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direito internacional

1. evolução do direito internacional


Elementos que potencializaram o desenvolvimento do DI:
★ Paz de Vestfália (1648): inaugurou o moderno sistema
internacional, ao estabelecer noções e princípios como o de
soberania estatal e o do estado-nação
★ Fortalecimento do DIA após a 2° GM (1945)
★ Surgimento e consolidação da ONU/Banco Mundial/GATT/OMC…
★ Globalização:
○ avanços tecnológicos: proporciona facilidade de
comunicações e transportes
○ intensificação das relações (sociais, econômicas e culturais)
○ expansão empresarial transacionais
2. direito internacional público e privado

público privado
Trada das relações entre Estados Trata das relações entre pessoas
e destes com as Organizações naturais e Jurídicas que tenham
Internacionais, fornecendo algum elemento que conecta suas
subsídios para compreensão ordens jurídicas diferentes
como os Estados tem se
relacionando

Fontes: tratados internacionais, Fontes: legislação interna dos


costumes, princípios gerais dos países, costume, tratados
direito, jurisprudência, doutrinas, internacionais, princípios gerais,
equidade, resoluções emanadas doutrina e jurisprudência
das Org. Internacionais e atos
unilaterais dos Estados

é o complexo de normas que é o conjunto de normativa que


disciplinam as relações entre os regulamenta as relações com
Estados, entidades coletivas (ex: elementos de conexão em mais de
Santa Sé, Cruz vermelha, Ordem um sistema jurídico, indicando a
Soberana) lei aplicável para solucionar
eventuais conflitos

★ existe no Brasil mais de 7 mil “Atos internacionais” em vigor


★ Atos internacionais: são tratados, acordos, memorandos de
entendimentos, ajustes complementares, convenções ou
protocolos que criem normas e regulamento
3. sociedades internacionais: conjunto de atores que
interagem de maneira sistemática na esfera internacional,
considerando os diversos aspectos relacionais (economia,
cultura, tecnologia…)
Encontro dos elementos que compõem as sociedades nacionais

Sujeitos de Direito Internacional Atores de Direito Internacional

são os sujeitos capazes de celebrar refere-se a todos aqueles que


tratados e com legitimidade para participam de alguma forma das
atuar em demandas judiciais relações jurídicas e políticas
internacionais.
internacionais.

Quem são: Quem são:


➔ Estados, que possuem ➔ os próprios Estados
personalidade jurídica ➔ as Organizações
Internacionais
originária, a partir desse
➔ as organizações
reconhecimento como Estado não-governamentais (ONG’s)
soberano. ➔ as empresas
➔ Organizações Internacionais ➔ a sociedade civil
(OI’s), que possuem ➔ os indivíduos etc.
personalidade jurídica derivada,
atribuída pelos próprios
Estados que as compõem.

Divergência doutrinária: Os sujeitos de direito


➔ majoritariamente: Santa Sé internacional (Estados e OI’s)
(representação do governo da são também atores
Igreja Católica) é considerada internacionais. O contrário,
sujeito no direito internacional porém, não é verdadeiro, pois
público
nem todos os atores
➔ outra parte: considera os
grupos de pessoas (sem vínculo internacionais possuem
com o Estado) que se unem com personalidade jurídica de
um fim específico, seja contra direito internacional público.
um governo seja em prol da
descolonização de um povo,
podendo inclusive celebrar
tratados;
➔ doutrina moderna: os indivíduos
alcançam esse status de
acionamento de sistemas
internacionais de proteção de
direitos humanos.
4. Fontes do direito internacional público
● "instrumentos": necessidade de se demonstrar e
fundamentar um direito existente
● direito interno: lei + jurisprudência, doutrina, costumes,
contratos
Direito Internacional Público (DIP): Estatuto da Corte
Internacional de Justiça (CIJ) - art. 38
- função: decidir de acordo com o DIP as controvérsias que lhe
forem submetidas
- aplicação:
a) as convenções Internas (tratados) que estabeleçam
regras entre os Estados litigantes
b) O costume Interno como prova de uma prática geral
aceita como sendo um direito
c) Os princípios gerais de direito reconhecidos pelas
nações
- reconhece as decisões jurisprudenciais e doutrinárias das
jurisdições como meio auxiliar para a determinação das regras de
direito
- equidade: se as partes concordarem; resolução de conflitos
atendendo às razões de ordem social e exigências de bem comum
ART. 38
a. ATOS UNILATERAIS: não precisam de aceitação ou
manifestação de vontade (ex: denúncia de tratados,
reconhecimento de outros Estados e Governos,
renúncia, ruptura de relações diplomáticas
b. DELIBERAÇÕES: decisões tomadas no âmbito de uma
organização interna (ex: resolução do Conselho de
Segurança das Nações Unidas é um texto com valor
jurídica vinculativo)

c. TRATADOS INTERNACIONAIS:
➔ não há hierarquia entre as fontes, mas os tratados
internacionais possuem uma prevalência maior nas relações
jurídicas atuais dos EStados
➔ Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de
1969 (CVDT): instrumento jurídicos de maior abrangência
que disciplina e regula o processo de formação dos atos
internacionais
➔ tratado é um acordo internacional concluído por escrito
entre Estados e regidos pelo DI, quer conste de um
instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica.
➔ é possível extrair os elementos essenciais que configuram
um tratado internacional:
◆ regido pelo livre consentimento;
◆ celebração por escrito;
◆ concluído por sujeitos do DIP;
◆ regido pelo DI; instrumento único ou em 2 ou mais
instrumentos conexos;
◆ ausência de denominação específica;
➔ tratado: é gênero do qual decorrem várias terminologias
para definir convenções internacionais. Destaca-se:
(1) tratado; (2) convenção: decorre de uma situação em que os
Estados se reúnem e formam essa convenção; (3) declaração; (4)
ato: é entre dois países; (5) pacto; (6) estatuto; (7) protocolo; (8)
acordo; (9) concordata: quando é celebrado entre um Estado e o
Vaticano; (10) compromisso; (11) carta; (12) convênio;

➔ expressões dos tratados:


◆ “ratificação”/ “aceitação”/”aprovação” = o ato
internacional assim denominado pelo qual um Estado
estabelece no plano internacional o seu consentimento
◆ “plenos poderes” = documento expedido pela
autoridade competente, o qual é designado à uma ou
várias pessoas
◆ “partes” = um Estado que consentiu em se obrigar pelo
tratado
◆ “organização internacional” = organização
intergovernamental

5. CAPACIDADE PARA CELEBRAR TRATADOS


CVDT: são considerados representantes do seu Estado para
conclusão de tratados (art. 2°)
a. os chefes de Estados, os chefes de Governo e os
Ministros das Relações Exteriores
b. os chefes de missão diplomática, para a adoção do
texto de um tratado entre o Estado acreditante (que
envia o diplomata) e o Estado ao qual estão
acreditados (que recebe o diplomata)
c. Os representantes acreditados pelos Estados perante
uma conferência, organização internacional ou um de
seus órgãos, para a adoção do tecto de um tratado em
tal conferência, organização ou órgão.

- Deverá apresentar carta de plenos poderes (art. 7.1, a, CVDT)

NO BRASIL: determina a competência privativa do presidente da


República para celebrar tratados, convenções e atos
internacionais sujeitos a referendo do CN (art. 84, VIII). A
elaboração de plenos poderes cabe à Divisão de Atos
Internacionais do Itamaraty, que age mediante pedido formal do
executivo
6. Depósito ou troca e registro dos tratados:
a. depósito ou troca: art. 17, CVDT
b. Registro: A Carta das Nações Unidas estabelece que
todos os tratados devem ser registrados no
Secretariado da ONU, aqueles não registrados podem
ser invocados perante a CIJ, órgão jurisdicional da
ONU.

7. Elaboração e incorporação de tratados internacionais


BR
1. negociações e assinatura - Poder Executivo
2. aprovação - Poder Legislativo (decreto)
3. Ratificação e Promulgação - Poder Executivo (decreto
de promulgação)
documento oficial, o Brasil vai informar os outros
países/organizações internacionais, e elas notificam outros
Tratado de Marraqueche - promulgado com força de norma
constitucional
4. depósito da ratificação e publicação no diário oficial -
Poder Executivo
8. Divergência no BR quanto a possibilidade de prisão do
depositário infiel
a. art5º, LXVII, CF/88;
b. Pacto de São José da Costa Rica (Convenção
Americana sobre Direitos Humanos - art. 7
c. Emenda Constitucional n. 45 - inclusão do §3º no art. 5º,
CF)
9. Instituto Jurídico do Depositário Infiel
a. aquele que deixa de cumprir com suas obrigações de
guardar o bem que lhe foi confiado.Quando o
depositário que não o restituir quando exigido, ele iria
preso civilmente
b. situação de constrangimento ilegal;
c. A divergência tinha por fundamento a recepção do
Pacto de San José da Costa Rica, e se este tinha força
de emenda constitucional ou apenas supralegal.
d. O STF em 2008 mudou seu entendimento, supremacia
do princípio da dignidade da pessoa humana.
10. hierarquia dos tratados no direito prasileiro

➔ Em regra, tratados e convenções internacionais são


aprovados em cada Casa do Congresso Nacional por
maioria de votos, presente a maioria absoluta dos membros
da Casa respectiva, isto é, são aprovados por maioria
simples, de acordo com o disposto na CF
➔ RESUMINDO:
◆ Equivalência de Norma Constitucional: direitos
humanos, aprovação em cada Casa do CN, em dois
turnos, por ⅗ dos votos dos respectivos membros
◆ Norma Infraconstitucional e Supralegal: direitos
humanos, se aprovados por maioria simples
◆ Força de Norma Ordinária: assuntos diversos (exceto
direitos humanos), cuja aprovação se dá por maioria
simples.
11.Tratados Internacionais decorrentes do art. 5, §3º, CF
a. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados
em NY 2007
b. Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a
Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência
Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao
Texto Impresso, concluído no âmbito da Organização
Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), celebrado
em Marrakech 2013
c. Convenção Interamericana contra o Racismo, a
Discriminação Racial e FormasCorrelatas de
Intolerância 2013
12. Reservas a Tratados Internacionais: reserva é uma
declaração unilateral com o objetivo de excluir ou modificar
os efeitos jurídicos de certas disposições do Tratado em sua
aplicação a esse Estado (art. 2, §1, d, CVDT)
➢ art. 19 da CVDT, o Estado pode, ao assinar, aprovar
ou ratificar um tratado, ou a ele se adere, formular
reservas, a não ser que:
○ a reserva seja proibida ou suas
possibilidades sejam limitadas pelo tratado;
○ a reserva seja incompatível com o objetivo
ou a finalidade do tratado.

13. Costume internacional: é uma fonte direta, primária e


autônoma do direito positivo internacional, consagrada no
artigo 38 do Estatuto da CIJ. É a mais antiga fonte do direito
internacional e tão importante quanto as demais, podendo,
inclusive, revogar um tratado.
a. ELEMENTO OBJETIVO (ou material): a prática habitual
(ação ou omissão) por parte dos sujeitos do DIP;
b. ELEMENTO SUBJETIVO (ou psicológico): é o
reconhecimento por parte dos sujeitos de DIP ao longo
do tempo, de que a prática é valida e juridicamente
exigível, ou seja, “aceita como sendo de direito”
controle de convencionalidade
1939 = 1945 = Segunda Guerra Mundial
1945 = Criação da ONU
1946 = Tribunal de Nuremberg (tribunal de exceção, extinguiu-se,
julgou caso de holocaustos, os condenados/julgados/acusados
alegavam que estavam cumprindo a lei alemã vale o direito
positivo ou que é moralmente certo?)
1948 = Declaração Universal dos Direitos Humanos
14. Princípios
a. princípio do consentimento
b. princípio lógico-jurídico, pacta sunt servanda, uma vez
que qualquer violação de um compromisso envolve a
obrigação de reparar o prejuízo sofrido ou causado;
c. princípio do jus cogens internacional e;
d. princípio do cumprimento de boa-fé;
e. Princípio do devido processo legal;
f. Princípio da proteção à dignidade da pessoa humana.
15. Tribunal de Nuremberg: EUA, França, Grã-Bretanha e
União Soviética constituíram um acordo para decidir as
atitudes a serem tomadas em relação aos crimes durante a
guerra.
- Foi um tribunal de exceção (criado com condição
temporária) e pioneiro (momento futuro ao episódio
ocorrido)
- CONTROVÉRSIAS: Não apresentava previsão legal; não
havia possibilidade de questionamento de legitimidade
e imparcialidade
- O tribunal procurou meios de responsabilizar aqueles
que cometeram tantas barbaridade, buscando a
efetivação permanente dos direitos humanos na esfera
do direito internacional

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