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DOUGLAS MOREIRA NUNES

OAB/PR 31190

EMERSON CARLOS DOS SANTOS


OAB/PR 32078

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO


DA 9ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA
ESTADO DO PARANÁ

AUTOS Nº 0017912-78.2022.8.16.0014

CRISTIANE DOS SANTOS SILVA, brasileira, casada,


comerciante, portadora do RG: 91.406.730 SSP/PR e do CPF/MF 042.268.769-
38, residente e domiciliada na Rua Professor João Cândido, nº 556, ap.303,
Centro, Londrina-PR, vêm, através de seus advogados infra-assinados, com
escritório profissional na Rua Serra da Graciosa, 282, Jardim Bandeirantes,
Londrina-PR, CEP: 86065-180, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência,
apresentar

EMBARGOS À AÇÃO MONITÓRIA

ao feito que lhe move JOÃO PAULO BONFIM, devidamente


qualificado, pelas razões de fato e direito que a seguir expõe:

Rua Serra da Graciosa, 282, Jd. Bandeirantes Londrina - PR CEP 86065-180


Fone: 3348.2626 Fax: 3028.6262 nunesesantosadvs@sercomtel.com.br
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01. DA TEMPESTIVIDADE

Nos termos do caput do artigo 702 do Novo Código de


Processo Civil, “Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá
opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação
monitória”, de modo que os presentes embargos cumprem com esse requisito de
admissibilidade.
Os presentes embargos encontram-se tempestivos, tendo
em vista o prazo de 15 dias úteis previsto no artigo 702, com referência ao artigo
701 do CPC.

02. DOS FATOS

A Embargante foi acionada nos presentes autos pelo


Embargado, em decorrência de emissão de cheques, em decorrência de
negociação realizado por seu esposo, Sr. Enaldo dos Santos e o embargado, de
folhagem e hortaliças, que se trata de produtos das atividades de ambos.
Para tanto, juntou-se à ação monitória os cheques, alegando
possuir um crédito de R$ 31.270,00 (trinta e um mil, duzentos e setenta reais),
nos termos do § 3º do artigo 700 Código de Processo Civil.
Afirma, também, que a Embargante supostamente “apesar
dos diversos contatos e tentativas de recebimento, bem como diante das
incontáveis promessas de pagamento pela emitente e por seu marido, os títulos
restaram inadimplidos”, motivos pelos quais buscou a tutela do Poder Judiciário
para tutelar o seu crédito. Segundo o Embargado, o montante do débito
atualizado equivale a R$ 41.557,55 (quarenta e um mil quinhentos e cinquenta e
sete reais e cinquenta e cinco centavos).
Ocorre que o valor apresentado na memória de cálculo na
petição original da presente ação monitória não condiz com a verdade. Aliás,
nenhum valor que o Embargado apresente corresponderá ao crédito que
possui para com o Embargante.
A embargante não contesta a emissão dos cheques,
contudo, houve diversos pagamentos não contabilizados pelo embargado, sendo
que, estes totalizam o montante de R$ 12.900,00 (doze mil, novecentos reais),
conforme comprovantes em anexo. Estes foram devidamente atualizados,
perfazendo assim, o montante de R$ 21.087,26 (vinte e um mil, oitenta e sete
reais e vinte e seis centavos), conforme planilha de atualização de débito in
verbis:

DATA VALOR Índice Val. Atual. Juros 1%a.m Val. Atual. Total
04/08/2020 R$ 2.000,00 1,31856113 R$2.637,12 32% R$843,88 R$3.481,00
07/08/2020 R$ 2.000,00 1,31856113 R$2.637,12 32% R$843,88 R$3.481,00
03/09/2020 R$ 1.500,00 1,29125116 R$1.936,88 31% R$600,43 R$2.537,31

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26/10/2020 R$ 2.500,00 1,26487845 R$3.162,20 30% R$948,66 R$4.110,85


20/11/2020 R$ 1.000,00 1,23662164 R$1.236,62 29% R$358,62 R$1.595,24
02/12/2020 R$ 1.500,00 1,2148157 R$1.822,22 28% R$510,22 R$2.332,45
04/12/2020 R$ 1.000,00 1,2148157 R$1.214,82 28% R$340,15 R$1.554,96
08/01/2021 R$ 1.000,00 1,20147929 R$1.201,48 27% R$324,40 R$1.525,88
28/09/2021 R$ 400,00 1,08464521 R$433,86 8% R$34,71 R$468,57
TOTAL R$21.087,26

Além deste fato, visto que se tratava de pessoa que o


esposo da embargante tinha como de confiança, há aproximadamente a um ano
entregou para pagamento, quitando praticamente todo débito pendente, um
veiculo Fox, placa AVX-2032, ano 2013/2013, pelo valor de R$36.000,00 (trinta e
seis mil reais), conforme documentos em anexo.

Entretanto, visto que havia débitos do veículo no montante


R$ 12.391,38 (doze mil, trezentos e noventa e um reais e trinta e oito centavos),
conforme documentos em anexo, foram pagos ao embargado mais R$23.608,62
(vinte e três mil, seiscentos e oito reais e sessenta e dois centavos.
Diante dos fatos expostos, visto que os valores pagos
pela embargante ao embargado perfazem aproximadamente o montante de
R$44.695,88 (quarenta e quatro mil, seiscentos e noventa e cinco reais e
oitenta e oito centavos), resultando assim a quitação do débito.

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03. DA RECONVENÇÃO

A possibilidade de reconvir no âmbito da ação monitória é


prevista no § 6º do artigo 702 do Código de Processo Civil.

Conforme mencionado no tópico dos presentes embargos


que tratou dos fatos, o Embargado ajuizou ação monitória com o intuito de
adimplir um suposto crédito existente para com o Embargante, no valor de R$
41.557,55 (quarenta e um mil quinhentos e cinquenta e sete reais e cinquenta e
cinco centavos). Contudo, o referido crédito não inexiste.

Nesse sentido, tem-se que a conduta do Embargado


subsome-se à previsão do artigo 940 do Código Civil, violando o princípio da boa-
fé, que deve reger todas as relações interpessoais dentro de uma sociedade.

Isso porque o Embargado ajuizou ação monitória por dívida


já adimplida pelo Embargante, conforme os comprovantes de pagamentos
anexados aos presentes embargos, de modo que “ficará obrigado a pagar ao
devedor [...] o dobro do que houver cobrado”.

Os reconvintes possuem claro direito de receber o valor em


dobro de dívida já paga, uma vez que encontram respaldo jurídico e preenchem
os requisitos necessários para pleitear e garantir este direito, quais sejam:
pagamento da dívida e má fé do reconvindo.

Por todo o exposto, requer a condenação do reconvindo ao


pagamento em dobro do valor da ação, nos termos do art. 940 do CPC.

DA LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ

A presente ação foi ajuizada após o cumprimento da


obrigação pela embargante, o que impossibilita a comprovação de inadimplência,
por este motivo o requerente não conseguiu comprovar a dívida, já que a mesma
não existe.
Entretanto, ressalta-se que alegações indevidas, infrutíferas
e sem nenhum respaldo jurídico ou embasada por documento hábil
comprobatório, apenas tratando-se de alegações vãs, configura má fé. O litigante
de má fé é aquele que busca vantagens fáceis, alterando a verdade dos fatos
com animo doloso, o que acontece no caso em tela.

Pugna-se pelo art.77 do Código de Processo Civil, o qual


impõe o dever de probidade e lealdade as partes.

O art. 80 do CPC, assim disciplina:

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato


incontroverso;
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II - alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

O litigante improbo, que vier descumprir tal dever, sofrerá as


sanções dispostas nos artigos 79 e 81 do CPC, veja-se:

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé
como autor, réu ou interveniente.

[...]

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante


de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por
cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a
indenizar a parte contrária pelos prejuízos que está sofreu e a
arcar com os honorários advocatícios e com todas as
despesas que efetuou.

Outrora, as alegações do embargado não merecem


prosperar, uma vez que se trata de uma ficção aludida pelo mesmo, que agindo
de má fé pretende receber proveitos além dos pactuados.

Diante do exposto, requer a condenação do embargado ao


pagamento de multa por litigância de má fé nos termos do art. 81 do CPC.

04. DOS PEPIDOS

Diante do exposto requer:

a) Seja o Embargado intimado para responder aos presentes


embargos, no prazo de 15 dias, nos termos do § 5º do artigo 702 do NCPC;
b) A produção de todos os meios de provas admitidos em
direito, em especial depoimento pessoal das partes, sob pena de confesso, oitiva
de testemunhas, a serem oportunamente arroladas e juntada de novos
documentos, desde que assim exija o controvertido dos autos;
c) Sejam jugados PROCEDENTES os presentes
EMBARGOS MONITÓRIOS, e extinta a ação monitória proposta pelo
Embargado, condenando-o ao pagamento de multa de 10% sobre o valor da
causa, em favor do Embargante, por litigância de má-fé;
d) Seja o pedido formulado na reconvenção julgado
procedente, a fim de condenar o Embargado ao pagamento do dobro do valor
cobrado por meio da ação monitória, tendo em vista que o referido débito inexiste,
nos termos do artigo 940 do Código Civil;
e) Seja o Embargado condenado a arcar com os honorários
advocatícios e demais ônus sucumbenciais, de acordo com o artigo 85, §2º do
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Código de Processo Civil, em no mínimo 10% e no máximo 20% sobre o valor da


condenação;
Atribui-se à reconvenção para efeitos de alçada o valor de
R$ 41.557,55 (quarenta e um mil quinhentos e cinquenta e sete reais e cinquenta
e cinco centavos).

Termos em que, pede e espera

D E F E R I M E N T O.
Londrina, 06 de junho de 2022.

Douglas Moreira Nunes Aline Cristina de Almeida


OAB/PR 31190 Bacharel em Direito
Assinado Digitalmente

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