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23/05/2017
Número: 0024365-50.2016.5.24.0007
Data Autuação: 08/03/2016
Classe: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO
Valor da causa: R$ 40.000,00
Partes
Tipo Nome
AUTOR ROBSON SANTOS MEDRADO - CPF: 021.932.681-93
ADVOGADO CORINI ADRIANA MALJAARS - OAB: MS18760
RÉU DIPALMA COMERCIO DISTRIBUICAO E LOGISTICA DE PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA.
- CNPJ: 07.721.579/0001-20
ADVOGADO Elton Luis Nasser de Mello - OAB: MS5123
Documentos
Id. Data de Juntada Documento Tipo
dcd84 08/03/2016 11:34 Petição Inicial Petição Inicial
15
513b6 08/07/2016 14:41 contestação Contestação
1a
b75f7 17/08/2016 16:04 Impugnação Manifestação
74
c0e25 11/05/2017 20:38 Ata da Audiência Ata da Audiência
1e
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA __ª VARA DO TRABALHO DE CAMPO
GRANDE-MS.
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Desta maneira, a aplicação da justa causa foi arbitrária, pois, não foi
devidamente fundamentada e não foi feita de forma criteriosa, pois a ré sequer apontou de
forma objetiva o enquadramento da justa causa nos itens do artigo 482, da CLT.
Ressalte-se que pelo fato de ter sido dispensado por justa causa, ficou
impedido de levantar os depósitos do FGTS e receber o seguro desemprego, além de perder
algumas verbas rescisórias.
V. ACÚMULO DE FUNÇÃO.
É o entendimento do TST:
A reparação dos danos causados pela ré à autora deve ser levada a efeito
na sua maior amplitude possível, inclusive no que toca aos honorários advocatícios que o
obreiro ajustou com suas patronas para promover a lide e assegurar os seus direitos, como
expressamente determinam os artigos 389 e 404 do Código Civil.
X. ROL DE PEDIDOS:
OAB/MS 18.760
I - DA AÇÃO PROPOSTA
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Foi dispensado sem justa causa em 16.02.2016. O reclamante pleiteia a reversão
da demissão por justa causa para dispensa sem justa causa sob alegação de não terem sido preenchidos os
requisitos do art. 482 da CLT.
Postula, em síntese: reversão da dispensa por justa causa em dispensa sem justa
causa e consequente retificação da CTPS, pagamento de verbas rescisórias, indenização por danos morais,
multa do art. 477 da CLT, plus salarial por acúmulo de função, horas extras e reflexos, multa de infração
a CCT, honorários advocatícios, devolução de contribuição confederativa e assistencial.
II - PRELIMINARMENTE
PRECRIÇÃO QUINQUENAL
Nos termos do art. 7º, inciso XXIX da CF/1988 e art. 11, inciso I da CLT, o direito de
ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para o trabalhador
urbano, contados do ajuizamento da ação (súmula 308 do TST).
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Diante do exposto requer a extinção do processo com resolução do mérito quanto às
parcelas postuladas anteriores a 08.03.2011, nos termos do art. 487,inciso II do CPC/2015.
III - NO MÉRITO
CONTRATO DE TRABALHO
Ressalte-se que foi devida a aplicação da demissão por justa causa do reclamante,
não sendo devida a reversão para dispensa sem justa causa. Antes da demissão por justa causa, foi
realizada uma apuração sobre os fatos praticados pelo reclamante, ou seja, ficou comprovado que o
mesmo desviava de valores referente descarga de mercadorias.
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REVERSÃO EM JUÍZO PARA DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. IMPROCEDÊNCIA.
No dia 08.02.2016 ao chegar para laborar o autor fora surpreendido ao receber uma notificação,
informando que este seria afastado de suas atividades pelo período de oito dias, com o intuito de
averiguação de irregularidades em recibos emitidos.
Ao retornar ao trabalho no dia 16.02.2016 recebeu notificação de sua demissão por justa causa,
com a justificativa de desviar valores referentes à descarga de mercadorias.
Sabe-se que a mais grave das penas aplicáveis ao trabalhador é a dispensa por justa causa.
Enfocada por diversos preceitos celetistas, a penalidade conduz à extinção do contrato sob ônus do
trabalhador faltoso. Com isso, a pena não somente autoriza o descumprimento do princípio
trabalhista geral da continuidade da relação de emprego, como extingue o pacto, negando ao
trabalhador quaisquer verbas rescisórias previstas em outras modalidades de rompimento do
contrato.
Segundo orientação de Amauri Mascaro do Nascimento, é necessário que haja uma gradação nas
penalidades antes da aplicação da justa causa, como por exemplo, a advertência, a suspensão e
somente após a demissão por justa causa, o que não ocorreu no caso em tela.
Como medida excepcional que é, a dispensa do empregado por justa causa deve ter lastro
probatório seguro, a cargo do empregador, a fim de comprovar a prática de ato grave por parte do
obreiro, que torne impraticável a continuidade do vínculo de emprego, com a quebra definitiva da
fidúcia que deve nortear o liame empregatício.
In casu, a tese empresária é de que o reclamante foi dispensado por justa causa por motivo de
desviar valores referente a descarga de mercadorias. Todavia, o conjunto probatório não permite
concluir com segurança que o autor tenha desviado de qualquer valor.
Desta maneira, a aplicação da justa causa foi arbitrária, pois, não foi devidamente fundamentada e
não foi feita de forma criteriosa, pois a ré sequer apontou de forma objetiva o enquadramento da
justa causa nos itens do artigo 482, da CLT.
Assim, deverá ser desconsiderada a dispensa por justa causa, reconhecendo-se a dispensa
imotivada, com o pagamento das verbas correspondentes, inclusive, o aviso prévio com integração
no tempo de serviço (OJ SBDI nº 82 do TST), diante da inexistência da prática da conduta elencada
no artigo 482, da CLT.
A ré não expediu carta de recomendação ao autor, sendo que tal documento é vital para a
continuidade de sua vida profissional.
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O afastamento por justa causa trouxe repercussão negativa na vida pessoal e, em consequência, na
esfera íntima do reclamante. O dano moral evidenciado, no caso, não resultou propriamente do uso
do poder disciplinar pela reclamada na aplicação da justa causa, mas na exacerbação desse poder
de que derivaram danos à imagem, à honra e à dignidade do reclamante.
Ressalte-se que pelo fato de ter sido dispensado por justa causa, ficou impedido de levantar os
depósitos do FGTS e receber o seguro desemprego, além de perder algumas verbas rescisórias.
Diante dos requisitos da obrigação de indenizar presentes no caso em tela, diga-se, o ato ilícito da
reclamada, o dano moral experimentado pelo reclamante (danum in re ipsa) e o nexo de
causalidade entre a conduta e o dano, e com fundamento nos artigos 186 e 927 do CCB e no artigo
5º, inciso V, da CF/88, deverá a reclamada ser condenada a reparar o dano moral causado ao
reclamante."
Não é verdade que o autor não fora informado do andamento da investigação e que no
momento da dispensa, não fora demonstrado quais supostos valores foram desviados, nem quando isso
ocorreu. Não sendo verdade que o autor fora demitido "às cegas". Veja-se da documentação anexa que
o autor foi suspenso do trabalho para averiguação do ocorrido, tendo o autor assinado o termo de
afastamento, não sendo verdade que não foi informado sobre a investigação.
Foram constatadas irregularidades por parte do reclamante o qual emitia recibos para
desvio de valores referente a descargas de mercadorias, após prévio aviso ao reclamante de que seriam
realizadas apurações.
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Ressalte-se que no presente caso foi praticado pelo reclamante falta gravíssima que não
comportava nenhuma outra sanção que não fosse à dispensa por justa causa. Não era o caso de
advertência, nem suspensão, visto o prejuízo financeiro que causou à reclamada.
Não é verdade que o conjunto probatório não permite concluir com segurança que o
autor tenha desviado de qualquer valor. Conforme documentos anexos ficam comprovadas as diligências
necessárias para apuração de falta grave praticada pelo empregado, nos termos do art. 482 "a" e "b" da
CLT. Não é verdade que a aplicação da justa causa foi arbitrária, que não foi devidamente
fundamentada e que não foi feita de forma criteriosa, não sendo verdade também que a ré sequer
apontou de forma objetiva o enquadramento da justa causa nos itens do artigo 482, da CLT.
Devido à correta aplicação da dispensa por justa causa, não é devida a reversão do
pedido de demissão em dispensa sem justa causa, bem como o pagamento de verbas rescisórias.
Não existe dano moral na presente demanda, visto que a única prejudicada na história é
a própria reclamada, que sofreu prejuízo financeiro em virtude das condutas do reclamante.
O afastamento por justa causa somente ocorreu por culpa exclusiva do reclamante.
Ressalte-se que pelos atos praticados pelo reclamante pode a reclamada representar
contra o mesmo na esfera criminal para as devidas procedências. Não há que se falar em dano moral
evidenciado, conforme provas anexas aos autos resta comprovada a atitude ilícita do reclamante. A
penalidade de demissão por justa causa não resultou da exacerbação do uso do poder disciplinar da
reclamada na aplicação da pena, pois esta procedeu a todas as averiguações possíveis antes de tomada da
medida.
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NÃO HÁ QUE SE FALAR EM DANOS À IMAGEM, À HONRA E À
DIGNIDADE DO RECLAMANTE.
Quem sofreu dano com toda a situação foi à própria reclamada, que deu oportunidade de
emprego ao mesmo, e lhe confiava importante atribuição, porém causou prejuízo financeiro a ora
contestante.
Muito embora o reclamante tenha sido dispensado por justa causa, jamais foi ofendido,
humilhado, ou injustamente taxado como empregado negligente e irresponsável, e que reiteradamente
faltava ao trabalho.
A reclamada preza pelo bom convívio, pela paz e harmonia, desta maneira jamais
destratou o reclamante, ou lhe submeteu a tratamento degradante ou humilhante. Sempre foram
respeitados todos os direitos do reclamante não havendo que se falar em danos morais.
No presente caso não ficou demonstrado nenhum tipo de humilhação, prejuízo à sua
honra ou personalidade e nenhum outro tipo de abalo psíquico, não existindo qualquer dano moral. A
mera alegação de dano moral sem especificar um abalo concreto não da direito a tal pleito.
Dessa feita, o pedido de danos morais merece ser rejeitado, seja diante da
improcedência, seja porque o valor pleiteado de teto mínimo de R$10000,00 apresenta-se nitidamente
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como exagerado e desproporcional, o que desde logo requer, com base no princípio da eventualidade, seja
reduzido o montante para R$ 500,00.
Também não é o caso de aplicação da multa do art. 477 da CLT, considerando não
serem devidas nenhuma das parcelas requeridas pelo reclamante na presente demanda. Restou
demonstrado que todas as verbas rescisórias foram devida e oportunamente pagas, além do fato de
que toda a situação apresentada na inicial é controversa. Deste modo resta improcedente a aplicação
da referida multa.
"O autor exercia a função de auxiliar administrativo. Nesta função, era responsável pelo
lançamento de notas e recibos de carga e descarga de mercadorias da ré e lançamento destas no
sistema.
Todavia, o autor acumulava as funções de auxiliar financeiro e balancistas, funções estas diversas
da que fora contratado.
É evidente que uma sobrecarga de trabalho foi imposta ao reclamante, havendo assim, uma
alteração unilateral prejudicial ao empregado.
Desta maneira, exercendo o empregado dupla atividade de forma simultânea, a empresa fica
desobrigada de contratar novo empregado, gerando assim prejuízos não só de ordem financeira ao
empregado, mas também de origem orgânica.
É o entendimento do TST:
Assim, o autor faz jus ao "plus" salarial, como modo de restabelecer o caráter sinalagmático do
pacto laboral, consistente na reciprocidade e no equilíbrio das obrigações contratuais entre
empregado e empregador."
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Não é verdade que uma sobrecarga de trabalho foi imposta ao reclamante, havendo uma
alteração unilateral prejudicial ao empregado.
Não é verdade que o empregado realizava dupla atividade de forma simultânea, ficando
a empresa desobrigada de contratar novo empregado. Também não sendo verdade que gerava assim
prejuízos não só de ordem financeira ao empregado, mas também de origem orgânica.
Não há que se falar em plus salarial, o reclamante sempre se ativou nas atribuições
inerentes as suas funções, sendo a última de auxiliar administrativo.
Segue em anexo sentença paradigma que dispõe não ser devido o acúmulo de
função (processo n. 0024449-28.2014.5.24.0005, autora Priscila Silva de Souza - 5ª vara do trabalho
TRT 24ª região.)
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AS ALEGAÇÕES SÃO IMPROCEDENTES E MERECEM REJEIÇÃO!!!
Há que se ressaltar que não houve acúmulo de função. O que ocorre é que o autor
sempre laborou na conformidade do Jus Variandi poder diretivo do empregador e tem como finalidade
adequar o labor do empregado às transformações sociais e econômicas em que a empresa passa. Assim,
há que se considerar, ainda, que o reclamante sempre laborou dentro do jus variandi, contratualmente
estabelecido, atuando sempre nos limites das funções sem ocorrer desvios.
Assim, requer seja julgado improcedente o pleito do autor, uma vez que a função
desempenhada pelo mesmo foi verdadeiramente registrada em sua CTPS.
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Ressalte-se que nos termos do art. 818 da CLT e 373, I do CPC/2015, a prova dos
fatos incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, não existindo no presente caso qualquer
prova de que acumulava funções.
"Inicialmente, cumpre informar que a ré possui mais de 10 empregados em seu quadro, motivo pelo
qual deve ser invertido o ônus da jornada de trabalho realizada pelo autor, conforme S.338 TST.
18h45min/19h00min.
Como exposto anteriormente, o autor realizava diariamente horas extras. A prestação habitual de
horas extras descaracteriza o acordo de compensação de jornada de trabalho, conforme previsão
da S. 85 do TST."
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Nos termos do art. 818 da CLT e 373, I do CPC, o ônus de prova incumbe ao autor
quanto ao fato constitutivo de seu direito, desta maneira resta ao reclamante a comprovação da alegação
de jornada extraordinária, não havendo que se falar em inversão do ônus da prova.
a) Do início do pacto laboral até 29.10.2012, de segunda a sexta-feira das 07h30min às 17h00min, com 02h
de intervalo para descanso e refeição, quando eventualmente laborou aos sábados foi das 07h30min às
15h10min, com 01h10min de intervalo para descanso e refeição.
b) De 30.10.2012 até 17.04.2014, de segunda a sexta-feira das 07h30 às 17h28min, com 01h10min de
intervalo para descanso e refeição.
c) De 18.04.2014 até 30.05.2014, de segunda a sexta-feira das 06h00min às 15h58min, com 01h10min de
intervalo para descanso e refeição.
d) De 31.05.2014 até 18.08.2015, de segunda a sexta-feira das 07h30 às 17h28min, com 01h10min de
intervalo para descanso e refeição.
e) De 19.08.2015 até o fim do contrato de trabalho, de segunda a sexta-feira das 07h00min às 16h58min,
com 01h10min de intervalo para descanso e refeição.
Da análise dos registros contidos nos cartões de ponto, percebe-se que todas as
horas excedentes à jornada da reclamante foram compensadas (frisa-se que as compensações estão
inscritas nos cartões de ponto com a letra "C"). Ou seja, cada hora extraordinária foi registrada nos
controles de jornada , bem como a hora destinada à compensação, de maneira a permitir a aferição e a
fiscalização do saldo existente. Cumpre destacar que a reclamada observou integralmente todo o
arcabouço normativo referente ao sistema de compensação de jornada, conforme se pode observar dos
documentos juntados à defesa, inclusive no tocante ao acréscimo de tempo de 20%, coletivamente
convencionados, não havendo, ainda, o que se cogitar de habitualidade, pois as horas extras, quando
ocorreram, foram de forma eventual.
Deste modo, não há que se falar no pagamento de verbas a título de horas extras
ou de quaisquer reflexos que delas, supostamente, pudessem advir, sendo improcedente a pretensão
autoral na sua totalidade.
O reclamante alega que a ré descumpriu as cláusulas 12ª, 14ª, 36ª, 37ª e 44ª da CCT,
sendo devido o pagamento da multa estatuída na cláusula 61ª.
Não é verdade que a reclamada descumpriu a cláusula 12ª da CCT, visto que sempre
pagou os 13º salários nos prazos em conformidade com a legislação vigente, não existindo qualquer
infração a CCT.
Não houve infração à cláusula 14ª da CCT, pois conforme consta nos holerites do
reclamante, era oferecido o vale transporte e as refeições.
Não houve infração à cláusula 36ª da CCT, visto que o reclamante jamais laborou aos
domingos.
Não houve infração a cláusula 37ª da CCT, pois a reclamada sempre controlou a jornada
do reclamante e sempre houve o fornecimento de cópia dos registros ao trabalhador até a data do
pagamento da remuneração referente ao período em que estava sendo aferida a frequência.
E por fim não houve infração à cláusula 44ª da CCT, visto que não houve descontos de
contribuição confederativa, como se pode verificar pelos holerites acostados aos autos.
Na presente CCT juntada aos autos sequer há cláusula 61ª, ademais requer o
indeferimento da reclamada ao pagamento de qualquer multa, visto que não houve infração à CCT.
Na exordial, mais uma vez, foi declinado pleito que se verá ser improcedente.
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Diante do "jus postulandi" que vigora na Justiça do Trabalho, não procede o
pleito pela contratação de advogado, não havendo o que se cogitar de indenização por perdas e danos.
Não são aplicáveis na Justiça do Trabalho os artigos 389 e 404 do Código Civil,
conforme manso entendimento jurisprudencial, não se aplicando referidos dispositivos,
independentemente de exibição ou não de contrato de prestação de serviços.
Frise-se que o autor não assinou qualquer termo de filiação a qualquer sindicato, motivo este que
requer a devolução de todos os descontos realizados em seu salário a tais títulos.
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Ademais, cláusulas da CCT que obriguem ao desconto a título de taxa para custeio do sistema
confederativo, sindical ou constitucional, é nula de pleno direito, em face de ofensa ao preceito
constitucional que assegura o direito de livre associação e
sindicalização, conforme já definido pela Res. 82 do TST., pelo precedente normativo 199 do TST,
que os empregados que não são sindicalizados, não estão obrigados à contribuição confederativa
ou assistencial.
Em que pese à existência desta cláusula nas convenções coletivas a mesma é inválida, sobretudo
quando há estipulação abrangendo todos os integrantes da categoria, não assegurando o direito de
oposição ou quando assegurado, a fazendo de forma mais onerosa possível, haja vista a
necessidade de protocolização da carta oposicionista de forma individualizada pelo trabalhador
dentro de certo prazo.
A falta de autorização expressa para tais descontos torna os descontos ilícitos. Assim, a autora não
compareceu a qualquer sindicato, bem como nunca filiou-se, não concordando com tais descontos.
A contribuição confederativa tem por objetivo precípuo o custeio do sistema confederativo, do qual
são integrantes os sindicatos, federações e confederações, tanto da categoria profissional
(trabalhadores) como da econômica (empregadores), sendo fixada por assembleia geral com base
legal no art. 8º, IV, da Constituição.
Art. 545. Os empregadores ficam obrigados a descontar, na folha de pagamento dos seus
empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato,
quando por este notificados, salvo quanto à contribuição sindical cujo desconto independe dessas
formalidades. (grifo nosso)
oposição, mas somente para o repasse do valor descontado e, por segundo, pela necessidade da
anuência expressa do empregado autorizando o desconto, nada mencionando quanto à autorização
tácita.
Ademais, o artigo 8º, V da CF, serve de base inclusive para solidificar o posicionamento dos
Tribunais Superiores, conforme Precedente Normativo nº 119 do TST, OJ 17 da SDC e Súmula 666
do STF, a saber:
Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os
valores irregularmente descontados."
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STF Súmula nº 666 - Contribuição Confederativa - Exigibilidade - Filiação a Sindicato Respectivo.
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao
sindicato respectivo."
Nos holerites acostados aos autos, verifica-se que não houve descontos de
contribuição confederativa, ficando impugnado portanto o presente pleito.
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JUROS, CORREÇÃO MONETÁRIA, CUSTAS PROCESSUAIS E PERICIAIS.
IMPROCEDÊNCIA.
III - DO PEDIDO
P. Deferimento
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OAB/MS 5.123 OAB/MS 20.613
[1]TRT 8ª R.; RO 0000120-10.2012.5.08.0120; Quarta Turma; Rel. Des. Fed. Walter Roberto Paro; DEJTPA 31/01/2013; Pág. 78
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 7ª VARA FEDERAL DO
TRABALHO DE CAMPO GRANDE/MS.
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O Reclamante vem por esta e na melhor forma do direito, à presença de
V. Exa., IMPUGNAR ESPECIFICADAMENTE as defesas acostadas de forma conjunta, tendo em
vista a identidade de argumentos de defesa e impugnativos.
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Deveras, o artigo 23, parágrafo 5º, da Lei nº 8.036/90, preceitua ser
trintenária, e não quinquenal, a prescrição aplicável aos recolhimentos do FGTS devidos no curso do
contrato de trabalho.
4 - DO MÉRITO
Aduz que foi realizada uma sindicância para averiguação dos fatos, ocorre
que conforme vistos em sindicância, o autor não era o único responsável pelos valores recebidos, que tais
valores eram encaminhados e fiscalizados pelo Sr. Airton (assessor administrativo da ré). Conforme
consta no relatório os valores aduzidos pela ré foram encaminhados pelo autor via malote financeiro.
Como visto, tal sindicância foi feita de forma totalmente unilateral, sem
qualquer prova concreta do fato alegado, sendo o autor responsabilizado por ato que não cometeu, por
total desorganização da ré.
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Inobstante, todos os recibos passavam pelo crivo do então assessor
administrativo, Airton Verga.
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O acúmulo de funções evidencia-se quando há modificação unilateral das
funções inicialmente ajustadas, passando o empregador a exigir do empregado atividades alheias ao
contrato de trabalho, concomitantemente com as funções anteriormente contratadas.
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A Reclamada alega em sua defesa que, no âmbito da Justiça do Trabalho, o
deferimento de honorários advocatícios está condicionado ao benefício da justiça gratuita e à assistência
por sindicato.
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Quanto ao argumento da Reclamada de que, na Justiça do Trabalho, vige o
Jus Postulandi, s.m.j., de duvidosa constitucionalidade, é de bom alvitre salientar, que o próprio Colendo
Tribunal Superior do Trabalho relativizou sua aplicação ao aprovar a Súmula 425 [2], na qual estabelece a
presença obrigatória do advogado naquela Corte, o que demonstra uma tendência à universalização da
representação por advogado na Justiça do Trabalho.
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valer da contratação de um advogado, para propor ação judicial com o intuito de receber direitos legais,
que não foram pagos durante o período contratual, deve ser ressarcido nos gastos havidos que,
certamente, resultarão em prejuízo ao patrimônio auferido por força sentencial (artigos 186, 389, 404 e
944 do Código Civil). (TRT 3ª R.; RO 346-46.2010.5.03.0048; Quarta Turma; Relª Juíza Conv. Adriana
G. de Sena Orsini; DJEMG 23/01/2012; Pág. 57);
Assim, indiscutível que o novel Código Civil, ao cuidar das perdas e danos,
viabilizou o Reclamante busque em juízo a recomposição dos valores que despendeu com a contratação
de advogado.
Por outro lado, quanto ao argumento impeditivo por conta da existência das
Súmulas 219 e 329, do C. TST, ainda sim a verba honorária é devida, em decorrência da revogação dos
artigos 14 e 16 da Lei nº 5.584/70, que conferiam supedâneo legal às estas Súmulas, restando superada,
neste particular, a jurisprudência sumulada do C. TST [3].
CONCLUSÃO.
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DIANTE DE TODO O EXPOSTO, IMPUGNA na íntegra todos os
termos da contestação, fls., e documentos juntados, com a sua consequente rejeição, tudo em
conformidade com a exposição de motivos e fundamentos acima lançados.
Nestes termos,
Pede deferimento.
OAB/MS 14326.
[1]
[1] "Art. 334. Não dependem de prova os fatos: (…) II - afirmados por uma parte e confessados pela parte
contrária; III - admitidos, no processo, como incontroversos;"
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ATA DE AUDIÊNCIA
PROCESSO: 0024365-50.2016.5.24.0007
AUTOR(ES): ROBSON SANTOS MEDRADO
RÉU(RÉ): DIPALMA COMERCIO DISTRIBUICAO E LOGISTICA DE PRODUTOS
ALIMENTICIOS LTDA.
CONCILIAÇÃO RECUSADA
2. na guarita fazia digitação e conferência das notas fiscais, realizava também a pesagem dos
caminhões. Após um ano que trabalhava no local foi implantada uma cobrança que era feita
dos fornecedores e da transportadora para cada descarga de material realizada nos depósitos
da reclamada. Era o depoente e outro colega que faziam o recebimento de tais valores e
repassavam para o setor financeiro;
3. passou a fazer as pesagens nos caminhões um ano depois que estava na guarita, pois antes
disso a balança estava quebrada, não existindo funcionário que fizesse a pesagem;
4. o depoente trabalhava das 7h às 17h30, com 1h10 de intervalo para almoço. Todos os
horários trabalhados constavam nos espelhos de ponto;
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6.
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6. trabalhava junto com o Sr. João Salviano que realizava as mesmas atividades que o
depoente;
7. depois de um ano que estavam trabalhando no setor passaram a receber os valores das
transportadoras, mediante recibos manuais que preenchiam de acordo com a tabela
estabelecida pela reclamada. Posteriormente lançavam esses valores no sistema da empresa
e entregavam o numerário direto no setor financeiro que fazia a conferência com os
lançamentos no sistema;
8. ao retornar das férias no mês de janeiro, o setor estava passando por uma auditoria realizada
pelo chefe do setor de perdas, um auditor chefe e mais um chefe de segurança chamados
Pascoal, Oséias e Santana;
9. durante a auditoria foi chamado para explicar como era a rotina detalhada do serviço e
posteriormente para que justificasse diferenças entre o que estava lançado no sistema e os
recibos preenchidos manualmente. Esclarece que o recibo apresentado ao depoente não
constava no relatório lançado no sistema e nem o numerário entregue no financeiro;
11. não soube explicar como ainda não sabe por qual razão não consta no sistema o lançamento
e no financeiro os valores apontados no recibo manual apresentado;
12. afirma ter efetuado o lançamento e ter entregue o dinheiro no financeiro, crendo que o
sistema tenha sido alterado por terceiros uma vez que era vulnerável, não existindo senhas
no computador que trabalhava;
13. após os esclarecimentos prestados para a auditoria, tanto o depoente quanto João Salviano
foram afastados preventivamente enquanto era realizada a investigação interna para
tentativa de esclarecimento dos fatos. Como não encontraram outro local onde existia
divergência entre o valor do recibo manual preenchido pelo depoente e o que constava no
sistema e no setor financeiro, foram ambos os empregados dispensados por justa causa.
1. trabalha para a reclamada desde 2001, atualmente como assistente administrativo no setor
financeiro;
2. o autor trabalhava na guarita e tinha por atribuição receber as mercadorias e as notas, emitir
recibo dos valores que recebia dos motoristas para as descargas, fazendo o lançamento no
sistema e a prestação de contas no dia seguinte com o depoente;
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3. o depoente fazia uma planilha constando todos os valores recebidos dos caminhões,
devendo este valor ser idêntico ao que se pagava "aos chapas", para o descarregamento.
Contudo, passaram a constar diferenças ao que era pago aos chapas e ao que era recebido
das transportadoras;
4. o autor não efetuava o pagamento aos chapas, apenas repassava os valores que recebia das
empresas para pagamento do descarregamento;
5. ao constatar que havia as diferenças mencionadas, o gerente pediu uma auditoria para
verificar o que estava acontecendo, pois o valor que era cobrado das transportadoras, de
acordo com a tabela da reclamada, era o mesmo valor pago aos chapas;
6. a auditoria constatou que entrou dinheiro a menos do que foi pago aos chapas, concluindo a
empresa que a diferença tinha origem nos recebimentos feitos na guarita;
7. não sabe informar se a auditoria constatou a divergência entre os recibos manuais e os que
foram lançados no sistema, pois sua atividade consistia apenas em fazer a conferência do
relatório lançado com os recibos apresentados e o dinheiro repassado;
8. reafirma nunca ter faltado dinheiro na conferência realizada diariamente como o reclamante
e com o João Salviano. Esclarece que fazia a conferência do que fora lançado no sistema
pelo pessoal da guarita, com os recibos apresentados e com o numerário repassado para o
setor financeiro. Espontaneamente afirma não ser possível saber no seu setor se havia recibo
que não foi lançado;
9. a divergência que levou à auditoria era específica com relação a diferença existente entre os
valores recebidos das transportadoras e os valores pagos aos chapas.
1. trabalhou na reclamada até 2015, sabendo dos fatos que levaram a dispensa do autor pelo
próprio relato do reclamante. Também ouviu comentários na própria empresa, pois mesmo
depois do seu desligamento continuou a prestar serviços de distribuição e entrega de
mercadorias por mais seis meses;
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2. o autor foi dispensado por justa causa sob a alegação de ter desviado valores que recebia
das entregas das transportadoras. Os valores eram cobrados de acordo com a tabela da
empresa;
3. ao que sabe pela narrativa do autor é que houve diferenças pela prestação de contas
realizada pelo reclamante;
4. o reclamante era bem comprometido com o serviço, não havendo nada que desabonasse sua
conduta.
Nada mais.
As partes declaram que não têm outras provas a produzir, pelo que resta encerrada a
instrução processual.
Cientes as partes.
Juiz do Trabalho
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