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AV.

DR CARLOS VARELLA, 505, CENTRO,


CRUZEIRO-SP
TEL. (12)99143-3178
EMAIL: everton.rpc@adv.oabsp.org.br

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO


ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE CRUZEIRO

NEUSA GIANOTTI CANDIDO, brasileira, viúva, inscrita no CPF/MF sob o n.


076.070.788-00, portadora da cédula de identidade RG n.17436180-4, residente
e domiciliada na Rua Walter Pires Lemos, n. 296, Vila Pontilhão, Cruzeiro/SP,
por seu Advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, propor

AÇÃO ANULATÓRIA C/C COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face do BANCO BRADESCO PROMOTORA (BP Promotora de Vendas


LTDA.), instituição financeira inscrita no CNPJ sob o n. 07.131.760/0001-87,
com endereço comercial no Núcleo Cidade de Deus S/N, Prédio Prata 4 Andar,
Vila Yara, Osasco/SP, CEP 06029-900, pelos motivos de fato e razões de direito
a seguir aduzidos:

DOS FATOS

A Requerente, senhora de idade e com baixo nível de escolaridade, no inicio do


mês de julho de 2021, percebeu defasagem no valor de seu benefício recebido
do INSS, pois havia efetivamente contratado empréstimo consignado ativo,
todavia, ao consultar seu saldo, verificou a existência do valor de R$ 3.110,88
(três mil cento e dez reais e oitenta e oito centavos) em sua conta bancaria.

Assim, com a ajuda de parentes, acessou o site Meu INSS, tendo se deparado
com um novo contrato de empréstimos, sem sua anuência, a seguir listados:

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Contrato n. 817278737
Instituição Financeira: Bradesco Promotora. Data de inclusão 02/07/2021
Quantidade de parcelas 84
Valor da parcela R$ 75,80
Valor emprestado R$ 3.110,88

Cumpre Esclarecer que a requerida recebeu diversos telefonemas dos bancos


mencionados oferecendo empréstimos, porem não aceitou e chegou a ser
questionada se verificava mensalmente o saldo de sua conta, sendo que
informou que não fazia.

Evidente, pelos fatos acima narrados, que o Banco Requerido incorreu na pratica
de atos ilícitos, conforme dispõe o Código Civil:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano à outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.”

Para elucidar os termos legais, socorre-se dos ensinamentos de Maria Helena


Diniz, para quem “ato ilícito é o praticado culposamente em desacordo com
a norma jurídica, destinada a proteger interesses alheios; é o que viola
direito subjetivo individual, causando prejuízo a outrem, criando o dever
de reparar tal lesão.” (Curso de Direito Civil Brasileiro: 7o volume -
Responsabilidade Civil. 19a edição. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 45).

Além disso, a corrida atrás da reposição do direito violado causa desgaste moral,
psicológico, gera angústia, tensões, expectativas, acompanhamento do
processo e todas as peculiaridades que envolvem qualquer demanda judicial.

Na trilha do que dispõe o Código Civil, se avista o dever do Requerido em


ressarcir a Requerente os danos sofridos pela pratica dos atos acima expostos,
conforme se vê na redação do artigo 927:

“Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem fica obrigado a repará-lo”.

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Por fim, demonstrado está o direito que tem a Requerente em ser indenizada
pelos danos morais sofridos pelas condutas do Requerido, em valor não inferior
a R$ 10.000,00 (dez mil reais) por contrato indevido, bem como à devolução em
dobro do valor de R$ 379,00 (trezentos e setenta e nove reais), que foram
descontados de seu benefício.

DO PEDIDO LIMINAR

Ante aos fatos narrados na inicial, bem como aos documentos apresentados,
requer seja oficiado ao INSS para que suspenda imediatamente os descontos
do contrato 817278737 do beneficio da requerida.

Requer ainda, seja deferido o deposito em juízo do valor do do empréstimo que


se encontra íntegro na conta da requerente, já descontados os valores
atualizados das parcelas cobrados indevidamente da requerente.

Para isso, informa a seguir a quantidade parcelas e valores descontados do


beneficio da autora:

Contrato 817278737, 5 parcelas de 75,80,00, total R$ 379,00 (trezentos e


setenta e nove reais) – Valor atualizado: R$ 395,35 (trezentos e noventa e cinco
reais e trinta e cinco centavos)

Diante dos valores acima exposto, requer seja deferido o deposito do valor de
R$ 2.715,53 (quinze mil duzentos e dezenove reais).

DOS PEDIDOS

Face ao todo supra exposto, requer de Vossa Excelência:

1. a) LIMINARMENTE requer seja oficiado ao INSS para que suspenda


imediatamente os descontos do contrato 817278737 do beneficio da requerida.

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2. b) Citar, por correio com AR, o Requerido, para apresentar defesa, sob pena de,
não o fazendo, sofrer os efeitos da revelia e demais implicações legais,
constando a opção pela NÃO realização de Audiência de Conciliação;
3. c) conceder os benefícios integrais da assistência judiciária gratuita, por não ter
a Requerente condições de arcar com as despesas do processo, sem o prejuízo
do sustento próprio, conforme Declaração inclusa;
4. d) seja a presente julgada PROCEDENTE, declarando a inexistência de relação
jurídica da Requerente com o Banco Requerido e consequentemente
condenando todos os requeridos ao pagamento de indenização por danos
morais à Requerente, em valor não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), por
contrato indevido, bem como à devolução dos valores efetivamente
descontados, em dobro, tudo acrescido de juros e correção monetária desde o
desembolso;
5. e) o deferimento da produção de todos os meios de prova em direito admitidas,
em especial a documental, testemunhal, que será ofertado rol no momento
oportuno, com inversão do ônus da prova, por se tratar de relação de consumo,
para apresentação pelo Requerido dos originais dos Contratos, bem como
pericial, com a realização de Perícia Grafotécnica nos citados Contratos;

DO VALOR DA CAUSA

3.1. Dá-se a presente o valor de R$ 13.110,88 (treze mil cento e dez reais e
oitenta e oito centavos), referentes à soma dos pleitos de indenização por danos
morais com o valor dos Contratos de Empréstimo ora discutidos.

Nestes Termos,
P. Deferimento.

Cruzeiro, 18 de novembro de 2021

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AV. DR CARLOS VARELLA, 505, CENTRO,
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Everton Ramos Pires Candido


OAB/SP 356.367

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