Certo ( ) Errado ( )
05. Os membros não permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas,
em número de dez, devem ser eleitos pela Assembleia Geral com base, entre outros critérios, na
distribuição geográfica equitativa.
Certo ( ) Errado ( )
06. Entre os diversos órgãos especializados que tratam da proteção dos Direitos Humanos, inclui-
se a Corte Internacional de Justiça, órgão das Nações Unidas cuja competência alcança não
só os Estados, mas também quaisquer pessoas físicas e jurídicas, as quais podem encaminhar
suas demandas diretamente à Corte.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
01 – ERRADO
02 – CERTO
03 – ERRADO
04 – ERRADO
05 – CERTO
06 – ERRADO
Referências Bibliográficas
MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais: teoria geral, comentários aos arts. 1º a 5º da Constituição da Repúbli-
ca Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. – 3. ed. São Paulo : Atlas, 2000,. 19-58 p.
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. – 12. ed. São Paulo : Saraiva, 2011.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos Humanos Fundamentais. – 14. ed. São Paulo : Saraiva, 2012.
http://www.gddc.pt/direitos-humanos/Ficha_Informativa_2.pdf
http://nacoesunidas.org/conheca/como-funciona/#verticalTab2

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